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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Roubo em banco popular de Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

A tarde foi tumultuada para a polícia militar de Juiz de Fora.
E para nós também!
Quando achávamos que daria para respirar um pouco e trabalhar na reportagem especial que estamos fazendo, surgia mais um crime.
Felizmente, nossas fontes hoje estavam em alerta e passando tudo o que havia de mais importante.
Elas são imprescindíveis!

A primeira informação passada foi sobre um roubo num banco popular de uma das galerias mais movimentadas do centro da cidade.
Nós estávamos na zona oeste e tivemos que enfrentar o trânsito complicado para chegar ao centro.
Por sorte, o Robson encontrou uma vaga perto do local do crime e corremos para ver o que tinha ocorrido.
O roubo foi por volta de cinco da tarde, no final do expediente.

Os policiais militares nos contaram o que ouviram das vítimas.
Um homem chegou na agência, armado com um revólver calibre 38, e anunciou o assalto.
Ele roubou o dinheiro que estava num malote com um dos proprietários.
Depois, fugiu correndo pela rua de pedestres que tem maior movimento em Juiz de Fora.
Só que ele se deu mal.

Imagine a cena: uma multidão de pedestres vê um homem correndo com um revólver na mão e outras pessoas correndo atrás e gritando "pega ladrão".
Enquanto a população acompanhava chocada, sem entender direito o que ocorria, algumas pessoas reagiram mais rápido e ajudaram a parar o ladrão.

Uma vendedora contou ter visto tudo. "O homem saiu feito louco pela rua e o dono da agência corria também, seguido de algumas pessoas.
Até um catador de papel que passava ajudou a pegar o bandido.
Foi um susto grande.
A gente não se sente mais seguro em lugar nenhum" desabafou ainda assustada.

O tumulto chamou a atenção de dois policiais militares que faziam patrulhamento à pé no centro.
Eles viram o homem tentando fugir e correram atrás dele.
O suspeito de 32 anos foi preso em flagrante com quase 26 mil reais e a arma.
Policiais das companhias 30, 70 e 135 participaram da prisão.
Na delegacia, as vítimas não quiseram gravar entrevista, pois temiam ser prejudicadas por comparsas do bandido.

A polícia militar recebeu a informação de que o homem teria o apoio de um motoqueiro na fuga.
Mas, ao ver a confusão, o cúmplice preferiu salvar a própria pele e largou o companheiro para trás.
A denúncia não foi confirmada e os policiais estão apurando.
A PM reforça as dicas de segurança passadas aos comerciantes que lidam com grandes volumes de dinheiro.
"Evite transportar valores muito elevados sozinho.
Não acumule dinheiro no estabelecimento.
Aumente a segurança no início dos meses, quando muitos pagamentos são feitos e a movimentação financeira aumenta.
Adote sistemas de segurança, como cãmeras, e consulte a PM sobre outras medidas que ajudam a prevenir os crimes" alertou o Tenente Jean.

Quando íamos para a delegacia cobrir o desenrolar desse caso, fomos avisados por uma fonte que um roubo estava em andamento na zona sul da cidade.
Corremos para lá e encontramos o maior tumulto.
Viaturas policiais atravessadas na pista, algumas paradas na contra-mão, um ônibus estacionado no meio da pista de uma avenida agitada do bairro Vila Ideal.
A primeira impressão que dava era de que o coletivo tinha sido alvo de um roubo.
Mas, a história era bem diferente!

Os policias militares receberam pela rede de rádio um aviso de que havia tumulto no bairro e que o motorista e o cobrador do ônibus que faz uma das linhas do bairro Jardim Cachoeira estavam sendo espancados por bandidos.
No local, os pms viram que não era nada disso.
Mas, até entenderem o caso confuso, todo mundo era suspeito e falava ao mesmo tempo.
Dá para imaginar?!

Os passageiros do ônibus aguardavam uma solução para o problema e acompanhavam curiosos a movimentação policial.
Por fim, os policiais entenderam a história contada pelo dono de um bar.
Ele disse que chegou para trabalhar e encontrou dois homens dentro do bar.
Eles roubaram dinheiro, vários objetos e um celular.
Depois, empurraram o comerciante e fugiram correndo.

