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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Gripe A - Pais denunciam sobrecarga no atendimento infantil de Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Conversando com um médico hoje à tarde, fomos informados de que existem apenas três opções com relação à Influenza A H1N1: ou você já pegou, ou você já está com a doença ou ainda vai pegar.
Animador, não?!
Por todo lado, só ouvimos falar no aumento dos casos e das mortes.
Não dá para ficar tranqüilo quanto a uma pandemia dessas.
Mas, até que a explicação do médico nos dá uma sensação estranha de conformismo.
Vale a pena dobrar os cuidados com a higiene e a saúde, para reforçar as defesas do organismo com o vírus.
E rezar para estarmos logo entre os que já tiveram e saíram ilesos ou que nem demonstraram os sintomas.

No início da noite, fomos avisados pela Carla Detoni, repórter produtora da TV Alterosa, que uma mulher tinha ligado revoltada pois estava desde duas da tarde com a neta no PAI, Pronto Atendimento Infantil, e não tinha conseguido que a criança fosse examinada até as seis da tarde.
A menina estava com sintomas parecidos com o da nova gripe.
Fomos para o local e encontramos a Maria José na porta, impaciente.

Ela contou a mesma história.
Chegou às duas horas da tarde, ficou com a criança na sala de espera lotada e viu inúmeros pacientes infantis com suspeita de gripe A, passando de um lado ao outro ou esperando no colo dos pais.
A enfermeira aposentada reclamava do risco de contágio, já que ninguém que esperava a vez usava máscara, apenas os funcionários.

É uma situação complicada.
A doença está se alastrando em todos os estados e o sistema de saúde não acompanha esse crescimento.
É difícil acreditar que não vai haver sobrecarga no atendimento.
A recomendação médica é para procurar as unidades de saúde e os hospitais ao menor sinal da doença.
Mas, será que os funcionários estão preparados e em número suficiente para essa corrida desenfreada de pacientes em busca de médicos?

Pedimos à atendente que chamasse alguém da direção do PAI para nos passar alguma informação oficial sobre a demora no atendimento, mas ela disse que ninguém estava autorizado a falar com a imprensa.
Segundo os pais que aguardavam na sala de espera e na calçada, a explicação dada a eles foi de que havia apenas dois médicos para atender a todos os pacientes.
Depois que algumas pessoas estressaram e chamaram a Ouvidoria de Saúde, outro médico teria chegado para ajudar no atendimento.

Por mais organizada que seja a equipe de saúde de qualquer cidade, o problema foge dos padrões de atendimento.
As autoridades de saúde do país pressupõem um número elevado de pessoas contaminadas com o vírus Influenza A H1N1.
Apesar das medidas preventivas, é impossível impedir que mais gente se contamine.

Incêndio em lote põe vizinhos em perigo

Por Michele Pacheco

A gente cansa de fazer matérias explicando o perigo das queimadas, em especial em lotes vagos perto de moradias.
E o que ocorre todo ano?
Os bombeiros têm um trabalhão para dar conta de todos os focos.
Eu me pergunto se não estou passando direito o recado, se poderia falar de forma mais clara, se não é responsabilidade dos jornalistas abordar o assunto com mais profundidade...
E chego à conclusão de que nada disso resolve.
Faltam educação e consciência de coletividade.

Vejam o caso de hoje!
Vimos uma coluna de fumaça na região leste de Juiz de Fora.
Pensamos: lá vai mais um pasto queimado.
Mas, uma moradora do bairro Bonfim, com quem fizemos matéria na época dos estragos da chuva, ligou para o meu celular e contou que estavam todos assustados numa rua perto da dela, pois um terreno baldio estava pegando fogo e colocando em perigo as casas vizinhas.

Fomos para o local e levamos um susto.
Não dava para passar pela calçada do lote.
As chamas altas tinha chegado às árvores mais próximas do muro.
As labaredas se espalhavam rápido pela vegetação seca.

Os moradores assustados estavam nas portas das casas, acompanhando o fogo avançar pelo lote.
O vento ficou mais forte e as chamas devoraram tudo pela frente.
As crianças se divertiam com o espetáculo perigoso, enquanto os adultos avaliavam os riscos para as casas no entorno do terreno.
Algumas pessoas reclamavam entre si que o dono do lote era o culpado, pois tinha fechado a área e abandonado o local aos ratos e ao mato.
Eles pediam capina há muito tempo, mas nunca foram atendidos.
Pena que não quiseram gravar entrevista.
Numa hora dessas, poucos querem se indispor com os vizinhos.

Um casa ficava cada vez mais na mira do incêndio.
Nela, moram quatro pessoas.
A Aparecida, dona de casa, contou que sentiu o cheiro de fumaça e viu o fogo se alastrando pelo terreno vizinho.
A primeira idéia que teve foi fechar portas e janelas para evitar a entrada de fuligem.
Mesmo assim, o cheiro da fumaça era forte e ela começou a se sentir mal.
Foi então que trancou tudo e foi para a calçada.

Como o fogo só foi aumentando, o pessoal chamou socorro.
O caminhão chegou e dois bombeiros partiram para o combate ao fogo com água.
Primeiro, o trabalho foi feito da calçada, com jatos nas árvores e na vegetação mais alta.
Só quando as labaredas já não eram mais vistas, eles mudaram a estratégia.

Um dos bombeiros subiu no muro para ter visão melhor da área em chamas.
Ele direcionou a mangueira para o mato rasteiro e os arbustos.
Em poucos minutos, o fogo acabou.
Em compensação, a fumaça negra aumentou e se espalhou, transformando a tarde em noite.
O pior é que os moradores contaram aos bombeiros que suspeitavam de dois adolescentes que tinham passado pela rua e jogado alguma coisa no lote, pouco antes de começar o cheiro de queimado.
Que brincadeira de mau gosto!