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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Polícia Federal prende prefeito de Juiz de Fora na Operação Passárgada

Por Michele Pacheco

Dia difícil! Fizemos duas pautas cedo e fomos acionados pela produtora Regina Ramalho para ir ao bairro Aeroporto, pois o prefeito Alberto Bejani estava sendo preso pela Polícia Federal. Corremos para o local e já encontramos por lá nossos colegas do jornal e da Tv Panorama, do jornal Tribuna de Minas e da Rádio Solar. Tinha cara de mais um dia de espera. E não deu outra! Chegamos por volta de nove e meia da manhã e só saímos ao meio dia. Sem muitos dados oficiais, cada um tratou de acionar suas fontes em busca de notícias.
A Polícia Federal enviou aos órgãos de imprensa o release sobre a Operação Passárgada.

Em Juiz de Fora, além da casa do prefeito Alberto Bejani, houve buscas na prefeitura, onde dois andares (gabinete e departamento de licitações) foram isolados pelos policiais. Ao todo, 500 policiais federais cumpriram 100 mandados de busca e apreensão e 50 de prisão em Minas Gerais, na Bahia e no Distrito Federal. Prefeitos, juízes, procuradores, assessores, advogados e lobsitas foram investigados durante oito meses. Eles são suspeitos de usar um esquema de liberação irregular de verbas do Fundo de Participação dos Municípios. Segundo os policiais, os municípios em débito com o INSS contratavam sem licitação um escritório de advocacia que supostamente pertencia a um lobista. Ele oferecia vantagens a juízes e servidores da justiça em troca de pareceres favoráveis. O dinheiro conseguido no esquem era dividido com os prefeitos.

Com fome, calor e ansiosos por notícias, acompanhamos a chegada de mais repórteres, dessa vez dos jornais Estado de Minas e Hoje em Dia. A falta de imagens e a longa espera deixaram o Marcelo, da Tribuna de Minas, impaciente. Ele escalou uma árvore para ver se conseguia uma foto legal.
O esforço só serviu para passar o tempo e garantir alguns arranhões e muita sujeira na roupa.

Ao meio dia, o comboio com seis carros, um da Polícia Federal e os outros descaracterizados, saiu da casa e seguiu para a Delegacia da Polícia Federal. Nós fomos para a TV para as entradas ao vivo nos jornais de Belo Horizonte.

Por volta de duas da tarde, fomos para a delegacia render a equipe do Evandro Medeiros e do Marco Fagundes, que já estavam azuis de fome! Encontramos uma multidão do lado de fora. Entre gritos exaltados e xingamentos, eles se dividiam entre dar os parabéns à polícia e reclamar da demora na saída do prefeito. Achei curioso ver alguns partidários do Bejani no meio do bolo. Eles estavam quietos, acompanhando tudo e temendo fazer perguntas e ser linchados pela turma exaltada. Contaram que um homem apanhou simplesmente por dizer que o prefeito era inocente e iria provar isso.
Tinha um sujeito com uma caixa de fogos de artifício fazendo uma festa.

Mais espera! A todo momento alguém dizia que o Bejani estava saindo. E nada de sair.
O delegado Cláudio Nogueira, da Polícia Federal de Juiz de Fora, informou o que foi apreendido na busca na cidade. Foram 11 veículos, entre eles um caminhão, triciclos e carros de luxo.
Na casa do prefeito os policiais encontraram 1 milhão e 120 mil reais em dinheiro.
Foi preciso levar uma máquina de contagem de dinheiro para levantar a quantia certa.
A informação de que haveria mais 700 mil reais numa fazenda do suspeito não foi confirmada.
A Polícia Federal apreendeu também 4 armas, entre elas uma pistola 9mm, de uso exclusivo das forças de segurança nacional. Sem porte e registro dessa arma, Bejani vai ter que responder a processo.

Como sempre acontece em casos de espera, as equipes de reportagem ficam de um lado para o outro batendo papo e trocando informações.
Surge cada história!
De futebol a alianças políticas a gente fala de tudo.
O que não pode é ficar parado, senão dá um desânimo...

