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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Terceiro Encontro Nacional de Jornalismo do SBT

Por Michele Pacheco

Esse fim de semana foi diferente para mim, o Robson, o Evandro Medeiros e a Carla Detoni. Fomos a São Paulo participar do Encontro Nacional de Jornalismo do SBT.
Trabalhamos todos na sexta pela manhã e viajamos às cinco da tarde.
Houve atraso na saída, por conta do temporal que desabou sobre Juiz de Fora
e nos impediu de chegar à TV às quatro e meia.
O restante do pessoal que ia
teve problemas familiares e desistiu.
Mesmo assim, fomos cheios de empolgação.

No caminho, o Robson começou a tirar fotos.
Ele tem essa mania, não consegue parar de fotografar.
Mas, isso é legal, porque podemos guardar boas recordações dos colegas.
Na van, fomos enumerando as coisas que gostaríamos de aprender em São Paulo, os assuntos que abordaríamos com cada profissional.

No ano que vem, a TV Alterosa completa 10 anos em Juiz de Fora.
Contando desde a implantação da emissora, que foi inaugurada quatro anos depois da abertura do escritório dos correspondentes.
O Robson foi o primeiro a fazer parte desse time vencedor, entrando em 96, com a Stela Amorim.
Eu cheguei um ano depois, para substituí-la.
Agora, estamos todos trabalhando nas novidades para o ano do aniversário.

Voltando à nossa aventura do fim de semana,
pegamos chuva em todo o trajeto.
Paramos em Resende-RJ para um lanche rápido.
O tempo todo, não conseguíamos deixar de falar das nossas expectativas para o seminário.
É legal deixar o ambiente de trabalho de vez em quando e trocar idéias com os colegas. Aumentamos ainda mais a lista de idéias e propostas para 2010.

Chegamos em São Paulo às duas e meia da madrugada e tivemos
dificuldades para achar o hotel.
Depois de um dia de correria, nosso gás estava no fim.
Eu só via pela frente uma cama macia onde pudesse descansar por três horas.
Isso mesmo, três horas!
Depois de toda aquela maratona, acordamos às cinco para tomar café às seis.
Caso contrário, chegaríamos atrasados para o evento, que foi em Osasco, na Grande São Paulo.
Engolimos o desjejum e voltamos à estrada.

O encontro foi uma experiência única, que satisfez tanto o nosso lado profissional, quanto o nosso lado telespectador.
Algumas empresas de comunicação têm o hábito de só enxergar os repórteres de rede e aqueles que estão nas grandes praças, desvalorizando o trabalho feito no interior.
O Sistema Brasileiro de Televisão tem uma tradição diferente, que começou com o Bóris Casoy, na época do TJ Brasil.
A regra dele era simples: se o material é bom, com boas imagens e conteúdo, não importa quem fez, vai para o ar!

O seminário começou com o Paulo Nicolau,
Diretor de Jornalismo do SBT, dando o recado e falando de algumas estratégias para 2010.
Confesso que fiquei emocionada ao ouvir falar de todos os investimentos e planejamentos para o ano que vem.
Estou na Alterosa há 12 anos e já passei por situações diferentes.
Desde a extinção dos jornais de Rede até a reformulação da grade jornalística com profissionais renomados, como Carlos Nascimento.
Ele faz diferença, sendo generoso ao dividir o grande conhecimento que tem.

E isso se reflete em toda a equipe.
Conhecemos profissionais jovens, outros mais experientes, todos movidos pela certeza de que estamos no caminho certo e de que a união do grupo vai nos levar a superar todos os desafios.
Para nós, de emissoras afiliadas, o que mais agradou foi ouvir que nossa participação é indispensável para esse crescimento.
A Luciana, editora do SBT Brasil, deixou bem claro que quanto mais contato for feito, mais chance de emplacar matérias em Rede.
Isso faz muita diferença para os profissionais do interior do país.
O Hermano Henning é um que respeita o pessoal das afiliadas.

