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Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Morangos movimentam economia em Alfredo Vasconcelos

Por Michele Pacheco

Nesse fim de semana, turistas e moradores se deliciaram com a Festa do Morango, das Rosas e Flores de Alfredo Vasconcelos.
Para os produtores é uma oportunidade de se reunir e comemorar os bons resultados, além de oferecer ao público produtos à base da fruta.
Durante uma semana, 15 mulheres trabalharam sem parar numa cozinha improvisada no Parque de Exposições da cidade.

Elas colocaram à venda 500 litros de licor de morango, 500 vidros de geleia, 12 mil bombons, inúmeras tortas e deliciosos pavês.
Dá água na boca só de lembrar.
Além da culinária com morangos e dos shows, o evento representa uma parte importante da economia do município.

A produção de morangos faz girar em torno de 11 milhões de reais por ano em Alfredo Vasconcelos.
Mas, a expectativa é de aumento da produção e das vendas.
Para isso, 41 produtores se uniram e criaram a Cooperativa Rural de Alfredo Vasconcelos, a Cooprav.
A idéia é garantir mais força nas negociações de insumos e equipamentos e na venda do morango.

Acompanhamos o Marco Morais, responsável pela parte de assessoria da Cooprav, a uma fazenda.
Ele está engajado no projeto de melhoria de qualidade de vida dos produtores e também no incremento da produção e comercialização.
É legal ver a empolgação dele diante das possibilidades de ampliação de mercado e de negócios.
Boa sorte para todos, tomara que tanto esforço tenha recompensas logo.

Na fazenda do Altamiro, nós nos deliciamos primeiro vendo aquelas maravilhas da natureza.
Alfredo Vasconcelos é a única cidade brasileira a cultivar duas variedades chilenas de morangos.
A Camino Real gera frutos enormes e suculentos.
A San Andrea dá morangos um pouco menores, mas ainda assim bem superiores ao que encontramos comumente nos mercados, e bem mais doces.
O colorido das frutas alimenta os olhos e o sabor delas é inesquecível.
Sem falar que os pés produzem dois anos seguidos, ao contrário das variedades usadas antes.

O pior é a fama de comilona que eu estou ganhando.
Só porque estou grávida, todo mundo acha que vou sair atacando tudo de saboroso que colocam na minha frente.
E a nossa produtora, Flávia Crizanto, ainda foi me dedurar para o Marco dizendo que eu não posso ver uma fruta que começo a salivar.
Tudo bem que é verdade, mas a força de vontade foi maior e consegui controlar o ímpeto de mergulhar na plantação.
Juro que só comi umas ou duas frutinhas inocentes!

A história do Altamiro é interessante.
Ele abriu mão do cultivo tradicional e produz morangos semi-orgânicos.
No lugar dos agrotóxicos tão temidos pelos consumidores e tão necessários nas plantações de morangos, ele usa defensivos biológicos.
São produtos encontrados na própria natureza que garantem o equilíbrio ambiental e o combate das pragas sem prejudicar a saúde do trabalhador rural e dos consumidores.

Altamiro colhe 45 toneladas por ano.
Hoje, Alfredo Vasconcelos tem uma produção anual de 1800 toneladas e espera já para o ano que vem aumentar a quantidade produzida e comercializada.
A cidade tem a segunda maior produção de Minas Gerais, ficando atrás do sul do estado.
O que os agricultores fazem questão de esclarecer é que se for levada em conta a quantidade produzida por pé, o município do Campo das Vertentes é o vitorioso.

Os produtos à base de morango feitos na cidade têm mercado garantido.
Se as propostas do Marco derem certo, em breve o nome de Alfredo Vasconcelos vai ser ouvido com frequência nos meios acadêmicos e de negócios.
Pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa já mostraram interesse em acompanhar o processo da Cooprav e o desenvolvimento do grupo.
Isso é muito legal, porque o pessoal de Viçosa tem experiência, credibilidade e pode contribuir com excelentes sugestões.