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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Enchente em Ponte Nova - Minas Gerais

Ponte Nova 18 de dezembro de 2008, agora à tarde.



Enchente em Ponte Nova 18 de dezembro de 2008 pela manhã

Chuva em Minas - Ponte Nova pede socorro

Do Portal PonteNet
Fotos João Matos

Nesta quarta-feira, os pontenovenses começaram a viver novamente o drama das águas.
O rio Piranga que corta a cidade começou a subir e deixar seu leito
Durante todo dia as rádios da cidade, administração municipal e polícia militar alertaram os comerciantes e ribeirinhos.
O alerta vai por toda noite e a previsão de mais chuvas aumentam mais ainda a preocupação por mais prejuízos.

18/12/2008-Manhã

Continuam as chuvas e a previsão é que o nível das águas do Piranga continuem subindo ao longo do dia.
Vários bairros já se encontram isolados.
Água e energia começam a faltar na cidade.
Saídas de Ponte Nova para Belo Horizonte, e Viçosa se encontram comprometidas.

18/12/2008 - Tarde

O Rio Piranga continua a trazer prejuízos e preocupação aos pontenovenses.
Existem muitas pessoas ilhadas em suas casas e pedem por socorro.
Apelamos para a Defesa Civil do Estado para que enviem helicópteros e barcos.
Bairros inteiros estão incomunicáveis como Rasa, Pontal, Copacabana, Vila Centenário, Triângulo, Triangulo Novo etc.
A Polícia Militar tem feito um brilhante trabalho mas tanto ela como a Defesa Civil local são insuficientes para atender a todos os chamados.
Destaque muito especial para a imprensa local que está dando cobertura e se esforçam ao máximo para chegar aos pontos mais difícieis da cidade.

Moura Cardoso da Rádio Ponte Nova é um desses profissionais que vem atendendo a centenas de telefonemas de ouvintes que imploram por ajuda.
Ele procura acalmar o ouvinte e ao mesmo tempo registra o chamado e passa para as autoridades ou socorristas de plantão.



Chuva castiga Dona Euzébia - Minas Gerais

Por Michele Pacheco

O período das chuvas mal começou e os mineiros já têm motivos de sobra para chorar.
A Zona da Mata Mineira é uma das regiões mais prejudicadas.
Hoje, fomos a Dona Euzébia.
No caminho, vimos áreas de alagamento em Rio Novo, Guarani, Piraúba e Astolfo Dutra.
Os pastos inundados preocupam os fazendeiros. Quando a água baixar, a vegetação vai se recuperar rápido. O problema é que o gado sofre nessa época de cheia.

Não podíamos parar para registrar tudo o que víamos, pois tínhamos que fazer a matéria em Dona Euzébia e voltar a Juiz de Fora. Mas, de dentro do carro conseguimos algumas fotos legais. Com a minha competência como fotógrafa, é claro que salvamos poucas. Viva a câmera digital, que permite apagar rápido os erros! Estes homens vigiavam o nível da enchente. Eles estavam com um grupo de pessoas na estrada de Rio Novo, de olho nas terras inundadas e no gado reunido num canto do pasto. Para quem vive no campo, toda mudança climática traz conseqüências.

Em quase todos os municípios por onde passamos, havia estradas rurais interditadas.
Esta desapareceu debaixo da enchente.
Se não fossem as cercas, daria a impressão de que no local existia apenas um rio largo.
Mas, em todo canto há moradias.
Por sorte, o pessoal teve a sabedoria de construir as casas em locais mais altos dos terrenos, escapando das áreas de vazão dos rios.

Em Guarani, as pontes ainda podiam ser usadas.
Mas, muita gente estava atenta ao volume de água.
Lá, basta o rio Pomba encher um pouco, para ter alagamentos em diversos bairros e no centro.
Quando isso ocorre, um trecho central fica isolado, pois as duas pontes principais são cobertas pela água. Quando o rio começa a voltar ao normal, as ruas ainda ficam inundadas por um bom tempo, devido à dificuldade de escoamento.

