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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

terça-feira, 25 de março de 2008

Concurso na Universidade Federal de Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Foi anunciado numa coletiva hoje o concurso para TAEs, Técnicos Administrativos em Educação, da Universidade Federal de Juiz de Fora. Segundo o reitor Henrique Duque, 79 vagas vão ser preenchidas. Uma já foi destinada a uma redistribuição de funcionário e outra a um candidato aprovado no último concurso e que ainda não tinha sido contratado. As 77 vagas restantes vão ser preenchidas pelos candidatos que forem aprovados no concurso. Serão mais 37 técnicos de nível médio e 40 de nível superior na UFJF. A reitoria calcula que isso significa mais R$ 35 milhões de reais por ano injetados na economia da cidade.

A universidade tinha 257 vagas ociosas, esperando que o governo federal liberasse a contratação. Com o concurso anunciado, vão restar 180 vagas. O reitor acredita que elas sejam preenchidas até 2010. Os salários em média são de R$ 1.250 reais para nível médio e R$ 1.500 reais para nível superior. Os contratados ainda têm direito a plano de saúde, ticket refeição e vale-transporte, além de outros benefícios. Em 2003, a UFJF realizou concurso para ocupar 102 vagas. Em 2004, foram 24. Em 2005, 11 vagas e, em 2006, 2 vagas.

As inscrições vão do dia 26 de março ao dia 8 de abril. Elas vão ser feitas apenas pela internet, em http://www.concurso.ufjf.br/ A partir do dia 16 de abril o Comprovante Definitivo de Inscrição vai ser disponibilizado na mesma página. No dia 20 de abril, vão ser aplicadas as provas de conhecimentos gerais e específicos para todos os candidatos. O resultado final sai no dia 30 de abril, pela internet e com a lista afixada na Central de Atendimento, localizada no prédio da Reitoria, no Campus Universitário.

Todas as informações necessárias e o edital estão em http://www.concurso.ufjf.br/
Dúvidas podem ser esclarecidas pelos telefones
(32) 2102-3999 / 2102-3978 / 2102-3911.

segunda-feira, 24 de março de 2008

O cantinho da amizade

Por Robson Rocha

Hoje foi mais um dia daqueles. Depois do que a Michele já contou sobre o incêndio na faculdade de odontologia, fomos mais uma vez para o bairro Santa Teresa, onde 14 casas foram condenadas há duas semanas, depois que um barranco começou a ceder.
Eram 10 e meia, eu acho, quando chegamos lá. Iam desmanchar as casas condenadas que restavam. Mais uma vez vimos de perto o sofrimento daquelas pessoas. O José Roaldo Nunes agachado na calçada parecia não acreditar que a casa do pai seria derrubada. Foram 24 anos morando no mesmo lugar.
Tenho que registrar a imagem, mas não há como não me sensibilizar.

Ele tentava cuidar do pai. Seu Gonçalves não queria acreditar que a casa dele ia ser derrubada. Para ele a casa era muito forte, ia resistir e ele e toda a família voltariam a morar ali e tomar uma cerveja no seu bar “O Cantinho da Amizade”.
Mas, infelizmente isso não vai ser mais possível. Os parentes retiraram seu Gonçalves do local para que não visse sua casa sendo derrubada, depois de anos construindo cada pedacinho dela.

Mesmo assim, antes de ir, ele fez questão de ajudar a arrumar suas coisinhas na carroceria do caminhão. Deu um nó na garganta vê-lo ir embora no caminhão com alguns móveis e achando que ia voltar. O tempo todo, ele tentava tranqüilizar a todos dizendo que estava bem, que era mais forte do que parecia, que já tinha enfrentado muita dificuldade na vida. Mas, quem conheceu o Seu Gonçalves no início dos desbamentos, notou o quanto ele envelheceu e se abateu em duas semanas de espera pela demolição.

