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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Destaques dessa quarta-feira

Por Robson Rocha

Nesta quarta-feira, nossa primeira pauta era sobre a falta de leite no Banco de Leite Humano da Amac. Porém, quando iamos para o local, recebemos a informaçào de um acidente na antiga BR-040, entre Juiz de Fora e Matias Barbosa.
A estrada é conhecida como União Indústria e a batida aconteceu próximo à pedreira Santa Mônica.
Paramos o carro e vimos um homem caido ao chão e logo os bombeiros chegaram.
Um morador orientava o trânsito.

Desci rapidamente e comecei a gravar.
A Michele veio com o microfone e o receptor.
Mas, quando ela começou
a gravar o plano a bateria do receptor acabou.
Enquanto ela foi buscar a bateria no
carro, continuei a registrar o atendimento dos bombeiros ao motociclista.

Os bombeiros imobilizaram a vitima e colocaram na maca.
O rapaz é funcionário do Demlurb, Departamento de Limpeza Urbana de Juiz de
Fora e reclamava de dores.
Mas, segundo os bombeiros ele teve apenas
escoriações leves.

A Michele voltou e gravamos o encerramento da matéria enquanto os bombeiros levavam a vitima para a viatura de resgate.
Com as imagens garantidas, procuramos testemunhas, mas não havia nenhuma no local, pois todas as pessoas tinham chegado após o acidente.

Aí, fomos gravar com o motorista do carro envolvido no acidente.
Um senhor de 82 anos. Segundo o aposentado, ele parou às margens da estrada olhou e vinha um caminhão, mas estava distante.
Quando ele começou a atravessar a pista, a moto surgiu
ultrapassando o caminhão e bateu na lateral do carro.

Terminamos a matéria e fomos para o banco de leite.
Lá, registramos que as salas de coleta estão vazias.
Segundo a c
oordenadora, Sônia Martha Sanches, a média é de 60 doadoras mensais, mas com as férias e a gripe suína as doações diminuiram muito e apenas pouco mais de trinta mães estão doando leite humano.

O Banco de Leite da Amac atende várias cidades da região.
São mais de cinqüenta crianças que recebem esse leite.
São crianças prematuras e hospitalizad
as.
Hoje das sete geladeiras onde o leite é estocado, seis estão vazias.
Isso, porque o estoque conta com apenas 60 litros enquanto o ideal é que o estoque tenha 300 litros.


Falando em Amac, a gravação seguinte foi com o ex-prefeito
Tarcísio Delgado.
Foi na década
de 1980, na administração dele que a Amac foi criada.
E, com toda a polêmica em torno do assunto, ele ainda não tinha sido ouvido pelos promotores.
Aliás, nem no processo mo
vido pelo Ministério Público de Belo Horizonte, ele foi ouvido.

Como sempre, Tarcísio recebeu com estrema simpatia.
Ele explicou como foi o surgimento a Amac e disse que ela é fundamental para Juiz de Fora.
São muitos projetos sociais.
Ele deu o
exemplo das 23 creches municipais. Segundo o ex-prefeito, não existia nenhuma creche em Juiz de Fora e foi a partir do seu governo nos anos 80 que elas foram criadas.
Ele disse que não assinaria o TAC se fosse prefeito hoje.
Isso, porque não existe lei que proiba a existência da Amac.

Ainda segundo Tarcísio Delgado, os promotores de BH não enxergam o lado social e sim, só a frieza da lei.
Ele afirmou ainda, que existe um limite para o poder dos promotores.
Disse que eles não são donos da verdade e que não podem determina
r como um prefeito deve administrar o município.

Do escritório do Tarcísio fomos para o bairro Nossa Senhora Aparecida gravar com uma mãe que depende de uma creche da Amac.
Otilia Gracielle tem três filhos, duas meninas estudam em escola estadual e o menino fica na creche.
Ela está
desempregada e afirmou que sem a creche não consegue nem procurar emprego, por não ter com quem deixa-lo.

Voltamos rapidamente para a TV onde o tema da entrevista ao vivo seria a situação da Amac.
O entrevistado foi Victor Valverde, Secretário de Administração.
Ele entraria em dois blocos do Jornal da Alterosa -Edição Regional.
Primeiro ele foi ouvido depois da exibição da entrevista do ex-prefeito Tarcísio Delgado e depois após as entrevistas exclusivas gravadas com os promotores de Belo Horizonte.