Hoje não era mesmo o dia dos criminosos!
O dono do bar também não ficou quieto esperando a polícia chegar. Ele saiu gritando e, em instantes, reuniu um grupo de busca.
Todos seguiram os ladrões, que entraram no ônibus.

Nem assim, a vítima desistiu.
Correu atrás do coletivo, enquanto um amigo dele fechou o veículo, obrigando o motorista a parar.
Os dois suspeitos foram imobilizados, os passageiros se assustaram, e houve muita confusão até a polícia chegar.

Os policiais prenderam em flagrante Clark Gleiber Nunes, de 32 anos, e Raphael Martins Dazini, de 22.
Eles ainda estavam com o material roubado, foram colocados num dos carros da polícia e retirados rápido do local.
Quanto mais pessoas descobriam o que tinha ocorrido, maior a chance de haver tumulto e até uma tentativa de linchamento.
Os suspeitos foram levados para a 7a Delegacia Regional de Segurança Pública.

Adolescente apreendido com arma em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

A Polícia Militar recebeu uma informação anônima de que um homem vestindo camiseta e bermuda estaria andando pelo bairro Vila Olavo Costa com duas armas, uma na mão e outra na cintura.
Várias equipes da Rotam e da companhia 135 foram deslocadas.
O cerco foi rápido.

Acompanhamos a movimentação pelas ruas estreitas.
Os policiais não podiam perder tempo.
Alguns entraram pela parte baixa do bairro e outros foram descendo a encosta, fazendo o caminho contrário, e combinando um ponto de encontro.
As rotas de fuga foram vistoriadas.
A informação era de que o suspeito tinha sido baleado há pouco tempo e estava em busca de vingança, procurando o responsável pelos tiros.

Em poucos minutos, os policias fecharam o cerco.
Eles foram avisados de que uma pessoa estava presa no trailler que serve de base de observação da PM desde o mês passado.
No dia 13 de março, 250 policiais militares ocuparam a Vila Olavo Costa e foram a 10 alvos programados.
O objetivo era procurar droga e traficantes.
O movimento do tráfico no local é grande e desafia a segurança pública.

Os policiais ocuparam ruas e vielas, entraram em casas com mandados de busca e apreensão, apreenderam drogas e prenderam suspeitos.
O comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar, Tenente Coronel Hernandes, avisou que a ocupação não tinha prazo para acabar e que a PM ficaria por lá até retomar o controle no bairro.

E a estratégia está funcionando.
Hoje, a equipe que estava no trailler, montado em ponto estratégico, notou um adolescente muito nervoso, segurando a perna da bermuda.
“Ele parecia assustado quando nos viu e colocou a mão na bermuda, como se tivesse medo de que algo caísse. Paramos o adolescente e encontramos um revólver ao fazer a revista” explicou o Soldado Fernando Tadeu, da companhia 135.

O tal homem que estaria armado não foi encontrado.
Os policiais suspeitam que ele tenha visto de algum ponto mais alto a chegada das viaturas e tenha fugido, largando o adolescente com a arma para distrair as equipes do rastreamento.
A arma encontrada é um revólver bem usado, com numeração e marca raspadas.
Mas, os policiais perceberam que está em plenas condições de ser usado.

O garoto contou que é do Guaruá, bairro vizinho, e que tinha sido chamado por um conhecido para ir à Vila Olavo Costa vender um revólver.
No meio do caminho, o sujeito viu alguma coisa e disse que não dava para seguir em frente.
Ele pediu ao adolescente para guardar o revólver e saiu correndo.
“Eu continuei em frente.
Não sabia que tinha policiais no morro.
Eles me pararam e não teve jeito” explicou com a simplicidade de quem está acostumado a ser usado por adultos para livrá-los da prisão.