É claro que a turma fica de olho em tudo o que acontece.
É comum largar uma história pela metade, correr para se posicionar achando que vai acontecer algo importante e depois voltar ao papo.
Essa foto do Carlos Mendonça mostra bem o que é isso. Todo mundo lado a lado, de olho no fato.

São dele também as fotos que mostram os policiais preparando os carros do comboio para levar o prefeito Alberto Bejani para Belo Horizonte. Em volta, muitos jornalistas tentando um espacinho para fazer uma boa imagem ou tentar entrevista. Valeu pela contribuição, Carlos Mendonça!
Ao todo, segundo a polícia federal foram 14 prefeitos presos na Operação Passárgada. Juízes, procuradores e lobistas também foram presos. A investigação apontou que o esquema esvaziou os cofres públicos em cerca de 200 milhões de reais.

Dengue em Além Paraíba - o perigo mora ao lado

Por Michele Pacheco

Quem sai de Jamapará, distrito de Sapucaia- RJ, e entra em Além Paraíba nota uma placa onde está escrito "Área de Segurança - Divisa de Estados". Pena que a segurança não funcione para o Aedes Aegypti! Os dois municípios são separados apenas por uma ponte de uns 40 metros de comprimento.
O vai-vem de carros e pessoas é intenso o dia inteiro.

Tem gente de Jamapará comprando em Além Paraíba. Gente de Além Paraíba trabalhando em Jamapará. E por aí vai... Mas, a convivência pacífica está estremecida por um motivo de menos de um centímetro de comprimento e enorme poder de destruição:
o Aedes Aegypti!

A secretaria de Saúde de Além Paraíba afirma que fez o dever de casa e desde 2001 tem intensificado o combate ao mosquito transmissor da dengue. Segundo a equipe de combate à doença, a situação estava sob controle. Mas, desde 2006 o problema está crescendo, porque os vizinhos do estado do Rio não fizeram o mesmo. A Vigilância Epidemiológica de Sapucaia informou que o combate à dengue não está sendo feito em Jamapará porque o governo do Rio de Janeiro não enviou o material necessário. Com isso, o mosquito vive sossegado de um lado do Rio Paraíba do Sul e ainda ganha carona nos carros, caminhões e ônibus para "almoçar" fora no lado mineiro da ponte!

Há focos em todo o município de Além Paraíba e o tráfego intenso de caminhões leva para a cidade pessoas de todo o Brasil, vindas de lugares infectados. Elas podem trazer no organismo o vírus e contaminar os mosquitos do município, que transmitirão a dengue aos moradores. Como todo mundo sabe, essa é uma doença que depende do esforço de todos para ser erradicada. Enquanto houver locais para reprodução do aedes aegypti, é impossível falar em fim da dengue. Basta ver a epidemia que assola o Rio de Janeiro e já matou mais de 60 pessoas!

Segundo a secretaria de Saúde, Além Paraíba tem 665 notificações da doença, com 92 casos confirmados, o que coloca o município em quinto lugar em infestação no estado de Minas Gerais. O secretário Ailton Regazio disse que houve aumento de 50% no atendimento no Hospital São Salvador e no Posto de Pronto Atendimento da cidade. Encontramos vários pacientes tomando soro e sendo medicados. Todos tiveram sangue coletado para exame e tiveram o nome acrescentado à lista de "suspeitos de dengue".

A família do vigilante Francisco Lúcio Pernambuco, de 49 anos, tenta superar a dor da perda, enquanto espera uma resposta. Segundo o jornalista Flávio Senra escreveu no jornal "Além Parahyba", Francisco começou a passar mal no dia 18 de março apresentando dor de cabeça, vômito, febre alta e vermelhidão pelo corpo, sendo atendido e liberado no posto de Pronto Atendimento e no Hospital. Ele morreu no dia três de abril. Os médicos da secretaria de Saúde acreditam que a causa da morte tenha sido leptospirose, doença com sintomas semelhantes aos da dengue. Já a família, só vai ter certeza de que não é dengue hemorrágica quando o resultado do exame de sangue ficar pronto.

