quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Óleo na pista causa acidentes em Juiz de Fora

Por Robson Rocha

Hoje chegamos na tv e as pautas eram tranqüilas.
A primeira matéria era sobre reclamação de moradores no bairro Olavo Costa, depois duas gravações sobre manifestações, uma de servidores da UFJF e outra dos funcionários do Fórum.
Mas, tudo mudou quando estávamos saindo da TV.
A Michele recebeu uma ligação de um amigão nosso, dizendo que havia um carro capotado próximo ao antigo Pronto-Socorro.

Saímos da TV e demos de cara com um congestionamento na rua Santo Antônio, no centro de Juiz de Fora.
Logo à frente, nos deparamos com os bombeiros jogando serragem no asfalto que parecia sujo de óleo.
Isso, no trecho de subida da Santo Antônio, entre as ruas Oscar Vidal e Espírito Santo.
Paramos o carro atrás da viatura dos bombeiros para tentar descobrir o que havia acontecido.

Um dos bombeiros explicou para a Michele que um caminhão teria derramado óleo por várias ruas do centro da cidade e que moradores teriam acionado os bombeiros porque os carros não conseguiam subir a via.
Eles derrapavam no asfalto e voltavam de ré.
Estava tão escorregadio que estava difícil gravar as imagens dos militares jogando a serragem na pista para absorver o óleo.

A Michele comentou que estávamos indo gravar um carro capotado na avenida dos Andradas e o bombeiro disse que o acidente teria acontecido devido ao óleo na pista e que teria vazado do mesmo caminhão que derramou na Santo Antônio.
Com a confusão no trânsito, seguimos para a avenida dos Andradas.

Chegando lá, pista fechada e os bombeiros jogando terra no asfalto para absorver o óleo.
O nosso amigo André Bertoldo, técnico da Rede Record Minas, parou o carro ao lado da nossa Parati e fez a mesma pergunta que todos faziam.
O que tinha acontecido, porque aquela bagunça toda?
Depois de uma explicação rápida, rápida mesmo, comecei a gravar.

A Michele seguiu até onde estava o Chevette capotado e logo conseguiu a explicação para o acidente.
Um caminhão teria derramado óleo na pista e o motorista do Chevette disse que depois de fazer a primeira curva perdeu o controle do carro, capotou quatro vezes, bateu em um canteiro e parou virado de lado.
Ele não se feriu.

Um frentista disse que um motociclista não teve a mesma sorte.
Pouco antes ele derrapou na pista, caiu com a moto e se machucou.
A vitima não quis gravar entrevista.
O frentista ainda disse da sorte do carro não ter ido para a calçada do outro lado da rua onde o movimento de pedestres é grande.

A Michele gravou as entrevistas e a parte em que ela contava a história.
Gravamos entrevista com o sargento Brugguer, que nos avisou de mais dois acidentes à frente, mas sem gravidade.
Um problema que a policia enfrentou foi a falta de informações ou informações desencontradas sobre o caminhão.
Uma testemunha chegou a afirmar que se tratava de um caminhão de uma transportadora de combustível.
Mas, a história foi logo esclarecida.

O caminhão havia sido abordado em um antigo posto de combustíveis, no bairro Cerâmica e o motorista trapalhão estava detido no local.
Registramos a outra batida e fomos para o bairro Cerâmica.
Pelo caminho, quase que outros carros se acidentaram.
Um fusca quase bateu na Parati da TV.

Mas, voltando à história, chegamos no local e o motorista não queria que gravasse o caminhão.
Expliquei a ele que iria gravar e preservaria apenas a imagem dele.
Aí, veio a surpresa.
O caminhão não transportava óleo.
O que vazou por oito quilômetros de vias da cidade era gordura vegetal.
Fui gravar a carga e, mais uma vez, o motorista não queria que gravasse.

O material era transportado em uma espécie de saco plástico tamanho família e amarrado com arame.
Eram 280 quilos de gordura vegetal hidrogenada que escorriam pela traseira do caminhão e já faziam uma poça no chão.
A tal da gordura no chão escorrega de verdade!
Tínhamos que tomar cuidado pra não cair.

O motorista não falou muito.
Mas, disse que pegou a carga numa empresa no bairro Benfica, na zona norte de Juiz de Fora, e iria pra Contagem, na Grande BH.
As notas pareciam estar corretas e informavam que a carga de gordura e farinha seria devolvida ao fornecedor.

Porém, o caminhão não tinha a documentação de 2009.
Os policiais que registraram a ocorrência fizeram duas autuações:
a primeira pela falta de documentos e a segunda por derramamento de carga na pista.
Esta última rendeu multa gravíssima, de 180 Ufirs, e teria rendido a apreensão do veículo.
Mas, a legislação permite que, em caso de carga perecível, o caminhão seja liberado.
Esperamos para gravar com os responsáveis pela transportadora e pela empresa dona da carga. Mas, ninguém apareceu por lá.