Em Dona Euzébia, a situação está crítica.
Desde terça-feira, as chuvas fortes e constantes que atingem a região têm causado estragos.
A zona rural está debaixo d'água e toda a parte baixa da cidade foi inundada.
A enchente foi causada pelo aumento considerável do volume dos rios Xopotó e Pomba.
Eles se unem no município.
Com tanta água a mais, só podia dar problemas.
Já foram decretados estados de Emergência e de Calamidade Pública.

Numa rua no centro, encontramos os moradores correndo contra o tempo, e aproveitando que a chuva estava mais fraca, para retirar móveis e objetos pessoais que foram salvos da inundação.
Na calçada, a geladeira chamava atenção.
Numa hora dessas, a gente o quanto o brasileiro sabe ser solidário.
Os moradores das casas nos trechos mais altos estavam aliviados por ter escapado da força da água.
Mas, estavam com o pé na lama e na enchente, ajudando os vizinhos.
Muita gente cedeu espaço em casa para guardar os bens dos outros.

Esta igreja evangélica participou da corrente de solidariedade.
Em meio aos bancos, foram colocados os móveis, eletrodomésticos e todo tipo de bens salvos da enchente.
Algumas famílias estavam com ar assustado, sem acreditar no que viveram.
Os mais velhos contam que nunca houve outra inundação desse porte em Dona Euzébia. Alguns lembravam que na década de 70 os dois rios também transbordaram causando muitos prejuízos, mas foi em menor escala.

O prefeito Luiz Fernando Ribeiro estava no meio da enchente, avaliando a situação do município e dando apoio aos moradores.
Ele contou que o centro da cidade está todo inundado.
Em algumas ruas, o nível da água chegou às janelas das casas.
As famílias foram tiradas às pressas, pois o volume de água subia rápido na madrugada.
Até hoje, já tinham sido cadastrados 800 desalojados.
A zona rural está isolada e não havia nenhuma notícia sobre as condições das comunidades mais afastadas e se alguém morreu ou está desaparecido.

Esta ponte é o principal acesso à área central.
Ela foi interditada e só era possível entrar à pé.
Ontem, nem isso.
Só mesmo de barco, com risco de ser arrastado pela correnteza forte.
Notamos que muitos moradores iam de um lado para o outro da ponte, levando objetos para pontos mais seguros.
Outros iam comprar mantimentos e outros produtos em lojas que
não tinham sido inundadas.
Numa mesma rua, a Cooperativa de produtores, a agência dos Correios, um supermercado e várias lojas foram alagados.
O dono do supermercado disse que só a solidariedade dos moradores evitou perda total.
Quem tinha carros, ajudou a retirar os produtos.
Foi uma boa estratégia, já que a cidade está sem água potável e sem abastecimento de comida.

Os comerciantes tiveram muitos prejuízos.
Segundo o prefeito, só vai ser possível calcular o que foi estragado, quando a água baixar.
O muro deste depósito de bebidas foi derrubado pela força da enxurrada. As paredes caíram e tudo que estava guardado se perdeu. Os bens públicos também foram destruídos. Pontes, ruas, rede de água e esgoto, prédios públicos foram cobertos pela enchente e vão precisar de reparos. A prefeitura vai contar com ajuda do governo do Estado, já que o Estado de Calamidade Pública foi decretado.

Para piorar a situação, uma tromba d'água caiu em São Geraldo, perto de Viçosa.
Com isso, o volume dos rios Xopotó e Pomba, que já estava baixando, deve voltar a subir.
Todas as cidades que já começavam a se recuperar dos algamentos estão em alerta de novo.
Em Dona Euzébia, a ordem é de vigiar os rios e evitar as áreas de risco.
E a previsão do tempo é de chuva até depois do Natal.