Enquanto tenta lidar com as notificações que crescem a cada dia, o secretário de Saúde conta que o município acionou o Ministério Público no ano passado pedindo ajuda para resolver o problema com a cidade vizinha. O primeiro ofício foi enviado em maio de 2007 e o segundo em dezembro. Ambos relatam casos de dengue em Além Paraíba, número de pacientes do Rio que foram atendidos na cidade e a falta de trabalho preventivo em Sapucaia. Enquanto fazíamos a reportagem para o Jornal da Alterosa, consegui ser recebida pela promotora de Defesa da Saúde. Ela não quis gravar entrevista, mas explicou que assim que foi acionada pelo município, entrou em contato com os promotores das duas cidades fluminenses que fazem divisa com Além Paraíba.

O Ministério público de Carmo respondeu e enviou relatório dos trabalhos feitos no local. Já o de Sapucaia, não teria enviado qualquer resposta. Com a nossa reportagem, a promotora disse que iria se informar sobre o andamento do caso e fazer novo contato com o promotor de Sapucaia.
Perguntei o que caberia fazer caso ela continuasse sem resposta.
A promotora disse que nesse caso, deve acionar judicialmente a prefeitura de Sapucaia.

terça-feira, 8 de abril de 2008

O maníaco da garrafa ataca novamente

Por Robson Rocha

Definitivamente estamos diante de um mistério! Desde que fizemos uma matéria sobre um objeto estranho em uma garrafa de refrigerante no Jornal da Alterosa e postamos um texto aqui no Notícias Fora do Ar (O MANÍACO DA GARRAFA), vários casos foram enviados para o nosso e-mail.
Como a galera do escritório de advocacia brincou no dia da gravação em Santos Dumont, estavamos diante do "caso do maníaco da garrafa".
Depois disso, recebemos alguns e-mails relatando o mesmo problema em várias cidades de Minas.


Agora o "maníaco da garrafa" estaria inovando no sabor, pois recebemos fotos de uma garrafa de refrigerante de uva recheada com algo estranho.
O interessante é que em todos os casos a empresa quer a garrafa de volta, quer dizer, a prova que o denunciante, ou cliente da empresa tem. Se com a prova em mãos o comprador já tem dificuldades, imagine sem a prova. A empresa oferece a troca do produto, mas os consumidores que compraram as "garrafas premiadas" temem que a simples reposição não leve o fabricante a tomar providências quanto ao controle de qualidade.
A fábrica alega que quer a garrafa de volta para avaliar se o rótulo está intacto ou se a garrafa foi aberta para colocar o objeto dentro.


Em todos os casos que chegaram até a gente, o lacre não tinha sido rompido.
Todos os refrigerantes com OFNI, Objeto Flutuante Não Identificado, são produzidos pelo mesmo grupo, que até agora não mostrou que está investigando o caso, e nem procurando o "maníaco da garrafa".
Eu vi de perto e o mínimo que posso dizer é que a coisa é nojenta. Só de imaginar tomar um gole do refrigerante “premiado”, dá vontade de vomitar!
Se esses fatos tivessem acontecido nos EUA, por exemplo, o consumidor ficaria rico com a indenização. Isso, fora que a empresa já teria tentado um acordo e não pegar a garrafa de volta. Mas estamos no Brasil, então... é aguardar os fatos.

E agora surgiu mais um caso que foi relatado no PonteNet, Portal de Ponte Nova (
http://winser.pontenet.com.br/pontenet/principal/noticia.asp?id=4648 ) e transcrevo na íntegra com a foto.

"Mistério - Corpo estranho dentro do refrigerante Coca-Cola"


