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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Moacir Junior - "O Cara"

Por Robson Rocha

Nessa quinta-feira fomos fazer mais uma cobertura do treino do Tupi, líder do Campeonato Mineiro. Que, se nenhum juiz atrapalhar, só o Cruzeiro pode tirar do primeiro lugar.
Mas, chegamos ao Estádio Municipal e a turma da imprensa já estava lá. O assessor de imprensa Renato, do galo carijó, que sofre com tanta gente apressada querendo informação, veio logo avisando: o Moacir não quer que grave as partes do treino que tenham jogadas ensaiadas.

Gravei o aquecimento do time, fiz alguns takes do treino e me juntei a galera da imprensa no banco de reservas.
O jeito foi assistir ao treino e descobri que o Moacir não tem moral só com os jogadores, ele consegue controlar a imprensa também.
A turma ficou toda no banco, assistindo ao treino, contando casos e ninguém arriscou não cumprir as orientações do homem.

Gravei mais alguns takes fechados, isso assentadinho pra não chamar a atenção do técnico. Para gravar a passagem foi de primeira, tabelinha rápida para não correr o risco do treinador nos mandar de volta ao banco de reservas. Também o cara não precisa nem falar, só o olhar já diz tudo e te tira de campo.

O Moacir deixou o Humberto Campos, cinegrafista da Panorama meio apavorado. Ele ficava o tempo todo dizendo que ia gravar, mas que o Moacir iria dar um esbregue nele. E perguntava se eu não ia gravar nada, só que eu quietinho, já estava gravando takes mais fechados que não mostrassem as jogadas.
Por fim, ele conseguiu que o estagiário gravasse uma passagem, pois aí ele conseguiria fazer as imagens que precisava.

Enquanto isso, o pessoal da rádio Globo fazia o programa Globo Esportivo ao vivo do Estádio e as ordens vinham de cima, mas não da direção e sim da cabine, onde o Ricardo Wagner comandava o programa. Ele estava longe, mas quem estava no estádio nem precisou ligar o rádio, pois ele falava tão alto que a gente lá embaixo escutava tudo. Teve gente dizendo que ele treinou com o Baleia, o repórter Fernando Luiz.

Enquanto isso, no gramado, o repórter Marco Aurélio não tinha nenhum jogador, nem ninguém do Tupi para entrevistar e o treino não acabava. Alias, podem falar qualquer coisa do Moacir, menos que ele não treine o time até no limite. Mas aí, sem ter quem entrevistar, veio uma ordem "de cima". E o Marcão começou a entrevistar os jornalistas que estavam ali. Os comentários eram piores do que os do Galvão Bueno.

No final, os comentários pertinentes dos companheiros da imprensa acabaram e o Marco Aurélio encostou em uma placa. Fui perto para conferir se ele estava rezando para o treino acabar ou conversando com o pessoal da cabine. Mas, o que parecia era que se o treino durasse mais dez minutos, ele ia entrevistar a placa. Porque o papelzinho na mão dele não tinha mais nada e ele já estava ficando de cabelo branco.
Brincadeira, ele matou a pau e ainda conseguiu entrevistar a turma, depois do treino.

Depois gravamos com o Marcelo Cruz, goleiro do time e a coletiva do Moacir “O Cara” Junior.Pra encerrar a tarde no Estádio Municipal, Wallace Matos, repórter da Tribuna de Minas, me pediu para tirar uma foto dele com o Marcelo. Não resisti e fiz uma pequena modificação na foto, só para mostrar que se a moda pega... Mas esse cabelo é uma outra história...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O melhor amigo do homem

Por Michele Pacheco

O Robson costuma dizer que quando estou brava eu rosno feito um Pitbull. É maldade dele, claro!
Mas, não posso negar que a minha vida inteira estive ligada aos cães.
Deve estar no sangue, afinal minha mãe, Juçara, é filha de fazendeiro e meu pai, Hélio, é médico veterinário.

