Quem somos

Minha foto
JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

A saga de um veadinho

Por Robson Rocha

Na terça-feira, fomos gravar no bairro Cerâmica, um veadinho que havia saído da mata do Krambeck, atravessado a avenida Brasil e entrado no bairro.
Ele entrou no Sindicato Rural, foi pego por alguns funcionários e colocado no playground de uma creche.
O bicho estava agitado e tentava sair de todas as formas.
Parecia que ele não enxergava a tela que cercava o parquinho.
O animal vinha com toda velocidade, como se nada existisse na frente dele e se estatelava na tela de aço.

Os bombeiros chegaram ao local e começaram a avaliar as possibilidades para resgatar o bichinho, que a essa altura já estava com ferimentos causados pelas batidas violentas na tela de aço.
Eram apenas dois bombeiros e, é claro, não iam se deixar filmar tentando pegar um bicho arisco como aquele veadinho.
Logo chegaram mais bombeiros.

A idéia era estressar o mínimo possível o animal, pois esse tipo de bicho pode morrer facilmente quando o nível de adrenalina é elevado. E não queriam também que o veado se ferisse mais ainda.
Os bombeiros aproveitaram quando o bicho foi para um canto e entraram no parquinho.
Mesmo sendo cinco homens, numa área fechada, o bicho passou igual a uma flecha pelos militares, mas parou na tela.

Aí, os bombeiros pegaram o bichinho e tamparam a cabeça dele para que se acalmasse. Decidiram também não colocar o bicho na gaiola, mas levar o animalzinho no colo para que ele não se ferisse mais ainda tentando fugir.
O veado foi levado para o IBAMA.
De lá, o animal foi encaminhado para uma clínica veterinária que é parceira do IBAMA e sempre atende casos de animais silvestres levados pelo órgão.
Tudo no 0800, ou seja de graça.
Diga-se de passagem, se o Rômulo Barbosa de Castro não atendesse esses casos na clínica dele, muitos animais já teriam morrido.

Na quarta-feira, fomos gravar na clínica.
Lá, entre inúmeros animais atendidos estava o veado.
O Rômulo foi logo alertando a Michele que era um veado fêmea e que tinha em torno de um ano e meio.
Devido ao estresse, a “veadinha” foi colocada em um local isolado.
Ela tinha sido medicada e já estava quase pronta para retornar ao habitat dela.

Hoje, foi o dia da volta. Às oito da manhã, nos encontramos com o pessoal da 4ª Cia. Independente de Meio Ambiente e Trânsito.
Logo depois, chegou o pessoal da Tribuna de Minas e a estrela, que veio acompanhada do José de Souza, nosso velho amigo do IBAMA,
e lógico do anjo da guarda, o veterinário Rômulo.

Daí, fomos para um areal no bairro Industrial, onde é mais fácil colocar o barco na água e o rio é mais estreito.
Afinal de contas, a mata fica do outro lado do rio.
Lá, tivemos que aguardar, pois não havia colete pra todo mundo.
O sol estava pegando, mas o pior estava por vir.

Os coletes chegaram e colocaram o bicho no barco.Como não cabia todo mundo de uma vez, teria que dar duas viagens.
Aproveitei e fui na primeira leva.
Tive que colocar o colete, é claro!
Mas aí, você sente como é triste engordar.
Parecia que minha barriga estava presa em uma camisa de força e comprimia meus pulmões. Afroxei as presilhas, fiz cara de mau e entrei no barco.

Assentei ao lado do Souza e fomos ouvindo a história que o sorridente Rômulo ia contando, sobre um outro cinegrafista, e perguntando se eu não tinha medo de andar de barco.
Pois o colega de profissão tinha ficado muito nervoso dentro do barco.
Disse que não, mas honestamente?
Sentindo o cheiro horroroso que o rio Paraibuna exalava e a sujeira que passava por ele, dava medo do barco virar.

Depois de um tempo, encontramos um local para encostar o barco, uma prainha aberta no mato da margem.
O local parece ser usado pelas capivaras para chegar ao rio.
Descemos e aguardamos o resto do pessoal chegar para o veadinho fêmea ser solto.
O Marcelo, fotógrafo da Tribuna de Minas, aproveitou para tirar uma foto do Zé Carlos, motorista do jornal. Ele ficou para trás, com ar de tristeza por não caber no barco.
Mal sabiam todos que ele era um sortudo em não ir.

