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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Chuva em Minas - Promessa de ajuda para Muriaé

Do Interligado On Line
www.interligadonline.com

Na tarde desta segunda-feira (29), o Governador Aécio Neves esteve em Muriaé, onde conheceu de perto a família que teve a casa destruída pelo deslizamento de uma encosta, na noite de sexta-feira (26), na Rua Liça Múglia no Bairro Aeroporto, onde morreram duas crianças soterradas.
O governador veio de Ponte Nova, onde também visitou vítimas das enchentes e em Muriaé foi rapidamente do Aeroporto Municipal ao bairro União, de onde viu os locais atingidos e prometeu ajuda para a recuperação dos pontos e pediu que em breve, após a melhora do tempo, a administração municipal busque outros locais para construções de casas e possa assim retirar as pessoas que moram em áreas de risco, acabando com a parte residencial destes pontos.

“O Governo está abrindo uma linha de conversa com os prefeitos para que possamos arrumar recursos e melhorias para as cidades atingidas, eliminando de vez certos problemas que são crônicos”, disse o Governador.
Ainda em sua entrevista Aécio explicou que os municípios atingidos terão suspensos os pagamentos de luz e água durante sessenta dias.

Só que Muriaé não está entre os municípios atendidos pela Copasa e Cemig, ficando assim de fora dessa possibilidade.
Após passar menos de uma hora na cidade Aécio Neves retornou a Belo Horizonte, deixando a esperança de financiamentos e melhorias para o município

Acidentes no feriado de Natal em Minas

Por Assesssoria de Imprensa - 13a Companhia Independente de Meio Ambiente e Trânsito

Durante o período de zero horas de 24 de dezembro a 28 de dezembro 2008, foram registrados cinco acidentes nas rodovias da circunscrição da 13ª Companhia Independente de Meio Ambiente e Trânsito Rodoviário. Entre esses, dois culminaram em vitímas fatais.
Estamos às vésperas de mais um feriado prolongado, o de Reveillon, ocasião onde grande parte das pessoas aproveita para se divertir, e para tanto, às vezes necessita se deslocar utilizando as rodovias, porem estas se tornam ainda mais perigosas neste período chuvoso.

No intuito de preservar o bem maior, que é A VIDA, o Comando da 13ª Cia Ind MAT irá primar para o cumprimento e o respeito à legislação de trânsito. Para isso, o policiamento será reforçado nos principais pontos considerados críticos das rodovias que ligam as cidades de Barbacena, Conselheiro Lafaiette e São João Del rei. O comando alerta também sobre o aumento do consumo de bebidas alcoólicas, que está entre as maiores causas de acidentes. Por isso, vale relembrar que dirigir sob a influência de álcool ou de substância de efeitos análogos, expondo-se a dano potencial e a integridade de outrem, é crime, cuja a pena é de detenção de 6 meses a 3 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir.

O Comandante da Unidade, Major Cláudio César Trevisani, orienta aos usuários das rodovias para que não bebam se forem dirigir, respeitem os limites de velocidade e a sinalização existente, além de muita prudência, principalmente quando a pista estiver molhada.
Sugere-se cuidar da manutenção dos veículos antes de pegar a estrada e conferir os documentos de porte obrigatório.
Para que ao final do feriado, o retorno seja em segurança.
Boa viagem, e feliz ano novo.

Posse do prefeito de Barroso é garantida pelo TRE

Da Gazeta de São João Del Rei
www.gazetadesaojoaodelrei.com.br

Diplomado no último dia 18, o prefeito Arnauld Baldonero Napoleão (PSDB) deve continuar à frente da Prefeitura de Barroso.
Na quinta-feira, 18, desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) consideraram "insanáveis" as contas da ex-prefeita Eika Oka de Melo (PP), relacionadas ao ano de 2001.
Com essa decisão, mesmo tendo conquistado o maior número de votos na última eleição, Eika Oka fica impedida de tomar posse e assumir uma nova gestão.
Mas ela já anunciou que vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para garantir seu novo mandato.

Eika Oka foi prefeita de Barroso de 2001 a 2004.
Mas sua candidatura a um novo mandato em 2009 foi indeferida antes mesmo da disputa eleitoral deste ano.
À Gazeta de São João del Rei a candidata disse não ter sido surpreendida pela decisão do TRE.
Ela ainda anunciou ter esperanças de reverter o quadro.
"Já entramos com recurso e vamos aguardar a decisão de Brasília. Acredito que assumirei a prefeitura porque essa foi a vontade da população", afirma.