Mas, em alguns momentos a gente tenta se distrair.
Com o batalhão da imprensa a postos, sempre surge uma boa história.
E dessa vez não foi diferente. Todo mundo posicionado para pegar qualquer tijolo caindo. O João Schubert, repórter fotografico, tirou essa foto, que ficou maneira! Todas as lentes apontadas, não importa a câmera, vale até a do celular. O que todo jornalista quer é registrar.
Schubert, obrigado pela foto!

Falando em registrar. As equipes da Defesa Civil e dos Bombeiros iam entrar na casa do seu Gonçalves e o Sérgio Rocha, Sub-secretário de Defesa Civil disse: “Mazzei, você vai lá com a gente pra registrar tudo.” O Mazzei arregalou o olho, com uma expressão do tipo: “EU”!?
Não é preciso dizer que ele virou a bola da vez. Todos se despediram dele e tentaram que ele doasse do celular até a calça, pois a casa ia cair e ele não precisaria mais desses bens materiais.
Bem, pelo sim, pelo não tiramos o que poderia ser a ultima foto de Maurício Mazzei.
Mas como diz o ditado: vaso ruim não quebra fácil. Ele saiu ileso.

Mas, enquanto o Mazzei quase se borrava gravando próximo à casa, subi pelo outro lado da moradia e estava fazendo imagens dos bombeiros e do pessoal da Defesa Civil tirando alguns móveis, quando houve um estalo. Logo em seguida um grito: “vamos sair!” Vi a galera pulando a janela e nem pensei duas vezes. Simplesmente nem sei como desci o barranco tão rapidamente.
Só me lembro quando cheguei na calçada do outro lado da rua bufando igual a um burro velho da voz do Machado, fotógrafo da prefeitura, dizendo: “bem feito. Quem mandou ir lá.”

E ainda tive que agüentar a gozação da equipe dos bombeiros, por sinal a mesma que estava na UFJF. O Tenente Coronel Rodney Magalhães, Tenente Kleber de Castro e o cabo Rangel perguntando porque eu não fui com eles. Que eu tinha que ter entrado na casa... Brincadeiras à parte, ele têm coragem. Eu não entraria lá de jeito nenhum, mas eles entraram e conseguiram retirar bastante móveis e eletrodomésticos.

Outro momento que nos emocionou foi o cuidado do Piu, operador da escavadeira, em salvar um ninho de pombos que estava no telhado da casa do Seu Gonçalves. Ele foi com a pá tirando pedacinho por pedacinho da laje em volta, tentando fazer as aves deixarem o local, mas nada delas voarem. Eram filhotes de pombo correio. Foi então que o Sérgio Rocha saiu correndo de onde estava, pegou um capacete, pediu ao Piu para baixar a pá, subiu nela e resgatou os pombos. Para alguns pode parecer um risco desnecessário, mas para quem perdeu tudo o que tinha, cada coisa que é salva da destruição tem um valor inestimável. O filho do Seu Gonçalves chorou ao receber as aves que ele criava com todo carinho.

Uma coisa à parte, é que ninguém quer ganhar dinheiro. Um sol de rachar o coco, um monte de gente trabalhando e não havia ninguém vendendo nem água. E, acredite, o único bar, que fica a uns duzentos metros do local estava fechado! Era tanta poeira que a boca secava e os dentes rangiam. O pessoal da Defesa Civil que quebrou o galho com copos de água, senão todo mundo ia desidratar.

Por fim acabou e fomos todos embora.
Enfim na hora do merecido banho me olhei no espelho percebi que aquelas minhas marquinhas de sol, aquele charme de caminhoneiro, aumentaram.Tadinha da Michele...