Custou e ouvimos o barulho do motor do barco que estava chegando.
Logo depois, eles nos localizaram nas margens do rio.
Aí foi só aguardar que os policiais militares fizessem a manobra e ancorassem na margem do Paraibuna para a galera descer. Aliás, o cara pilota muito bem!
Enquanto isso, na outra margem do rio, no acesso norte o pessoal observava sem saber ao certo o que estava acontecendo.

A próxima etapa era subir a margem, um barranco íngreme, entrar na mata e encontrar uma trilha de animal para soltar a “veadinha”.
E aí, veio outra parte complicada por causa da vegetação.
Ao mesmo tempo que gravava, eu tinha que olhar onde pisava, proteger meu rosto e a câmera dos galhos, mas o pior ainda estava por vir.

Chegamos ao ponto que o pessoal achou ideal para soltar o bichinho, que já estava dentro da caixa havia muito tempo.
Como o calor era grande, o veado poderia morrer.
O Rômulo abriu a caixa e tirou o bicho, que estava meio atordoado, devido ao estresse e ao tempo fechado na caixa.

Demorou um tempo, até que ela se recuperasse.
Aos poucos ela se levantou, foi se movimentando meio grogue.
Ficou de pé algum tempo nos olhando e de repente foi entrando pela mata e sumiu em meio à vegetação.
Um final feliz, certo?
Feliz para a fêmea de veado mateiro!

Lembram quando disse que descemos em um local usado pelas capivaras e depois que o Zé Carlos era um sortudo?
Pois é, o lugar estava infestado de carrapatos.
A quantidade desses aracnídeos subindo pela nossa roupa era absurda.
A Joana e a Michele fizeram pose para a foto.
Mas, foi só pose.

Na realidade, as duas não paravam de se estapear e pular, tirando carrapatos da roupa.
E elas ficaram mais incomodadas quando o Rômulo falou que esses bichinhos podem ser vetores da febre maculosa.
Com a maior calma do mundo, ele olhou para as duas que, de olhos arregalados, se dividiam entre bater na roupa e ouvir o que ele dizia: que deveríamos ir direto para casa tirar aquelas roupas e passar não me lembro o que no corpo para eliminar os carrapatos.

Fomos pra TV, catei uns 30 carrapatos enquanto a Michele escrevia o texto e gravava o off .
Deixamos o material na redação e fomos direto pra casa.
Depois de eliminar os bichinhos e tomar um bom banho, voltamos ao trabalho para cumprir o restante do nosso horário.
Afinal, tivemos que atrasar uma pauta sobre falta de sangue no Hemominas. Já imaginaram a gente chegar no hemocentro espalhando carrapatos por todo lado e depois ainda entrar no Hospital de Pronto Socorro?! Seríamos apedrejados, com certeza!
E, viva a natureza!

Apreensão de arma e pássaros em Barbacena

Por Assessoria de comunicação organizacional da 13ª CIA IND MAT

Policiais Ambientais da 13ª Companhia Independente de Meio Ambiente e Trânsito Rodoviário, em cumprimento ao mandado de busca e apreensão expedido pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Barbacena, compareceram por volta de 8 da manhã no endereço do autor na rua Bahia - Bairro São Sebastião – Barbacena /MG, onde depararam com 41 (quarenta e um) pássaros da fauna silvestre brasileira, mantidos em cativeiro sem autorização do órgão competente.

Entre os pássaros estão, Sabiás, Trinca-ferros, Canários da terra, Cocotas, Xexéus entre outros. Ainda foram apreendidos vários viveiros e gaiolas.
Ao efetuar a busca no interior da Residência , foi localizada no interior do Guarda-roupa, 01 garrucha de dois canos , calibre 22, sem registro e Onze munições intactas.

Diante do exposto, foi dada voz de prisão em flagrante delito ao autor de 55 anos.
Sendo esse encaminhado a 9ª DRPC., sendo lavrado o auto de infração do no valor de R$ 20,500.00.
Quantos aos pássaros foram levados para o IBAMA
em Juiz de Fora-MG.

Claudecir de Melo, Cb PM
Assessor de Imprensa
032 3333 5466