quarta-feira, 27 de maio de 2009

Meningite em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Uma menina de dois anos está internada na UTI Neo-natal do Hospital Albert Sabin, em Juiz de Fora.
Segundo a médica plantonista da UTI, ela tem meningite causada por hemófilos.
A doutora Márcia Mizrahy estava feliz com a reação da criança ao tratamento e comemorava o bom resultado.
Até aí, seria apenas mais um caso da doença registrado e tratado.
A garotinha passa bem e deve voltar para casa em breve.

Mas, o assunto causou susto nos pais de alunos de uma escola na zona leste da cidade.
Como a menina estuda lá, a direção decidiu suspender as aulas por uma semana.
A informação passada aos pais era de que a medida visava evitar o contágio e permitir a higienização da escola. A Vigilância Epidemiológica do município foi acionada. A Sônia Rodrigues, médica do departamento, esteve no local e conversou com os pais. Ela explicou que a suspensão das aulas em momento algum foi solicitada pelo departamento e que era desnecessária. As crianças que tiveram contato com a colega doente foram medicadas e não havia motivo para pânico.

Juiz de Fora não registra surto de meningite há quase 20 anos.
Em 2007, foram confirmados 51 casos da doença.
No ano passado, o número caiu para 31.
Em 2009, até agora, são 19 registros.
Os sintomas mais comuns da meningite são febre, dores de cabeça, vômito em jato e rigidez na nuca.
O pediatra Antônio Aguiar lembra que as crianças são as principais vítimas e correspondem a 50% dos pacientes de meningite.

A transmissão pode ser feita por tosse, espirro e gotículas de saliva.
Uma pessoa que possui vírus ou bactérias que causam meningite não vão necessariamente desenvolver a doença.
Mas, podem passar adiante esse agente causador a quem está por perto.
Nessa época do ano, quando o frio leva as pessoas a manterem janelas fechadas e a ficarem confinadas em grupo, o contágio é maior.

A meninge é uma membrana que recobre o cérebro e a coluna vertebral.
Quando ela é atacada por vírus, bactérias, fungos ou parasitas, o organismo reage e envia ao local os leucócitos, que são as células de defesa.
A reação entre esses defensores do corpo e os agressores causa uma inflamação que é conhecida como meningite.

Essa explicação tão simples foi feita pelo Antônio Aguiar e decidi usar o dado na minha passagem.
Só que não tínhamos levado para o consultório dele o nosso microfone de lapela.
Resultado, eu ficava me contorcendo para segurar o protótipo de uma cabeça ilustrando a doença, manter o microfone a uma distância correta e explicar a doença.
Ficou no mínimo cômico e eu quase dei nó nos braços.

A solução partiu do pediatra: ele iria segurar o microfone, enquanto eu explicava.
Sempre bem-humorado, ele é o tipo de pessoa a quem a gente confia o filho sem dúvidas.
Está ligado nas novidades do mundo da medicina e tem uma paciência incrível com os pais e as crianças.

Conhecemos o Antônio Aguiar desde que comecei a trabalhar na TV Alterosa, em 97.
Ele sempre foi um profissional que merece elogios.
E ainda se empolga com o jornalismo.
A foto mostra o quanto ele se divertiu bancando o repórter e invertendo comigo os papéis de entrevistador e entrevistado.

Ele fez tudo isso sem perder a chance de esclarecer mais sobre a doença.
A vacina sempre desperta dúvidas.
Quando algumas pessoas ouvem falar de casos de meningite, costumam cobrar a prefeitura a vacinação em massa.
Mas, o Antônio lembrou que a vacina só imuniza contra um tipo de meningite, o causado por meningococo C.
Em Muriaé, em 2006, foi esse o tipo identificado e o governo federal disponibilizou milhares de doses da vacina.
Mas, em Juiz de Fora, esse tipo não é o mais registrado, o que torna inútil a vacinação.

Um comentário:

  1. Michele e Robson
    parabens pela reportagem.lá na tv achei que a edição ficou muito boa,diria bastante esclarecedora.Qto ao noticias fora do ar,não é preciso dizer que alem de gostar rí muito.a verdade é"devemos estar sempre prontos a aprender" já me sinto meio reporter rsrsrsr.Ah,obrigado pelos elogios e confiança.

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