Um evento desse tipo serve para aproximar São Paulo do restante do Brasil.
Muitas vezes, achamos impossível colocar uma matéria na Rede.
A Luciana Barcelos, editora do SBT Brasil, foi bem clara: quem não tentar, não insistir e não souber "vender" o produto que tem, vai ficar de fora.
É claro que é difícil.
Temos que competir com materiais de todos os estados, de todas as emissoras, de todos os temas e de todos os correspondentes internacionais.
Mas, não custa tentar!
Na semana passada, emplacamos o material feito em Ewbanck da Câmara, sobre o acidente envolvendo duas carretas.
Saiu completo, com as duas passagens e todas as entrevistas.

Quanto aos correspondentes, conhecemos o Jacques Gomes Filho, que fica no escritório de Buenos Aires e cobre a América Latina.
Rimos muito das
histórias e das dificuldades que ele enfrenta nas missões que recebe no exterior.
Um profissional e tanto, com simplicidade de sobra para ouvir e comentar as histórias alheias.
Vamos manter o contato e continuar o papo animado pela internet.

Ele foi pego de surpresa pelo Paulo Nicolau e teve que ir ao palco dar um depoimento sobre o trabalho dos correspondentes no exterior.
O Jacques falou com a experiência de quem cobriu a Gripe A no México e a morte do Michael Jackson nos Estados Unidos.
Aliás, ele estava no lugar certo, na hora certa nesse último caso.
Fazia uma reportagem numa cidade que fica a 45 minutos da terra natal do cantor.
Foi rápido e conseguiu entrar com boas informações do caso.

Quem também foi ao palco, foi o Renato Dilago, diretor do SBT Repórter.
Ele falou dos investimentos que estão sendo e ainda vão ser feitos no programa.
Produções no exterior estão em andamento e devem garantir programas especiais para 2010.
Um fato que pegou a todos de surpresa foi a afirmação de que há a intenção de abrir espaço para os repórteres das afiliadas.
As idéias devem ser passadas e vão ser avaliadas.
Tenho certeza de que boas sugestões não vão faltar.

A apresentação do seminário foi do Luiz Bacchi, âncora do SBT no Rio de Janeiro.
Ele mostrou a desenvoltura que garantiu destaque no SBT Brasil.
O Luiz falou bastante das mudanças feitas no Rio e dos índices de audiência conseguidos com a nova programação, privilegiando o jornalismo cidadão.
Além de depoimentos, o Luiz distribuiu simpatia, conversando e tirando fotos com todo mundo.

Entre as palestras, ouvimos a Dora Câmara,
Diretora do Ibope Mídia.
Ela conseguiu a façanha de apresentar uma palestra técnica com linguagem simples.
Explicou a forma correta de "digerir" os números e índices divulgados nas pesquisas.
Falou das praças do SBT com maiores índices de audiência, avaliou o tipo de público em cada horário e programa, comentou a importância do jornalismo na divisão da audiência e muitos outros detalhes.
Adorei a palestra e passei a enxergar com outros olhos os números que são divulgados nas pesquisas de audiência.

Outro palestrante foi o Luiz González, empresário e expert em assessoria política de candidatos.
Ele falou sobre as eleições 2010 e nos passou informações preciosas sobre o papel do jornalista na cobertur a política.
Recebemos dicas que nem imaginávamos possíveis sobre como driblar armadilhas eleitorais e como prever os temas que vão ser destaque no período eleitoral.
Alguns detalhes nos fizeram avaliar as coberturas antigas e nos facilitaram detectar erros comuns do jornalismo que podem ser evitados.
Que venha 2010!

Entre uma palestra e outra, entre o almoço e
os passeios pelos corredores do SBT, aproveitamos para conversar com vários profissionais do jornalismo e da técnica.
Conseguimos uma cópia do manual de cinegrafia elaborado pelo SBT e discutimos a possibilidade de intercâmbios entre SP e emissoras do interior.
Estamos otimistas quanto ao futuro do grupo e cheios planos para enfrentar os desafios que vêm por aí.
Mais do que um encontro de jornalistas, esse seminário serviu para nos dar alento e mostrar que há um caminho promissor pela frente.
E todos podemos caminhar juntos por ele.

Entre os profissionais da TV Alterosa presentes no evento, estava o Benny Cohen.
Meu eterno professor!
Eu o conheci em 97, quando entrei na emissora.
Ele era editor do Jornal da Alterosa e me ajudou a ganhar confiança no vídeo e melhorar o texto.
Ainda hoje, quando tenho dúvidas ou sugestões legais, faço questão de trocar uma idéia com o Benny.
Invariavelmente ele tem boas idéias.