Incêndio na Faculdade de Odontologia da UFJF

Por Michele Pacheco

Os alunos chegavam à faculdade tranqüilamente nessa segunda-feira pós-feriado. A preguiça de voltar às aulas foi espantada com um susto. Por volta de sete e meia da manhã, um funcionário sentiu cheiro de queimado e viu fumaça saindo pelas frestas da porta do almoxarifado que fica no terceiro andar do prédio da Faculdade de Odontologia. Ele abriu a porta correndo e começou a retirar os produtos químicos que estavam no local. Acabou ficando intoxicado e teve que ser levado para o Hospital de Pronto Socorro. Foi atendido e liberado.

Os bombeiros foram chamados e tiveram dificuldade para conter as chamas. Eles tiveram que usar a mangueira do caminhão tanque, passando por um basculante do segundo andar e esticando até o local do fogo. Segundo o Tenente Kléber de Castro, responsável pela equipe, os extintores da faculdade estavam vencidos, o hidrante não funcionava e as mangueiras estavam furadas. Para piorar, a fumaça era intensa e tóxica, já que muitos produtos guardados no almoxarifado eram usados no atendimento odontológico dos pacientes.

Do lado de fora, alunos, professores e funcionários esperavam ansiosos por notícias, com medo dos estragos que iriam enfrentar. O professor de periodontia, Evandro de Toledo Lourenço Júnior, contou que estava na sala de aula com quarenta alunos, quando uma funcionária avisou que o almoxarifado do terceiro andar estava em chamas. "Pedi aos alunos que juntassem o material deles e descessem pelas escadas, sem correria. Fiquei com receio de que alguém se machucasse na pressa de sair do prédio" explicou o Evandro.

O diretor da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Juiz de Fora, Antônio Márcio Resende, disse que foi muita sorte não ter acontecido um estrago maior. Se fosse numa sala mais movimentada ou numa das clínicas onde há atendimento gratuito à comunidade, teria sido muito pior. Quanto às condições precárias do laboratório transformado em almoxarifado e do equipamento de combate a incêndio, ele explicou que o local é provisório e que estão tentando junto ao Conselho Superior da UFJF verba para construir mais um andar no prédio, o que abria espaço adequado para o almoxarifado e outros setores. Quanto ao equipamento, o relatório dos bombeiros também vai ser encaminhado ao Consu. Peritos da Polícia Federal foram enviados de Belo Horizonte para apurar as causas do incêndio. Os bombeiros suspeitam de curto-circuito.

Cobrir incêndios logo no início da manhã tem suas desvatagens. A gente passa o resto do dia cheirando a queimado. O Robson entrou no prédio e foi até o almoxarifado. Foi pedido que apenas os repórteres de imagem entrassem.Nem preciso dizer que ele saiu de lá precisando de um bom banho! Fora a roupa toda suja de fuligem! Mas, sempre que encontramos com os bombeiros aproveitamos para colocar as novidades em dia.
O Cabo Rangel é amigo antigo e tem um bom-humor insuperável.

Sorte do Tenente Coronel Rodney Magalhães, que tem uma companhia alto-astral por onde anda, já que o Rangel é o motorista dele!

domingo, 23 de março de 2008

Ponte Nova - Cidade pólo

Por Robson Rocha

Estivemos em Ponte Nova na rebelião, no ano passado, em que morreram x presos.
Na época, me chamou atenção o sofrimento das famílias e a comoção que tomou conta da cidade.
Políticos de todos os partidos estiveram lá e fizeram seus discursos, prometeram resolver o problema e indenizar as famílias.

Pelo que tenho lido, o lado social da coisa se perdeu e o que ficou foi a discussão política. Esqueceram os detentos, os familiares deles e apenas se discute que não querem o presídio lá.
Que ninguém quer uma cadeia por perto, todo mundo já sabe. Pois nessa hora todos esquecem princípios religiosos, éticos e etc. E simplesmente vêem o próprio lado.
Porém, a questão é que Ponte Nova é pólo de uma micro-região e, como toda cidade pólo, tem alguns problemas, como possuir um presídio regional.