Nas entrevistas os três promotores públicos de Belo Horizonte explicaram o que deve acontecer com a Amac.
Explicaram os detalhes do TAC, Termo de
Ajustamento de Conduta e o que pode acontecer com o município caso o prefeito não assine o documento nesta quinta-feira em Belo Horizonte.
Falaram também do prazo de um ano para adequação, caso o termo seja assinado.
Um dos promotores foi irônico ao dizer que é preciso acabar
com o "Trem da Alegria das contratações sem concurso" na Amac.

No final da entrevista os meninos do Sircom foram rápidos e aproveitaram para conversar com o Secretário de Administraçào sobre o assunto polêmico.
Enquanto eles entravam em ação, a Michele aproveitou para tirar uma foto com o ex-professor dela na faculdade, o Renato Dias, hoje assessor do Victor Valverde.

Violência em Muriaé

Por Cláudio Cordeiro
www.interligadonline.com

Por volta de 18 horas, dois
homens executaram a tiros na Rua Luterking, no bairro São Cristóvão Fábio Elias da Silva, 28 anos ex- detento do presídio Safira.

Segundo a esposa da vítima, que tem 18 anos, Fábio havia saído do presídio por volta de 10 horas da manhã, onde cumpriu pena por oito meses e estava em liberdade. Ela disse também que seu esposo saiu de casa para chamar um táxi, quando ela escutou os disparos. Quando chegou no local, a vítima disse o nome da pessoa que deu os tiros e antes mesmo de pedir socorro, o autor retornou e efetuou mais três disparos na sua cabeça, apesar do pedido para não atirar. O corpo de bombeiros foi chamado, mas quando os militares chegaram Fábio já havia falecido.

Militares e polícia civil, de posse das informações apuradas no local estão realizando rastreamento para prender os autores do segundo crime em três dias na cidade.


É o segundo assassinato essa semana.

Na noite de segunda-feira (27), por volta de 19 horas, policiais militares foram acionados e compareceram a Rua Teotônio dos Santos 121, Marambaia, onde depararam com o corpo de Antonio Marcos de Oliveira Mendes, 39 anos recostado na calcada, com muito sangramento decorrente de varias perfurações pelo corpo, feitos por tiros e já com pulsação muito fraca.


Segundo testemunhas o fato que motivou o homicídio foi uma divida de droga contraída pela vitima junto ao autor, segundo denuncias e informações de familiares. O perito Antonio constatou que o corpo apresentava três perfurações no peito no tórax e uma no braço esquerdo da vitima, todas pelas costas, possivelmente quando a vítima tentava fugir.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Nova sede da Polícia Federal e Tortura contra animais

Por Robson Rocha

Hoje, foi um daqueles dias tranqüilos. Tranqüilo até demais. Cheguei na TV com a esperança de trocar minha câmera que vai para a manutenção. Mas, o caminhão da transportadora quebrou na estrada e pelo visto deve chegar amanha. Peguei minha DXC-637, velha companheira e fomos trabalhar. A primeira pauta seria sobre a visita do chefão da Policia Federal a Juiz de Fora. O Diretor Geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Correa, está visitando todas as unidades da PF no Brasil.

Fomos direto para a sede da Policia Federal na avenida Brasil. Quando chegamos lá, nos avisaram que a entrevista seria no local da futura sede da Policia Federal em Juiz de Fora, no bairro Mariano Procópio. Aproveitei e garanti algumas imagens da visita e os bate-papos com os policiais. A visita faz parte do projeto Direção Itinerante, que busca a descentralização das ações operacionais e promove discussões para melhoria dos trabalhos e do planejamento em todo o pais.

Como eu estava do lado de fora, a tela da cerca atrapalhou um pouco as imagens, mas deu para registrar parte da visita. Em Minas Gerais, são 683 policiais em 6 delegacias regionais e na superintendência em Belo Horizonte. Como eles estavam demorando a sair e o sol estava quente, a Michele e eu decidimos ir para a nova sede, onde seria a entrevista coletiva.

Não sei se a idéia foi das melhores, pois também não havia nenhuma sombra para colocar o carro e nem pra gente ficar. Aos poucos, a galera da imprensa começou a chegar, o jeito foi todo mundo ficar no sol.O calor pegando e a sede aumentando. Isso, sem se esquecer que o Murphy deve adorar a imprensa, porque em situações como essa, nunca há um bar por perto.Afinal, a Lei de Murphy é garantida: se algo pode dar errado, vai dar!