Já o prefeito eleito não retornou às ligações feitas pela reportagem para comentar o assunto.
O recurso de Eika Oka, no entanto, não deverá ser avaliado esse ano.
De acordo com a assessoria de imprensa do TSE, o tribunal entrou em recesso na sexta-feira, 19, e só deverá retornar as suas atividades normais a partir do próximo dia 5 de janeiro.

O resultado do TRE e a diplomação de Napoleão e dos demais vereadores da cidade, no último dia 18, deixaram Barroso em clima tenso. Os 6.476 eleitores de Eika ameaçam não deixar o prefeito Arnauld Baldonero Napoleão tomar posse no dia 1o de janeiro.
Em contrapartida, os eleitores do prefeito, que teve 674 votos a menos que a adversária, entendem que a diplomação e a posse são motivos de festa.
Posse
O prefeito Arnaud Baldonero Napoleão toma posse às 20h no ginásio do Ceclans.
Já os vereadores tomam posse às 10h, na Câmara Municipal.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Chuva em Minas - Defesa Civil de Muriaé em alerta

Do Interligado On Line
www.interligadonline.com

Após reunião realizada na manhã deste domingo (28), sob o comando do Cel. Lucas, da Defesa Civil Estadual, com a participação da Defesa Civil Municipal, Corpo de Bombeiros, Prefeitura Municipal, SEDESE e diversas entidades e órgão que estão voluntariamente colaborando, ficou definido que todas as áreas de risco da cidade serão monitoradas por equipes formadas por membros da defesa civil, bombeiro, policial militar e uma assistente social.

Nos pontos mais críticos, no Bairro Aeroporto, por exemplo, as famílias estão sendo retiradas, para casa de parentes, vizinhos ou os abrigos disponíveis na cidade.
O Centro Educacional Dom Delfim continua sendo o ponto de apoio para toda a cidade, de onde saem às ordens e chega todo o material doado para serem distribuídos nos abrigos e pontos de maior necessidade.
Desde o início das chuvas, na noite de sexta-feira (26), o nível do Rio Muriaé aumentou 1,3 cm, deixando algumas ruas da Prainha e Barra com principio de alagamento.

Durante todo o Domingo (28), a equipe de Defesa Civil do Município, que é composta por membros da Defesa Civil Estadual, Municipal, Bombeiros, Policiais Militares, Prefeitura Municipal, Engenheiros, Assistentes Sociais e representantes de órgão que estão prestando um trabalho voluntário ficaram de prontidão para atender a todas as ocorrências referentes a deslizamentos, desabamentos e áreas de riscos, buscando retirar os moradores das casas em locais que oferecem perigo.

Um dos pontos mais atingidos foi o Bairro Aeroporto, que além do desabamento da noite de sexta-feira (26), na Rua Lica Múglia, quando duas crianças de uma mesma família morreram após ficarem soterradas, outros pontos também foram atingidos, como na Rua José Olegário e no Bairro São José, quando um desmoronamento está levando parte do asfalto da Rua Prefeito Francisco Teodoro Filho, onde diversas famílias estão deixando suas casas, indo morar com parentes ou vizinhos evitando assim ficar próximo ao perigo eminente de deslizamentos.

Apesar de todo o trabalho desenvolvido pelas equipes, muitas pessoas ainda insistem em ficar nas casas em locais de riscos (foto).
Em diversas partes da cidade a população está sofrendo com deslizamentos, como na Rua José de Abreu, no Bairro Gaspar e nos Bairros atingidos pela cheia do Rio Muriaé, Prainha e Barra, que no final da tarde, teve o volume de água diminuído, fazendo com que alguns moradores retornassem para iniciar mais uma vez a limpeza.
No início da tarde chegou à cidade um caminhão transportando lona e colchonetes para atender os desabrigados que estão nos abrigos da cidade montados pela Prefeitura Municipal no CEFAS, CSU, PREMEN, ESCOLA MARIA ANTONIA MUGLIA E ESCOLA ESTELA FIDELIS, onde alguns dos 103 desabrigados estão vivendo temporariamente.
O trabalho da equipe de Defesa Civil irá continuar durante toda a semana, até que as pessoas em áreas de riscos deixam o local e os pontos atingidos, mais sem riscos possam ser recuperados.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Chuva em Minas - Mortes em Muriaé

Do Interligado on line

Um deslizamento de barranco provocado pelas fortes chuvas que caíram na noite desta sexta-feira (26), em Muriaé e região causou muitos danos e a morte de duas crianças da mesma família no Bairro Aeroporto.
Segundo os vizinhos, por volta de 20 horas se ouviu um forte estrondo e um barranco na Rua Lica Múglia caiu sobre a casa de número 449, soterrando os cinco moradores que estavam no local.
Na hora morreram Carlos Alberto do Carmo Júnior, 3 anos e Lorram Aparecido Souza 5 anos.
A irmã Raissa de Oliveira, 7 anos teve fratura em um braço e a avó Márcia Aparecida de Oliveira e Paulo Gomes da Silva foram internados no Hospital São Paulo.