O Antônio Cotta, Toninho, é um Chefe de Reportagem como poucos.
Ele não se preocupa só com o resultado da equipe.
Quando alguém liga com problemas, a receita do Toninho é simples: parar, almoçar, esfriar a cabeça e ligar de volta para ele para encontrar a solução.
Enquanto muitos profissionais de redação só ligam para as equipes de rua cobrando a matéria, ele chega ao cúmulo de nos ligar apenas para saber se está tudo bem e se precisamos de alguma coisa.
Outro professor por quem tenho muita admiração.

Apesar de tudo isso, voltei de São Paulo com uma decepção.
Realizamos o sonho da maioria dos brasileiros: encontramos e conversamos com o Sílvio Santos!
É isso mesmo!
O Patrão estava gravando no estúdio ao lado de onde foi feito o encontro de jornalismo.
Estávamos na porta da redação, conversando com o pessoal de Vitória e de Belo Horizonte, quando notamos o movimento diferente no carredor.
Lá veio ele, acompanhado da equipe.
Diminuiu o passo e nos perguntou o que era aquela movimentação toda.
Explicamos que era o encontro de jornalismo, ele respondeu que era muito bom e seguiu em frente depois de se despedir muito simpático.
O Robson fez questão de registrar esse momento histórico.
Fiquei super animada, até ver que a foto não dava para entender nada!
Ficou toda desfocada.
Mas, valeu a experiência.

Aliás, valeu em todos os sentidos.
Os conhecimentos e as dicas que recebemos lá são inestimáveis.
As pessoas que conhecemos estão entre a nata do jornalismo.
Sem falar na visita aos bastidores que foi incrível.
O SBT é mais do que um grupo de comunicação, é uma fábrica de sonhos.
A Dora Câmara deixou isso claro ao falar do índice de credibilidade e de aprovação que a emissora tem junto ao público de todas as classes.
Enquanto as concorrentes vivem se engalfinhando em rede nacional, o SBT segue firme no jornalismo cidadão e no carinho com os brasileiros.
E pensar que tivemos a oportunidade ímpar de conhecer o idealizador de tudo isso!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Acidente entre duas carretas mata três em Minas

Por Michele Pacheco

Por volta de oito horas da manhã, a BR 040 ficou totalmente interditada no trecho de Ewbanck da Câmara, na Zona da Mata Mineira.
A rodovia só foi liberada onze horas depois da batida.
A carreta com placa LUU 3653, de Itaboraí-RJ, tombou na curva perigosa logo após o trevo da cidade, foi se arrastando pela pista até a contra-mão e bateu de frente na carreta de placa GVI 6401, de Lagoa da Prata-MG.
O veículo do Rio seguia no sentido de Belo Horizonte.

Estávamos seguindo para uma pauta, quando uma fonte ligou avisando do acidente.
Fomos para lá o mais rápido possível.
Os bombeiros de Juiz de Fora enviaram duas viaturas de combate a incêndios e seis de salvamento para o local.
Quando estavam chegando, as primeiras equipes ouviram duas explosões.
O sargento Elcimar Pezarini contou que a situação era perigosa.
Havia muito fogo e não se sabia o tipo de carregamento que era transportado pela carreta do Rio de Janeiro.

Em poucos minutos, as chamas mais altas foram controladas.
Mas, a fumaça e os focos de incêndio continuaram dando trabalho por quase duas horas.
Os bombeiros usaram água para enfrentar o fogo.
Além dos pneus, havia muito material inflamável nas carretas, o que agravou a situação.

A Polícia Rodoviária Federal acompanhou toda a movimentação.
Os policiais avaliaram o local da batida e calculam que o motorista da carreta de Itaboraí, Rubson Gonçalves de Oliveira, estava em alta velocidade quando entrou na curva.
Na pista, não havia marca de freada de nenhum dos veículos.
A carreta que tombou levava um container lacrado (a carga não foi informada até o fim do dia) e a outra estava carregada com latas de leite condensado.
O peso dos dois veículos piorou a situação e aumentou a violência do impacto.

