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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

terça-feira, 29 de abril de 2008

Ferrovias de Minas - Nos trilhos do abandono

Por Robson Rocha

Falando em ferrovia, nossa região convive com o abandono da história ferroviária.
Quando viajamos pela região é possível ver restos do que já foi uma linha férrea.
O trem colaborou para o desenvolvimento da Zona da Mata Mineira.
Aos poucos, ele foi perdendo espaço, os grandes produtores de café e cana faliram e o transporte ferroviário perdeu força.
No mapa as estradas de ferro que existiam em 1961.

No passado, as ferrovias foram um reflexo de um período de desenvolvimento da região.
Um dos registros mais tristes do abandono no presente está em Além Paraíba.
A estação em si e o local onde funcionavam os armazéns estão preservados,
mas os dois prédios mais bonitos estão desabando aos poucos.
E quando cair, com certeza, vai enterrar a história de um dos períodos de maior desenvolvimento de Além Paraíba.
Neles funcionavam hotel e restaurante.

Esta estação chamada de Estação de Porto Novo do Cunha e depois de Estação de Porto Novo, foi inaugurada em 1871 pela Estrada de Ferro Dom Pedro II. Depois, a Leopoldina Railway assumiu a estação.
Em 1957, a Leopoldina foi incorporada à Rede Ferroviária Federal.
Em 1996, a concessionária FCA assumiu a linha, após privatização. Em agosto de 1999, a FCA passou a ter a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) como a líder do grupo de controle da Ferrovia Centro-Atlântica, fortalecendo o processo de gestão e recuperação da empresa.

Mas, não do patrimônio abandonado em Além Paraíba.
No fundo é uma pena que a empresa não tente recuperar aquele patrimônio. Como em Juiz de Fora, onde a MRS, que também tem a Vale como acionista, apenas usa nosso solo, sem dar muito em troca, segundo o Promotor de Meio Ambiente e Urbanismo Júlio César da Silva.
Hoje, os trens a diesel passam dentro da cidade de Além Paraíba e muito próximos às casas.

Segundo o site http://www.estacoesferroviarias.com.br/ a rotunda, local de manonobra dos antigos trens, desabou em março deste ano.
Quem sabe uma hora a Vale se sensibiliza com o abandono de uma das mais bonitas estações ferroviárias do Brasil e, com a força que tem também na política, consiga recursos para recuperar esse patrimônio, enquanto é tempo.
Se isso acontecer, vou querer estar lá e ter o prazer de gravar imagens bonitas, onde até hoje só consegui mostrar a falta de respeito com a nossa história, a história do desenvolvimento de Minas Gerais.

Vandalismo no Cemitério Municipal

Por Michele Pacheco

Descanse em paz! Enquanto os vândalos permitirem!

É um absurdo que nem o "descanso eterno" seja respeitado. Treze túmulos do Cemitério Municipal de Juiz de Fora foram alvo de vandalismo no último domingo.
Segundo o Diretor de Controle Funerário, Getúlio Ademar Nogueira Pavão, na madrugada de domingo os vigias receberam uma ligação de moradores vizinhos alertando que nove pessoas vestidas de preto estavam andando entre as sepulturas na parte mais alta do cemitério. Segundo o diretor, três jovens foram abordados e a polícia militar foi chamada. Depois do registro da ocorrência de invasão, os suspeitos foram soltos por não haver provas de delitos contra eles. Só no dia seguinte é que foram notados os estragos. A Polícia Militar investiga a denúncia de que um grupo de góticos teria feito a depredação.

Fomos ao cemitério registrar o caso e ficamos surpresos com a ação dos vândalos. Túmulos foram quebrados e abertos, lápides foram arrancadas e destruídas, e muitas cruzes foram jogadas no chão. Em meio ao mato que esconde alguns túmulos na parte mais alta, perto do IML, Instituto Médico Legal, os criminosos encontraram proteção contra os olhos dos quatro vigias que trabalham no turno da noite. A suspeita é de que eles tenham entrado no cemitério pulando o muro de um terreno baldio.
O Municipal tem 86 mil m2 e 19 mil sepulturas.

Difícil é entender o que se passa numa mente doentia que acha graça em destruir o que as famílias construíram com sacrifício, num momento de dor e perda de alguém querido. Como será que essas pessoas se sentiriam se encontrassem o túmulo dos pais delas naquele estado de destruição? Será que gostariam de ver os restos mortais de algum familiar desrespeitado por irresponsáveis? Violação de túmulo é crime! Pelo menos, até agora, não foi notada a ausência de ossadas nas sepulturas depredadas.

O pior, é que os suspeitos detidos no domingo usavam roupas pretas e se denominavam góticos (sub-cultura que surgiu na Europa e nos Estados Unidos nos anos 70 e chegou ao Brasil na década de 80 - tem fixação pela morte e vê os cemitérios como se fossem museus e locais de contemplação), denegrindo a imagem de um movimento que sempre foi ligado às artes e à cultura. Os primeiros góticos eram considerados excluídos da sociedade. Para eles, os cemitérios eram um lugar de admiração. O que não se encaixa ao que foi feito em Juiz de Fora. Se o grupo responsável pelo vandalismo se considera gótico, deveria se informar melhor sobre essa sub-cultura e o que ela defende.

Esses vândalos não são góticos, são criminosos!