Conheço Ponte Nova há vinte anos. É uma dos lugares onde gosto de gravar. É uma cidade bonita, com potencial turístico muito bom e agora com a retomada na economia tem tudo para se destacar.
Desde que todos tenham uma visão de desenvolvimento do município, pois tudo que leio sobre ele são brigas políticas. Aliás, é um pecado o estado do prédio do grande hotel Glória.

Mas, ficamos surpresos no ano passado com o hospital Arnaldo Gavazza. Não sabíamos que a cidade tinha um centro de atendimento com tanta tecnologia. É um atendimento equivalente ao existente nos grandes centros.
Eu e a Michele Pacheco ficamos impressionados a cada sala que passávamos.
O Hospital oferece conforto e tecnologia aos pacientes de 52 municípios da região.

Foi bacana ver a cana-de-açúcar novamente sendo plantada e novas áreas sendo preparadas para o plantio. Isso é geração de empregos. Quem sabe, as velhas usinas voltarão a funcionar ou novas usinas não surgirão.

Outra coisa que nos impressionou foi a Assuvap, Associação de Suinocultores do Vale do Piranga. Quando fizemos uma matéria lá, na década de 1990, ficamos admirados com o projeto do porco light. A idéia da carne de porco com pouquíssima gordura deu certo e o que vimos em 2007 foi uma associação muito bem estruturada, com novos projetos e tecnologia que fazem Ponte Nova se destacar novamente.

Foi muito legal ver que projetos sociais viraram referência para o Ministério das Cidades. Como o CRAS, Centro de Referencia em Assistência Social, que ganhou até uma lei municipal para garantir a manutenção do projeto.

Conhecemos também o Asilo Municipal, que tinha sido todo reformado. Ali vimos que os idosos tinham uma comida legal, conforto, lazer e até uma academia para fisioterapia. Os residentes recebem cuidados como manicures, cabeleireiros, pintura e artesanato vindos de cidadãos voluntários que vão ao asilo periodicamente e contam com 5 enfermeiros. Isso é qualidade de vida!
Lá conhecemos a Maria da Conceição(não temos foto dela).
Ela vivia sozinha pelas ruas e foi levada para o asilo pela Elizabete, a Bebé. A Conceição esbanjava alegria e no dia pediu que a gente a gravasse cantando.
Confesso que gravei chorando, não tinha como não se contagiar com a emoção dela.

E eu queria que todos conhecessem a Conceição. Ela pra mim é o símbolo de Ponte Nova.
Deixou o sofrimento para trás e canta a emoção de viver.

Espero, de coração, ler mais notícias positivas sobre essa cidade que gostamos tanto.

Cidades históricas de Minas - Tentações por toda parte

Por Michele Pacheco

Alguém já ouviu falar de uma mulher que não veja uma feirinha e corra para admirar os produtos? Eu nunca. E admito que é um impulso incontrolável! Até eu, que sou pão-dura, digo econômica, não resisto a uma olhadinha. A gente sempre tem desculpa para essa compulsão.
"Só vou olhar, amor", "acho que vi uma coisinha que vai ficar linda naquele cantinho lá de casa", "pode ter uma opção mais em conta de presente, querido". E tem mesmo!

Já encontrei numa lojinha pequena e discreta do centro histórico de São João del Rei sabonetes de lama de Araxá que minha irmã adora! Minhas sobrinhas já ganharam miniaturas de jarrinhas e panelinhas de cobre para a casinha da Barbie. O Nem, tio do Robson, ganhou de presente uma garrafa de cachaça com umas cuias pequeninas que são lindas. Minha mãe já foi premiada com jogos americanos feitos artesanalmente nos teares de Resende Costa. E por aí vai.

