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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Deslizamento de terra soterra duas pessoas em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

O barranco estava sendo escavado para a construção de um muro, quando desabou.
Foi no bairro São Judas Tadeu, zona norte de Juiz de Fora.
Um adolescente de 17 anos ficou preso pelas pernas no monte de terra.
Ele foi retirado por vizinhos, com vários arranhões nas pernas.
João Sérgio Valentim, frentista de 50 anos, ficou completamente soterrado.
Os bombeiros foram chamados.
Moradores já tinha tirado um pouco da terra e as equipes de resgate terminaram o serviço
As vítimas foram levadas para o Hospital de Pronto Socorro.
Segundo os bombeiros, nenhum ferimento grave foi observado./

Uma equipe da Defesa Civil esteve no local e apontou várias irregularidades.
O terreno que está sendo escavado é instável e a terra está se desprendendo com facilidade.
A obra não tinha qualquer orientação técnica ou esquema de segurança.
O corte feito no barranco está muito reto e, mesmo que não tivesse desabado agora, poderia colocar os moradores em risco depois da construção do muro.
Foram passadas orientações técnicas aos donos da casa, responsáveis pela obra, e uma lona foi colocada até que o problema seja resolvido.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Servidores municipais parados até segunda-feira em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Desde cedo Juiz de Fora convive com a incerteza sobre uma possível greve dos servidores municipais.
No início da manhã, representantes do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Sinserpu, estiveram em pontos estratégicos acompanhando a adesão ao protesto.
O dia de paralisação teve serviços como coleta de lixo e capina suspensos.
Na saúde, a situação também ficou complicada.
O HPS, Hospital de Pronto Socorro, já anda sobrecarregado e deve ficar ainda mais com 60 UBS, Unidades Básicas de Saúde, fechadas.
Por volta de oito da manhã, a situação ainda era tranquila.
Agora há pouco, o movimento estava bem intenso.

Na UBS Centro-sul, na Avenida Rio Branco, a fila estava enorme.
Quem precisa se vacinar contra a gripe H1N1 e encontrou as outras Unidades fechadas, correu para o centro munido de muita paciência.
O presidente do Sindicato dos Médicos calcula uma adesão muito boa da categoria.
Segundo Gilson Salomão, apenas 12 UBS funcionaram hoje.
Mas, ele lembra que isso não quer dizer muito, já que a falta de médicos compromete a qualidade do trabalho desenvolvido nelas.
"O usuário do SUS tem que fazer uma peregrinação se quiser ser atendido em Juiz de Fora.
Ele vai de um lado para o outro à procura de médicos e não encontra.
Os baixos salários e a falta de estrutura para trabalhar tem espantado os profissionais" esclareceu o médico.

A manhã terminou com uma Assembléia na Praça João Penido, a Praça da Estação.
Os servidores de vários setores se uniram para votar a possibilidade de greve por tempo indeterminado.
O protesto é contra a proposta de 7% de reajuste feita pela prefeitura.
Os funcionários públicos municipais querem 15% de aumento.
Depois de vários discursos na praça lotada, foi colacada em votação uma proposta de manter a paralisação por 72 horas e só retomar o trabalho na segunda-feira.

A sugestão foi aprovada.
Os servidores destacaram a união dos sindicatos nesse movimento.
Cosme Nogueira exaltou a participação em massa do funcionalismo e disse que acredita que a negociação deve ser aberta logo com a prefeitura.
Para ele, o fato dos Sindicatos dos Servidores, dos Professores, dos Engenheiros e dos Médicos estarem juntos na luta vai ter um peso maior do que ações separadas.

A multidão deixou a praça e seguiu em passeata pelo centro da cidade.
Com apitos e carros de som, os servidores gritavam palavras de ordem do movimento e explicavam a quem passava a razão do protesto.
Muita gente saiu das lojas ou parou nas calçadas para veder a passagem dos manifestantes.
Eles aproveitaram para distribuir panfletos com informações sobre a situação do funcionalismo público municipal em Juiz de Fora.

O Robson caçou um lugar para registrar imagens do alto e mostrar a rua Halfeld tomada pelos manifestantes.
Ele conseguiu autorização de lojistas para usar a sacada de um prédio comercial.
Essa é uma situação que o pessoal que faz imagens enfrenta nesse tipo de cobertura.
Avaliar onde é melhor estar para ter as melhores imagens.

No caso de hoje, do alto o registro ficou legal porque deu uma dimensão de quantas pessoas estgavam participando da passeata.
Sem falar que a rua ficou inteira cheia de manifestantes, com faixas e bandeiras.
A cena realmente despertou a curiosidade de quem estgava no centro.
A população fica dividida em casos assim.
Ao mesmo tempo que concorda com o direito dos trabalhadores exigirem melhor salário, sabem que quem acaba se dando mal nas greves e paralisações de serviços públicos é o povo.