Minha relação com o melhor amigo do homem começou assim que nasci. A minha primeira babá foi um doberman!
Meus pais me colocavam numa cadeirinha para tomar sol no portão da nossa casa e deixavam o Ringo vigiando. Bastava alguém chegar perto, para ele rosnar.
Cresci tendo os cachorros sempre por perto. A Raja foi um caso à parte. Ela perdeu os movimentos de uma das pernas quando tinha três meses de vida. Meu pai queria sacrificá-la, pois dizia que era maldade deixar que crescesse daquele jeito. Um Rottweiller ficaria muito pesado e poderia até deixar de andar em função da perna defeituosa. Mas, eu e minha mãe fomos teimosas e não desistimos da nossa Rajinha. Um veterinário especialista em acupuntura conseguiu devolver a sensibilidade na perna dela e sugeriu natação para fortalecer os músculos. Deu certo. O único problema foi que a Raja passou a considerar a piscina como território dela!

Hoje, além de duas Rottweillers, meus pais têm a Juju, uma West Highland White Terrier. Basta ela me olhar com aquele jeitinho de quem está implorando alguma coisa, para me convencer. Meu pai insiste em acreditar que um dia a Juju vai andar branquinha, bem penteada e com lacinhos. Mas, o que ela gosta mesmo é de se fartar no gramado do quintal. Principalmente, depois de tomar um banho!

Comecei a trabalhar e a minha afinidade com os cães não diminuiu. O Robson vive debochando que por onde passo, um bicho me segue. Quantas vezes já tivemos que espantar algum cão que parou do meu lado bem na hora de gravar a passagem! Uma vez, acompanhávamos a polícia militar numa operação contra drogas, na zona sul de Juiz de Fora. No local, alguns policiais tinham que cercar a casa dos suspeitos. Para isso, teriam que pular o muro da residência ao lado, rápido e em silêncio. Eles não contavam com o cão do vizinho que estava no portão, latindo sem parar. Os policiais já estavam irritados, quando brinquei dizendo que era só pedir com educação que o bicho ficaria quieto. Os policiais me olharam com ar de pouco caso. Para provocar, cheguei perto e falei baixo com o cão que era uma mistura de pastor com alguma raça indefinida. E não é que ele calou a boca?! Claro que tive que agüentar gozações.

Já em Maria da Fé, no sul de Minas Gerais, estávamos fazendo uma reportagem sobre o frio e conhecemos este pastor lindo. Ele pertencia à dona da pousada onde ficamos hospedados e tinha instinto jornalístico. O Robson virava a câmera para um lado e lá estava ele. A gente parava de trabalhar e nosso amigo vinha logo se esfregando à espera de um carinho. Fomos tirar fotos na pousada e lá estava ele de novo. Claro que fiz questão de guardar a recordação.

Em bairros mais carentes, é um problema! Basta olhar para os vira-latas e eles começam a balançar o rabo. O Robson vive resmungado. Um dia, para desgosto dele, um dos meus "amigos" decidiu aproveitar a porta aberta do carro e se alojar. Do lado do Robson, é óbvio! Ficou lá, sossegado, até a gente acabar a matéria. Quando viu o carona, meu querido repórter cinematográfico se encarregou de enxotar o bichinho.
Ele foi, mas os carrapatos e as pulgas nos acompanharam por uns três dias!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

O maníaco da garrafa

Por Robson Rocha

Estávamos de férias, logo que chegamos de viagem recebemos uma ligação.
Nessa ligação nos foi afirmado que alguém havia encontrado uma camisinha dentro de uma garrafa de coca-cola.
Ficamos desconfiados e pedimos ao nosso amigo Marco Montesi, da rádio Top, para levantar mais informações sobre o caso. Ele nos passou toda a situação e nos mandou algumas fotos que realmente mostravam algo de estranho dentro da garrafa.
Marcamos em principio para irmos à cidade de Santos Dumont, na Zona da Mata, na segunda-feira, mas não deu e acabamos indo na quarta-feira.
Com tudo que a Michele havia apurado a história que tínhamos era:
Uma mulher da cidade de Ewbanck da Câmara, tinha vindo à Juiz de Fora e comprado um fardo de refrigerantes de 500ml, aquele pacote com seis garrafas, para seu filho levar junto com o lanche para a escola.

