Quem somos

Minha foto
JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Sequestro e perseguição policial em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Hoje, a manhã foi quente em Juiz de Fora.
Eu e o Marco Fagundes estávamos a caminho do aeroporto para saber se havia novidades sobre a queda de avião que matou oito pessoas perto do aeroporto da Serrinha, quando o Robson ligou.
Uma fonte dele avisou que tinha um sequestro em andamento no bairro Três Moinhos, zona leste da cidade.

Fomos para o local e encontramos uma equipe da PM perto de um escadão.
Eles confirmaram que uma mulher teve a casa da mãe dela destruída pelo ex-companheiro.
A doméstica de 24 anos conversou com a nossa equipe e, chorando muito, contou que vive apavorada desde que se separou.

Ela já registrou vários boletins de ocorrência pelas agressões que sofreu do motoboy de 29 anos e estava sob a proteção da lei Maria da Penha.
Mas, isso não intimidou o homem.
Segundo a vítima, ele entrou por volta de 4h da manhã, armado com duas facas e ameaçando matar a ex-mulher.
Ela pulou uma janela e fugiu por um barranco.

Ainda segundo o relato da vítima, ele ficou irritado, arrancou o menino de 3 anos do colo da avó com violência e fugiu com o filho.
Pela manhã, os pms foram chamados e entraram em ação.
Uma equipe do GATE foi acionada para ajudar a apurar a suspeita de sequestro.

A mãe seguiu com os policiais à procura do filho.
Na rua do suspeito, no bairro Nossa Senhora Aparecida, também na zona leste, o comboio de viaturas parou para que ela tentasse negociar por telefone com o ex-companheiro, com quem viveu por 12 anos.
Quando tudo parecia acertado e ela conseguiu que o motoboy prometesse conversar na calçada da casa da família dele, aconteceu o imprevisto.

Ela deu um grito ao ver um homem numa moto e reconheceu o sequestrador.
Foi uma correria só.
As viaturas saíram em disparada, perseguindo o suspeito.
Ele deu um cavalo de pau com a moto e mudou a direção, voltando para casa.

Os policiais aceleraram para fechar o cerco antes que ele tivesse acesso de novo ao filho.

Mas, ele foi mais rápido, pulou da moto emprestada por um amigo e correu para dentro de casa.
Por sorte, o menino estava passeando na calçada com o tal amigo do pai e escapou de ser feito refém ou servir como escudo humano, que era a principal preocupação da PM.

O comandante do GATE, sargento Webert Marques, explicou que nesse tipo de situação é preciso agir com cuidado para evitar reações violentas do suspeito ou risco maior para o refém.
A casa foi evacuada, os parentes dele saíram às pressas, com crianças, e os policiais fizeram a invasão.
Depois de quase uma hora de buscas, eles pareciam ter desistido.

Mas, o sargento Webert, velho conhecido nosso, mostrou que anda com o faro em dia e decidiu vistoriar a casa de uma vizinha.
Achei estranho que a mulher parecia muito ansiosa desde cedo, saía para conversar com os policiais, voltava apressada e saía de novo com o mesmo objetivo.
Quando o pessoal do GATE pediu para entrar, ela ainda tentou impedir por um bom tempo, mas não teve jeito.

O resultado foi positivo.
Os policiais revistaram o prédio de três andares e encontraram o motoboy escondido entre os materiais de construção reunidos no terraço, que está em obras.
O suspeito foi preso em flagrante e não reagiu à prisão.
Ele foi levado algemado para a delegacia e não quis falar sobre o sequestro do filho.
O menino foi devolvido à mãe.