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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Apreensão de caça-níqueis em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

A Polícia Militar recebeu uma denúncia de dois pontos de jogo ilegal em Juiz de Fora.
As investigações confirmaram que numa loja na rua Halfeld e num apartamento na Avenida Rio Branco havia equipamentos irregulares.
Uma equipe a Força de Deslocamento Rápido da Polícia Militar agiu em conjunto com o serviço de inteligência da PM.

Hoje, no início da tarde, policiais à paisana foram aos locais e constataram a irregularidade. Policiais fardados entraram em ação.
Eles abordaram quem estava jogando e trabalhando nos dois locais no centro da cidade.
As máquinas foram lacradas e apreendidas.

O que chamou mais a atenção dos policiais foi o segundo ponto vistoriado.
Num condomínio residencial na avenida mais movimentada da cidade, nada indicava que um dos apartamentos tinha sido transformado em ponto de jogo ilegal.
Do lado de fora, não há qualquer indício.
Mas, entrando no apartamento, a gente observa que a primeira sala está vazia.
Outros quatro cômodos estão cheios com o equipamento.

São três quartos e a cozinha.
Os policiais chamaram atenção para o fato das máquinas serem de tamanho pequeno ou médio. "Antes, eles usavam as máquinas grandes, com aqueles consoles.
Agora, para facilitar a instalação e o transporte, estão adotando um equipamento mais portátil.
Assim, quando a polícia está na pista dos donos e gerentes do jogo, eles se mudam rápido, para despistar" explicou o Subtenente Colares, responsável pela operação.

Outro fato curioso é o empenho dos envolvidos com os caça-níqueis em facilitar o pagamento.
Os clientes podem usar dinheiro, cheques ou cartões.
No apartamento foram apreendidos R$1390,00, dois cheques de bancos diferentes e duas máquinas de débito automático e cartão de crédito.
Três pessoas que estavam no local jogando foram detidas e encaminhadas à 7a Delegacia Regional de Polícia Civil.

IPTU com taxa de TV causa polêmica em Muriaé

Por Robson Rocha

Depois de três dias de folga, voltamos ao trabalho na segunda-feira cedo.
Quero dizer, bem cedo.
Seis horas a gente estava na TV.
Hora de revisar equipamentos, carregar o carro, abastecer e pé na estrada. Destino: Muriaé.
Na BR 267, o trecho que percorremos de Juiz de Fora até Leopoldina estava tranqüilo.

Já na BR 116, o movimento era maior, mas bem tranqüilo.
O estado da estrada no trecho entre Leopoldina e Muriaé é bom.
Praticamente não existem problemas na pista.
Em dois pontos há obras de recuperação da rodovia.

Mas, com o asfalto em bom estado surge outro problema, alguns motoristas abusam da velocidade e colocam em risco não só suas vidas, mas também as dos outros motoristas e pedestres.
Contudo, nossa viagem foi tranqüila.

Chegamos a Muriaé. A primeira pauta era sobre a cobrança de taxa, incluída no IPTU, de manutenção das transmissões de TV na cidade.
O local marcado na pauta era próximo à TV Atividade e encontramos o Silvan Alves, jornalista da TV.
Batemos um papo rápido e fomos gravar com o Sebastião Ribeiro.

O Sr. Sebastião Ribeiro é presidente do Clube de Televisão de Muriaé, criado em 1959.
Mas, vou resumir a história da cobrança da taxa no IPTU.
O Sr. Sebastião é um personagem dessa história.
Na década de 1950, alguns moradores descobriram que era possível captar o sinal da TV Tupi, do Rio de Janeiro, no alto da Serra de Pirapanema.

Dali, eles conseguiram retransmitir o sinal para a cidade de Muriaé e foi criado o Clube de Televisão de Muriaé.
O Clube conseguiu retransmitir sinais de outros canais.
E o custo começou a crescer.
Para ajudar na manutenção dos equipamentos foi que surgiu a taxa. No início, era uma contribuição voluntária e aos poucos virou regra para todos que recebiam os sinais das emissoras.
O dinheiro arrecadado era usado no conserto e na aquisição de peças para os equipamentos e torres.

