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Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

domingo, 4 de maio de 2008

Flamengo Campeão Carioca 2008

Por Robson rocha

Hoje foi o dia do batizado da Cecília, filha de um amigão, o Cícero.
Como a igreja estava lotada, durante a missa nós aguardamos no adro.
Na hora do batismo a igreja esvaziou, nós entramos e acompanhamos.
Depois fomos, é claro para o churrasco.
Muita carne, cerveja gelada...
Nós tínhamos que trabalhar, mas como a carne é fraca, tomei minha cervejinha.

Três da tarde e hora de trabalhar!
A pauta era a final dos campeonatos mineiro e carioca.
Primeira parada o ponto de encontro dos atleticanos.
Poucos torcedores apareceram por lá.
E, os que apareceram, não queriam aparecer na televisão.
O Gleizer Naves, nosso diretor que me desculpe, mas depois do chocolate da semana passada...

Já a torcida do Cruzeiro compareceu e já comemorava o campeonato antes do início da partida. Também pudera! O galo teria que ganhar de seis a zero para levar o caneco! E isso depois de perder de cinco a zero no domingo passado.
Eles tomavam cerveja e diziam que chocolate é para o Atlético.
A galera com uniforme da Máfia Azul fazia coreografias e gritava palavras de ordem.
O difícil vai ser aproveitar o áudio, pois os caras só falavam palavrão!
Um a zero para o Cruzeiro. Comemoração registrada, fomos para o Alto dos Passos.

Quando chegamos, a torcida do Botafogo já tinha vazado.
Toda a área estava tomada por torcedores do Flamengo.
Os bares estavam lotados e a turma que estava de fora não tirava os olhos dos telões que estavam nos interiores dos bares.
E, eu, tricolor, tendo que gravar a festa rubro-negra!
Gravamos entrevistas e aguardamos o final do jogo.

Apesar de não torcer para nenhum dos times, a gente sempre quer dar uma olhadinha no jogo, mas nada.
Não dá pra ver nada.
A Michele, rubro-negra, do alto do seu um metro e sessenta e pouco, ficava na ponta dos pés ou se espremendo no meio do pessoal, tentando enxergar alguma TV para ver um pouquinho da partida.

E ouvindo a torcida gritando o nome do Obina, me lembrei do Sebastião.
Nosso colega da TV Alterosa de Varginha, que além de flamenguista doente, ainda é um fã do Obina.
Quando o Flamengo esteve em Juiz de Fora, ele não sossegou enquanto não tiramos essa foto pra ele.
É claro que virou motivo de gozação em todas as emissoras da TV Alterosa!

Quando o jogo acabou, a torcida explodiu. Gritos, pulos, abraços e eu, torcedor do Fluminense, perdido ali.
O resto da torcida do Botafogo que sobrou, foi embora e os flamenguistas comemoraram pra valer.
Até pisaram nas bandeiras e camisas do alvinegro que encontravam pela frente.
Depois de gravar tudo fomos para a TV deixar os materiais e ir descansar.

Mas, antes de descansar, tive que participar da carreata dos flamenguistas.
Isso, é claro, obrigado.
Eles seguem pela Avenida Rio Branco, a principal de Juiz de Fora, em direção ao Alto dos Passos.
Avenida, que por acaso, é onde eu moro.
São pouco mais de um quilometro e meio da TV até o portão do prédio.
Um trecho curto, que demoramos mais de meia-hora para percorrer.

No caminho, foi possível ver todo tipo de torcedor.
Em um Corsa que parou ao nosso lado, pai, filho e neto comemoravam a conquista do campeonato.
Claro, com a mão afundada na buzina.
Meus ouvidos tricolores não suportavam mais.

Michele Pacheco, como uma boa flamenguista e para me irritar mais ainda, ia rindo à toa.
Pra piorar, uma ligação do sogrão, “Seu” Hélio Pacheco.
Comemorando a vitória e ainda debochando de mim por estar "participando" da carreata do rubro-negro.
E ainda diz que eu serei bem aceito como torcedor do Flamengo!

No meio daquele inferno preto e vermelho, de repente eu ouço um grito diferente. Eram torcedores do Cruzeiro pegando carona e, pra variar, xingando o Clube Atlético Mineiro.
O camarada assentado na janela do carro, ainda gritava com todo mundo que passava. Em Juiz de Fora, cruzeirenses e flamenguistas dividiram o espaço da festa.

Cansei de ver o Maverick preto e branco na minha frente. Preto e branco sim, mas o pessoal que estava no carro era rubro-negro.
Mas, depois de me cansar de vê-lo na minha frente, finalmente chegamos ao nosso prédio.
Abri o portão, mas tive que aguardar a multidão de flamenguistas acabar de passar na calçada.

Cheguei à garagem e tirei mais uma foto. O barulho era ensurdecedor. Buzinas, hinos, funks, tudo misturado. Pensei que chegando em casa meu pesadelo rubro-negro ia acabar, mas não acabou. Estou escrevendo no vigésimo andar e ouvindo “uma vez flamengo...”. Na sala, a Michele fica zapeando de um canal a outro para ver os gols. Já ouvi a narração de cada um deles tantas vezes que até decorei!
O jeito hoje vai ser dormir ao som de Flamengo campeão.

Vai ser pesadelo, na certa!