Chegamos a Santos Dumont. O Montesi nos aguardava para nos levar até o escritório de um advogado onde a mulher nos aguardava para gravar entrevista.
Quando vimos a garrafa, a primeira coisa que conferimos era se não havia sido aberta. Não somos peritos, mas parecia não haver nenhum indicio de que a garrafa tivesse sido aberta e perguntamos porque ela não tinha observado o problema no momento da compra. Ela nos explicou que o fardo vem todo cheio de figuras e não dá pra ver o conteúdo das garrafas e que também ninguém imagina uma coisa como aquela.

A cena da camisinha dentro da garrafa é nojenta, isso para não ser vulgar. É de embrulhar o estomago. Isso sem pensar na possibilidade do preservativo estar usado.
O Montesi já havia ligado para a Coca-Cola que, segundo ele, cogitou a possibilidade de um acordo. Mas o advogado parece não estar muito a fim de um acordo, pois ele acha que isso é um absurdo, que o caso tem que ser apurado e os culpados punidos.

Algumas perguntas que ficaram no ar:
1- Como aquilo foi para ali?
2- Havia esperma nela?
Como jornalistas não podemos julgar. Pois o problema pode ter acontecido durante o processo de produção ou depois com alguém de má fé colocando.
Se foi um erro ou se é uma farsa o melhor é aguardar o resultado de possíveis investigações, para depois a gente poder afirmar alguma coisa.

Mas até lá, lógico sempre surgem as piadinhas. Fora as que eu tive que ouvir porque sou viciado em coca-cola. O pessoal que trabalha no escritório levantou a possibilidade de alguém ter mantido uma relação sexual com a garrafa e que pelo menos estaria seguindo as orientações do ministério da saúde e fazendo sexo seguro.
E que agora teríamos que aguardar e ver se durante o processo descobrem quem seria “O TARADO PELA COCA-COLA” ou “O MANÍACO DA GARRAFA”.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Quilombo urbano

Por RobsonRocha

Hoje estávamos indo gravar uma matéria sobre vendas de ovos de páscoa quando essa imagem nos chamou a atenção no centro da cidade.
Paramos no sinal, observamos, registramos e não falamos nada. Também falar o quê?
Mas nos levou a pensar. O que fazemos para mudar essa realidade?

Hoje, são inúmeras pessoas que estão jogadas pelas ruas de Juiz de Fora. Mas nos acostumamos, não é? Não nos abala ver pessoas catando coisas no lixo, no nosso lixo. Só incomoda se sujar a calçada.
Mas não pensamos quem são, como estão, onde moram. Não nos interessa, interessa?
Mas nós somos obrigados a ir onde essas pessoas moram. Isso porque alguém ligou dizendo que falta água ou esgoto por exemplo.

Fazemos a matéria e não voltamos, não cobramos. E quem assiste também não faz nada para mudar.
Deixe-os em seus “quilombos” distantes de nós.
No fundo é isso, eles vêm, limpam nossa sujeira e voltam para seus barracos. Quando o têm.

Sinto saudade do jornalismo mais crítico e mais prestador de serviço. É muito bom você voltar em uma casa em que a família não tinha energia elétrica e ver que a matéria mudou a vida daquela pequena comunidade e você encontra a casa iluminada. O orgulho que dá não tem preço.

Hoje não voltamos para ver se alguma coisa mudou, fazemos “nossa parte” e vamos embora.
E por não fazermos nada, vão aumentar a cada dia as cenas de pessoas vagando pela cidade e, literalmente, sem ter para onde ir.

Essa imagem é de uma matéria gravada no inicio da invasão no bairro Milho Branco em Juiz de Fora. Será que a realidade dessa família mudou?