O Robson já se acostumou. Quando vamos para as cidades históricas da nossa área de cobertura e há tempo entre uma pauta e outra, lá vou eu! Com jeitinho vou me aproximando das lojas, estico o olho, avalio o humor do Robson, dou uma indireta, se não cola, dou duas diretas...
A minha desculpa preferida é que eu tenho que estar sempre de olho nas novidades de artesanato que possam servir de matéria para o quadro "Coisa Nossa" do Jornal da Alterosa.
E é verdade! Volto para a TV cheia de cartõezinhos de artesãos e de lojas com produtos artesanais.

Confesso que sou apaixonada pelas cidades históricas. Adoro pintar e elas são um tesouro para os olhos. Já tirei muitas fotos dos casarios de Tiradentes e de São João del Rei. E, assim que conseguir terminar o quadro que estou pintando do Robson, vou providenciar dois barrocos para um cantinho especial na nossa sala de estar. Aquelas ruas de pedra, com os casarios e sobrados do período colonial, são maravilhosas. E as igrejas então?
Eu nunca canso de admirar.

Sou apaixonada por São João del Rei! Parece que lá sempre estou inspirada para caprichar mais no texto. É como voltar para casa depois de muito tempo afastada.
As pessoas nos param nas ruas, perguntam por que ficamos tanto tempo sem voltar lá, nos chamam para um cafezinho. Esse carinho emociona. Afinal, não fazemos nada para merecer um tratamento tão afetuoso. Voltamos para Juiz de Fora com as baterias recarregadas e o humor mais leve. Não há problema que não perca a força diante de tanta beleza e de tanto carinho.
O mais legal é que as pessoas guardam as matérias que fazemos e vêm comentar um detalhe ou outro.

O prefeito Sidney de Souza, o Sidinho, sempre nos lembra de uma reportagem que fizemos há uns dez anos, quando ele ainda era Presidente da Associação Comercial de São João del Rei. Eu estava estreando na TV Alterosa e fomos enviados para cobrir o abandono do complexo ferroviário e da Maria Fumaça, que é o trem de passageiros mais antigo do mundo em funcionamento. Mostramos os problemas, o material foi exibido para todo o Brasil pelo SBT e as soluções foram providenciadas. O Sidinho nos lembra sempre disso, para reforçar a importância da imprensa na luta para preservar o patrimônio nacional.

Falando em Maria Fumaça e complexo ferroviário de São João Del Rei, não dá pra esquecer o Berenício de Carvalho , responsável por muitos anos pela manutenção de um dos pontos turísticos mais visitados da cidade. Ele sempre estava atento a cada detalhe, criando atrativos para levar os turistas ao Complexo Ferroviário e ao museu. Inclusive, abrindo espaço para os artesãos mostrarem o que produzem. Sempre que fizemos reportagens por lá, ele nos ajudou muito e moveu céu e terra para que tivéssemos informações e imagens preciosas. Agora, o Berenício está alçando vôos mais altos, como o responsável pelo Aeroporto de São João del Rei. E fazendo um ótimo trabalho, como sempre!

O Adenor Simões é outra figura querida e especial. Ele sempre foi um "anjo da guarda" para mim e para o Robson. Precisamos achar alguém para melhorar uma matéria e lá está o Adenor com inúmeras sugestões. Precisamos de imagens em exposições que ainda não foram abertas e ele providencia com a maior boa vontade. Adenor é o pai da Capital Brasileira da Cultura.

Foi dele a idéia de inscrever São João del Rei no concurso promovido por uma ong. Foi dele também o maior empenho em realizar todo tipo de evento cultural depois da escolha da cidade histórica, no ano passado. Adenor é uma pessoa incansável, que trata São João como um filho querido, que merece o que há de melhor.

Só posso dizer que podem contar conosco para divulgar sempre essas lindas e preciosas cidades históricas. Mais do que um artesanato belíssimo, comida saborosa e cenários de fazer inveja, elas têm pessoas especiais, que levam a sério a palavra hospitalidade!

