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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Tombos - Um celeiro de jogadores

Por Robson Rocha

A pauta de hoje era em Tombos, cidade onde nasceu minha avó materna, a Dona Adélia, que não está mais entre nós.
Como eu já havia errado o caminho uma vez, indo à Carangola para chegar a Tombos, ontem eu decidi dar uma olhada no Google Earth e ver o melhor caminho.
Pelo mapa, o caminho mais curto era ir até Muriaé, pegar a BR 356 até o trevo de Eugenópolis e seguir pela RJ 230 até Tombos.

Hoje pegamos a estrada, demos uma parada em Leopoldina para tomar o café da manhã e encontramos a turma do departamento de engenharia da TV Panorama, que também estava forrando o estomago.
Eles estavam indo para dar os últimos retoques para a inauguração da sucursal da TV Panorama em Muriaé.

Seguimos nossa rota até Muriaé pela Br 116.
Lá, seguimos pela Br356 e entramos na RJ 230.
Até Eugenópolis foi tudo tranqüilo, mas dali pra frente não havia asfalto.
A estrada está toda em obras e não dava para esticar, ou melhor, aumentar a velocidade, pois não tinha como fazer ultrapassagem.

De quebra, havia muita pedra solta, por isso não dava pra aproximar muito do carro que ia à frente.
O horário da nossa pauta já havia passado. Sorte que avisamos o entrevistado que podíamos atrasar um pouco.
Alguns quilômetros à frente, a situação da estrada piorou.
Um caminhão-pipa vinha jogando água, mas jogou molhou muito a pista de terra e os carros começaram a deslizar. Tivemos que andar um bom trecho a 30Km/h.

Quando chegamos a um ponto seco da estrada, mais uma surpresa.
Havia um desvio.
Se a estrada principal já não estava uma maravilha, o desvio era por trilhas de fazenda.
Eu cansei de ficar vendo a traseira dessa Saveiro transportando uma geladeira.
Eu tentava ultrapassá-la de todas as formas, mas não conseguia.

Quando chegamos a Antônio Prado de Minas, nós descobrimos porque o motorista da Saveiro não nos deixou passar e demos razão a ele.
É que o carro dele não tinha ar condicionado e ele seria obrigado, literalmente, a ficar comendo poeira. Mas, aí em Antônio Prado nós o ultrapassamos.

Passando a divisa para o estado do Rio de Janeiro, a rodovia é asfaltada e fomos por ela até Porciúncula.
O nome realmente é diferente e quem nasce nessa cidade de 17 mil habitantes é porciunculense.
A pronúncia é estranha até que a gente se acostume.

Daí, seguimos por uma estrada com um asfalto horrível por poucos quilômetros até o trevo de Tombos.
A MG 111 não tem quase nenhuma sinalização entre Porciúncula e o trevo de Tombos, e o asfalto está gasto.
São inúmeras falhas e buracos. Mas, dali até Carangola e estrada parece estar em bom estado.

Chegamos em Tombos com mais de uma hora de atraso e fomos direto para o Tombense Futebol Clube, onde era a nossa pauta.
Tombos é uma cidade tranqüila com 12 mil habitantes e que é um celeiro de jogadores para o futebol brasileiro.
Nossa pauta era exatamente sobre isso.
Mostrar como funcionam as parcerias entre clubes e empresas.

O Tombense tem jogadores em times grandes, como o goleiro Bruno e o atacante Obina(Flamengo), Marquinhos (Atlético Mineiro), Cícero (Fluminense)...
Fundado em 1914, o time seguiu na administração tradicional até 99, quando o novo presidente decidiu mudar o estilo administrativo.

Lane Gaviolle fez parcerias com empresas e clubes de destaque e começou a investir não em montar um time forte, mas em preparar atletas para o futebol.
Chegamos no clube junto com o Lane.
Já do lado de fora começamos a conversar sobre o caminho e ele nos disse que tínhamos que ter entrado noutra estrada mais a frente, a RJ 214, que é toda asfaltada.
Fizemos esse caminho na volta para Juiz de Fora.

Entramos e, após conversarmos, ele nos mostrou um vídeo sobre a estrutura do clube e o jogadores que saíram dali para grandes clubes.
Como os atletas estão de férias, não deu pra gravá-los jogando.
No Tombense Futebol Clube, existem garotos de todo o Brasil que têm talento e sonham em ser jogadores de futebol.

Esses meninos vão para o clube depois que olheiros os descobrem.
Em Tombos, eles têm casa, alimentação,etc.
E treinam, sem deixar de estudar.
Quando estão preparados, são oferecidos a algum time grande.
O Tombense tem parcerias com o Flamengo e com o Atlético Mineiro, entre outros times.

Quando o jogador vai para algum dos times grandes, o passe ou parte dele pertence ao Tombense.
Aí está o retorno financeiro do Clube de Tombos.
São vários os jogadores que estão em grandes times do Brasil e até do exterior.

Almoçamos no restaurante do hotel que pertence ao Lane.
Depois, fomos até onde no futuro ele pretende montar um centro de treinamentos para o clube.
Fiz algumas imagens da cidade e pegamos a estrada.
A barriga cheia e o calor deram uma lombeira.... E vendo essa placa... Ai, que vontade de ir à praia!

Mas, tínhamos que voltar a Juiz de Fora e, dessa vez, pegamos a estrada toda asfaltada, passando por Raposo.
Uma cidade pequenina, mas muito simpática no norte do estado do Rio.
Daí, direto até Muriaé.
Só paramos em Leopoldina para dar uma hidratada no organismo, pois aquela região é muito quente.

A vinda até Juiz de Fora foi tranqüila, a única dificuldade é dirigir no horário entre quatro e meia e cinco e meia. Isso, porque o sol muitas vezes se alinha com a estrada e aí não dá para ver nada. Esse tipo de situação ocasiona muitos acidentes nas estradas. Por isso, quem está na direção tem que ter muito mais cuidado.
Mas, fim do dia, dever cumprido, é hora de ir pra casa descansar e aproveitar nossa folga.
Mas, segunda a gente está de volta na labuta.