Quem somos

Minha foto
JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Chuvas de verão? Sofrimento à vista!

Por Robson Rocha

Uma coisa que todo mundo que trabalha na externa do jornalismo aprende é a lidar com o humor de São Pedro. No período de outubro até março é difícil conseguir um dia em que você trabalhe com uma temperatura agradável e não transpire igual a uma tampa de chaleira.Geralmente quando você sai para uma reportagem o carro já está no sol, quando abre a porta do dito cujo, já vem um bafo quente. Entra e se sente em uma sauna seca. Só pelo calor já dá pra imaginar que o dia vai ser um... INFERNO. Aí você que está lendo diria: “é só ligar o ar condicionado!” – Brilhante! Mas isso prova que nunca entrou em um carro de reportagem.

Tudo bem. Vou seguir sua sugestão. Ligo o ar-condicionado. Surpresa! Ele não funciona. Aí é suar, literalmente, a camisa e torcer para o desodorante não vencer, digo, perder para o cecê.
Lá pelas 4 da tarde, São Pedro, gente boa, resolve dar um refresco. Baixar a temperatura? Não. Ele manda chuva.

Aí fu... Não posso escrever palavrão, senão a Michele vai reclamar. Mas voltando ao tempo, lembra que suei a tarde toda? Pois é, tenho que vestir a capa de chuva. Ela entra colando, puxando todos os pelinhos do braço.
Mas você vai lembrar da Michele e realmente... Ela tinha feito uma escovinha básica, rá, rá rá... Desculpe é que não resisti. O cabelo já era, o blaizer escondido pela capa... O modelito é lindo, isso sem esquecer a maquiagem e o detalhe do capuz.

Mas enquanto ela está na frente da câmera com a capa, eu desisti da capa. Eu suava tanto, que molhado por molhado, a chuva é fresca.

Na última enchente em Ewbanck da Câmara, cidade próxima à Juiz de Fora, fomos gravar. Enfiei minha maravilhosa 7 léguas; quando entrei na água, senti minha meia fria. Mas poderia ser o suor que foi resfriado junto com a bota, certo? Errado. A água encheu a bota, o solado dos dois pés rachou. E a molecada rolou de rir do mané arrastando os pés até poder passar a câmera pra Michele e tirar a bota.


Depois de comprar outro par de meias, calcei meu coturno e fui gravar. O Olavo Prazeres, da Tribuna de Minas, tirou a foto, logo depois. Dá para imaginar o meu humor, né?

E tem também a chuva de molhar bobo. É aquela que você não dá nada por ela e quando volta, uma hora depois, parece um pinto molhado. Dia de chuva fina é sinônimo de acidentes nas estradas e normalmente os veículos caem em ribanceiras, de pontes...
Em Ewbanck tem um viaduto de 30 metros de altura, onde sempre acontecem acidentes e os carros caem debaixo da estrutura e para fazer alguma imagem, tem que descer.
A descida tem muito mato, que você vai tombando com os pés, o mato se mistura com o mingau de água e terra e vira um escorregador. De cada 5 pessoas que descem, pelo menos três vão se encontrar com o chão. Na descida batem com a região glútea e na subida normalmente resvalam os lábios na relva. Posso dizer, por experiência própria, que a sensação não é muito boa. A relação de adjetivos que você quer dizer na hora é infinita.
E quando chega de volta à estrada molhado, sujo, com um vergão na testa (geralmente margem de estrada tem muito bambú e dá pra imaginar onde ele bate.) alguém te pergunta: “que cara feia é essa?” - Vou falar o quê?