A cena era chocante.
Quando a fumaça diminuiu, dava para ver a gravidade do acidente.
As duas cabines ficaram enganchadas e era impossível avaliar que peça pertencia a cada carreta.
Com o impacto violent o, o motor de uma delas ficou pendurado, quase caindo no asfalto.
A pista ficou escorregadia.
Além do óleo diesel dos tanques dos veículos, o óleo lubrificante do motor também vazou.
Com a água jogado pelos bombeiros, o material foi arrastado para a canaleta de captação de água pluvial, na beira da estrada.
O destino era o Rio Paraibuna.

O acidente foi na rodovia, bem acima de uma encosta onde há várias construções.
O destacamento da Polícia Militar de Ewbanck da Câmara fica praticamente abaixo do local da batida.
Os policiais ouviram o barulho e correram para a estrada .
Eles ainda encontraram as vítimas vivas.
O Cabo Cleverson Rocha estava emocionado e repetia que eles tinham tentado tudo o que podiam.

"Ficamos chocados.
Escutamos uma explosão e corremos.
Quando chegamos, havia um homem com o braço para fora e uma mulher pedindo socorro e tentando tirar uma criança da carreta.
Nós tentamos ajudar, mas o fogo aumentou e houve outra explosão.
Não tínhamos equipamento ideal para fazer o socorro e esperamos os bombeiros" lamentou o policial.
Essa, com certeza é uma cena que os PMs vão custar para esquecer.

Aliás, ninguém nos prepara na faculdade para o lado triste da profissão de jornalista.
Só quem acompanha o dia-a-dia da reportagem, na rua, sabe o que é.
Chegamos na estrada e havia tanta fumaça, que mal dava para respirar direito perto dos veículos.
Os bombeiros corriam contra o tempo.
Apesar das vítimas estarem carbonizadas, a demora para controlar o fogo poderia levar a outra explosão e atingir os curiosos que estavam reunidos na estrada e os moradores da parte de baixo, do centro da cidade.

O cheiro de pneu queimado se misturava
ao cheiro terrível da morte.
O pior é saber que poucas horas antes aquelas pessoas estavam felizes, seguindo para um destino previsto, calculando o que precisavam fazer, pensando no Natal, na família...
E, em poucos minutos, tudo acabou tragicamente.
Enquanto estávamos na estrada, foram confirmadas três mortes: dois adultos e uma criança.
Mas, pelo depoimento do policial militar, haveria uma mulher também na carreta de Lagoa da Prata, que seria a quarta vítima.
Isso foi confirmado na hora do almoço e desmentido mais tarde.

Encontramos na rodovia a equipe da TV Panorama, que seguia para Barbacena e quase flagrou a explosão.
A Patrícia está voltando de férias e já enfrentou de cara uma matéria tão ruim de cobrir.
Ninguém gosta de relatar acidentes.
O Luiz Carlos Duarte, o Prainha, fotógrafo do jornal JF Hoje também estava lá.
Pela Tribuna de Minas, o Olavo Prazeres é que garantia as fotos.
O pessoal da imagem tem que ter muito cuidado nesse tipo de situação.
Registrei o Prainha e o Robson trabalhando juntos.

Qualquer desatenção pode colocar os profissionais no lugar errado, na hora errada.
Aí, além de correrem riscos, eles podem atrapalhar o trabalho dos bombeiros e dos policiais, que já é complicado.
Mas, todos são experientes e sabem como garantir boas imagens sem prejudicar o socorro.

Muito se fala sobre mídias convergentes.
Hoje, a TV Alterosa e o Portal Uai deram um belo exemplo do que isso significa.
Liguei da estrada para a Laura Lima, Editora do Jornal da Alterosa 1a Edição, e passei que tínhamos o factual.
Ela anotou os dados mais importantes e repassou ao pessoal do Uai, que correu atrás de mais informações.
Apesar de não termos as melhores imagens do acidente, saímos na frente na internet.
Até o meio-dia, quando conferi pela última vez, o Portal Uai era o único site de notícias que tinha dados completos e imagens do acidente.