Depois de uma longa espera, encostados no muro da linha férrea, os delegados chegaram à nova sede.Aí, autorizaram a nossa entrada, mas água que era bom, nada! Minha boca estava tão seca que estava difícil até para falar. Enquanto isso, a visita continuava. Na verdade, o local tem um monte de galpões abandonados que serão reformados para receber a futura delegacia Regional da Polícia Federal.

O único prédio já recuperado foi apresentado.
Nele, vão funcionar as novas instalações da perícia da polícia Federal.
Do lado de dentro, era muita gente e os corredores estreitos.
Com isso, imprensa e policiais se espremiam.

Como não havia espaço para a entrevista coletiva do lado de dentro do prédio, as entrevistas foram gravadas do lado de fora.
Lembra do sol?
Pois é, a primeira providencia foi encaminhar os entrevistados para uma área com sombra.

Na entrevista o diretor geral da polícia federal avaliou positivamente as visitas.
Isso, além de afirmar que hoje a polícia federal está bem equipada.Armamento, carros e ferramentas para as investigações.Mas, disse que a PF precisa de imóveis próprios, uma vez que a maioria é alugada e adaptada para o serviço.

Já o delegado regional da Polícia Federal, Cláudio Nogueira, afirmou que, com o projeto da nova sede concluído, Juiz de Fora deve se tornar referencia na região Sudeste.
Ainda mais com a Copa de 2014 e a possibilidade da Olimpíada de 2016 no Rio.
Juiz de Fora pode se tornar base para as operações da PF.

Finalizadas as entrevistas, os policiais se reuniram a porta fechada e a turma da imprensa se espalhou.O Schubert e o Joarle do JF, aproveitaram e registraram tudo o que podiam.Dali, seguimos direto para a TV, senão não daria tempo para editar o material e tínhamos entradas ao vivo no Jornal da Alterosa Edição Regional.

Chegando na TV, já estava tudo pronto para a entrada ao vivo.
O Thiago, nosso técnico, assoviava e chupava cana.
Quer dizer, montou todo o equipamento e fazia os testes, de áudio e de vídeo.
Tudo isso sem perder o bom humor.

O tema da entrevista ao vivo era maus tratos contra animais, uma matéria que gravamos há alguns dias e foi exibida antes da entrevista.
Na matéria, foi mostrado o caso de Lindinha, uma cadela mestiça de pitbull, que teria sido morta por um vizinho da proprietária da cadela.
Lindinha tinha 4 anos e esperava 8 filhotinhos.

Os donos da cadela desconfiam que o vizinho tenha envenenado o animal com chumbinho na noite de domingo.
Isso, além de ter atirado na cachorra por ela invadir seu terreno.
No local foi difícil gravar essa matéria.Isso, porque ninguém queria aparecer e nem o local eu podia mostrar.

Como a área é de sítios, só havia uma estrada de chão e mato.
Até foi fácil não mostrar as casas.
Porém, as entrevistas foram mais complicadas.
O único jeito foi usar o vidro traseiro do carro que estava empoeirado da estrada para esconder os entrevistados.

O caso está na delegacia de Polícia Civil de Matias Barbosa.
O delegado Luiz Puzziol não quis gravar entrevista, mas disse que está aguardando complementação das informações para lavrar um TCO (Termo Circuntancial de Ocorrência).

Na entrevista ao vivo, a representante da SAPA, Sociedade dos Amigos e Protetores dos Animais, Meyre Moreira falou sobre os casos recentes de maus tratos.
Vendo a matéria, a Meyre se emocionou.
Na entrevista ela disse que essa violência é um absurdo e os integrantes da Sociedade estão cobrando das autoridades mais rigor na punição.
Mas, lembrou que infelizmente as leis contra esses crimes são brandas no Brasil.

domingo, 26 de julho de 2009

Maus-tratos em Juiz de Fora - o outro lado da história

No dia 30 de junho desta ano, postamos um texto que citava um caso de suspeita de maus tratos no bairro São Judas Tadeu.
Hoje, uma das filhas da médica que foi denunciada pelo Conselho Tutelar como responsável pelos maus-tratos contra filhos adotivos nos enviou um texto que postamos abaixo.
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Por M.A.