"O publicitário André Luiz dos Santos se surpreendeu com algo que encontrou dentro de uma garrafa de Coca-Cola 1,25 retornável.
A princípio ele pensou tratar de uma forminha de docinho de aniversário,mas depois surgiram outras teorias:preservativo masculino(camisinha), rodela de limão e até mesmo pele humana.
André conta que o fato ocorreu durante comemoração de seu aniversário , dia 24/03.
Disse que comprou 4 garrafas de Coca-Cola no mercado Barranas, no Centro Histórico.
Antes de abrir um dos refrigerantes ele percebeu algo diferente dentro da garrafa.
A gerência do mercado Barranas disse que adquiriu as garrafas de Coca-Cola da Distribuidora Refrigerantes de Minas Gerais .
O lote do refrigerante é 11 110p120 208, produzido e engarrafado em Belo Horizonte.
Em contato com a Coca-Cola do Brasil, o atendente informou que irá trocar o produto e recolhe-lo para análise.
Para registrar o caso, André chamou a imprensa local e nacional. Ele disse que acionará na Justiça o Barranas, a Distribuidora de Refrigerantes Minas Gerais e a Coca-Cola do Brasil.
Disse que irá pedir que o lote do refrigerante seja retirado do mercado.”Sempre fui fanático por Coca-Cola ,até encontrar um corpo estranho dentro do refrigerante mais famoso”,disse.
Fonte: Jornal Listão"

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Festival da loucura

Por Robson Rocha

Cheguei do Festival da Loucura em Barbacena, louco para postar um texto sobre o evento. Baixei as fotos e apaguei do cartão fotográfico. Loucura, eu sei! Pois aí, logo depois, meu computador queimou a fonte. É coisa de doido!
Fiquei enlouquecido, porque não gosto de postar texto sem fotos. Peguei o notebook e tentei escrever alguma coisa. Mas, meu nervoso era tanto, que estava à beira de um ataque de nervos.
Tentei dar um eletro-choque no meu PC, mas foi em vão. Pra fazer uma lobotomia nele e transferir alguma coisa para o notebook era impossível.
O jeito foi me acalmar e hoje o levei em uma clínica eletrônica, onde recuperaram meu computador, sem nenhuma violência. Ele voltou pra casa bonitinho.

E como as fotos estão recuperadas, posso contar que fomos a Barbacena para cobrir um festival que é muito bacana: o da loucura.
Começamos gravando uma mesa redonda com o tema:
“Nunca houve um homem como Heleno 1920-1959”.
Heleno de Freitas foi um grande jogador do Botafogo de 1945 a 1948 e 1950. O centroavante atuou pelo Vasco (1949), Boca Juniors, da Argentina(1951), América do Rio (1951), Atlético Barranquilla (1951 e 52) e Santos (1953).
E ficou internado de 1954 até 08 de novembro de 1959, quando morreu aos 39 anos em Barbacena, de sífilis cerebral.

Foi uma divertida aula com Luiz Mendes, jornalista esportivo da rádio Globo, e, principalmente, com o médico José Teobaldo Tolendai, que cuidou de Heleno.
Eles conseguiram dar uma aula, sobre um assunto sério, mas de forma descontraída.
Contando várias histórias desse mineiro que nasceu em São João Nepomuceno.

Dali, fomos almoçar e depois visitamos a tenda ou, o circo.
Onde de cara, a gente encontrava um Dom Quixote enorme todo feito de sucatas, lembrando o maior louco da literatura mundial. Muito bacana!
Depois, a gente passava por uma exposição de quadros pintados por pacientes psiquiátricos.
Havia também muitas fotos dos pacientes em um grande mural, onde a gente não cansa de olhar e tentar entender a felicidade deles. Era uma exposição mostrando a emoção de quem voltou para casa com a desospitalização.

Logo à frente, me deparei com muitas fotos antigas de Barbacena. Como adoro fotos antigas, não resisti e vi uma por uma. E uma coisa me deixou feliz, eles estavam vendendo um cd com as fotos. Lógico que depois voltei e comprei!
Mas, enquanto gravava as fotos, ouvi uma gritaria. Era um grupo fantasiado de loucos levando a Michele para uma tenda onde fizeram alguns testes de loucura com ela. Era o grupo Blade, de Belo Horizonte, que ficava o tempo todo fazendo maluquices. Todo mundo que passava por lá era obrigado a usar um chip de louco.

Com as loucuras, o grupo conseguia prender a atenção dos turistas, que
participavam das brincadeiras, mas em momento algum deixava de registrar as coisas estranhas que eles faziam. Na verdade, eles nos mostravam que todos nós somos um pouco loucos.
E a loucura ali é tão levada à sério, que eles me tomaram a câmera e me fizeram vestir um paletó de mil novecentos e preto e branco. Mas não bastava só vestir. Tive que fazer todas as gravações usando o paletó que tinha cheiro de guarda-roupas. Fazer o quê?

