sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Idosa que furtou celular é reconhecida

Por Robson Rocha

A imagem da semana em Juiz de Fora foi a de uma mulher idosa furtando 
um celular dentro de uma loja no centro da cidade.
Ela não se intimidou com a loja cheia, nem ligou para a presença de quase quarenta funcionários e muito menos se importou com o sistema de segurança da loja.

Tranquilamente, ela passeou entre as prateleiras até encontrar uma vítima.
Circulou em torno da mulher escolhida, ou melhor, da bolsa escolhida, e atacou com mãos de veludo.
A vovó abriu a bolsa e retirou algo, se afastou um pouco, mas parece que não gostou.
Pois, logo jogou fora e voltou. 
Parou próximo à vitima e novamente retirou alguma coisa de dentro da bolsa.

Dessa vez, algo interessante, um celular. 
A idosa saiu na maior tranqüilidade da loja. 
Mesmo tendo mais de sessenta anos, foi mais rápida que a segurança da papelaria. 
Talvez, se ela tivesse roubado algo da loja, eles teriam sido mais rápidos.
Mas, pelo menos conseguiram avisar à vitima que ela tinha sido roubada, dando conta do prejuízo.

Fui aguçado pela curiosidade de descobrir quem era essa Vovó “esperta”. 
Mas, por onde começar a procura?
Eis que um amigo, da 3ª CME, deu a primeira pista.
“A mulher mora na Zona Norte de Juiz de Fora.”
Mas, era muito pouco, a região é muito grande.
Com alguns membros de uma igreja evangélica, ele conseguiu a informação do bairro em que a idosa mora.
No dia seguinte, não conseguia contato com meu amigo. 
O problema: o celular com minha agenda pifou e cadê o número?

Depois de ligar para todos os números da CME e não conseguir o contato com meu amigo, liguei para o Fabiano, que considero como um irmão, e em poucos minutos ele me retornou com o número.
Contato feito, a idéia era chegar junto com a polícia na casa da senhora. 
Mas, o plano furou.

Aí, conseguimos o nome da rua e a cor da casa. 
Já estava melhorando. 
Por fim, conseguimos o número da casa e o nome da senhora que vamos tratar por W.
Hoje, pela manhã, me dirigi ao bairro para confirmar os dados e ver se conseguia gravar alguma coisa.
A casa estava toda fechada, inclusive as cortinas. 
Conversei com alguns vizinhos e eles me confirmaram o nome da senhora.

Depois de uns vinte minutos, uma mulher saiu da casa e ficou conversando com a vizinha. 
Não era a W. mas aproveitei e gravei algumas imagens.
Como estava com o meu carro, me aproximei mais da casa para ver se realmente não era a idosa.
Por fim, decidi ir embora. 
Isso porque os moradores já tinham me falado que W. estava sumida esses dias.

Voltei pra TV e mostrei o material para a Elisângela, nossa editora. 
Conversamos e chegamos à conclusão de que era melhor fazer uma tentativa por telefone.
A Flávia Crizanto, que substitui a Michele na rua durante a licença maternidade, ficou com a responsabilidade da ligação.
Com o endereço foi fácil descobrir o número do telefone.
Depois de algumas tentativas, uma mulher atendeu e quando a Flávia perguntou se a W. estava em casa, ela desconversou e disse que não havia ninguém com esse nome naquela casa.

A Flávia então se identificou e disse que W. tinha sido reconhecida e que o endereço era aquele. 
E que apenas queríamos gravar, sem mostrar o rosto da idosa.
Nesse momento, a mulher, sempre muito educada, disse que é nora de W, que os filhos tinham internado a mãe e que a idosa estaria com distúrbios.
A Flávia perguntou onde W. estaria internada, mas a nora não quis dizer.

Quando perguntada pelo produto do roubo, ela disse que a sogra teria jogado fora, por não estar num juízo perfeito.
Ela pegou telefones de contato da TV e ficou de ligar depois de conversar com o marido e os cunhados.
Esse caso reforça o que eu e a Michele destacamos sempre aqui no blog: a necessidade de conquistar boas fontes. 
Se você tem a confiança de uma pessoa, ela vai passar tudo o que descobrir de interessante. 
E essa parceria não é formada de uma hora para outra, tem que ser cultivada e valorizada.