Quem somos

Minha foto
JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Depósito clandestino de fogos de artíficio em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Uma denúncia anônima pelo telefone 181 levou policiais civis e bombeiros até uma loja no bairro Cerâmica, zona norte de Juiz de Fora.
O depósito era discreto e passava despercebido entre outras lojas.
No local, foram apreendidas mais de 200 caixas de fogos de artifício.
O material estava acondicionado de forma errada.

Encontramos no local o Carlos Mendonça, fotógrafo, e o Marcus, repórter, do jornal JF Hoje.
Colocamos a conversa em dia, enquanto apurávamos o caso.
O Robson e o Mendonça trabalharam em conjunto, sem incomodar um ao outro.
Muitas vezes, alguns colegas esquecem que estamos todos no mesmo barco, o do jornalismo, e se empenham em atrapalhar o serviço alheio.
Acho desnecessário e absurdo.
Ainda que a gente apure as mesmas coisas, cada um tem o seu jeito de contar a história.

Os bombeiros disseram que não havia qualquer mecanismo de prevenção a incêndio no local.
A loja pequena e abafada tem dois basculantes, que eram mantidos fechados, tornando impossível a ventilação.
Entre as pilhas de caixas de fogos havia alguns de destaque.
As girândolas de 1080 tiros estavam entre os produtos mais potentes, com maior carga de pólvora.
Elas são usados em shows pirotécnicos.

As embalagens informavam a data de validade sem irregularidades.
A maioria dos fogos só vai vencer em 2014.
A suspeita dos policiais era de que o estoque foi reforçado para as festas de fim de ano.
O depósito é de uma loja de artigos para caça e pesca.
Os responsáveis afirmaram que têm as notas fiscais na loja.
O problema é que o material não poderia estar acondicionado de modo irregular.

Os bombeiros e os policiais civis apreenderam tudo o que foi encontrado.
O risco de uma explosão era grande.
Ninguém soube informar o impacto que tantos fogos de artifício confinados num ambiente tão pequeno poderia ter na vizinhança, formada por imóveis residenciais e comerciais.
A Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros agradecem a quem informou a irregularidade pelo Disque Denúncia.
Quem souber de casos parecidos pode ligar para o 181.

Dengue - surto em Carangola/MG

Por Michele Pacheco

Carangola fica a 359km de Belo Horizonte, na Zona da Mata Mineira.
A cidade de 32 mil habitantes luta contra um inimigo desleal: o mosquito Aedes aegypti, o transmissor da dengue.
Só neste mês, já foram registradas 152 notificações e 22 confirmações.
Muito mais do que em todo o ano.
De janeiro a novembro, foram 38 notificações e 9 confirmações.

Por toda parte, a dengue é o assunto mais discutido.
No bairro Triângulo, estão 90% dos casos registrados.
Ana Cristina passou aperto com a filha de 4 anos.
A menina ficou 5 dias com febre alta, vermelhidão pelo corpo e reclamando de dores.
A criança foi medicada e já está bem.
Mas, o susto preocupou a família.
Dona Maria Helena viu nossa equipe e foi logo perguntando se estávamos cobrindo a dengue.
Ela explicou que não mora no Triângulo, mas estava lá cuidando do filho que teve a doença.
Perguntei se ela não estava com medo e a dona de casa foi logo dizendo que está apavorada.
"Eu tenho que ter medo, né? Fiquei cuidando dele e o bairro está cheio de mosquitos.
Qualquer um pode pegar dengue" falou ainda assustada com o sofrimento do filho.

No PAM, Pronto Atendimento Médico, do bairro Triângulo chegam por dia cerca de 50 pessoas com sintomas parecidos com os da dengue: dores pelo corpo, febre, manchas vermelhas pelo corpo, falta de apetite...
Enquanto fazíamos as entrevistas e as imagens, o Anderson chegou com a mulher dele.
Abatido, o ajudante de caminhão mal conseguia ficar em pé, enquanto a esposa preenchia a ficha dele.
Desde sábado, ele estava com mal-estar e suspeitava de dengue.

O Anderson e todos os pacientes com suspeita da doença são medicados no PAM e liberados.
Eles são orientados a procurar os postos de saúde sete dias depois do início dos sintomas.
O objetivo é recolher amostras de sangue para enviar a análise em Belo Horizonte.
Antes de uma semana, não adianta coletar material para exames.
A enfermeira Poliane de Oliveira explicou os procedimentos adotados e disse que os casos suspeitos são frequentes.

O trabalho preventivo foi intensificado nas últimas semanas.
Equipes da Vigilância em Saúde percorrem os bairros onde foram identificados focos do mosquito.
Eles revistam os quintais das casas à procura de recipientes que possam armazenar água e se transformar em "berçário" para as larvas do Aedes aegypti.
Onde há suspeita de larvas, as equipes usam o larvicida.
O índice de infestação em Carangola é de 2,6%.
O recomendado pelo Ministério da Saúde é menos de 1%.
As autoridades não sabem explicar o que levou a esse surto.
Elas afirmam que o trabalho preventivo foi mantido durante todo o ano.
O coordenador de Vigilância em Saúde, Airton Nunes, disse que foi um ano com muitas pancadas de chuva fora de hora, o que pode ter ajudado a eclodir os ovos e aumentar o número de mosquitos na cidade.

Um problema que anda desfiando as autoridades de saúde do município é a falta de colaboração da população.
O acúmulo de lixo fora do lugar é uma preocupação constante.
Sacolas plásticas, latas, garrafas e todo tipo de material descartado em terrenos baldios podem se transformar em reservatório de água e foco de dengue.
Um campanha educativa deve ser posta em prática logo, segundo o Secretário de Saúde, Amauri Costa.
É bom lembrar que o combate à dengue é uma responsabilidade de todos!