Segundo Tenente Patrick, do Corpo de Bombeiros os moradores do local já haviam sido avisados dos riscos que corriam, mais voltaram para as suas casas depois dos problemas ocorridos com as chuvas da última semana.
Não só na Lica Múglia, mais em outros pontos do bairro a situação é crítica e várias ruas da cidade estão interditadas por causa da queda de barrancos.
Não só Muriaé a situação é de emergência, em Rosário da Limeira, Eugenópolis e Patrocínio do Muriaé a situação também é crítica devido as chuvas.

A Defesa Civil e a equipe de Coordenação de Trabalhos em Muriaé terminaram agora a noite uma reunião definindo que na Rua Lica Múglia, Bairro Aeroporto, uma média de 100 famílias terão que deixar suas casas e em diversos outros pontos do bairro, como Rua José Olegário, mais famílias terão que sair.
Segundo Tenente Patrick esse trabalho já vinha sendo realizado, mais com a estiagem e a melhora do tempo as pessoas voltaram para as residências, que hoje estão correndo riscos de desabarem ou serem tomadas por deslizamentos de encostas.

A cidade está com vários pontos vulneráveis e o pedido do Cel. Lucas da Defesa Civil é que as famílias deixem suas casas e busquem apoio nos abrigos determinados pela Prefeitura Municipal, além de manterem os Bombeiros informados quanto os riscos no local, como rachaduras e deslizamentos de encostas.
Na manhã deste domingo (28), acontecerá mais uma reunião definido equipes para que medidas mais urgentes sejam tomadas, evitando assim maiores danos à população.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Chuva em Minas - Mais de 44 milhões de prejuízo em Ponte Nova

Do Unidade de Notícias

O Chefe da Defesa Civil de Ponte Nova Cícero Gomides divulgou na tarde de 24/12 o balanço geral dos prejuízos que a cidade teve com a enchente.
Os números divulgados serão entregues para Defesa Civil de Belo Horizonte, que acompanhou o levantamento.
Decretado pelo prefeito Taquinho Linhares, Estado de Emergência, grau 3, fato que causou discussão, já que para alguns o prefeito deveria decretar Estado de Calamidade Pública.

Foi explicado que Estado de Calamidade é quando uma cidade fica isolada e os serviços essenciais ficam paralisados, o que não foi o caso de Ponte Nova.
O questionamento se faz pela necessidade de conseguir verbas junto aos Governos do Estado e Federação. Segundo informações a decretação de estado de Emergência não impedirá que Estado e Federação mande recursos para reconstrução da cidade.

Esteve em 24/12 o vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Gomes, para uma reunião preliminar com o Prefeito Taquinho Linhares e o futuro Prefeito Joãozinho de Carvalho.
Marcada para 26/12 outra reunião entre eles para acertarem a diretriz de como a Caixa Econômica estará agindo para amenizar a situação dos atingidos e liberação de verbas para a prefeitura.

Em janeiro de 2009, Carlos Gomes assumirá a uma cadeira na Assembléia Legislativa de Minas, já que é o primeiro suplente do PT, e um deputado assumirá uma pasta de Secretário na prefeitura de Belo Horizonte.
Outro deputado que se prontificou em ajudar a cidade foi o deputado Federal Rodrigo de Castro, PSDB, que teve ligação direta na eleição do prefeito Joãozinho Carvalho. Rodrigo garantiu que já está trabalhando para a liberação de verbas em Brasília e Belo Horizonte.

Veja os números do prejuízo:

4.070 - pessoas desabrigadas (estão sem moradias )
544 - pessoas desalojadas (que voltaram a suas casas após as água baixarem)
44,697 – pessoas afetadas (a cidade inteira)
651 – residências populares danificadas
163 – residências não populares danificadas
15 – residências populares destruídas
03 – residências não populares destruídas
03 – postos de saúde
01 – escola municipal
02 – pontes destruídas, Massangano e Copacabana
240 mil m² - de pavimentação danificadas
05 – indústrias atingidas
231 – comércios atingidos com prejuízos

R$ 44.383.000,00 (quarenta e quatro milhões, trezentos e oitenta e três mil reais) – prejuízo total da cidade

R$ 16.000.000,00 (dezesseis milhões de reais) – prejuízo do comércio.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Chuva em Minas – Reconstrução de Ponte Nova

Por Michele Pacheco

Fiquei impressionada com a dimensão dos estragos em Ponte Nova.
Logo na chegada, havia lama e entulho por todo lado.
A força da água arrastou móveis, roupas, colchões...
Tudo ficou preso nas pontes e ruas.
Os moradores e funcionários do município dão duro na limpeza.
Máquinas estão sendo usadas para remover o acúmulo de lama das ruas.