A respeito do comentário feito por vocês no blog Notícias Fora do Ar (30-06-09 Notícias dessa terça):
Já pensaram na possibilidade da menina estar assustada e com medo por nunca antes ter sido retirada de perto de seus familiares e por isso precisar de tempo para se adaptar a nova situação?
Quanto aos vômitos, os adolescentes têm compulsão alimentar o que faz com que nunca se sintam saciados, por isso, quando estão muito "cheios", por comerem demais costumam vomitar ou regurgitar e se ninguém estiver cuidando, comem o próprio vômito, inclusive dividindo-o entre eles.
Roubam comida se tiverem oportunidade e também a ração dos cachorros.
Um deles, quando indagado porque conta para as pessoas que come ração porque a mamãe manda e não porque rouba, respondeu: "Não conto porque as pessoas vão achar que eu sou bandido".
Acredito que dizem que minha minha mãe manda comer o próprio vômito, porque se disserem que comem escondido por vontade própria, vão achar que eles são...
Acredito que vocês entendam que é um assusto muito delicado para ser discutido em público, já que a privacidade dos adolescentes deve ser preservada em primeiro lugar, mas ao mesmo tempo, tentando desmanchar a idéia totalmente errada que vocês estão formando de nossa família, é que estou esclarecendo este detalhe do quadro dos adolescentes.
O mais interessante ainda é que, apesar do sensacionalismo da imprensa na época, os maus tratos não foram confirmados por nenhum relatório das autoridades, muito pelo contrário, temos cópias de relatórios feitos pelo Conselho Tutelar que considerando o tempo de acompanhamento da família em diversas visitas familiares, sempre apresentou parecer favorável, inclusive enfatizando laços de afetividade bastante evidentes entre mãe e filhos. Por que agora tudo se repete?

Sabemos que o Conselho Tutelar somente está legalmente autorizado a aplicar medida protetiva de abrigo quando constatado situações extremas e emergenciais.
Um banho de mangueira dado por volta das 10h da manhã, um almoço de domingo que ainda não havia sido dado às 14h é situação de risco para os adolescentes?
Será que o Conselho Tutelar não confia na justiça que até então não conseguiu provar, em cinco anos, nenhuma das acusações por eles recebidas anonimamente?
Será que o Conselho Tutelar não acredita nos seus próprios boletins entregues à justiça após meses de acompanhamento de nossa família?
Concluímos que o Conselho Tutelar apenas acredita em relatos de vizinhas maldosas e apenas baseadas nestes relatos, retira de seu lar adolescentes portadores de deficiência (com 15 e 18 anos) sem condições de sobrevivência por seus próprios meios.

sábado, 25 de julho de 2009

De enterro a Festa Julina – Fim de semana de repórter

Por Michele Pacheco

Sabe aqueles dias em que o despertador toca e você gostaria dele estar errado?
Em que tudo o que mais queria era de se enfiar debaixo dos cobertores, virar para o lado e sonhar com os anjinhos?
Pois hoje foi um desses dias!
Olhei pela janela, vi a chuva, senti o vento frio e deu vontade de chorar!
Mas, tínhamos que cobrir o enterro do taxista assassinado nessa sexta-feira, na Cidade Alta, em Juiz de Fora.


Eu odeio enterros!
Acho que é um péssimo momento para a imprensa registrar os fatos.
Os parentes e os amigos estão sofrendo, se despedindo de alguém querido e lá estão microfones e câmeras.
Até enterrar o meu pai, há dois meses, eu não tinha sentido na pele o quanto é doloroso o velório e o último minuto.
Agora, respeito ainda mais a privacidade dos outros nessa situação.
O Mauro Emílio Olímpio Moreira, 28 anos, deixou mulher e uma filhinha de seis meses.
A família estava revoltada e arrasada.
Depois de conversar com alguns parentes, consegui uma foto do taxista e voltamos à TV para deixar o material.

Seguimos então para a segunda pauta. Uma moradora da zona norte de Juiz de Fora ligou pela manhã para a nossa editora, Elisângela Baptista. Muito assustada, a mulher disse que a televisão dela tinha explodido e que o apartamento estava todo destruído. A Lili nos pediu para ir logo para o bairro Encosta do Sol.


Chegamos lá debaixo de um temporal.
Olhei de um lado para o outro procurando o número indicado e comentei que só faltava a gente ter que descer um escadão debaixo do temporal. O Robson ficou horrorizado. É que, em geral, eu falo e as coisas acontecem. Claro que só as coisas que ele não quer que aconteçam. Sabe aquela coisa de “Lei de Murphy”? Se algo tiver que dar errado, vai dar?