O Tenente Márcio Coelho, comandante da companhia 135, disse que o número cada vez maior de ocorrências envolvendo adolescentes é preocupante.
“Vocês viram este caso?
É comum os marginais usarem crianças e adolescentes para driblar a polícia.
Os garotos assumem a culpa” diz o policial que está mobilizando empresários, poder público e comunidade para desenvolver projetos sociais na Vila Olavo Costa.
Pena que ele esteja encontrando tanta dificuldade para conseguir essa mobilização.
Como disse a Wanya Xavier, Assistente Social que é uma das integrantes do Fórum de Defesa da Criança e do Adolescente, todo mundo se sensibiliza, todo mundo tem uma lição de moral para dar, mas poucos agem.
Este é um caso típico em que só ficar falando não resolve nada.
É preciso agir.
E em conjunto.
Afinal, a responsabilidade é de todos nós!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Chuva causa estragos em Minas

Do Interligado on line/Diário de Muriaé
www.interligadonline.com

Esta quarta feira já está marcada por problemas na cidade de Muriaé.
Tudo começou ainda na madrugada desta quarta-feira (1), por volta de 1:35 minutos, na Rua Prefeito Teodoro Filho, bairro São José uma casa com dois pavimentos que estava vazia e condenada pela defesa civil desde as chuvas do mês de dezembro desabou.

Com a queda da casa e o deslizamento do barranco, o muro de contenção também caiu e tudo foi parar na Rua Paulo Roberto Guimarães, que fica abaixo, atingindo outra residência, que era ocupada naquele momento por Jaqueline Correa Pereira, 27 anos e quatro crianças, com idades entre 2 meses e 10 anos.
O rápido contato de vizinhos com os militares do Corpo de Bombeiro e policiais militares, fez com que o resgate das vítimas fosse realizado em poucos minutos e todos sobreviveram e foram encaminhados ao Hospital São Paulo, onde ficou constatado pelo médico de plantão apenas pequenas lesões.

Mas as chuvas que caíram durante toda a noite e madrugada em Mirai, fizeram que mais uma vez o Rio Muriaé recebesse um volume grande águas e nas primeiras horas da manhã bairros como José Cirilo, Dornelas, Barra e Prainha já estavam com partes de algumas ruas alagadas.
A casa que caiu uma parte, no dia oito de Janeiro sobre algumas residências na Rua Marechal Floriano, desabou por volta de 10:30 minutos causando mais problemas para os moradores do local que ainda nem tinham conseguido resolver os danos anteriores.

E não foi só nos bairros próximos ao Rio que as pessoas tiveram problemas.
Um caminhão de entregas caiu em uma cratera que se abriu na Rua Dr. Antonio Canêdo no Centro, onde um vazamento em alguns canos provocou o incidente.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Sequestro frustrado no interior de Minas

Por Michele Pacheco

Começamos nosso trabalho hoje com assunto policial.
A Polícia Militar recebeu uma denúncia de que um sequestro tinha ocorrido no centro de Piraúba, cidade com cerca de 10.300 habitantes, na Zona da Mata Mineira.
Equipes de Coronel Pacheco, Goianá e da Polícia Rodoviária Estadual de Juiz de Fora fecharam estradas e fizeram o cerco nas possíveis rotas de fuga.

A estratégia funcionou.
Dois homens foram presos no trevo de Coronel Pacheco, fugindo em direção a Juiz de Fora.
Eles foram reconhecidos pela vítima. O operário de 22 anos contou que estava indo para o trabalho, quando foi agarrado pelos suspeitos.

"Eles me chamaram de Marcelo e me empurraram para o banco de trás do Monza.
Eu disse que eles tinham encontrado a pessoa errada, que eu não chamo Marcelo, mas não deram bola e seguiram para a estrada.
Em Rio Pomba, eu fui colocado no porta-malas do carro.
O tempo todo eles diziam que iam ligar para a minha família para pedir resgate e que não iam me matar" contou a vítima.