Por isso, costumo dizer aos estudantes
de jornalismo com quem converso para pensar no todo e não em partes.
Não há mais espaço no jornalismo moderno para o profissional que só sabe uma função.
O futuro é dos profissionais polivalentes, que sabem trabalhar em equipe.
As tecnologias nos permitem cada vez mais agilidade ao passar as informações.
Se a internet deu quase em tempo real a notícia, temos que pensar em algo a mais para o material que vai ao ar nos telejornais.
Abordar a emoção das pessoas, a reação deles ao fato é sempre uma boa saída.

domingo, 29 de novembro de 2009

Parada Gay de Santos Dumont - Sucesso da Miss Brasil Gay 2009

Por Michele Pacheco

Hoje, Santos Dumont teve um domingo diferente.
A cidade tranquila, na Zona da Mata Mineira, passou a tarde ao som de música eletrônica.
Esse foi o ritmo escolhido para animar a concentração da II Parada da Diversidade Sexual de Santos Dumont.
No ano passado, 6 mil pessoas participaram.
Neste ano, o público subiu para 10 mil participantes.

O evento é organizado pelo Movimento Gay de Santos Dumont.
O presidente do MGSD, Reinaldo de Oliveira, falou que o objetivo é lutar contra o preconceito e mostrar aos homossexuais que eles não precisam ter medo de assumir as escolhas que fizeram.
O trabalho inclui apoio psicológico aos jovens, reuniões sobre homossexualidade, discussão de temas importantes, debates sobre leis e conquistas.

A concentração começou por volta de duas da tarde.
O pessoal foi chegando e se reunindo nas calçadas e no galpão escolhido para o evento.
A música eletrônica marcou o ritmo para os mais animados, que pularam sem parar.
Por todo lado, jovens de ambos os sexos liberaram as fantasias e se curtiram sem medo de represálias.
Aos poucos, a multidão foi crescendo.

O curioso foi ver moradores de todas as idades disputando espaço na rua, nos prédios e até no pátio de um hospital para ver a movimentação.
Em geral, as pessoas mais velhas são mais rigorosas com relação ao homossexualismo.
Em Santos Dumont, todos deram um belo exemplo de compreensão e respeito ao direito de escolha do outro. Havia muito
idosos e crianças por lá, olhando admirados e se divertindo.

Alguns escolheram fantasias irreverentes, outros abusaram dos acessórios coloridos.
Mas, todos foram unânimes ao defender as cores do arco-íris, símbolo da diversidade, que ganhou em todo o mundo lugar de destaque representando as comunidades homossexuais.
Quem não quis se fantasiar, soltou a imaginação e viveu outra fantasia: a de viver o amor livre de preconceitos.

Entre os convidados de honra, estava a Miss Brasil Gay 2009, Ava Simões.
Linda, simpática e gentil como sempre, ela se arrumou e teve muita paciência com os fãs e a imprensa.
Gravou uma entrevista exclusiva comigo e o Robson.
O material vai ao ar nesta semana e depois fica no site da TV Alterosa (www.alterosa.com.br/jf), onde já há vídeos sobre a Ava.

Mais uma vez, fiquei admirada com a elegância das atitudes do Charles Simões, dentista do Rio de Janeiro que criou a personagem Ava Simões.
Por trás da maquiagem e da peruca, ele mostrou uma forte influência familiar.
Na entrevista, a Miss Brasil Gay 2009 contou que o sonho do título começou na infância, ao ouvir a mãe contar que sonhava com os concursos, mas foi impedida de seguir em frente.
Esse sonho se realizou com o filho.

Ava Simões participou de três concursos do Miss Brasil Gay antes de conquistar a vitória.
E quando veio, ela foi arrasadora!
A candidata que nasceu em Recreio-MG, mora no Rio de Janeiro e concorreu pelo Espírito Santo esbanjou charme no traje típico, lembrando a fábrica de chocolates mais conhecida do Brasil e que fica em terras capixabas.
Depois, brilhou no vestido de gala.
Resultado: ganhou todos os maiores títulos da noite.

Parecia um sonho lindo, até uma agressão movida por raiva e inveja.
A decepção com o comportamento da colega de passarela foi maior do que a dor de ter a peruca arrancada na frente da nossa câmera, com coroa e tudo.
Ava deixou de lado o constrangimento, se arrumou e voltou triunfante para mais uma volta da vitória.
Os aplausos eram o primeiro sinal de que o incidente estava longe de arranhar a imagem da Miss eleita.

