Sabe quando você está tão concentrada no sono que houve o celular tocar e acha que é parte do sonho?

Ouvi o telefone, mas até cair a ficha e ir até ele, já tinha desligado.
Era uma fonte para passar informações sobre um incêndio.
Como a gente acordou, o Robson acabou sentindo um cheiro de queimado no ar, ligamos para os bombeiros e fomos à ativa.
O endereço é velho conhecido dos bombeiros: Avenida Getúlio Vargas.

As equipes de combate a incêndio usaram uma escada magiros e se desdobraram com mangueiras pelos imóveis vizinhos para ter acesso aos focos.

Olhando a fachada, a gente achava que a situação estava sob controle.
Mas, bastou quebrarem uma janela para liberar a fumaça do terceiro andar e vimos que ainda havia chamas altas.
Fomos convidados por uma moradora do prédio que fica bem em frente e notamos do alto como era complicada a situação dos bombeiros.

Eles quebraram portas e arrancaram telhas para se posicionar no telhado com as mangueiras e empurrar as labaredas de volta para a área em que as outras frentes trabalhavam.
Como todos os prédios naquela área são comerciais, o material inflamável alimentava o fogo.

Os bombeiros arrombaram a porta e tiraram tudo o que estava queimado, para evitar que fagulhas ainda acesas recomeçassem os focos.
Foi triste ver tanto brinquedo virar cinzas.
Até às 8 da manhã, foram usados cerca de 150 mil litros de água no combate ao incêndio.

O trabalho no feriado mobilizou 16 militares do 4o Batalhão de Bombeiros Militar.
É digno de admiração o trabalho deles.
Mesmo com as dificuldades da arquitetura da avenida, não descansaram enquanto havia chances do fogo recomeçar.

Aos poucos, a claridade se espalhou por todos os cômodos.
Segundo o tenente Moisés, dos bombeiros, a suspeita é de que a causa do incêndio seja algum problema na rede elétrica.
Essa suspeita é reforçada quando a gente revê as imagens da loja de brinquedos, com tudo queimado.

O detalhe curioso é que esta loja estava fechada para reformas a cerca de dois meses, depois que um incêndio destruiu tudo.
Quando disse lá no início do texto que o endereço é velho conhecido dos bombeiros, eu me referia a esse incêndio recente na Casa das Bolsas e à tragédia de outubro do ano passado.

Uma delas era um prédio onde funcionava uma loja de borrachas.
O estoque inflamável queimou por mais de uma semana, exigindo atenção constante dos bombeiros, que se revezaram resfriando o local até que todos os focos acabassem.