Em Goianá, o operário notou que o carro tinha parado e que os sequestradores estavam pedindo informações sobre como chegar em São João Nepomuceno.
"Desde que fui colocado na porta-malas, fiz de tudo para abrir a porta.
Quando eles pararam em Goianá, eu tinha acabado de conseguir.
Não perdi tempo e fugi.
Pulei muros e subi em telhados, me escondendo nas casas.
Eles correram atrás de mim por um tempo, mas desistiram e fugiram.
Os moradores chamaram a polícia achando que eu era um assaltante.
Expliquei que tinha sido sequestrado e eles me levaram para fazer curativo no braço que machuquei na fuga" lembrou o operário.

Os suspeitos saíram do bairro São Benedito, zona leste de Juiz de Fora, e foram a Piraúba para o sequestro.
Eles fariam parte de uma das maiores quadrilhas de tráfico da região e estariam cobrando uma dívida da vítima com o grupo.
Essas foram as informações passadas à Polícia Militar.
Um dos presos, de 20 anos, acabou de cumprir pena por tráfico de drogas em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O outro homem, de 30 anos, seria apenas o motorista.
Os sujeitos admitiram que jogaram fora um revólver usado no sequestro.
Eles contaram que pegaram a vítima por conta da dívida de cinco mil reais.

Os policiais deram buscas no carro e revistaram os suspeitos.
Eles encontraram 63 reais em dinheiro, com notas trocadas (uma característica do tráfico de drogas), um celular, uma touca e documentos.
A ação rápida dos policiais tem se tornado uma característica na região de Juiz de Fora.
Os pms das cidades pequenas se comunicam e criam uma rede de informações que agiliza a ação e garante mais força e segurança a todos.
Estão de parabéns pelo trabalho com retorno positivo para a comunidade.

Só neste mês, este é o segundo caso de homens presos nas redondezas por suspeita de crimes praticados nas cidades pequenas da Zona da Mata.
O delegado de Coronel Pacheco, Marcelo Armstrong, disse que a cidade se tornou uma perigosa rota de fuga.
"Os criminosos saem das cidades grandes, contando com pouco policiamento no interior, e praticam os crimes.
Como Coronel Pacheco tem saída para diversas cidades, acaba na mira dos bandidos em fuga.
Os índices de violência aqui são pequenos, mas o deslocamento dos bandidos para o interior preocupa" revelou ele.

No último dia 20, quatro homens foram presos numa estrada vicinal entre Coronel Pacheco e Juiz de Fora. Com eles estavam dois revólveres e uma mochila cheia de dinheiro.
Eles eram suspeitos de roubar uma cooperativa de crédito em Goianá.
Segundo funcionários, sete mil reais em dinheiro foram levados.
Os homens foram reconhecidos pelas vítimas, tiveram a prisão confirmada e foram mandados para o Ceresp de Juiz de Fora.

Agora, graças a ação rápida da polícia militar, mais dois homens presos
Eles também tiveram as prisões confirmadas em Coronel Pacheco e estão à disposiçao da justiça no Cadeião de Juiz de Fora.
O caso do sequestro vai ser investigado pela Polícia Civil de Guarani.
Apesar da prisão ter sido em Coronel Pacheco, o crime foi em Piraúba, cidade atendida pela delegacia de Guarani.

Mais violência em Juiz de Fora

Por Robson Rocha

Por volta de 8 e meia da noite deste domingo, o motorista que dirigia o ônibus da linha Remonta, se deparou com um homem caído no meio da estrada da Remonta, próximo à represa João Penido, na Zona Norte de Juiz de Fora.
O motorista chamou a polícia militar.
A viatura do Tático norte, da Cia 173, foi enviada ao local e confirmou que havia uma vitima muito ferida.
Segundo o policial, o homem teria sido espancado e se encontrava com o rosto desfigurado.
Além, de estar com um corte profundo na cabeça.

Os policiais suspeitaram de ocupantes de um Astra de cor prata que teria passado pela viatura policial e estava com o vidro dianteiro quebrado.
O rapaz foi identificado como Washington da Silva Campos, de 26 anos. Segundo a família, ele estava desaparecido desde sábado à noite.

O resgate foi chamado e levou a vitima para o Hospital de Pronto Socorro.
No HPS, Washigton contou que foi a um baile funk no sábado e na saída pegou carona com desconhecidos e que não se lembrava de mais nada.