Jornalismo na TVE Juiz de Fora

Por Robson Rocha

Quando voltamos de férias tivemos a grata surpresa da volta da equipe de esportes na Rádio Globo Juiz de Fora e ontem tivemos outra.
Estávamos no Estádio Sales Oliveira aguardando o treino do Tupi quando surgiu ao longe uma equipe de televisão, só dava pra perceber isso devido à câmera no ombro do cinegrafista.
Quando chegaram mais perto, vimos que era o pessoal da TVE de Juiz de Fora. Ficamos felizes, pois há muito tempo a TV Educativa de Juiz de Fora estava sem equipe de reportagem.
Foi bom também para bater um papo com o Aníbal Pinto e o cinegrafista que eu nunca lembro o nome.
Todos nós torcemos para que isso seja só o início e logo a TVE Juiz de Fora tenha novamente um departamento de jornalismo e volte com um telejornal local.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Tupi FC - líder isolado do Campeonato Mineiro

Por Michele Pacheco

Voltamos ao trabalho depois de adoráveis férias. Ai, ai!

De cara, um dia chatinho. A pauta que estava prevista sobre o destombamento de igrejas caiu. Isso mesmo, destombamento.
A Igreja Católica está movendo um processo para que as prefeituras de Juiz de Fora e de outras cidades da região cancelem o tombamento de algumas igrejas pelo Patrimônio Histórico. Eles alegam que um imóvel tombado não recebe recursos do poder público para ser mantido e que as obras necessárias (e pagas pelos fiéis) não podem ser feitas sem autorização do poder municipal e um processo burocrático de avaliação. Foi marcada para hoje uma reunião entre representantes da Igreja e a Comissão que avalia bens tombados em Juiz de Fora. Estava tudo pronto para cobrirmos o fato, quando veio a notícia de que o acesso à imprensa tinha sido vetado. Fazer o quê, não é? A pauta substituta - comemoração em cursinhos de aprovados no vestibular 2008 e o no PISM 3 da UFJF - também caiu, pois a festa dos estudantes foi na parte da manhã e nós entramos no serviço às 13h.

Resultado: ficamos só com a matéria da reapresentação do Tupi. A imprensa da cidade sempre dá destaque ao time, mas o Robson comentou uma coisa hoje que é verdade. A equipe é líder da competição, está à frente de Atlético Mineiro e Cruzeiro (tem jogos a menos) e não tem o reconhecimento merecido. A imprensa, de um modo geral, ainda se prende aos times grandes, desmerecendo as equipes do interior que lutam para se organizar e ter uma boa colocação.

O galo carijó venceu as quatro partidas que disputou pelo Campeonato Mineiro 2008 e é o líder isolado. O time de Juiz de Fora venceu o Ipatinga na casa do adversário, no último sábado. Os jogadores se reapresentaram hoje e esta era a nossa pauta. Os atletas chegaram por volta de 16h, se reuniram com o técnico Moacir Júnior e depois foram para uma academia cuidar da forma física.

Ficamos no campo do Tupi esperando o retorno da equipe para o treino.
Jornalistas parados no mesmo lugar, sem nada para fazer não poderia dar em outra coisa: risos e mais risos. Para passar o tempo, cada um contou alguma peripécia ou piada. Os grupos se juntavam nos cantos e os profissionais foram se misturando e passando adiante o motivo de cada gargalhada.

O tempo fechou e o pessoal da imagem correu para proteger os equipamentos. O Olavo Prazeres, da Tribuna de Minas, aproveitou para vigiar o céu e tentar flagrar um dos muitos raios que apareciam. Por fim, todo mundo parou com máquinas voltadas para as nuvens e disputando para ver quem conseguiria registrar primeiro um raio. Parece loucura, mas passamos uns bons minutos nessa brincadeira.

A equipe do Tupi chegou e o profissionalismo voltou à tona. A chuva aumentou. O Robson estava com a capa de chuva na câmera e ficou sossegado. O Olavo estava com uma sombrinha acoplada à câmera e também se movimentou sem problemas. Registramos o treino físico, nos despedimos de todos e seguimos para o carro.

No caminho, escondidinho num canto coberto, estava nosso amigo Marco Aurélio, da Rádio Globo de Juiz de Fora. Protegido da chuva, ele fazia animado as participações no programa Globo Esportivo. Entre as informações, lembrava que o Tupi vai treinar forte durante toda esta semana para enfrentar o Ituiutaba no próximo sábado no Estádio Municipal de Juiz de Fora.

