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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

História da TV brasileira - Descaso em Juiz de Fora

Por Robson Rocha

Olhando para o Morro do Cristo, não dá pra imaginar que uma parte importante da história de Juiz de Fora agoniza lá no alto.
Quando chegamos ao cartão postal mais conhecido de Juiz de Fora, tudo parece certo.
Temos um mirante bonito, uma imagem religiosa e uma capela, que é conservada por pessoas que trabalham por ali, com dinheiro próprio.
Ah, mas continuando nossa avaliação, vemos um monte de parábolas escondendo parte de um prédio.
Olhando pela parte da entrada parece um imóvel relativamente bem conservado.

Esse prédio foi construído para abrigar a TV Industrial, inaugurada em 29 de junho de 1964.
O engenheiro responsável pela obra foi Armando Favatto, que idealizou a construção de forma helicoidal.

Ali, Juiz de Fora foi pioneira em diversos aspectos: a primeira emissora de televisão do interior brasileiro, a primeira emissora da América do Sul a transmitir sua programação através de antena helicoidal e a primeira emissora do interior mineiro a produzir e transmitir programação em cores.

80% da programação da TV Industrial era produzida em seus estúdios.
Em seus telejornais e programas de auditório passaram grandes profissionais como Natálio Luz e Ivan Costa, que na foto estão com Sebastião Cosme, um dos primeiros operadores de câmera de Juiz de Fora. Cosme hoje é supervisor na TV Panorama.

As histórias continuam sendo contadas por quem viveu a época de glamour da emissora, como Natálio Luz, que nos relatou vários fatos e como eram produzidas as 10 horas diárias de programação própria. Segundo Natálio, o regionalismo da TV Industrial era seu ponto forte. Isso sem esquecer os jogos do campeonato carioca.

O mascote da TV Industrial era o Zé Marmita, que morreu em 1980 com a venda da TV Industrial para as Organizações Globo.
Consegui assistir um único arquivo em que a Chistina Mendes apresentava um telejornal e nunca vi nenhum equipamento que tenha sido preservado.
A torre, um marco da história da TV brasileira, foi desmontada

Quando a gente entra no prédio, fica dificil imaginar como era a TV Industrial.
Logo na entrada, o corredor virou um depósito de tralhas.
Tem lixo, restos de equipamentos eletronicos, caixas, madeiras e até sacos de coco.
E, apesar do imóvel ficar fechado, as paredes estão pichadas.

A laje está cheia de infiltrações. Em vários pontos existem rachaduras e é possivel ver a ferragem exposta e enferrujada.
Prova de que há muito tempo não é feito nenhum tipo de manuteção.

No estúdio a situação não é diferente.
O cenário é de abandono total de um patrimônio da cidade.
Esse é o respeito que o poder público tem por um local que foi simbolo do pioneirismo de Juiz de Fora.
O prédio que tem 44 anos, que já foi sondado para ser museu, teve no final do ano passado um processo de licitação.
Segue abaixo o texto retirado do http://www.conlicitacao.com.br/rel/venoticia.php?id=428345 .

MINAS GERAIS - Publicação da Prefeitura de Juiz de Fora, 24 de novembro de 2008.

Concessão de uso do mirante do Morro do Imperador tem concorrência marcada para dezembro.
O uso do prédio do Mirante Salles de Oliveira e do anexo lateral do Morro do Imperador, onde funcionou a antiga TV Industrial, terão a concessão definida no dia 9 de dezembro, às 9h.
A licitação na modalidade de concorrência, tipo maior oferta é promovida pela Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio.

A abertura da licitação ocorre na Sala de Reuniões da Comissão Permanente de Licitação, onde os interessados devem apresentar documentos de habilitação e propostas de preço, como exigidos no edital, disponível no endereço eletrônico www.cpl.pjf.mg.gov.br/.

A concessão do uso será liberada para atividades de lazer, cultura, turismo e/ou restaurante, sendo de responsabilidade do concessionário os reparos necessários e limpeza e manutenção de todo o complexo.
A utilização do Mirante e da Capela permanece liberada para a Prefeitura de Juiz de Fora.

O preço público mensal estimado pela Comissão Permanente de Licitação é de R$ 8 mil, sendo a concessão de uso definida por cinco anos, a partir da data de assinatura do termo. Segundo o secretário de Turismo, Indústria e Comércio, Paulo Cesar Machado, “a concessão do Mirante Salles de Oliveira e do anexo lateral do Morro do Imperador tem como objetivo otimizar o funcionamento dos espaços”.

*Outras informações com a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio pelo telefone 3690-7742.