Saímos e fomos para o Museu da Loucura, um lugar em que você viaja no tempo e pode conhecer o tamanho da maldade humana.
Fotos de depósitos de pessoas, que loucas ou não, sofriam as maiores torturas que um ser vivo pode suportar.

O Jornal Estado de Minas, que denúciou em 28 de agosto de 1979
“A vida que se esconde nos depósitos de lixo humano”.
As imagens são fortes e as fotos não precisam de texto, elas por si só dizem tudo.

Depois, visitamos e gravamos nas casas onde vivem hoje os internos.
O legal é que não tínhamos marcado nada e pudemos circular sem restrições.
O único pedido foi não identificar os pacientes.

Fiquei feliz, pois a transparência mostra que lá ninguém tem nada a esconder. Nos admiramos com a limpeza e principalmente a qualidade de vida que os pacientes têm ali.
A Francisca é a funcionária que nos acompanhou na visita.
Muitos dos internos conversaram com a gente, eles têm carências, entre elas a de conversar com as pessoas.
E muitos ainda são remanescentes dos períodos de tortura. Alguns até hoje ainda não se acostumaram com a nova realidade. Andando por lá, em determinados momentos dá vontade de chorar.

Depois que escrevemos um texto sobre o museu da loucura, o Alexandre nos mandou um e-mail sobre a história de seu avô, que foi internado lá. Tentamos entrar em contato com o Alexandre, mas os e-mails retornaram.

Estamos juntando várias histórias sobre a loucura e talvez em breve postaremos algumas.

domingo, 6 de abril de 2008

Campeonato mineiro - A história se repete

Por Robson Rocha

Hoje, nossa primeira matéria foi uma apreensão de drogas feita pela Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes de Juiz de Fora.
Uma estudante, de 19 anos, veio de Vitória para buscar cerca de vinte quilos de maconha e levar o material para o Espírito Santo.
O pessoal disse que estamos sumidos, isso pois antigamente a gente não perdia um factual na delegacia.
Além da droga que estava escondida em duas bolsas de lona, eles apreenderam um celular. A droga foi entregue no bairro Marumbi, em Juiz de Fora.

Dali, fomos para o Estádio Municipal de Juiz de Fora, o Mário Helênio.
Chegamos e não havia vaga para o carro da TV. Eram muitos carros de transmissão e de reportagem. No campo, os profissionais se espalhavam por toda parte. Além disso, todas as cabines estavam ocupadas. O pessoal da TVE – Rede Minas de Juiz de Fora, que sempre usa a cabine da TV Alterosa, teve que ficar em um palanque construído ao lado das cabines.

Nós tivemos que dividir nossa cabine com a galera da Sport TV.
O triste é quando dividimos a cabine com uns manés. Mas, os camaradas da Sport TV eram gente boa demais.
Três câmeras e mais a Michele tinham que usar a janela. Ainda bem que a janela é bem grande e todo mundo se ajeitou.

O jogo começou e de um lado ficou o Edu, que trouxe a esposa para conhecer a cidade.
Que por sinal, em dia com tanta chuva, não deve ter dado para conhecer muita coisa. Mas ele ainda queria levar a patroa para experimentar uma comidinha mineira depois do jogo.

No meio eu e a Michele que durante todo o jogo não pôde se mexer muito, pois senão esbarraria em algum dos tripés. E tinha que fazer as anotações em meio a fitas, baterias e copinhos de água mineral.
Em campo, a chuva caia, mas estava tudo azul, até o juiz parecia azulado. Nada que o torcedor do Galo de JF não esperasse.

Já ia me esquecendo, no outro canto da cabine estava o Marcelo, que também fez malabarismo para operar a câmera. Isso, porque ele estava com o ombro e o braço esquerdos enfaixados. Enquanto isso, em campo acontecia uma performance digna dos melhores artistas de circo. Um jogador do Cruzeiro fez pose e se estabacou no chão sem ser tocado. Uma cena digna dos melhores palhaços circenses que tomam tombos sem ninguém os tocar. E o pior: o juiz azulado amarelou o camisa sete do Tupi, Lucas.

