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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Rodoviários discutem proposta da Astransp

Por Robson Rocha

Hoje foi dureza sair da cama e encarar a furadinha(ducha).
Mas, dia de trabalho, não havia outra saída.
A principal matéria era a reunião dos rodoviários para avaliar a proposta patronal.
Logo na frente do prédio, faixas e carro de som anunciavam: salário ou greve já!

A reunião estava marcada para as 9 da manhã e o frio ainda castigava.
Todo mundo bem agasalhado.
A Michele e o Joarle com blusas normais.
Mas, o Schubert estava preparado para uma nevasca.

Finalmente a galera subiu e a reunião começou.
Seria colocado em votação o reajuste 6,68% oferecido pelos patrões.
Com isso, o salário dos motoristas passaria de R$ 902 para R$ 962,25.
Já os trocadores ou cobradores teriam o salário de R$ 481,12.

Enquanto os sindicalistas explicavam o posicionamento da classe patronal, os jornalistas ficaram lá no fundinho do salão.
Não por falta de lugares, mas porque o sol começou a sair e estavam pegando um calorzinho.

O advogado do sindicato explicou que as negociações estão sendo feitas e que a Astransp pode dar um aumento maior se o valor da passagem aumentar. Mas, que o sindicato não discute aumento de tarifas. E que, se as negociações não avançarem, os trabalhadores podem entrar em dissídio coletivo. Ele lembrou que a justiça tem reposto as perdas nesses casos.

O José Pedro Franco Ribeiro, presidente do sindicato dos rodoviários, disse que, além dos 60 reais de aumento, os patrões estariam dando mais dez reais de ticket e cesta básica.
Mas, que o sindicato queria os 11,86% de aumento, pedidos na pauta de reivindicações.

Porém, segundo ele, a assembléia é que ia decidir o futuro do movimento.
Pra quem está acostumado com as discussões acaloradas dos rodoviários, foi uma surpresa a assembléia de hoje.
A reunião foi tranqüila e em uma votação rápida e aberta os motoristas decidiram não aceitar a proposta patronal e voltar à mesa de negociação.

À tarde, houve nova rodada de negociações com a Astransp, mas os empresários mantiveram a mesma proposta.
Amanhã, sexta, dia 5, às 8 da manhã, patrões e empregados voltam às negociações no Ministério do Trabalho e o sindicato espera que as empresas ofereçam um valor maior de reajuste.

Se isso não acontecer, os rodoviários devem entrar com pedido de dissídio coletivo.
Hoje pela manhã, os rodoviários avaliavam se fariam operação tartaruga.
No inicio da noite, os ônibus transitavam lentamente pela avenida Rio Branco.
Dando a sensação de que os motoristas estavam protestando.

Enquanto isso, nos pontos de ônibus cheios, passageiros reclamavam da demora dos coletivos que passavam lotados.
Amanhã pela manhã estamos escalados pra acompanhar o desenrolar dessa negociação e ficar de olho na comissão que está avaliando o aumento no valor das passagens.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Trânsito em Juiz deFora - Pedestres x Veículos

Por Robson Rocha

O trânsito está ficando cada dia pior em Juiz de Fora.
Ontem, por volta de uma da tarde, me preparava para “forrar o bucho” quando o telefone da redação tocou.
Era o João Batista, nosso técnico, avisando que havia um acidente na avenida Getúlio Vargas, próximo à praça Antônio Carlos.
Lá se foi meu marmitex. Fomos para o local.

O trânsito ficou confuso na área central da cidade e os carros não andavam.
As retenções, que já são normais nesse horário, ficaram bem piores.
Os guardas municipais foram os primeiros a chegar ao local e tentavam alem de isolar a área, organizar o trânsito.

Chegamos ao local e se tratava de um atropelamento.
Paramos o carro dentro da praça e fomos tentar descobrir o que estava acontecendo.
Câmera gravando direto, enquanto a Michele apurava alguns dados para garantir informações para que ela pudesse gravar um plano no local.
A apuração, nesses casos, tem que ser feita com agilidade, mas sem atrapalhar o trabalho dos bombeiros.

Porém, se a gente demorar a gravar os planos, corre o risco de perder a ação.
Pois os bombeiros são eficientes e rápidos em resgates.
Eles chegam, avaliam o estado da vitima, imobilizam, fazem os primeiros socorros e, o mais rápido possível, encaminham a vitima para o hospital mais próximo.

