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Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

domingo, 23 de março de 2008

Ponte Nova - Cidade pólo

Por Robson Rocha

Estivemos em Ponte Nova na rebelião, no ano passado, em que morreram x presos.
Na época, me chamou atenção o sofrimento das famílias e a comoção que tomou conta da cidade.
Políticos de todos os partidos estiveram lá e fizeram seus discursos, prometeram resolver o problema e indenizar as famílias.

Pelo que tenho lido, o lado social da coisa se perdeu e o que ficou foi a discussão política. Esqueceram os detentos, os familiares deles e apenas se discute que não querem o presídio lá.
Que ninguém quer uma cadeia por perto, todo mundo já sabe. Pois nessa hora todos esquecem princípios religiosos, éticos e etc. E simplesmente vêem o próprio lado.
Porém, a questão é que Ponte Nova é pólo de uma micro-região e, como toda cidade pólo, tem alguns problemas, como possuir um presídio regional.

Conheço Ponte Nova há vinte anos. É uma dos lugares onde gosto de gravar. É uma cidade bonita, com potencial turístico muito bom e agora com a retomada na economia tem tudo para se destacar.
Desde que todos tenham uma visão de desenvolvimento do município, pois tudo que leio sobre ele são brigas políticas. Aliás, é um pecado o estado do prédio do grande hotel Glória.

Mas, ficamos surpresos no ano passado com o hospital Arnaldo Gavazza. Não sabíamos que a cidade tinha um centro de atendimento com tanta tecnologia. É um atendimento equivalente ao existente nos grandes centros.
Eu e a Michele Pacheco ficamos impressionados a cada sala que passávamos.
O Hospital oferece conforto e tecnologia aos pacientes de 52 municípios da região.

Foi bacana ver a cana-de-açúcar novamente sendo plantada e novas áreas sendo preparadas para o plantio. Isso é geração de empregos. Quem sabe, as velhas usinas voltarão a funcionar ou novas usinas não surgirão.

Outra coisa que nos impressionou foi a Assuvap, Associação de Suinocultores do Vale do Piranga. Quando fizemos uma matéria lá, na década de 1990, ficamos admirados com o projeto do porco light. A idéia da carne de porco com pouquíssima gordura deu certo e o que vimos em 2007 foi uma associação muito bem estruturada, com novos projetos e tecnologia que fazem Ponte Nova se destacar novamente.

Foi muito legal ver que projetos sociais viraram referência para o Ministério das Cidades. Como o CRAS, Centro de Referencia em Assistência Social, que ganhou até uma lei municipal para garantir a manutenção do projeto.

Conhecemos também o Asilo Municipal, que tinha sido todo reformado. Ali vimos que os idosos tinham uma comida legal, conforto, lazer e até uma academia para fisioterapia. Os residentes recebem cuidados como manicures, cabeleireiros, pintura e artesanato vindos de cidadãos voluntários que vão ao asilo periodicamente e contam com 5 enfermeiros. Isso é qualidade de vida!
Lá conhecemos a Maria da Conceição(não temos foto dela).
Ela vivia sozinha pelas ruas e foi levada para o asilo pela Elizabete, a Bebé. A Conceição esbanjava alegria e no dia pediu que a gente a gravasse cantando.
Confesso que gravei chorando, não tinha como não se contagiar com a emoção dela.

E eu queria que todos conhecessem a Conceição. Ela pra mim é o símbolo de Ponte Nova.
Deixou o sofrimento para trás e canta a emoção de viver.

Espero, de coração, ler mais notícias positivas sobre essa cidade que gostamos tanto.

Cidades históricas de Minas - Tentações por toda parte

Por Michele Pacheco

Alguém já ouviu falar de uma mulher que não veja uma feirinha e corra para admirar os produtos? Eu nunca. E admito que é um impulso incontrolável! Até eu, que sou pão-dura, digo econômica, não resisto a uma olhadinha. A gente sempre tem desculpa para essa compulsão.
"Só vou olhar, amor", "acho que vi uma coisinha que vai ficar linda naquele cantinho lá de casa", "pode ter uma opção mais em conta de presente, querido". E tem mesmo!

Já encontrei numa lojinha pequena e discreta do centro histórico de São João del Rei sabonetes de lama de Araxá que minha irmã adora! Minhas sobrinhas já ganharam miniaturas de jarrinhas e panelinhas de cobre para a casinha da Barbie. O Nem, tio do Robson, ganhou de presente uma garrafa de cachaça com umas cuias pequeninas que são lindas. Minha mãe já foi premiada com jogos americanos feitos artesanalmente nos teares de Resende Costa. E por aí vai.