Vi no quadro de previsão de pautas, que vamos cobrir mais treinos do carijó nesta semana. Mal vejo a hora de colocar as histórias em dia e ouvir mais piadas.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Jornalismo em HD(Alta Definição) continua sendo: luz, câmera e ação!

Por Robson Rocha

Quando entrei em tv ninguém falava em tv digital. Imaginar gravar uma matéria em um cartão e enviar por pacotes de dados pelo correio eletrônico, seria motivo de riso, e provavelmente alguém faria uma piadinha do tipo: vai pelo correio Americano? E o pacote é pra presente?
Mas, estamos passando por uma revolução tecnológica e que muitas pessoas do meio não estão percebendo. Hoje, as imagens podem ser feitas e enviadas via celular. Podem ser feitas por uma câmera, descarregadas em um notebook e enviadas via e-mail.
Muita gente vê uma câmera de tv de hoje e não imagina como era complicado há vinte anos.

Quando comecei na televisão, em 1988 as câmeras tinham 3 tubos(RGB), que transformavam a intensidade de luz em corrente elétrica. E era muito engraçado, pois era comum as câmeras marcarem o tubo. O que era isso? O tubo marcava quando o cinegrafista enquadrava um ponto de luz muito forte, que gerava uma corrente elétrica muito alta e que literalmente queimava aquele ponto do tubo onde a imagem havia sido projetada.
A primeira câmera de externa com a qual tive contato foi com uma Sony DXC 1800. Como dá pra ver na foto, era uma câmera, digamos, esquisita. Ela apenas captava as imagens, o sinal gerado era levado para o VT por um cabo tipo ccq. O operador de vt é que fazia a monitoração de áudio e vídeo. O cinegrafista se preocupava apenas com a imagem. Só por curiosidade a resolução dela era de 300 linhas.
Trabalhei também com Ykegami HL-35 e Ykegami HL-77.

Depois chegaram em Juiz de Fora as BVP’s 110, que na emissora eram conhecidas como ferrinho de passar. Elas eram muito leves e com o zoom fechado era muito difícil manter a imagem estável. Todas elas da mesma forma que a DXC 1800 captavam as imagens e geravam o sinal para ser gravado no vt.
Em comum essas câmeras tinham uma coisa: necessidade de luz. Spot’s com lâmpadas de menos de 1000w não serviam. Com a HL 77 para uma área de 100 metros quadrados no mínimo usávamos 4000w. Usar lâmpadas de 100w como usamos hoje, não serviria para absolutamente nada!

Quando chegaram as câmeras DXC-537, com 3ccd’s, foi o paraíso, pois elas não precisavam de tanta luz. E aí começaram a aparecer problemas nas imagens, porque imagem é luz. A câmera precisa de luz, pois ela sozinha não corrige as imperfeições das iluminações de onde as matérias são gravadas.

Hoje, com a chegada de equipamentos HD, os cinegrafistas estão se esquecendo novamente da luz e que a câmera sozinha não faz nada.
E a câmera de alta definição é cruel com o cinegrafista, pois mostra o que o equipamento SD(standard) não mostrava.
E provavelmente vai expor muito os erros de operação.

A mudança no padrão de imagens de 4x3 para 16x9 vai refletir nas regras de enquadramentos e talvez o ponto de ouro mude dos 2/3 e volte para 5/8, quem sabe? Mas para saber isso, todos nós vamos ter que aguardar que os diretores de cada emissora definam a nova "linguagem" visual de cada empresa. E aí, devem ser promovidos cursos para, além disso, mostrar o que muda na iluminação, profundidade de campo, definição de imagem, etc. E novos manuais para cinegrafistas devem ser lançados.

O que todo cinegrafista tem que ter em mente é que da câmera de tubo, passando pelos CCD’s,
aos CMOS’s o principio básico da câmera continua o mesmo:
A luz entra pela lente, passa pelos prismas e chega ao target(tubo, CCD ou CMOS).
O processamento dessa luz e do sinal é que muda.
Então temos que saber mais e não esquecer o básico, a luz.
E para ter imagem em televisão é preciso como diz o diretor:
Luz, câmera e ação.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Férias - Tudo que é bom dura pouco

Por Robson Rocha

Férias, que palavrinha maravilhosa. É linda, pequenininha e engraçadinha. Quem não enche a boca pra dizer: ESTOU SAINDO DE FÉRIAS!
Mas, como diz o ditado: alegria de pobre dura pouco e as minhas férias estão acabando.