Dito e feito.
As imagens exclusivas da TV Alterosa rodaram o mundo, sendo um dos vídeos mais acessados do Youtube, primeira página do jornal britânico The Sun e um dos vídeos mais acessados do site do mesmo periódico.
No Brasil, várias emissoras usaram as imagens que o Robson fez e o CQC colocou a confusão em primeiro lugar do Top 5.
Com tudo isso, Ava Simões é a Miss Brasil Gay mais comentada da história do concurso, que completou 33 anos.

Na entrevista de hoje, ela falou dos projetos que tem.
Quer estar em todos os lugares onde a Miss Brasil Gay deve estar, quer ajudar o grupo Arco-íris na luta para transformar a homofobia em crime.
Ava disse ainda que tem recebido muitos convites de todo o país.
"Graças a Deus e à tirada de peruca, tenho muitos convites.
Fui convidada para ir à Amazônia e ganhei uma viagem de navio.
Uma empresa viu as imagens, gostou da minha postura de não processar a outra candidata e me deu o presente" conta emocionada com o carinho que tem recebido.

Ava foi perguntada depois do evento se pretendia processar a Miss São Paulo, Thaisa Shinayder.
A resposta foi negativa.
A explicação foi simples: a Miss Brasil é um símbolo de elegância e de educação.
Essa é a postura correta que uma Miss Brasil deve ter.
Esse comportamento elegante tem rendido comentários positivos por onde passa.
Ela se preocupa também em defender o evento, que considera idôneo e sem irregularidades.

"Eu mesma já fiquei em último lugar no concurso.
E não desisti.
O Chiquinho (Chiquinho Motta, criador do evento) está lá, mesmo doentinho, de olho em tudo para que nada saia da linha.
Eu não tenho como duvidar da correção do Miss Brasil Gay.
Quero defender o evento e mostrar ao mundo que o universo gay é bem melhor do que a pancadaria que está sendo mostrada por aí.
O concurso merece respeito e incentivo todos os tranformistas a participar" defendeu empolgada a vencedora deste ano.

A primeira volta de Ava a Minas, depois do evento foi gloriosa.
Ela foi recebida em Santos Dumont como Rainha e não como Miss.
No meio do povo, carinho e aplausos.
Simpática, distribuiu sorrisos e teve paciência para atender a todos os pedidos de fotos e abraços. No alto do trio eletrético, ela acenou para quem estava nas casas e na rua.
Nem preciso dizer que ganhou ainda mais respeito de todos.

Encontramos no evento um amigo que respeitamos muito.
O Robson Terra.
Nós o conhecemos há pelo menos 12 anos e já fizemos matérias lindas com ele.
O Robson é um desses profissionais que amam tanto o que fazem que se tornam "gurus" de quem está à volta deles.
Competente e generoso, ele não mede esforços para passar adiante as experiências de vida que acumulou.
Conversar com o Robson Terra sempre nos ajuda a recarregar as baterias da criatividade.

É difícil cobrir um evento como a Parada Gay.
Os organizadores foram muito atenciosos e nos garantiram um bom lugar no alto do trio oficial para fazer imagens.
O problema é o Robson conseguir se equilibrar no vai e vem do trio-elétrico.
Sem falar na fiação da rua que exige malabarismos com a câmera no ombro.
Também, quem mandou crescer tanto!

Ele pôs a câmera na cabeça, baixou o equipamento para pegar outros ângulos, voltou à posição inicial, se desdobrou para registrar tudo o que havia de destaque.
Isso, sem prejudicar a festa de quem estava lá para se divertir.
Depois de ficar famoso em vários países com a imagem exclusiva da agressão no Miss Brasil Gay, meu querido marido só quer pensar nas nossas férias, que estão chegando.
O que o pobrezinho esquece é que até janeiro ainda temos muito serviço pela frente!

sábado, 21 de novembro de 2009

Lixarte - Trabalho pela comunidade da Vila Olavo Costa

Por Robson Rocha

Nada melhor para qualquer profissional do que o reconhecimento pelo seu trabalho.
E, quando esse reconhecimento vem da comunidade é ainda mais especial.
Hoje, algumas pessoas foram homenageadas pela Associação Lixarte.
A associação realiza trabalhos sociais na Vila Olavo Costa, um bairro carente de Juiz de Fora, em que além dos vários problemas, sofre com o abandono e com o preconceito por razões sociais.