No caso desse senhor, ele foi levado para o Hospital de Pronto Socorro.
E, o sargento Nelmar disse à Michele que a vitima estava bem, consciente e não apresentava lesões.
Mas, sentia dores no peito.
Por isso, tinha que ser avaliado por um médico.

Segundo algumas testemunhas, o homem estava falando ao celular e se distraiu atravessando a rua, quando foi atingido pelo ônibus número 120 da empresa GIL, que fazia a linha 400, do Alto Grajaú.
Por sorte, segundo alguns passageiros, o ônibus seguia em baixa velocidade.

O motorista estava assustado e nos falou que é comum ter que se desviar de pedestres que se distraem e quase são atropelados.
Principalmente na avenida Getúlio Vargas onde, segundo ele, muitos pedestres andam pelo meio da avenida.

Ouvindo o depoimento do motorista, demos a sugestão na redação de voltar e mostrar os abusos de pedestres nas ruas de Juiz de Fora.
A idéia foi aceita e hoje saímos às ruas para gravar alguns flagrantes.
Mas, antes gravamos com um especialista em trânsito e segundo ele a educação ainda é a melhor solução.

Depois registramos algumas imagens na avenida Rio Branco.
O problema é que as calçadas já não comportam tantas pessoas e aí algumas vão para a pista que já é muito estreita para carros, motos e bicicletas.
Isso ajuda a manter a Rio Branco como recordista em atropelamentos em Juiz de Fora.
Em 2008, dos 635 atropelamentos registrados em Juiz de Fora, 93 foram na Rio Branco. E de janeiro a março de 2009, dos 132 atropelamentos ocorridos na cidade 15 foram na Rio Branco.

Quando estávamos gravando, recebemos a informação de um atropelamento na esquina da avenida Independência com a rua Batista de Oliveira. Mas, quando chegamos ao local, a vitima já tinha sido levada para o HPS. Segundo a Polícia Militar, um motorista parou em local proibido e abriu a porta para descer. Um ciclista vinha pelo canto da pista, não conseguiu desviar e bateu no carro. Ele teve ferimentos leves e foi socorrido pelos bombeiros.

Aí, fomos para a avenida Getúlio Vargas, local onde o motorista tinha dito ser difícil de dirigir.
De fato, ele tinha toda razão.
Os abusos e distração dos pedestres surpreendem.
É verdade que a grande maioria respeita as leis e regras de trânsito.
Atravessam na faixa, procuram fazer tudo certinho...

Mas, em poucos minutos gravando na Getúlio, entre a Floriano Peixoto e a Batista de Oliveira, deu pra entender porque muitas pessoas são atropeladas no centro de Juiz de Fora.
As pessoas andam entre os carros, que não estão parados.

Em certos momentos, eu me irritava.
Como ao ver uma mãe com uma criança de colo e com um garoto de uns cinco anos atravessar fora da faixa de pedestres, que estava a pouco mais de 40 metros, e ainda com carros vindo em direção a eles.
Imagine se ela ou o menino tropeça e cai?

Por dia, passam pela avenida Getúlio Vargas, segundo a secretaria de transportes, cerca de 25 mil veículos.
Para piorar a situação, motoristas param em locais proibidos e entregadores se arriscam com seus carrinhos no meio da pista. Nessa foto, uma mulher ainda atravessa ao fundo se arriscando na pista de ônibus.
É terra de ninguém.

Em outro momento, um skatista se arriscou indo pela contramão em meio aos carros e pedestres.
Observando o movimento na avenida, levando em consideração que fomos gravar em um horário tranqüilo e a quantidade de flagrantes em tão pouco tempo, comecei a achar pouco que apenas 3 pessoas foram atropeladas neste ano na Getúlio Vargas.

Um camarada ia tão tranqüilo, que o carro teve que parar, pois ele estava caminhando calmamente na pista e depois ainda fez cara feia para o motorista.
A falta de bom senso assusta.
Isso, fora pessoas atravessando falando ao celular e que parecem estar em outro mundo.