Mas, a torcida do Tupi não amarelou e fez bonito! Apoiou o time todo o tempo, independente do time estar ganhando ou não.
Enquanto isso, parte da torcida do Cruzeiro parece que não entendeu que, em Juiz de Fora, o estádio de futebol é um local que a gente vai com a família para apreciar o jogo e, lógico, torcer. Isso, porque eles não tinham com quem brigar e mostraram que isso não importa, pois brigam entre eles mesmos. Que exemplo!

Mas, o jogo continuava e, diante da postura do juiz, nossos amigos cariocas não resistiram e perguntaram se o juiz era cruzeirense. Aí, ouvi uma pessoa dizendo pra eles: “Você não sabia que o campeonato mineiro é feito para os times da capital? E vocês da imprensa só falam deles. O América que está na segunda divisão do mineiro tem mais espaço que todos os times do interior juntos!”
Falar o quê?

O primeiro tempo terminou e o Tupi na frente. Mas como diz o ditado: “Alegria de pobre...”
No inicio do segundo tempo o Lucas fez uma falta e o Sr. Juiz o mandou para o chuveiro mais cedo. Aí, estava tudo ajeitado para o Atlético e Cruzeiro não se encontrarem antes da final. Com um jogador a menos, o Tupi bem que tentou, mas não conseguiu segurar o time de BH que fez 2 gols e terminou essa fase em primeiro lugar.

O torcedor carijó saiu de campo chateado com o resultado, mas não com o time do Tupi, que fez o que podia. Como me disse um técnico de uma rádio: “O décimo segundo jogador do Tupi foi a torcida, mas o décimo segundo jogador do Cruzeiro tinha mais poder!”
Fora isso, ouvi de vários torcedores frases muito parecidas de que o Tupi deveria tentar disputar o campeonato carioca, pois o campeonato mineiro nunca vão deixá-lo ganhar.
Parei pra pensar e isso é uma realidade.
Tirando o Ipatinga que era uma filial do Cruzeiro, quando deixaram um time do interior ser campeão mineiro?
Pelo visto, a história se repete!

sábado, 5 de abril de 2008

Leilão de 200 carros em Muriaé

Por Silvan Alves
TVAtividade

A Delegacia Regional de Polícia Civil de Muriaé estará leiloando no próximo dia 23, numa quarta-feira, 213 veículos (automóveis, motos e caminhões) apreendidos por falta de licenciamento, débitos de multas, chassi remarcado, e veículos acidentados irregulares.
Os veículos estão depositados em pátios de delegacias da regional, como Carangola e Divino.
Só em Muriaé estão aproximadamente 60 automóveis e 80 motos.
De acordo com a organização do leilão público de veículos, o proprietário que ainda queira recuperar seu veículo, o prazo vai até às vésperas do leilão.
A Delegacia de Trânsito de Muriaé informou ainda que cerca de 80% dos veículos foram apreendidos por estarem com a documentação obrigatória irregular, e os demais 20%, se dividem em veículos de chassis remarcados e acidentados em situação irregular. O leilão inclui dezenas de bicicletas produtos de furtos na cidade que não foram procuradas ou identificadas pelos seus donos, além de peças como motores.
A visita a esses veículos está liberada a partir do dia 14.
www.silvanalves.blogspot.com

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Acidente em Minas Gerais mata nora do Ministro da Saúde

Por Michele Pacheco

Fomos a Barbacena cobrir o Festival da Loucura. Já saímos de Juiz de Fora debaixo de chuva e com nevoeiro intenso na estrada. Fomos devagar, pois sabemos que o trecho é perigoso. E não deu outra! Vimos vários acidentes pelo caminho.
Como tínhamos horário apertado em Barbacena, não dava para parar e registrar todos. Tentamos salvar algumas fotos de dentro do carro. Esta carreta parece ter derrapado na pista, descido de ré e ficado nesta posição estranha, formando um L entre a carreta e a cabine.