Só de falar, já tenho vontade de correr para lá e quem sabe, visitar uma feirinha de artesanato?
É que eu estou precisando tanto de um enfeite para a mesinha da sala...

sábado, 22 de março de 2008

Bombeiro amigo

Por Michele Pacheco e Robson Rocha

O Capitão Marcos Santiago está deixando a área de Assessoria de Comunicação Social do Quarto Batalhão de Bombeiros de Juiz de Fora.
Queríamos deixar aqui nosso agradecimento a ele pelo carinho com que sempre nos tratou.
Mais do que um assessor de imprensa, o Capitão Santiago soube cultivar o respeito de todos aqueles com quem lidou no cargo.

Independentemente do momento, sempre nos atendeu com um sorriso no rosto e pronto a nos passar informações com uma gentileza fora do comum.
Isso, sem dizer que sempre tinha todas as informações que precisávamos. Podia ser ao meio-dia ou à meia-noite, ele fazia questão de estar presente no local dos fatos.
Bastava perguntar e lá vinha o release prontinho com dados precisos e informações extras para ajudar na reportagem.
Na hora da pressa, isso já salvou muitas reportagens.

O jeito tranqüilo do Santiago sempre nos surpreendeu. Nos momentos de maior crise, ele tem calma para lidar com as equipes dos bombeiros e atender às necessidades da imprensa.
E faz isso sem se alterar ou ser grosseiro com ninguém.
Nas solenidades, o capitão é a eficiência em pessoa.
Consegue se dividir entre o cerimonial e o atendimento aos convidados com competência e satisfação.

Além disso, soube como poucos virar o foco das camêras para as
realizações dos Bombeiros. O Projeto Bombeirinhos cresceu muito em Juiz de Fora graças ao Santiago. Ele não se contenta em fazer a idéia dar certo, quer que isso seja divulgado. E consegue! Dia da Árvore? Lá íamos nós cobrir o plantio de mudas feito pelos alunos do projeto. Dia da Água? Sempre tinha alguma atividade prevista que atraía a imprensa. E quando o projeto foi aberto também para a terceira idade, o Bombeiro Sênior, ele se encarregou de tornar isso público e notório.

Vamos sentir falta do Capitão Santiago na assessoria de imprensa, mas torcemos para que ele tenha o mesmo sucesso no setor administrativo e consiga conquistar tantos amigos como fez no cargo anterior. Temos muita satisfação de estar entre esses amigos conquistados. Boa sorte! Estaremos sempre à disposição para divulgar o trabalho fabuloso dos bombeiros.

A tradição da Semana Santa em São João Del Rei

Por Robson Rocha

Estivemos meio “fora do ar”, pois viajamos para cobrir uma das mais belas cerimônias da Semana Santa no Brasil. O Descendimento da Cruz em São João Del Rei.

Chegamos em São João na sexta pela manhã. Gravamos algumas chamadas para o Jornal da Alterosa e uma matéria sobre o movimento na cidade.
É de impressionar o trabalho que eles fazem com areia e serragem. São tapetes maravilhosos e ricos em detalhes. Eles chamam a atenção dos turistas, que aliás estavam em um número muito maior nesse ano.

A Michele gravou e conversou com alguns turistas franceses que estavam impressionados. Pra falar a verdade, eu não entendi nada que eles falavam, mas a Michele gastou o francês batendo o maior papo e eu, bem, eu boiava. Minha tecla sap não funciona para o francês.

O tempo ficou meio apertado e corremos para despachar o material na rodoviária para Juiz de Fora. Lá encontramos nossos anjos da guarda em São João Del Rei: o Fábio e o Edson. São eles que fazem o despacho de nossas fitas, no guichê da Transur, para Juiz de Fora.
É graças à rapidez deles que as matérias chegam a tempo de serem editadas. Pois a gente sempre chega em cima da hora do ônibus!