Em 1983, a contribuição deixou de ser voluntária.
Uma lei municipal faz com que os moradores de Muriaé sejam obrigados a pagar pela manutenção dos equipamentos de transmissão de TV na cidade.
Segundo uma fonte da prefeitura, no ano passado o município arrecadou quase três milhões de reais, sendo que quatrocentos mil reais teriam sido arrecadados com a taxa.
Esses dados não foram confirmados pela administração municipal.
O valor da taxa de TV cobrada no IPTU varia de 6 a 121 reais. Essa variação é proporcional ao valor do imóvel e só não paga quem provar que não pega TV Aberta em casa.

Voltando à matéria, o Sr Sebastião nos levou até o morro das torres de TV.
O local parece abandonado.
O mato está bem alto, torres com vários pontos de ferrugem.
Ele disse que no passado o dinheiro era repassado para o Clube de TV, mas que agora outra empresa recebe para fazer a manutenção dos transmissores.

Aproveitamos a parte da manhã para fazer imagens da cidade e também das antenas espalhadas por Muriaé.
Tivemos que interromper essa pauta para fazer um protesto contra uso do formol em salões de cabeleireiros.
Na parte da tarde, fizemos uma pequena matéria e seguimos com as gravações sobre a taxa de TV.
Ouvimos uma atendente que reclamou muito.
Ela morava numa das casas que racharam no ano passado, depois de um vazamento.

A Adriana estava indignada, porque a família dela não recebeu nenhuma indenização, mas o carnê do IPTU foi enviado.
A avó dela ganha R$ 600 de aposentadoria e vai ter que pagar R$ 90,98 de IPTU.
Só da taxa de TV, ela vai pagar R$12,09.
A cobrança num momento tão difícil, em que a família está vivendo de aluguel, sem poder voltar para a casa toda rachada é criticada.

Lá, encontramos com a Mariere Mageste e com o Cláudio Cordeiro, do jornal Diário de Muriaé.
Eles nos relataram alguns casos.
O Cláudio é nosso velho conhecido, além de repórter fotográfico, também é blogueiro.
Aliás, ele tirou algumas fotos e ficou de nos enviar, mas não enviou.
Seguindo no caso da taxa, Mariene e o Cláudio nos levaram até a casa de outro muriaeense insatisfeito.

Outro morador que não anda revoltado é o Elias Muratori.
Ele é jornalista e paga R$ 189,76 de IPTU.
A taxa de TV neste ano veio com o valor de R$ 24,17.
A reclamação do Elias é de que a TV Aberta deveria ser uma diversão gratuita para a população.
Mas, com essa taxa, os habitantes de Muriaé estão pagando por um serviço que o governo federal já determinou que seja de graça.

O tempo estava passando rápido.
Terminamos a entrevista e na saída aproveitamos para tirar uma foto.
Mas, não dava pra ficar enrolando, a Carla Detoni, nossa produtora, já havia marcado para duas e meia, uma entrevista com a procuradora geral do município Daniela Tambasco.

Fomos direto para o Centro Administrativo de Muriaé.
A procuradora já nos aguardava.
Muito educada, ela nos explicou o ponto de vista do município e explicou que a taxa já era cobrada há vários anos.
Também nos disse que os moradores só pagam a taxa se na casa chegar o sinal de TV Aberta.
Se o morador provar que para assistir TV ele usa parabólica ou TV por assinatura, pois não pega nenhum sinal de TV com a antena comum, ele é isento da taxa.

Daniela Tambasco também disse que a taxa é para a manutenção dos equipamentos.
Segundo ela a TV Alterosa tem transmissor próprio na cidade, mas a maioria dos transmissores de TV e das torres pertence ao município.
A manutenção fica por conta da prefeitura que licitou e contratou uma firma para fazer a manutenção dos equipamentos.

Saímos e fomos gravar uma passagem.
Apesar do prédio da administração ser imponente, o lugar não ajudava muito.
Posicionar a Michele foi difícil, pois a luz no fundo era mais intensa que a de onde ela estava.
O jeito foi pegar meu pequeno Sun gun e praticamente colar no rosto da Michele para melhorar a imagem.

No fim, tudo deu certo.
Antes de voltar, gravamos mais um material sobre as obras no túnel Dornellas.
Como eram só imagens, não gastamos mais do que quinze minutos para o registro.
Pouco mais de quatro da tarde e hora de pegar estrada novamente.

Se na ida a viagem foi tranqüila, na volta a tranqüilidade estava só na paisagem e fora da estrada.
Nesse lugarejo, o jovem boiadeiro tocava suas vaquinhas na maior calma do mundo.
Calma que contrastava com o ritmo da BR 116.