O alívio veio ao vermos que o número procurado era de uma casa no nível da rua.
Eu já sorria satisfeita e aliviada, quando notei um escadão ao lado.
Até arrepiei!
Ohei de lado para o Robson e ele começava a ficar vermelho.
Achei melhor ligar para a moradora e confirmar.
Ela me disse que era só descer.
Ah, não seria tão difícil!
Mais uma vez, falei cedo demais!
Tivemos que descer uns sessenta degraus, debaixo de chuva, patinando no limo.
O apartamento dela era no fundo do barranco!

Quando perguntamos sobre que fenômeno tinha feito a TV explodir, a mulher explicou que não sabia direito.

Ela tinha deixado uma vela acesa por algumas horas, enquanto dava umas voltas com os dois filhos.
Quando voltou, viu fumaça por toda parte e chamou os bombeiros.
É o tipo de distração que pode acabar mal.

O apartamento estava todo preto, mal entrava luz, o tipo de ambiente que irrita qualquer cinegrafista.
Olhei para o meu marido, ensopado e calado.
Juro que, mesmo sem luz, eu enxerguei as faces ficando avermelhadas e o olhar fatal para mim.
Gravei rápido com a entrevistada e voltamos debaixo de chuva, escadaria a cima.

Defumados, com as roupas cheirando a uma mistura de cachorro molhado e carvão, fomos almoçar.
O sábado estava prometendo!
A pauta seguinte foi tranqüila, no Mercado Municipal.
Gravamos o material para o quadro Feira Livre desta segunda-feira.
Lá dentro pelo menos a chuva não nos incomodou.

Mas, do lado de fora estava a nossa quarta pauta do dia: o concurso de quadrilha do XII Arraiá da cidade.
A chuva diminuiu e ficou só uma garoa.
Aos poucos, ela parou e os organizadores correram para montar tudo antes que o tempo piorasse.

A praça Antônio Carlos ficou toda colorida com bandeirinhas e barracas.
O evento é bem legal e ajuda a divulgar a cultura popular.
Neste ano, foram inscritos sete grupos de quadrilha de juiz de Fora, Santos Dumont, Coronel Pacheco e Muriaé.

Hoje, eles se apresentaram e os jurados observaram cada detalhe para escolher os quatro finalistas que vão disputar o prêmio de R$ 600,00 para o primeiro lugar.
A chuva recomeçou logo na primeira apresentação.
Mas, os dançarinos nem pareciam notar.
Estavam alegres e se divertiam bastante.

O Robson já estava com um humor melhor e aproveitou para fazer pose ao lado do cavalo que decorava o coreto da praça.
Esse ar satisfeito é porque ele encontrou um lugar seco para fazer as imagens, fugindo da chuva.
Ficamos com o júri, num ponto de vista privilegiada e, o melhor, bem sequinho.

O Fernando Priamo, da Tribuna de Minas, notou as vantagens do posto escolhido pelo Robson e foi correndo para lá.
Ele se meteu pelos cantos da decoração do coreto em busca de um ângulo diferente da quadrilha.
Saiu satisfeito e foi se alojar no outro palco montado na praça.

Logo depois apareceu o João Schubert, do JF Hoje.
Ele também ralou um bocado nesse sábado.
Com o capricho de sempre, avaliou cada ângulo possível, virou de um lado para o outro até se sentir satisfeito com o resultado.
Pena que nossa máquina fotográfica anda pifando na hora errada e nos deixou na mão.
Perdemos bons flagrantes do contorcionismo e das caras e bocas o Schubert trabalhando.
Fica para a próxima.

Para terminar um dia gelado de trabalho, nos aquecemos com um bom bate-papo nos intervalos das apresentações.
O Humberto Nicolline, fotógrafo da prefeitura, nos fez rir um bocado com as piadas que contou.
Ele foi um dos que não resistiram às delícias servidas nas barracas de alimentos do XII Arraia da Cidade.
Encarou uma bela cumbuca de canjica.
Pelo jeito satisfeito, além de gostosa, ela estava quente a ajudou a espantar o frio.
Enquanto ele aproveitava o restante da festa, nós voltamos para a TV, para não estourar muito o nosso horário.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Crimes violentos em Juiz de Fora

Por Robson Rocha

Nessa sexta-feira, a Michele e eu trocamos nosso horário e trabalhamos na parte da manhã, para terminar de produzir uma matéria que deve ir ao ar na quarta-feira da próxima semana.
Logo cedo, alguns policiais nos ligaram para avisar de um latrocínio na Cidade Alta.
Mas, o horário era do Evandro e do Fagundes e eles fizeram a matéria.
Nós tínhamos que rodar e gravar nosso material. No final, ficou faltando a especialista em Recursos Humanos que está em São Paulo.