Mas, voltando ao assunto, as homenagens foram no Curumim da Vila Olavo Costa.
Fiquei muito feliz em ser uma das pessoas homenageadas por, de alguma forma, ajudar no desenvolvimento da Vila.
O evento começou com apresentações de grupos culturais da comunidade.
A primeira foi a Folia de Reis.

Crianças e adultos se apresentaram.
É muito bacana ver que as crianças e adolescentes estão participando dos projetos.
O Reginaldo Barbosa da Silva, conhecido como Bulú, está fazendo um trabalho muito bacana resgatando esses jovens para a cultura.

Fiquei muito feliz em ser um dos homenageados e receber um certificado em reconhecimento aos trabalhos prestados à comunidade da Vila Olavo Costa.
Sempre fomos muito bem recebidos pelos moradores para a gravação de matérias.
Isso, mesmo em situações criticas, quando as matérias eram sobre temas policiais.
E o reconhecimento vindo da comunidade foi o que me deixou mais contente.

Além disso, estar entre homenageados como Francisco Mello Reis é demais.
Mello Reis foi prefeito de Juiz de Fora e é tido como um dos administradores mais arrojados que nossa cidade já teve.
Só pra lembrar uma obra importantíssima, foi no governo dele que foi realizada a obra do Mergulhão.

Outro homenageado foi o Secretário do Ministério dos Esportes Wadson Ribeiro, que recebeu a homenagem pelos projetos apoiados pelo ministério e desenvolvidos na Vila.
Aproveitamos para trocar umas idéias sobre alguns projetos que podem ser desenvolvidos com crianças e adolescentes em Juiz de Fora.

O pai do projeto é o Negro Bússola.
Se tudo der certo, em breve estaremos trabalhando nas comunidades de Juiz de Fora com novas idéias para a juventude.
Bússola é um cara que admiramos muito. Ele é um batalhador e há muito tempo trabalha com jovens da cidade.
Um dos projetos dele foi eleito pela Unicef e ele não consegue esconder a felicidade.
Como não podia deixar de ser, ele foi um dos homenageados.

Também recebeu a homenagem o nosso amigo Léo de Oliveira.
Radialista que dia 12 de dezembro vai comemorar 20 anos de rádio em Juiz de Fora.
Hoje, ele apresenta o “Manhãs da Globo”, na Rádio Globo Juiz de Fora.
Léo é um batalhador e está sempre em busca de desafios.
Vai ser uma honra estar entre os homenageados da festa do nosso amigo.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Miss Brasil Gay 2009 - vencedora supera agressão

Por Michele Pacheco A Miss Espírito Santo, Ava Simões, deu mais um exemplo de superação. Depois de ser agredida no fim do evento pela Miss São Paulo, Taysa Shinayder, a vencedora superou o susto e mostrou força de vontade ao voltar ao palco e enfrentar as câmeras e a curiosidade de quem ainda estava no local. A Miss Brasil Gay 2009 ficou preocupada com a imagem dela e temia que o material que fosse ao ar denegrisse a carreira dela. Mas, avaliamos que não exibir o fato não faria justiça ao belo exemplo que ela deu. Decidimos mostrar tudo, com destaque para a volta triunfal dela, superando a agressão. E hoje, fiquei sabendo de amigos do transformista outra coisa que aumentou a minha admiração. Qualquer um naquela situação, teria processado, chamado a polícia, etc. Mas, a Ava Simões foi superior a tudo isso. Ela não vai mover processo e quer apenas seguir com a responsabilidade de quem venceu um título tão importante para a comunidade gay brasileira. Abaixo, a matéria da agressão no Miss Brasil Gay 2009, exibida Jornal da Alterosa, em Belo Horizonte e ao lado a matéria completa exibida pelo Jornal da Alterosa, em Juiz de Fora.