quinta-feira, 12 de março de 2009

Polícia Militar ocupa bairro em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Hoje, acordamos por volta de cinco da manhã com um telefonema de uma fonte avisando que a polícia militar estava fazendo uma operação contra drogas e armas no bairro Milho Branco, zona norte de Juiz de Fora.
O local tem dado trabalho às autoridades nos últimos seis meses.
A informação foi reforçada por uma mensagem enviada por uma estudante de comunicação do CES, Centro de Ensino Superior.
Agradeci a gentileza e a noção jornalística dela.

Logo na chegada, encontramos várias equipes abordando todos os que chegavam ou saíam do bairro.
Eles conferiam documentos e revistavam os veículos.
O objetivo era procurar armas ou drogas escondidas.
Várias ocorrências envolvendo adolescentes e jovens armados têm sido registradas por lá.

Depois de fazer imagens da blitz, fomos a uma rua na parte alta do bairro.
Havia vários carros da PM no local.
Cumprindo mandado de busca e apreensão, os policiais prenderam um homem que estava com uma pistola semiautomática e um frasco com muita munição nos calibres 380 e 38.

Em outra casa, na parte baixa do bairro, os policiais cumpriram outro mandado.
Mais um homem foi preso.
No local, foi encontrada uma mochila com restos de maconha.
A polícia suspeita que a bolsa tenha sido usada para transportar a droga até algum ponto de venda.

Foram apreendidos também armas brancas, celulares e um volume grande de dinheiro, em torno de dois mil e duzentos reais.
Havia ainda material para embalar a droga e um papelote de cocaína.
O preso e os produtos foram levados para a delegacia.

Os cães farejadores, do canil da polícia militar, foram usados na operação.
Eles ajudaram nas buscas feitas nos nove alvos selecionados pelas equipes do Serviço de Inteligência da PM.
E ajudaram os policiais a cumprir a missão rápido e de forma eficiente.

A ocupação do bairro Milho Branco foi feita em conjunto pelo 27º Batalhão de Polícia Militar e a 3ª Companhia de Missões Especiais.
Encontramos muitos conhecidos nos pontos pelos quais passamos.
Foi legal ver a animação do pessoal com o nosso retorno às matérias policiais.
Passamos muito tempo afastados da ação, mas não perdemos os contatos. Ainda bem!

Numa reportagem como essa, não dá para ficar atrapalhando o trabalho da polícia.
É claro que a gente precisa de informações.
Mas, elas podem ser conseguidas sem estresse.
Sem ficar importunando quem está num trabalho tenso e perigoso.
Com tantas armas no bairro, os policiais poderiam ser alvo de atiradores.

Nosso jeito de agir é ficar pouco tempo em cada ponto.
Registramos o que tem de informação e vamos a outro local.
Encontramos um amigo por lá.
O William Boy também madrugou para acompanhar e registrar o trabalho policial.
Ele estava com os comandantes da operação e atento a tudo.

Um helicóptero de Belo Horizonte foi enviado para dar apoio à operação.
Como o Milho Branco tem um trecho que surgiu de uma ocupação irregular, a parte alta dele parece um aglomerado de moradias sem organização.
Isso dificulta o trabalho da polícia quando tem que perseguir suspeitos.
Eles somem nas ruas parecidas e nos escadões.

Um dos integrantes da equipe de Belo Horizonte era o Capitão Chinelatto.
Ele já trabalhou em Juiz de Fora e conseguimos lembrar algumas histórias de quando fazíamos uma cobertura mais ampla dos factuais.
Como sempre, ele estava tranquilo e simpático com todos.

O Robson deu uma volta aérea e registrou a movimentação policial do alto.
Os policiais reservaram um vôo para a imprensa.
Claro que as imagens ficam ótimas.
De cima, dá uma noção melhor do aglomerado e do trabalho das equipes de terra.
Como não pude ir, já que o espaço era reservado ao pessoal de imagem, aproveitei para tirar algumas fotos.

Enquanto esperava o retorno do Robson, conversei com o grupo de policiais da cavalaria.
Eles participaram da operação e fizeram patrulhamento pelo bairro.
Claro que não perderam tempo e ficaram implicando comigo por ter mandado o Robson sozinho no helicóptero.
Acho interessante que, mesmo num trabalho perigoso, os policiais não percam o bom-humor.

A operação começou por volta de seis horas e terminou ao meio-dia.
Quando estávamos deixando o bairro para levar o material para a TV, notamos um grupo grande de policiais parados.
Perguntamos se havia algo interessante e eles contaram o susto que alguns policiais levaram.

Uma equipe do Gate, Grupo de Ações Táticas Especiais, estava fazendo abordagens à pé e fez sinal para que um homem numa moto parasse.
Em vez de reduzir a velocidade, o sujeito acelerou e quase atropelou um policial.
O grupo passou rápido a descrição da moto e do condutor pela rede de rádio e outras equipes seguiram em apoio.

A moto foi encontrada escondida numa garagem e o dono foi preso quando caminhava por uma rua próxima.
Ele foi reconhecido pelos policiais e preso em flagrante por direção perigosa.
Para piorar, a moto não tinha placa nem documentos.

Todos os presos foram levados para a 7ª Delegacia Regional de Segurança Pública.
O objetivo principal da Polícia Militar não foi fazer grandes apreensões.
A idéia era procurar alguns suspeitos que já tinham sido denunciados e assustar os bandidos do local.
A população acompanhou tudo com curiosidade.
Algumas pessoas se aproximavam de nós e elogiavam a iniciativa das autoridades de inibir a criminalidade.