É verdade que em locais como a esquina da Independência com a Getúlio Vargas cinco pistas têm sinal para pedestres, mas duas não tem.
Gravamos a passagem no ponto em que os pedestres atravessam quatro faixas da avenida Independência, mas ao fundo, a ultima pista não tem sinal.
Com pouco mais de 600 mil habitantes, a cidade tem mais de 150 mil veículos circulando pelas ruas.
Em 2008, 14 pessoas morreram atropeladas e em 2009 de janeiro a março 4 mortes foram registradas.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Suspeito de pedofilia é preso em Minas

Por Silvan Alves
www.silvanalves.com.br

Uma família muriaeense pôs fim no dia de ontem a ações de um aliciador de menores, ou mesmo um pedófilo, como vem sendo acusado.
Tudo começou quando a família percebeu que o filho estava estranho fazendo contatos com uma pessoa através do MSN.
Nesta segunda-feira, o pai pediu ao filho que marcasse um encontro com o pedófilo, tudo gravado na CPU do computador e o pedófilo pediu que o menino fosse com roupas a seu pedido e que o pegaria no bairro da Barra com uma moto, levando dois capacetes.

No local do encontro, o rapaz deparou com o menino e família e em seguida com a ROTAM, uma vez que os militares haviam sido chamados e estavam de sobre-aviso.
O caso foi parar na Delegacia de Polícia.
A família muriaeense está de parabéns pela atitude e com certeza ajuda a colocar fim, ou mesmo amenizar a prática desse crime que é combatido pela polícia, justiça e porque não a sociedade não ficar mais ligada a ele.

Exposição de flores - Mostra itinerante de holambra

Por Michele Pacheco

Está montada no Parque Halfeld, no centro de Juiz de Fora, a mostra itinerante de flores de Holambra.
O evento é realizado em Juiz de Fora desde 2002, em parceria com o Lions Clube.
O dinheiro arrecadado é destinado a instituições.
Cobrir esse tipo de reportagem é sempre agradável.

Neste ano, os organizadores capricharam na variedade de espécies. São 310, entre flores, arbustos ornamentais, ervas aromáticas e parasitas.
Só de entrar a gente já tem uma sensção agradável.
São cores exuberantes e perfumes que mexem com os sentidos.

Enquanto o Robson fazia imagens, aproveitei para dar uma boa olhada em opções de presentes para a minha mãe, que adora cultivar plantas.
Ela adora samambaias e bromélias.
Nossa casa sempre foi repleta de vegetação.
Tudo muito bem cuidado pela Dona Juçara.

Quem prefere flores, vai ficar indeciso na exposição.
Os amores-perfeitos estão com cores vibrantes, as violetas estão lindas e variadas.
A variedade é tanta, que a gente se perde entre as prateleiras.
É mesmo um espetáculo da natureza.

Fizemos as entrevistas com a presidente do Lions e com quem estava comprando.
Enquanto eu fazia minha "pesquisa", o Robson se esforçava para driblar a pouca iluminação, necessária para não prejudicar as plantas.
Com paciência e competência, o resultado é perfeito e quem está em casa nem nota as dificuldades que os cinegrafistas enfrentam.

Quanto a mim, vou voltar lá assim que for possível para me distrair com coisas belas. Nós, jornalistas, vemos tantos imagens tristes no dia-a-dia, que ficamos aliviados quando podemos variar com algo tão simples e tão significativo, como as flores.

sábado, 30 de maio de 2009

Juiz de Fora 159 Anos

Por Robson Rocha

Na quinta-feira, tínhamos que gravar imagens para uma matéria sobre o aniversário da cidade. Na realidade, uma crônica sobre Juiz de Fora.
Depois de bater cabeça, fomos às ruas. Depois eu explico o bater cabeça.
Primeiro, escolher locais para as partes onde a Michele apareceria.
Um dos locais foi mais que obvio, o calçadão da rua Halfeld.

Ali é o coração da cidade e daria para servir de fundo para a passagem.
Como precisava rebater a luz do sol e não trabalhamos com auxiliar, a Michele se posicionou próxima a uma viatura da PM que estava parada no local.
Aí, eis que surge um policial e educadamente pergunta:

“Vocês estão fazendo matéria sobre segurança publica? Se for, eu tenho que avisar que vocês vão usar a viatura na matéria.”
Expliquei a ele que a Michele estava naquela posição, pois nos resolveria dois problemas: a luz que estava sendo rebatida no capô branco do carro e as pessoas que adoram aparecer e não teriam como passar entre a Michele e a câmera.

O policial fez uma cara de quem não entendeu misturada com desconfiança
Como a gente não tinha uma idéia formada de como gravar os planos, gravamos com cinco variações de ângulos e movimentos pra na edição ver o que ficaria melhor.