Dali, fomos para Tiradentes onde estávamos hospedados e aproveitamos para gravar chamadas de segunda-feira. A vista no mirante é maravilhosa e usamos como fundo os casarios da cidade e a igreja de Santo Antônio. Até São Pedro colaborou! Colocou uma nuvem fina tampando o sol. O suficiente para fazer com que a luz ficasse difusa e não gerasse nenhum sombra dura no rosto da Michele.

Como ninguém é de ferro, fomos tomar um banho e descansamos um pouco.
Depois, voltamos para São João Del Rei. Onde, como é de praxe, fomos ao bar do Zotti para comer nossa polenta à moda mineira.


Comidinha no papinho, pé no caminho. Vamos trabalhar!
Seguimos direto para a igreja das Mercês, onde aconteceria o Descendimento da Cruz.
O local é lindo e todo o ritual muito bem trabalhado. Lá, encontramos o Edson. Aquele que trabalha no guichê da empresa de ônibus, lembra? Dá uma olhada no naipe do camarada. Thiago Lacerda que se cuide!

O espetáculo atrai todo ano milhares de turistas de todo o Brasil e também do exterior. Eles ficam tão ansiosos para ver tudo de perto, que chegam à escadaria da Igreja das Mercês com horas de antecedência. A Iana era uma dessas pessoas. Ela é diplomata da República Tcheca e estava acompanhando um artista de lá que está expondo em São João del Rei. Quando viu a celebração, disse que era maravilhoso, que as igrejas pareciam vivas!

Enquanto o público espera ansioso, os profissionais de imprensa vão se posicionando. São mais de cinqüenta se espremendo. A galera da imagem não tem como sair do bolo, mas os repórteres vão se ajeitando em outros espaços. A Michele e a Patrícia, da TV Panorama, depois de gravarem as entrevistas, arrumaram um cantinho na escadaria para escrever os textos.

No meio de todo o ritual católico, uma pessoa se destaca. É o Monsenhor Sebastião Paiva. Ele já fez 80 anos e há 40 é um dos organizadores da Semana Santa em São João. Ele sobe e desce aquelas ladeiras indo de uma igreja a outra como se fosse um garotinho de 10 anos. Na entrevista, ele disse que é sempre uma emoção muito grande tirar a imagem de Cristo da Cruz, durante a cerimônia de Descendimento. Só ficamos tristes quando ele disse que este poderia ser o último ano de participação dele, já que está bem idoso. Vida longa ao Monsenhor Paiva!

Os eventos que ele organiza ficam sempre lotados. Até pra gente tirar uma foto nossa é difícil, não tem espaço. Eram mais de 50 mil pessoas no grande largo entre a igreja Matriz e a igreja das Mercês. E dali, as pessoas saíram em procissão pelas ruas de São João Del Rei.
E o que dá uma certa tristeza é que cortejo passa por cima daqueles tapetes tão bem feitos com areia e serragem.

Mas, ano que vem tem mais e esperamos que o Monsenhor Paiva, grande responsável pela cerimônia esteja lá novamente!

quinta-feira, 20 de março de 2008

Polenta à moda mineira

Por Robson Rocha

Nós adoramos São João Del Rei e, apesar de sempre irmos lá gravar matérias, mesmo nas férias voltamos pra curtir a cidade. E aí, levamos a Paula pra aproveitar. Além de muitos pontos turísticos e respirar cultura, São João cativa a gente.
As pessoas são extremamente educadas e têm prazer em receber. O que nos faz sentir "filhos-da-terra", como eles se referem a quem nasceu lá.

Ah, outra coisa muito boa por lá é a culinária. Têm restaurantes muito bons.
Antigamente comíamos em um bar chamado Alforria, tinha caldos maravilhosos. O bar mudou de dono e passamos a freqüentar o Bar do Zotti.
Esse bar foi responsável pela queda de um tabu em minha vida.
Sempre debochei da Michele porque muitas vezes ela pedia porção de angu frito pelos botecos da vida. Sempre afirmei que angu a gente come em casa.