O Robson já se acostumou. Quando vamos para as cidades históricas da nossa área de cobertura e há tempo entre uma pauta e outra, lá vou eu! Com jeitinho vou me aproximando das lojas, estico o olho, avalio o humor do Robson, dou uma indireta, se não cola, dou duas diretas...
A minha desculpa preferida é que eu tenho que estar sempre de olho nas novidades de artesanato que possam servir de matéria para o quadro "Coisa Nossa" do Jornal da Alterosa.
E é verdade! Volto para a TV cheia de cartõezinhos de artesãos e de lojas com produtos artesanais.

Confesso que sou apaixonada pelas cidades históricas. Adoro pintar e elas são um tesouro para os olhos. Já tirei muitas fotos dos casarios de Tiradentes e de São João del Rei. E, assim que conseguir terminar o quadro que estou pintando do Robson, vou providenciar dois barrocos para um cantinho especial na nossa sala de estar. Aquelas ruas de pedra, com os casarios e sobrados do período colonial, são maravilhosas. E as igrejas então?
Eu nunca canso de admirar.

Sou apaixonada por São João del Rei! Parece que lá sempre estou inspirada para caprichar mais no texto. É como voltar para casa depois de muito tempo afastada.
As pessoas nos param nas ruas, perguntam por que ficamos tanto tempo sem voltar lá, nos chamam para um cafezinho. Esse carinho emociona. Afinal, não fazemos nada para merecer um tratamento tão afetuoso. Voltamos para Juiz de Fora com as baterias recarregadas e o humor mais leve. Não há problema que não perca a força diante de tanta beleza e de tanto carinho.
O mais legal é que as pessoas guardam as matérias que fazemos e vêm comentar um detalhe ou outro.

O prefeito Sidney de Souza, o Sidinho, sempre nos lembra de uma reportagem que fizemos há uns dez anos, quando ele ainda era Presidente da Associação Comercial de São João del Rei. Eu estava estreando na TV Alterosa e fomos enviados para cobrir o abandono do complexo ferroviário e da Maria Fumaça, que é o trem de passageiros mais antigo do mundo em funcionamento. Mostramos os problemas, o material foi exibido para todo o Brasil pelo SBT e as soluções foram providenciadas. O Sidinho nos lembra sempre disso, para reforçar a importância da imprensa na luta para preservar o patrimônio nacional.

Falando em Maria Fumaça e complexo ferroviário de São João Del Rei, não dá pra esquecer o Berenício de Carvalho , responsável por muitos anos pela manutenção de um dos pontos turísticos mais visitados da cidade. Ele sempre estava atento a cada detalhe, criando atrativos para levar os turistas ao Complexo Ferroviário e ao museu. Inclusive, abrindo espaço para os artesãos mostrarem o que produzem. Sempre que fizemos reportagens por lá, ele nos ajudou muito e moveu céu e terra para que tivéssemos informações e imagens preciosas. Agora, o Berenício está alçando vôos mais altos, como o responsável pelo Aeroporto de São João del Rei. E fazendo um ótimo trabalho, como sempre!

O Adenor Simões é outra figura querida e especial. Ele sempre foi um "anjo da guarda" para mim e para o Robson. Precisamos achar alguém para melhorar uma matéria e lá está o Adenor com inúmeras sugestões. Precisamos de imagens em exposições que ainda não foram abertas e ele providencia com a maior boa vontade. Adenor é o pai da Capital Brasileira da Cultura.

Foi dele a idéia de inscrever São João del Rei no concurso promovido por uma ong. Foi dele também o maior empenho em realizar todo tipo de evento cultural depois da escolha da cidade histórica, no ano passado. Adenor é uma pessoa incansável, que trata São João como um filho querido, que merece o que há de melhor.

Só posso dizer que podem contar conosco para divulgar sempre essas lindas e preciosas cidades históricas. Mais do que um artesanato belíssimo, comida saborosa e cenários de fazer inveja, elas têm pessoas especiais, que levam a sério a palavra hospitalidade!

Só de falar, já tenho vontade de correr para lá e quem sabe, visitar uma feirinha de artesanato?
É que eu estou precisando tanto de um enfeite para a mesinha da sala...