Em alguns pontos, fica impossível seguir de carro.
A Parati da TV passou maus momentos.
O risco de ficar atolados nos levou a buscar vias alternativas.
Mas, para isso tínhamos que enfrentar o engarrafamento.
Com apenas uma ponte liberada para o tráfego, nem adianta ter pressa.
Os trajetos que em geral são rápidos, agora são num jogo de paciência.

No bairro Triângulo, os moradores só conseguem chegar às casas que ficaram alagadas passando por cima da montanha de lama e lixo.
Pelos cantos, vimos abandonados móveis e objetos pessoais que eram tão importantes para os moradores.
Um brinquedo aqui, um conjunto de sofá ali, uma mesa lá.
A sensação que dá é muito ruim.
Ver aquilo e imaginar o sofrimento de quem vai ter que começar tudo de novo.

É o caso da Sílvia. Em meio ao tumulto de gente limpando as casas, máquinas trabalhando e moradores sem saber para onde ir, notei uma mulher quieta num canto. Ela estava sentada no portão de uma casa e tinha o olhar perdido. Não chorava, não berrava, não xingava a má-sorte de morar na margem do rio Piranga. Simplesmente sofria em silêncio. Um conformismo doloroso. Na frente da casa, funcionava o salão dela.

Era do trabalho de cabeleireira que tirava dinheiro para ajudar o marido nas despesas e na educação dos filhos.
“Tenho 25 anos de casada e vou ter que recomeçar do zero.
Perdemos tudo.
Nem sei onde encontrar forças para começar tudo de novo.
Nosso Natal acabou.
Não sei nem se no ano que vem teremos condições de ter um Natal” desabafou.

No bairro Centenário, uma casa de dois andares desmoronou.
Quando a água começou a subir, os moradores colocaram todos os objetos da casa de baixo na parte de cima do imóvel.
Como os onze moradores são todos da mesma família, foram para o andar superior e de lá acompanharam a enchente.

O que ninguém esperava era que a cheia fosse a maior da história do município e arrancasse os alicerces da construção.
A parte da frente da casa começou a cair.
O pessoal correu para os fundos, mas três pessoas não tiveram tempo para isso.
Elas caíram junto com os escombros.
Por sorte, apenas uma mulher se feriu, quebrando o braço.
Ela passa bem.

O asilo municipal também ficou alagado.
Agora, a lama toma conta de todos os cômodos e dos móveis que não deu tempo de salvar.
O resto dos objetos foi salvo pelos funcionários.
Os 55 idosos que vivem no local foram transferidos temporariamente para uma escola pública. Lá, eles têm onde dormir e refeições.
Mas, todos estão ansiosos para voltar ao local que consideram um lar.

Há estragos em vários bairros.
Só que a região central é a que mais impressiona.
Todas as pontes ficaram cobertas pelo rio Piranga.
Apenas três dias depois da enchente foi possível ter a noção da gravidade dos estragos.
Algumas pontes tiveram a estrutura comprometida e foram interditadas.
Na beira-rio, a força da enxurrada arrancou parte do muro de contenção e do asfalto.

Uma das pontes que levam ao centro teve toda a proteção destruída.
É preciso cuidado para passar.
Mesmo assim, o que para uns é sinônimo de desespero, para outros é uma cena curiosa.
Ainda há gente vindo das cidades vizinhas para ver os estragos e tirar fotos para mostrar aos amigos.

O que mais me impressionou foi esta cratera de 200 metros de comprimento por 4 metros de profundidade que tomou o lugar da principal avenida de Ponte Nova.
O estrago foi tanto que os alicerces das construções mais antigas ficaram à mostra.

Gravei a passagem dentro do buraco e a sensação é de estar num terreno devastado por um furacão.
É como se toda a terra e o concreto não servissem para nada.
Restaram apenas as pedras.
Há entulho, lama e lixo por todo lado, o que atrapalha a passagem dos pedestres.