Bem, mas só pra me consolar, aproveitei as férias e, em alguns momentos, como gente grande.
Início das férias em Teresópolis foi ótimo. Lá pude frequentar o clube Comary. Isso, graças ao senhor Hélio Pacheco, meu querido sogrão. O único defeito dele é ser flamenguista. Mas tudo bem, todo mundo tem algum defeito mesmo. Voltando ao clube, fiquei assentado bem confortável, observando a seleção feminina que treinava em um dos campos ao lado.
Fiquei pensando... quem te viu e quem te vê, heim Robson. Só vinha na Comary pra trabalhar. Sempre alguém te dizendo o que pode e o que não pode e agora nessa mordomia, sem câmera, sem correr atrás de jogadores e técnicos.
Foram dias maravilhosos!

Mas aí, vem o porém... Tínhamos que ir embora. Fomos pra Sossego, no norte do estado do Rio. Que tranqüilidade! Deu pouco sol. Mas, mesmo sem sol... Férias é bom demais. Só de não ter hora pra nada, oh felicidade. E deu até, como diz minha filha, pra pagar alguns micos. Como tirar fotos sem medo de parecer ridículo. Mas depois de umas cervejas, tudo é festa!

Em Marataizes, sol, muito sol, e cerveja gelada! Oh, festa! Assentar na barraquinha, beliscar um camarãozinho... Depois, escolher se você quer tomar um banho de mar ou um banho na lagoa. Na foto, dá até pra ver a cara de tristeza da Paula e da Michele. E olha que a Michele não é chegada em Praia.

Por fim, fomos pra Arraial do Cabo. Que beleza! Ficamos na pousada Timoneiro. Que mordomia... Ficar relaxando na beira da piscina sem preocupação, depois dar uma volta em Cabo Frio... Deu tempo até pra fazer uma visitinha à Cristiane Armond e ao Erlon Montesuma, da Inter TV. Depois praia , sol novamente e gente bonita. Claro que tive que me comportar, afinal sou um homem casado.

Já estava até me acostumando com essa vida tranqüila e onde o stress nem passava perto. Aí, pra terminar a viagem por cima da carne seca, comi sushi de caviar de salmão, é mole?
Mas como disse no início, alegria de pobre...
Agora, começo a pensar na minha bóia de segunda-feira. O que quer dizer: voltar a comer aquela comida bem amassada em um marmitex.
Pela expressão do meu amigo Tiago, dá pra imaginar, né?

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O Santo Milagroso

Por Robson Rocha

O bom de trabalhar em televisão, são as histórias que vivenciamos. Um certo dia no meu inicio de carreira estava no estúdio quando o Moacir Lourenço, diretor de imagens do departamento comercial chegou e me avisou que haveria uma produção em meia-hora e que precisava de uma iluminação muito boa com o fundo neutro. No estúdio da TV Globo Juiz de Fora não havia iluminador, era o câmera de estúdio que montava a luz.
Montei a luz usando como modelo o Eugênio, operador de vídeo, pois quando o camarada que iria gravar o comercial chegasse era só afinar a luz.

O sujeito que ia gravar chegou, era o José Luiz Ribeiro, do Grupo Divulgação. Muito gentil, como sempre, nos cumprimentou e foi para o camarim se preparar.
Aí chegou um companheiro da tv, que vou preservar o nome, e começamos a bater um papo. Pouco depois, o José Luiz saiu do camarim e já se posicionou. Subi na escada e comecei a afinar a luz. O José Luiz estava com uma batina preta estilo mil novecentos e preto e branco, um chapéu grande e preto e um guarda-chuva enorme que forçou a refazer parte da iluminação.