Os pouco mais de sessenta quilômetros de Muriaé até o trevo com a BR 267 estavam movimentados.
Por isso, a atenção teve que ser redobrada.
Além de dirigir o seu carro, temos que estar atentos aos outros veículos, que nem sempre respeitam as normas de trânsito.

Muitas vezes imaginamos que motoristas inexperientes são os maiores responsáveis por acidentes. Mas, em poucos quilômetros percorridos na estrada notamos que os motoristas profissionais são os que mais se arriscam.
Nessa foto, em um trecho onde a ultrapassagem é proibida, o motorista de uma carreta faz uma ultrapassagem dupla em um local sem visibilidade. Se outro veiculo viesse no sentido contrário, o acidente seria inevitável.

Além desses existem outros riscos.
No trevo de Cataguases, crianças e adolescentes se divertem soltando pipa nas margens da estrada.
Eles se movimentam no asfalto, olhando para as pipas no céu, qualquer movimento em direção à pista pode ser fatal.
Pois, provavelmente o motorista não terá como desviar.

Pouco a frente, as pessoas pararam sobre o viaduto para conversar.
Parece brincadeira, nem a gente esperava ver uma cena dessas em plena BR 116.
Tanto, que demoramos para pegar a máquina fotográfica e a foto não ficou boa.
Mas, deu pra registrar.

Sol se pondo, uma cena linda.
Mas, a visibilidade fica prejudicada.
E, nesse horário, trabalhadores rurais estão voltando pra casa a pé ou de bicicleta.
Outro risco para quem está dirigindo, pois muitas vezes só os enxergamos quando já estão muito próximos do carro.

Mas, finalmente chegamos em Juiz de Fora.
Quase sete da noite e foi preciso paciência com os congestionamentos.
Em apenas vinte minutos conseguimos atravessar pouco mais de dois quilômetros de trechos da Avenida Independência, rua Batista de Oliveira, rua Santa Rita, avenida Rio Branco e chegar à TV Alterosa.

Relatórios feitos foi hora de enfrentar o trânsito para ir pra casa tomar um banho, jantar e assistir televisão. E aproveitar, pois aqui ainda não inventaram essa taxa pra TV aberta.

Protesto contra formol em Muriaé

Por Michele Pacheco

Nessa segunda-feira, quem passava apressado pelo centro de Muriaé deu uma paradinha para ver o que estava acontecendo na praça João Pinheiro.
Dois caixões pequenos e cheios de cabelos dentro estavam postos em torno de uma tenda montada bem no meio da praça.

Quem só olhou, não entendeu nada. Mas, quem leu os cartazes entendeu que era um protesto feito contra o uso de formol em salões de cabeleireiro. A Eva Camargo, técnica capilar e especialista em cabelos afro foi a responsável pela manifestação. Ela colocou uma cadeira de cabeleireiro no meio da praça e fez demonstrações com um produto que inventou. A escova biológica não leva formol e é à base de cisteína, um aminoácido da Queratina.

A Letícia Araújo, estudante, foi voluntária para a demonstração.
Ela passou uma hora no tratamento.
A Eva passou o primeiro produto, um shampoo, e massageou bem o cabelo.
Depois, ela aplicou um gloss e começou a trabalhar a escova feita com ajuda do secador e da prancha alisadora.

Enquanto esperávamos o resultado do trabalho, aproveitei para digitar o texto.
Assim, quando chegasse em Juiz de Fora, não demoraria tanto na TV.
Bastaria transferir os dados, gravar os offs e voltar para casa.
Valeu a pena, pois fizemos quatro materiais em Muriaé e chegamos na TV quase sete da noite.

Voltando ao protesto, enquanto a Eva trabalhava, um grupo distribuía panfletos com orientações sobre os perigos do formol.
Uma dermatologista explicou que o produto usado na preservação de cadáveres pode causar graves problemas de saúde.
As doenças vão desde irritação da pele e dos olhos até câncer.
O pulmão é um dos órgãos mais afetados nos cabeleireiros e nos clientes que inalam a fumaça eliminada quando o produto é aquecido com o secador.

A Letícia ficou uma hora na cadeira, entre escoavas, secador e prancha alisadora.
Em momento algum sentimos o cheiro forte e característico das escovas à base de formol ou de outros produtos tóxicos.
A estudante ficou satisfeita com o resultado e saiu feliz com os cabelos lisos e brilhantes.