Uma escada e uma passarela de madeira foram improvisadas para que os moradores possam ir de um lado para o outro da cidade.
Durante a enchente, muita gente ficou isolada da família.
Quem estava no trabalho não conseguiu voltar para casa, pois o rio transbordou e dividiu a cidade ao meio.

Entre os destroços, o Robson registrou o trabalho de voluntários que ajudavam a limpar as casas e o comércio.
É preciso ter cuidado numa reportagem como esta.
Todos estão tensos e assustados com o futuro.
Não é justo chegar e atrapalhar o empenho deles para recuperar a cidade.
O certo é registrar as imagens, sem ficar no caminho.
O que é complicado nas ruas cheias de lama, em que apenas algumas trilhas de limpeza permitem a passagem.

Ao todo, pelo levantamento inicial, 231 lojas ficaram destruídas pela enchente.
O Afonso Mauro tem uma sapataria.
Animado com a perspectiva de aumento nas vendas com o Natal, ele investiu boa parte dos lucros no aumento de 40% do estoque.
Com a enchente, ele perdeu quase tudo.

O que foi salvo, não pode ser vendido, pois a rua está sem acesso.
“Esse é o pior Natal da minha vida.
O prejuízo chega a 50 mil reais.
Não sei como vamos nos recuperar.
Mas, pelo menos estamos todos vivos” contou o comerciante.

Conversamos com o prefeito eleito, João de Carvalho.
Ele estava surpreso com o tamanho da destruição.
Quanto ao trabalho de reconstrução da cidade, garante que vai ser feito com apoio do governo do Estado de Minas Gerais.

“O Secretário Danilo de Castro se comprometeu em enviar ajuda. Temos que fazer um esforço conjunto para recuperar Ponte Nova.
Com o apoio do governo do Estado, vamos começar os trabalhos já no dia dois de janeiro” disse o prefeito que já foi diplomado e assume na semana que vem.

A Polícia Militar teve papel fundamental nesse episódio triste da história de Ponte Nova.
O Major Luiz Carlos Rhodes tinha um levantamento das cheias do rio Piranga e um histórico das enchentes.
Sabendo que as represas da região eram importantes em situações desse tipo, ele fez contato com os administradores.
Ao mesmo tempo em que se informava do volume nas represas, calculava, pela enchente de 29 anos atrás, o tempo que a água levaria para inundar a cidade.
Assim, foi possível retirar os moradores dos locais de risco e evitar mortes.

Os policiais militares conseguiram voluntários com botes para retirar famílias de áreas alagadas.
Algumas casas tinham água até o teto. Em meio ao desespero, a solidariedade serviu de consolo para quem perdeu tudo, mas salvou a vida das pessoas queridas.
Só para se ter uma idéia do que se passa nos bastidores de uma crise como essa, tinha gente superfaturando o valor dos galões de água.

Aqueles que em geral custam cinco reais eram vendidos por 25 reais.
A Polícia Militar agiu rápido e deu um prazo para os especuladores voltarem ao preço normal, caso não quisessem concorrência de supermercados da região que se propunham a levar água pelo preço justo.
A ameaça funcionou e o pessoal voltou ao preço normal.
A solidariedade surge em cada canto de Ponte Nova.

Em vários bairros ainda faltam luz, telefone e água.
O dono de um posto de combustíveis liberou a água para quem precisasse.
“Há três dias que não lavo nenhum carro.
A mangueira agora é usada apenas para encher os galões de quem vem pedir socorro” explicou o José Francisco, lavador de carros.

“Lá em casa está um horror. Não tem água nem para dar descarga. O mau-cheiro é insuportável.
Não temos como tomar banho, lavar louças e fazer as tarefas de casa.
É um absurdo uma cidade deste porte ficar numa situação dessas” reclamou o Geraldo , motorista.
A expectativa é de que o abastecimento de água se normalize nos próximos dias.

Quanto aos desalojados e desabrigados, precisam de tudo.
Há várias campanhas de arrecadação de donativos em andamento. Se alguém ainda tem dúvida sobre a importância de cada objeto doado, basta acessar os vídeos que postamos aqui no blog.
São imagens de moradores dos momentos da inundação.
Dá medo só de pensar que qualquer um de nós pode ser vítima de uma tragédia dessas.

Famílias inteiras vão ganhar de Natal alimentos e um lugar para dormir.
As crianças que tinham tantos pedidos para Papai Noel, agora só desejam uma coisa: voltar para casa e esquecer as lembranças ruins numa época que deveria ser de alegria e reflexão.
Feliz Natal é uma expressão sem sentido para o povo de Ponte Nova.
Talvez no ano que vem...