Segundo o médico que atendeu Washington, o rapaz teve poli-traumatismos no rosto e vários ferimentos pelo corpo. Ele continua internado no HPS.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Bomba fere evangélicos em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

O susto foi grande!
Simone conta que estava na igreja Pentecostal do bairro Manoel Honório, zona leste de Juiz de Fora quando a bomba caseira foi jogada.
Uma mulher que sofria de problemas cardíacos passou mal e foi levada para o Hospital de Pronto Socorro.
Ela foi medicada e teve alta.
Outras pessoas tiveram arranhões provocados pelos estilhaços.
Mas, nada se comparou ao que a auxiliar de serviços gerais sofreu.

Simone nos recebeu na casa dela, na zona norte de Juiz de Fora. Ela está andando com cuidado e evitando movimentos bruscos.
Afinal, o estilhaço da bomba está dentro do seio esquerdo dela.
Olhando, parece só uma manchinha na mama.
Mas, na verdade é um furinho, aberto por um fragmento da bomba.
Os médicos não sabem se o objeto é metálico, se é uma lasca de ferro ou mesmo da telha.

A auxiliar de serviços gerais nos contou, em entrevista exclusiva ao Jornal da Alterosa, que viu uma mulher com uma criança no colo se levantar e oferecer a cadeira.
Simone sentou e participava do momento do louvor, quando tudo aconteceu.
"Eu fechei os olhos quando o pastor nos convidou a louvar ao Senhor. O som da música era alto e eu ouvi algo parecido com um trovão. Achei estranho e pensei que parecia um tiro. Quando ouvi todo mundo gritando e barulho de cadeiras sendo arrastadas, eu abri os olhos e notei um grande tumulto. À minha volta algumas pessoas olhavam assustadas para mim. Eu sentia uma dor forte no peito, queimando, e vi minha blusa toda molhada de sangue. Pensei por um momento que alguém tinha me dado um tiro. Mas, então lembrei que eu estava numa igreja. Quem faria isso numa igreja?" contou ela.

A Simone foi socorrida por pessoas da igreja e levada ao Hospital de Pronto Socorro. Um raio-x confirmou que ela foi ferida por um estilhaço.
Assustada e com muitas dores, a evangélica ficou dois dias internada, à espera de uma cirurgia.
"Eles me colocaram na maca e me deram Dipirona. Eu expliquei que esse medicamento não funciona comigo. Mesmo assim, não mudaram a medicação. Eu sentia muitas dores e reclamava de fome. Mas, os enfermeiros me diziam que eu só podia ingerir soro, pois poderia ser operada a qualquer momento. Fiquei desse jeito por dois dias, até ter alta. E sem a cirurgia" reclamou.

Segundo os médicos, o fragmento andou na mama da Simone. Para retirar o estilhaço, seria necessário um corte grande, para procurar o objeto. Isso causaria uma cicatriz grande, que poderia ser vista como mutilação pela paciente. A saída que eles encontraram foi dar alta para a Simone. A idéia é que o organismo dela reaja ao corpo estranho que está nele e comece a expelir o fragmento. Quando ele estiver próximo à pele, vai se formar um caroço. Aí, sim, vai ser feita uma cirurgia simples para a retirada.

O problema é a ansiedade que a Simone está sentindo. Ela sente dores e tem medo de que o estilhaço rompa vasos e cause danos internos. A auxiliar de serviços gerais recebeu atestado médico para ficar fora do trabalho por dez dias. O pastor da igreja Pentecostal e o presidente da Associação das Igrejas Evangélicas de Juiz de Fora acompanham o caso. "Os peritos da polícia civil estiveram na igreja e disseram que não foi uma bombinha qualquer. Quem planejou o atentado fez uma bomba com grande efeito de destruição. Quando tiramos o pano que decora o teto e olhamos o telhado, havia pregos e pedaços de metal por todo lado. A explosão foi tão forte que abriu um rombo no telhado e ainda furou a telha galvanizada que fica embaixo." contou o pastor Júlio de Castro.