Porém, uma vez estávamos gravando em São João Del Rei e fazia um frio, digamos, razoável. E pra ajudar, começou a cair um sereninho fino, aquele conhecido como “chuva de molhar bobo”. E no centro histórico de São João não tem marquise. Não quis vestir a capa de chuva e fiquei um bobo molhado.

Acabamos a gravação, deixamos tudo no hotel e fomos procurar um lugar para comer por perto. Vimos aquele bar aconchegante, parecendo tão quentinho. Entramos.
A Michele pegou o cardápio e perguntou que prato indicavam pr’aquela noite fria e eu só conseguia pensar em uma dose da “mardita” pra “esquentar o peito”.

Antes que ele respondesse, já interrompi e perguntei:
“Camarada, você tem uma da “boa” aí”?
Ele respondeu que tinha da roça e eu recusei. Aí ele indicou “uma” com mel.
Pensei: Beleza! Assim o resfriado não me pega!

Mas, a Michele tomou a rédia da parada e reforçou sua pergunta. E o rapaz indicou uma polenta.
Pensei: O cara está de sacanagem, polenta?!
O pior que a Michele aceitou.
Eu arrematei uma porção de carne de lata com batata e a deliciosa pinga com mel.


A Michele comia a polenta com uma vontade de fazer inveja e enfrentei alguns problemas:

1 – A pinguinha abre o apetite.
2 – Meu apetite já é grande sem ela. (Com ela então!)
3 – Meu olho é maior que a barriga.
4 – O cheirinho era maravilhoso.
5 – Meu olho de novo.
6 – Nem precisava, mas a Michele me induzindo.

Meu amigo, comi duas cumbuquinhas de polenta. E, eu que tanto critiquei: comendo duas cumbucas de angu com molho, carne moída, queijo, etc.
Eu suava mais que tampa de caçarola. A pinguinha que eu tomei, até evaporou e o meu único pensamento era como chegar no hotel. Ir andando até lá, era muito esforço pro meu corpo. Minha barriga estava tão cheia que parecia que se eu me levantasse o sangue não chegaria até o cérebro. Já pensou? Um camarada de 1,90 metro desmaiando. Seria no mínimo esquisito.

Mas tudo saiu bem, aos poucos a sensação de que ia explodir foi passando. Fomos para o hotel e dormi como um anjo.
Porém, tenho que admitir: não critico mais ninguém por causa do angu, pois virei freguês de carteirinha do Bar do Zotti e, se tudo correr bem, sexta-feira estaremos comendo uma boa polenta.

Gostamos tanto que fizemos até uma matéria de receita da polenta para o Jornal da Alterosa.
Vamos colocá-la abaixo, mas vou dizer uma coisa, sempre fazemos essa receita em casa, porém acho que tem algum segredo que ele não contou, pois lá é diferente.

RECEITA: POLENTA À MODA MINEIRA

Rendimento: 2 porções

Ingredientes:
- 250g (um copo duplo) de fubá;
- 100g de queijo minas curado ou padrão ralado;
- 150g de carne moída refogada com temperos a gosto;
- 200g de molho feito com tomate cereja, cebola e cheiro verde;
- queijo parmesão e cebolinha verde para polvilhar.

Modo de fazer:
Cozinhe o fubá em um copo grande e meio de água até formar um angu em ponto quase duro. Coloque o angu numa cumbuca e cubra com o queijo minas ralado. Em seguida, ponha o molho de tomate, cubra com a carne moída refogada e termine salpicando queijo parmesão e cebolinha verde. Está pronto.
A receita deve ser preparada na hora de servir e montada com os ingredientes ainda quentes, para derreter os queijos.

Sugestão da cozinheira para o molho: Numa panela doure a cebola, acrescente os tomatinhos cortados ao meio e deixe apurar. Desligue o fogo, acrescente cheiro verde e reserve.
Bom apetite!