No final da tarde, a Michele tinha que fazer alguns trabalhos de um curso que está fazendo e eu fiquei aguardando para gravar uma manifestação às cinco e meia da tarde, pela morte do estudante Gilcimar Cruz de Rezende, 15 anos, espancado após sair de uma festa.
Quem foi comigo foi a Carla Detoni.
Ela foi para treinar trabalhar na rua.
Recém formada, ela foi contratada como produtora e é um “coringa” dentro do departamento.

Gravamos entrevistas com os pais do estudante que estão inconformados com o crime e esperam que a justiça seja feita.
Eles têm medo de que, por serem pobres, o final do caso demore muito ou que ninguém seja punido pelo crime.
Parentes e amigos carregavam faixas de protesto.

A Carla tentava escrever o texto, quando ouvimos buzinas.
Eram os taxistas protestando pela morte de Mauro Emílio Olímpio Moreira, 28 anos.
Moradores teriam visto o táxi Fiat Siena abandonado e o motorista morto no banco de trás do veículo no Bairro Vina Del Mar, na Cidade Alta, próximo à BR-040.
Ele teria sido morto ao reagir ao assalto. O bandido fugiu deixando 170 reais na mão da vitima.

Como a manifestação de amigos e parentes do Gilcimar ainda estava sendo organizada, fomos gravar com os taxistas que pararam a avenida Rio Branco.
Cerca de cinqüenta taxis foram parados a partir da esquina da rua Halfeld, no coração de Juiz de Fora.
Em principio, eles fizeram um buzinaço.
Mas, depois eles desceram dos carros.

Gravamos entrevistas com alguns motoristas que reclamaram das poucas operações da PM.
Segundo eles, se a Policia Militar parasse os taxis nos postos policiais, as chances de acontecer crimes como esse seriam menores.
Outros reclamaram que durante a madrugada só encontram policiais na região central e que os bairros parecem abandonados.

Logo depois, os motoristas se reuniram na pista lateral (sentido Manoel Honório – Bom Pastor) e rezaram.
Depois, voltaram aos carros e seguiram em direção ao Cemitério Municipal, onde fariam novos protestos.
Aproveitamos para gravar um encerramento para a matéria.
No início, a Carla ficou com medo de ficar no meio da pista.
Mas, depois ela se acalmou e gravou muito bem.
Achei até que ela fosse fechar a matéria.

Já os manifestantes do caso Gilcimar, tinham ido embora.
Dali, seguimos direto para uma apreensão de mais de quinhentas pedras de crack.
O caso já estava na 7ª Delegacia Regional, em Santa Terezinha.
Gravamos com o tenente Demetrios Xavier e ele explicou que tudo começou com uma denúncia anônima.
A partir daí o serviço de inteligência começou a monitorar o local, que seria um ponto de venda de drogas.
Nessa sexta-feira, em cumprimento de um mandado de busca e apreensão, dez policias militares do 27º Batalhão foram até a rua Azul, no bairro Milho Branco onde apreenderam 568 pedras de crack e R$1.115,00.

Duas pessoas foram conduzidas.
Uma seria usuária e estaria comprando drogas no momento em que a policia chegou.
A outra pessoa, uma mulher de 34 anos, seria a moradora da casa onde a droga foi encontrada.
O flagrante dela foi ratificado e ela foi conduzida para a penitenciaria.

Dali, meu destino foi deixar o material na TV e buscar a Michele na UFJF.
Quando estava aguardando a saída dela, o celular tocou.
Era um amigo que trabalha na TV. Ele explicou que bateram no carro dele e estava seguindo o tal carro, pois o motorista tinha fugido. Ligou para o 190 e disseram a ele que o trânsito só tinha duas viaturas e não havia como atendê-lo naquele momento.

Disse ao meu amigo que não tinha o que fazer, pois outro dia estava na porta da delegacia quando no radio de um carro da PM ouvi uma comunicação.
Uma moto da PM ia abastecer e tinha direito a apenas cinco litros de combustível.
Aí, descobri. A ordem é que as viaturas fiquem paradas em pontos estratégicos para que a população tenha a sensação de segurança. Mas, na verdade, elas não têm combustível para ficar rodando. São apenas vinte litros por carro.

Já a companhia de transito costuma ter por turno um carro e duas motos para atender uma cidade que tem mais de 130 mil veículos.