quinta-feira, 14 de junho de 2012

Briga de gangues dentro do HPS de Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Eu estava chegando em casa e passei na porta do HPS.
Da calçada já dava para ver que tinha algo errado acontecendo.
Gente assustada, ambulâncias fazendo fila na rampa de entrada e muitos policiais militares.

Impossível não parar para saber o que estava havendo.
Uma mulher contou que uma gangue invadiu o hospital para matar um desafeto que estava internado, houve briga lá dentro e quem esperava atendimento saiu correndo com medo de tiros.

As informações estavam muito confusas.
Enquanto gravava com o celular, liguei para o Robson e o Evandro que estavam trabalhando na parte da tarde.
Era por volta de 16h e eles estavam do outro lado da cidade.
Para não perder o caso, pediram ao Vagner Tolendato, nosso estagiário, e à Flaviane Falcão para irem ao HPS adiantar o trabalho enquanto eles deslocavam.

Num trabalho conjunto, conseguimos garantir boas imagens para que o Evandro e o Robson fechassem uma ótima matéria.
Eles chegaram e assumiram o caso.
Sete jovens e adolescentes foram levados para a delegacia.

As histórias eram contraditórias.
O pai do adolescente que estava internado depois de ser esfaqueado no feriado de Santo Antônio disse que ele e o outro filho estavam acompanhando o paciente quando viram os integrantes de um grupo rival de outro bairro andando pelos corredores.
Achando que eles iam matar o garoto ferido, os dois partiram para cima.

O grupo suspeito de invadir o HPS contou outra versão, alegando que um deles estava ferido no braço e foi lá para ser atendido.
Eles só não explicaram porque levaram duas facas para um hospital.
Elas foram apreendidas pela PM e apresentadas como armas apreendidas com o grupo do bairro Jardim Gaúcho.

Ficou o dito pelo não dito.
Como as histórias não batiam, todo mundo foi liberado para continuar a briga nas ruas, nos hospitais ou onde mais acharem conveniente.
Enquanto isso, quem não tem nada a ver com a briga deles acaba na linha de tiro, ou de facada.

Todo mundo que estava no hospital ficou apavorado com a demonstração de falta de medo das autoridades.
Eles brigaram dentro de uma área supostamente segura.
Se os policiais militares e os guardas municipais não agissem rápido, poderia ter havido uma tragédia.

No local, funcionários do HPS me contaram que um pm de folga estava no corredor e foi quem viu o perigo e imobilizou o invasor que levava uma faca, chamando a segurança.
Isso não foi confirmado e o Robson e o Evandro ficaram até tarde naquela noite esperando um posicionamento da PM e alguém para gravar, o que não aconteceu.

Assassinato em Juiz de Fora - grávida esfaqueada

Por Michele Pacheco


Os moradores do bairro Bela Aurora, zona sul de Juiz de Fora, acordaram assustados com uma gritaria.
Eles correram para ver o que tinha ocorrido e encontraram o corpo de uma vizinha, de 41 anos, caído na calçada, a uns 50 metros da casa dela.
A mulher grávida de 3 meses estava morta com uma faca fincada nas costas.

Um morador contou ter ouvido gritos e imaginou que era um cão atacando alguém.
Ele abriu o portão e viu a mulher sendo atacada por um conhecido dele.
O homem estava muito exaltado e custou para ser controlado por essa testemunha e outras pessoas que passavam.
Diante da cena brutal, houve uma tentativa de linchamento.

O assassino conseguiu fugir com um ferimento na cabeça.
Ele foi visto trocando de roupa num supermercado do bairro vizinho, Teixeiras.
A polícia militar fazia rastreamento, recebeu essa informação e agiu rápido.
Dois policiais da 32a Companhia PM pararam um homem com as características passadas por testemunhas e ele confessou o crime.

Uma pena que não conseguimos autorização para gravar com os pms.
Eles mereciam destaque pelo empenho na ocorrência.
Mas, ultimamente a Polícia Militar tem se mantido mais afastada da imprensa.
A informação é sempre que apenas a assessoria de comunicação pode passar dados ou gravar entrevista.
Lamento, porque quem está na rua dando sangue pela comunidade merecia reconhecimento.

Eu e o Robson estávamos a caminho do local do assassinato, quando vimos um homem sendo abordado.
Paramos e confirmamos que era o suspeito do crime.
Gravamos com ele, que disse que a mulher o chamou de macaco, ele reclamou, os dois brigaram, ela bateu na cabeça dele e o pedreiro de 59 anos reagiu com a faca.

Ele tinha um corte na cabeça e estava com uma sacola cheia de roupas sujas de sangue.
Perguntei por que o sujeito fugiu, já que alegava legítima defesa.
Ele negou estar fugindo e perguntei por que parou para trocar de roupa no supermercado.
O homem respondeu na maior tranquilidade que se trocou para ir trabalhar.
Perguntei como ele conseguia agir com tanta naturalidade depois de admitir ter matado uma pessoa e não tive resposta.

 O suspeito mora a uns três quarteirões da casa da vítima.
Mesmo assim, os familiares da mulher afirmaram que ela não conhecia o pedreiro, apesar de frequentarem a mesma igreja.
Testemunhas contaram aos policiais que o sujeito foi visto escondido atrás de um poste no alto da rua, bem em frente ao local do assassinato.
O amigo dele contou que andava com medo nos últimos tempos porque o pedreiro vinha pedindo orações e dizendo que o diabo tinha mostrado alguém para ele matar.