Nisso, meu amigo não identificado voltou ao estúdio e ao ver aquele “padre” não resistiu e perguntou:
- O senhor vai fazer comercial do quê?
O José Luiz com todo bom humor que Deus lhe deu, não perdeu a deixa e disparou:
- Vou fazer um comercial da quermesse da igreja.
Meu amigo secreto:
- É mesmo? De qual bairro?
E o José Luiz firme:
- Da paróquia lá do Retiro.

Nessa hora eu já estava quase caindo da escada, me contorcendo para não dar uma gargalhada e atrapalhar o bate papo.
Não me lembro quanto tempo demorou até que o José Luiz contasse a verdade. Que era uma gravação de um vt chamando o público para a peça “O Santo Milagroso”.
Meu amigo secreto ficou roxo, mas não deu o braço a torcer que tinha “comido corda”. Mas tudo bem, pois depois daquela interpretação virei fã de carteirinha do José Luiz Ribeiro.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

As pequenas coisas da vida - Conhecer o mar

Por Michele Pacheco

Tenho 34 anos e a vida inteira fui à praia com meus pais. Acho bonito o cenário, gosto do vento típico do litoral e do barulho das ondas. Mas, nessas férias tive a oportunidade de redescobrir a magia do mar.
Seria apenas mais uma ida a Sossego, no litoral norte do Rio de Janeiro, para aproveitar a casa de praia da Therezinha, mãe do Robson. Quando a chuva deu uma trégua, fomos à la playa! Para nós, tudo na mesma, água escura, areia também, água de coco doce e gelada. Foi quando começamos a observar o Mariano, "namorido" da minha sogra com olhar jornalístico. Ele nunca tinha visto o mar e estava deslumbrado como uma criança. Personagem ideal para uma linda matéria de comportamento.

Passamos a curtir o período no litoral de outra forma. Vendo nossas lembranças de infância ganhando forma num homem de 73 anos, pai e avô. Os olhos do Mariano brilhavam de um jeito diferente ao olhar a praia. Ele chegava, enchia o peito do ar marinho, olhava o horizonte e sorria como criança. Depois de caminhar pela areia, era hora de entrar na água. Dava gosto de ver. Ia com calma, respeitando as ondas e se acostumando com o vai-vem delas. Ficava só no raso, mas era suficiente. Deitava, nadava, pegava jacaré. A cada "braçada", olhava para a Therezinha e sorria como um menino orgulhoso. Ir embora era sempre motivo de tristeza. Ele sempre queria dar mais uma caminhada, entrar mais um pouquinho na água...

Um dia, fomos à Lagoa do Siri, em Marataizes, no Espírito Santo. Foi uma hora de viagem mais ou menos. Pelo caminho, as criações de gado e as plantações de cana e de abacaxi surpreenderam o Mariano. Ele fez todo tipo de pergunta. Queria saber sempre mais. Só ficou mudo ao passarmos por uma ponte precária no caminho.

A paisagem da Lagoa do Siri deixou o Mariano encantado. Ele e a Therezinha não pararam um minuto sequer. Deixaram as coisas na mesa que escolhemos e foram caminhar pela praia. O lugar é mesmo lindo. Uma faixa de areia separa o mar da lagoa. Enquanto algumas pessoas preferem ficar na praia, outras se espalham pelas inúmeras mesas colocadas na margem da lagoa. Os restaurantes garantem atendimento o tempo todo.

Estávamos ficando preocupados com a demora, quando eles voltaram sorridentes. O Mariano tinha adorado a praia, mas teve trabalho para entrar na água, pois o mar é mais forte lá. A solução foi curtir a água calma e na temperatura ideal da lagoa. E ele aproveitou! A animação do nosso amigo era páreo duro para a das crianças que nadavam ao redor.

Voltamos para Sossego, onde ficamos duas semanas na companhia deles. A cada dia de praia, mais uma lição de vida. Quantas vezes perdemos tempo deixando de fazer alguma coisa, com medo de parecer ridículo? Quantas vezes recusamos o chamado de uma criança para brincar, alegando que somos grandes demais para aquilo? Pois o Mariano nos provou que não existe idade para descobrir coisas novas. Que é preciso olhar com mais atenção ao redor e encarar os fatos rotineiros com outros olhos.

Afinal, as pequenas coisas da vida são as melhores!