Denúncia da comunidade leva a prisão de traficantes

Por Michele Pacheco

A ocorrência policial que cobrimos hoje é um exemplo muito bom da importância da comunidade no combate à criminalidade.
Chegando à delegacia, pensamos que fosse apenas mais uma prisão de suspeitos de tráfico de drogas.
Mas, a história nos chamou a atenção e decidimos fazer um vt sobre segurança pública e não apenas uma reportagem policial.

Os policiais da 135a Companhia de Polícia Militar receberam uma denúncia por volta de quatro horas da manhã.
A informação passada ao número de emergência 190 era de que havia tráfico de drogas e armas numa casa do bairro Vila Ideal, Zona Sul de Juiz de Fora.
Uma equipe de plantão na madrugada foi enviada ao local, pois o denunciante disse que os moradores da casa estavam se preparando para receber um carregamento grande de drogas.

Os policiais militares contaram que chegaram ao endereço passado, tocaram a campanha e um dos suspeitos abriu a porta.
Ao ver que tinha sido descoberto, ele não reagiu e deixou os pms vasculharem a casa.
Um adolescente de 15 anos foi apreendido.
Dois jovens, um de 25 anos e outro de 29, foram presos em flagrante.
Um deles dormia com um revólver calibre .38 debaixo do travesseiro.

A arma foi recolhida e levada para a delegacia.
Também foi apreendida na casa uma carabina e munição calibre .38.
A espingarda tinha sinais de ser bem usada.
Os policiais disseram que as armas seriam usadas tanto para proteção dos integrantes da quadrilha de tráfico de drogas, como para praticar roubos na área.

Essa é uma preocupação constante para as autoridades policiais em Juiz de Fora.
Mesmo com a Lei de Desarmamento, é grande o número de ocorrências em que os presos estão portando ou guardando armas.
Sempre que possível, a gente conversa com os suspeitos e pergunta onde eles compram ou conseguem os armamentos.
Os relatos são de todo tipo.
Tem revólver comprado na rua, em bares, e locais que não despertam suspeita.
Os mais simples, como os de calibre .32 e .38, costumam ser mais baratos, o que faz com que sejam apreendidos em maior quantidade.

Bem, voltando ao trabalho da polícia na Vila Ideal, os policiais apreenderam também três celulares, seis balanças de precisão, material para embalar droga, 85 reais em dinheiro trocado, relógios de pulso e uma espada, do tipo oriental.
Eles também encontraram na casa uma quantidade de maconha, de pasta base de cocaína e de crack.
Tudo foi encaminhado à 7a Delegacia Regional de Segurança Pública.

Vários equipamentos eletro-eletrônicos no chão nos deixaram curiosos.
Perguntamos aos policiais e eles disseram que aquilo tudo deveria ter sido trocado por droga.
Um dos suspeitos, um balconista de 29 anos, confirmou essa versão.
O depoimento dele nos surpreendeu.

O sujeito falou com a maior calma que era traficante sim, que estava nessa vida há muitos anos e que já tinha tentado sair, mas não deu certo.
Ele disse que saía de casa às seis da manhã para procurar emprego e voltava à noite, sem um centavo no bolso e sem trabalho.
"Enquanto batiam a porta na minha cara e não me davam um emprego, o tráfico estava ali, do meu lado, fácil de entrar e com dinheiro garantido" revelou o rapaz.

Aí, é que a gente lembra de tantos casos de pais desesperados porque os filhos roubaram tudo o que havia dentro de casa para comprar droga.
Quantas famílias sofre, sem saber como afastar as pessoas queridas de um mundo sem volta, onde a morte é companhia constante de traficantes e de usuários.
O balconista nos deu uma aula de sociologia, enquanto se agarrava às grades.
"Eu poderia ter seguido por outro caminho, se tivesse tido uma chance melhor quando era criança e depois, na adolescência. Todo mundo fala que tem que dar apoio, que tem que criar projetos sociais, mas poucos fazem alguma coisa para mudar a vida de quem vive na pobreza" resumiu ele com palavras simples as conclusões de muitos estudiosos.