Poucos metros à frente, um caminhão estava parado na pista contrária. Ele estava carregado de sucata e alguns fardos tinham se desprendido, caindo no asfalto. Como passamos rápido, não dava para saber se o motivo da queda do material tinha sido um acidente ou uma derrapagem do veículo com a pista molhada. Este caso aconteceu num ponto perigoso da BR 040, na Serra da Mantiqueira. O trecho foi reformado há pouco tempo e, desde então, os acidentes são freqüentes. Muitos motoristas aproveitam as boas condições da pista e abusam da velocidade.

Chegando em Barbacena, notamos que esta carreta estava com a lona deformada. De um lado, dava para ver bem a carga pressionando a lateral.
Achamos um absurdo que o motorista seguisse viagem daquele jeito. Como não sou lá essas coisas como fotógrafa, não consegui registrar o lado certo da carreta, mas o que fotografei também estava começando a se deformar. Pensamos em avisar à Polícia Rodoviária Federal, mas o caminhoneiro encostou o veículo num local seguro e foi ajeitar o carregamento.

Fizemos a nossa reportagem em Barbacena e voltamos para Juiz de Fora. No caminho, chuva constante! Perto de Correia de Almeida, encontramos uma van tombada no asfalto e muita gente em volta. Dois ônibus estavam parados um pouco à frente e alguns militares cercavam o veículo. Conversando com o motorista, debaixo do aguaceiro, ele nos contou que chovia muito e havia óleo na pista. Ele derrapou numa curva, bateu na mureta central da rodovia e tombou, indo parar no canto contrário. Havia 10 passageiros na van. Todos são funcionários de uma empresa que trabalha com exportação no Porto de Sepetiba e estavam indo de Ouro Branco para o Rio de Janeiro. Os militares eram da Aeronáutica e pararam para ajudar e dar carona aos passageiros. Por sorte ninguém ficou ferido.

O acidente mais grave que vimos foi no viaduto do bairro Santo Antônio, em Santos Dumont. Duas pessoas morreram.
Custamos para chegar ao local, pois a rodovia estava com congestionamentos nos dois sentidos. Um Siena prata com placa do Rio de Janeiro estava todo destruído.
A motorista, Ana Cláudia Madeira Lopes, de 25 anos, morreu no local. Ela era nora do Ministro da Saúde, José Gomes Temporão. A administradora de empresas seguia no sentido Rio-Belo Horizonte.

Segundo socorristas que estavam no viaduto, testemunhas contaram que Ana Cláudia perdeu o controle do veículo ao entrar no viaduto, invadiu a contra-mão e bateu de frente numa carreta. O carro dela rodou e parou na mureta de proteção, todo destruído.

Também chovia na hora desse acidente. Um problema que temos notado há algum tempo é o acúmulo de água nas pontes e viadutos da BR 040. Se um motorista que não conhece o trecho entrar um pouco mais rápido vai ter dificuldades para controlar o veículo. Mesmo sem excesso de velocidade é perigoso, já que os veículos derrapam e podem aquaplanar.

Ainda segundo testemunhas, o motorista da carreta de transporte de GNV tentou desviar do carro e acabou caindo do viaduto em cima da linha férrea que cruza o bairro Santo Antônio. A altura é de cerca de 30 metros, o equivalente a um prédio de 10 andares. Os moradores se assustaram ao ver a carreta-tanque e ficaram com medo de uma explosão. Mas, o veículo estava sem carga. Erli Gomes Pinto, de 49 anos, morreu no local.
A carreta caiu com a cabine voltada para baixo e ele ficou preso nas ferragens.

Esses não foram os únicos acidentes do dia na BR 040 e a Polícia Rodoviária Federal acredita que outros mais vão acontecer, já que não pára de chover na Zona da Mata. Quem for passar por aqui deve ficar atento às condições da rodovia. Em vários trechos entre Santos Dumont e Juiz de Fora a sinalização da pista está quase toda apagada, o que dificulta a visibilidade. A situação dos policiais é de sobrecarga. No acidente do viaduto, apenas uma policial controlava todo o tráfego intenso, já que os colegas estavam ocupados em outros acidentes.