terça-feira, 30 de julho de 2013

Acidente entre carreta e cinco carros mata 10 na BR 116

Por Michele Pacheco

"Meu irmão aprendeu a dirigir quando ainda era adolescente. A estrada era a vida dele. 
Ele amava muito essa profissão".
Foi assim que o José Geraldo Vieira descreveu a importância do trabalho na vida do irmão caminhoneiro.
Balbino Caetano Vieira, de 42 anos, era o motorista do caminhão que pegou fogo depois de tombar na Br 116 e bater em 5 carros.

A carga de combustível espalhou as chamas pela Rio-Bahia.
Nove pessoas morreram carbonizadas e outras 10 ficaram feridas.
Cristiane soube da morte do irmão caminhoneiro pelos telejornais e foi com a família ao local.
Da cabine retorcida, ela ajudou a retirar os ossos que mal enchem uma sacola.
Foi um apelo da mãe, que queria enterrar o que sobrou do filho, morto a caminho de casa. 

Os feridos foram levados para a Casa de Caridade Leolpoldinense.
Segundo  Wolney Aguilar, Administrador do hospital,  9 feridos deram entrada e 3 permaneciam internados até ontem.
Uma jovem com 95% do corpo queimados estava em estado gravíssimo e morreu.

Ela viajava para Volta Redonda com três amigas que também morreram.
Elas iam para a faculdade, onde estavam na reta final do curso de Medicina.   
Na Casa de Caridade restaram um homem e uma mulher em observação.
Dois homens foram transferidos para hospitais de JF e do Andaraí-RJ em estado grave.

Desde o acidente, as cenas no hospital eram de desespero e sofrimento.
Os corpos estavam irreconhecíveis.
A prima do Dangelo e a filha dela, de um mês morreram no acidente.
O marido foi levado em estado grave para o hospital do Andaraí, no RJ.
O advogado culpava as autoridades que não tomam providências em rodovias perigosas.
Para ele, o governo só coloca radares em pontos que rendem mais arrecadação, deixando de lado trechos perigosos como o de Leopoldina.

As vítimas eram de Taubaté, São José dos Campos, Rio de Janeiro, JF e Manhuaçu.
Durante todo o dia, os parentes ficaram na porta da Casa de Caridade.
A Polícia Civil se mobilizou para agilizar o reconhecimento por meio de comparação das amostras.
A coleta de sangue foi feita na tarde de terça-feira e o material foi enviado para Belo Horizonte para as análises.

Quase 20 horas depois do acidente, ainda havia vestígios da tragédia na rodovia.
O combustível que caiu na canaleta, passou por baixo da estrada e chegou ao ribeirão que abastece Leopoldina.
Técnicos da Copasa monitoraram o local.
O abastecimento de água foi suspenso na terça-feira e retomado na quarta.