Mas, faltava um lugar para gravar a abertura.
Não bastava pensar apenas no local, tínhamos que pensar também na posição do sol. Isso, para evitar sombras duras no rosto da Michele.
Escolhida a região com a luz mais favorável, começamos a procurar a melhor vista. Havia muito mato em todas as encostas na região do bairro Nossa Senhora Aparecida e nenhum local com a vista diferente e limpa da cidade.
Quando estávamos quase desistindo, a Michele viu uma laje de uma obra de onde a vista seria perfeita.

O problema é que havia um muro enorme e nenhum sinal de alguém na obra. Mesmo assim resolvemos ir até lá.
Por sorte, o dono da obra apareceu e liberou nossa entrada. Realmente a vista era muito boa e rendeu boas imagens.
Dali, seguimos para fazer as imagens que encaixassem no texto da Michele.
Câmera no ombro e idéias na cabeça, lá fomos nós!

Como sempre, nada acontece na hora em que você precisa.
O calçadão estava vazio e eu precisava de imagens de agitação. Parecia que ninguém tinha pressa pra nada.
De longe, usando a profundidade de campo, dava pra enganar, parecia que o calçadão fervia de gente.

O que salvou foram algumas figuras que apareceram, como o violonista.
Na realidade, ele não toca nada!
Mas, pra imagem, ele ficou perfeito para a parte do texto que citava anônimos de Juiz de Fora.

Outro que caiu como uma luva foi o vendedor de chapéus em forma de guarda-chuvas. Fui gravando sem ele perceber, de longe. Mas, quando viu a câmera apontada para ele, fez uma cara de poucos amigos pra mim. Mas, depois relaxou e não se importou que o gravássemos.

Gravamos várias imagens da cidade pra ilustrar a crônica e tudo tinha que ser muito rápido, não dava pra ficar enrolando muito nos locais.
E, ao mesmo tempo não podia fazer “nas coxas”, pois era o produto para o jornal do dia do aniversário de Juiz de Fora.

Aí, a Michele me lembrou que precisaria de imagens de crianças.
E, criança quando vê uma câmera corre pra cima ou se esconde e não fica natural. Por isso, prefiro gravar as imagens à distância.
E, não sei se já notaram, criança corre sem rumo. Ela vai numa direção e de repente vira e corre para o outro lado.
Aí, pra acompanhar com o zoom fechadão é dureza. Parece que a criança é o Garrincha e eu o Zé. Tomei cada drible de dar pena.

Registrada a garotada, chegou a hora sagrada do almoço.
Barriguinhas cheias, voltamos à tarde.
Porém, São Pedro não ajudou e mandou um chuvão.
Ficamos presos na Câmara Municipal e a Maria pediu à Michele para ajuda-la a fazer um cachecol.

Lembra lá no inicio que eu disse que batemos cabeça?

Batemos cabeça, pois surgiu a idéia de terminar a crônica com a Maria cantarolando o hino de Juiz de Fora.
Aí, eu fui taxado de louco.
Maria é aquela que está sempre cantando pelas ruas da cidade e que algumas pessoas chamam de Maria “Doida”.
Ela não é doida nada!

É só uma pessoa que rompeu com todas as normas e vive do jeito que acha certo.
A sinceridade dela beira a falta de educação, mas todo mundo conhece a Maria e já nem estranha os comentários atravessados.
Expliquei meus motivos: primeiro porque ela é uma figura muito conhecida e segundo porque acho legal que ela fica na rua, mas sempre trabalhando.

E, já que alguém tinha que falar, podia ser do povão e por que não a Maria?
Depois de bater cabeça, fomos às ruas.
Primeiro a Michele aproveitou para explicar à Maria uma técnica para fazer cachecóis.
Nada a ver, né!
Mas, a Maria queria aprender.
Enquanto isso, fui fazendo imagens fechadas de nossa personagem. Depois de um longo tempo, ela entendeu como fazer.

Aí, pedimos que ela cantasse o hino de Juiz de Fora.
Ela compensou nosso trabalho e cantou todo o hino.
É verdade que trocou algumas palavras.
Mas, a maioria de nós não sabe cantar o hino de nossa cidade.
E, ela cantou, e com convicção!

Depois, terminou com um ótimo pamparampampam.
Na edição do material, acharam tão interessante que separaram da crônica e decidiram deixar que a Maria fechasse o Jornal da Alterosa de Aniversário de Juiz de Fora.

JUIZ DE FORA - 159 ANOS