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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

sábado, 18 de agosto de 2012

Parada do Orgulho LGBT de Juiz de Fora discute combate à homofobia

Por Michele Pacheco

A tradicional Parada do Orgulho LGBT encerrou o Rainbow Fest, o maior Fórum de Homossexualidade do país.
A concentração foi no Parque Halfeld, no coração de Juiz de Fora.
No alto de um dos quatro trios elétricos, os fundadores do MGM, Movimento Gay de Minas, mobilizavam os participantes a fazer uma bela festa contra a violência.

Com bandeiras do Brasil e com as cores do arco-íris, os organizadores lembraram que o combate à homofobia é um exercício diário.
Ainda mais quando o Brasil inteiro comenta os assassinatos de travestis no interior de São Paulo.
Oswaldo Braga Júnior, organizador da Parada, contou que toda semana o MGM recebe denúncias de violência contra homossexuais e de bulling.

Por trás da alegria do evento, encontramos seres humanos que guardam no fundo da alma a tristeza de ver a discriminação começar dentro da própria casa.
São muitos os relatos de quem não teve apoio de pais, irmãos e filhos ao assumir a homossexualidade.
Antônio e Marco Aurélio superaram as dificuldades e comemoram 6 anos de união.

Antônio contou que no início a família não aceitava que ele fosse morar com o namorado.
A relação começou quando ele era adolescente.
Hoje, o cabeleireiro tem a compreensão da mãe.
Já o Marco Aurélio ainda enfrenta a indiferença do filho, o que leva um brilho de lágrimas aos olhos do cabeleireiro ao falar sobre respeito às escolhas de cada um.

Aqui na Zona da Mata Mineira, os casos de violência envolvendo homossexuais são isolados.
Juiz de Fora é considerada uma cidade de vanguarda no combate ao preconceito.
Mesmo assim, ainda convive com cenas lamentáveis, como a protagonizada por um agente de trânsito da prefeitura, debochando dos gays.
O flagrante foi feito pelo Robson no estádio municipal, enquanto o agente multava o carro da TV na área próxima às cabines.

O vídeo foi assistido e compartilhado nas redes sociais por pessoas que não entendiam a reação tão estranha diante de uma ocorrência de trânsito.
O MGM entrou com um processo pedindo punição.
Foi nesta época que descobrimos que a Lei Rosa não poderia ser aplicada, já que o Robson é heterossexual e ela só protege homossexuais.
Até hoje, a única providência de que temos informação foi o afastamento desse funcionário do trabalho na rua.

Durante a Parada, vários participantes vieram conversar comigo e com o Robson para prestar solidariedade pelo que houve e perguntar o que tinha sido feito.
Todos lamentaram a falta de punição exemplar.
Repetimos o que a prefeitura vem nos dizendo durante todos esses meses: há um caminho burocrático a seguir e uma investigação a ser feita.

Casos assim mostram os problemas que a comunidade homossexual enfrenta para garantir o direito à igualdade.
Para quem acha que não há solução, as imagens da Parada dão uma esperança de que seja possível mudar.
No chão, acompanhando os trios, ou no alto dos prédios, o apoio foi enorme.
Muito bacana ver pessoas de todas as idades dançando nas janelas e se divertindo com a passagem da multidão colorida.