O trânsito ficou complicado na área central.
Mais de uma hora depois do fim da passeata, as avenidas Rio Branco e Getúlio Vargas ainda estavam cheias de pontos de retenção do tráfego.
Além disso, a coleta de lixo fica comprometida durante esses quatro dias.
Sem falar no sufoco de quem trabalha na Regional Leste e na Policlínica de Benfica.
Sem as UBS, elas vão trabalhar bem acima do normal.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Beijo homossexual em cartaz gera polêmica em Muriaé

Ricardo Beghini - Estado de Minas

Publicação: 17/05/2010

A foto de duas mulheres trocando carícias, na ilustração da agenda 2010 do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) é centro de uma polêmica envolvendo professores, alunos e a direção da Faculdade de Minas (Faminas), de Muriaé, na Zona da Mata. A imagem foi recusada como peça de divulgação da 7ª Semana Acadêmica do Serviço Social, que acabou cancelada pela coordenação do curso. O evento deveria ter começado nesta segunda-feira e terminaria na terça.

Pivô do embate, a coordenadora Viviane Souza Pereira, de 33 anos, que sugeriu a utilização da figura, foi demitida na última quarta-feira. Foi dela a iniciativa de cancelar o encontro, que promoveria a discussão sobre o tema 'Fortalecer as lutas sociais para romper com a desigualdade'. Viviane disse que alertou a direção da Faminas que desistiria do evento, caso a imagem fosse omitida. “Expliquei que nosso código de ética se opõe a qualquer tipo de preconceito e é a favor da diversidade”, disse. De acordo com a ex-coordenadora, após a conversa com a direção, a agência de comunicação da faculdade enviou cinco sugestões de cartazes. Todas elas omitem a imagem do beijo homossexual.

A Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social (Enesso) foi a primeira a se manifestar. “Considerando os princípios afirmados pelo nosso Código de Ética, de empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, e contrários a qualquer tipo de discriminação, em favor da construção de uma nova ordem societária, sem dominação-exploração de classe, etnia e gênero, é que repudiamos tamanho absurdo”, diz o texto de uma nota, emitida pela entidade.

O diretor do Movimento Gay de Minas (MGM), Marco Trajano afirmou que a postura da instituição está na contramão das políticas do governo federal, que tem um plano de combate a homofobia. Ainda de acordo com Trajano, o MGM planeja promover um “beijaço” homossexual nos próximos dias na porta da faculdade. “Viviane perdeu o emprego, mas não a ética.”, diz.

O procurador da Faminas, Eduardo Goulart, disse que a coordenadora foi demitida porque decidiu por livre e espontânea vontade cancelar a semana acadêmica. “Fomos pegos de surpresa. Ela prejudicou toda a estrutura, incluindo alunos, convidados e comunidade”, disse ele, alegando que a instituição, em nenhum momento, se opôs à programação do evento. Goulart negou que haja qualquer discriminação por parte da faculdade em relação à ilustração fornecida pela ex-coordenadora.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Homem cai em galeria subterrânea no centro de Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Temos muito o que agradecer aos oficiais do Corpo de Bombeiros de Juiz de Fora que lidam diretamente com os jornalistas.
Os profissionais do B5, como é conhecido o setor de imprensa, trabalham bastante e sempre encontram tempo para nos munir de informações.
Em alguns casos, eles vão mais longe e enviam fotos que ajudam demais nosso trabalho.
Obrigada ao Tenente Júlio e a toda a equipe eficiente que trabalha com ele.

Hoje pela manhã, estávamos na delegacia quando nossa produtora Flávia Crisanto ligou para passar a informação do acidente.
Como a coletiva estava começando, não pudemos deslocar.
A pedido da nossa editora, Elisângela Baptista, a Flávia se muniu de celular e foi ao local registrar algumas imagens.
Esse é o retrato do profissional que as emissoras querem: ágil, versátil e com iniciativa.

Para complementar essas imagens, recebemos o e-mail dos bombeiros, com release e fotos muito boas do resgate do ferido.
Segundo os bombeiros, o Centro de Operações do Batalhão de Bombeiros Militar recebeu uma chamada pelo 193, telefone de emergência, dizendo que um funcionário de uma Companhia de energia elétrica, Hamilton Teodoro de Oliveira, 28 anos, sofreu uma queda de aproximadamente 4 metros de altura.
Ele tentava entrar em uma galeria subterrânea na Rua Santo Antônio para realizar manutenção nos cabos de energia.

Os bombeiros foram rápido ao local, fizeram os primeiros atendimentos e retiraram a vítima do buraco.
A dificuldade de acesso exigiu o uso de cordas, escada e prancha longa para imobilizar e puxar o homem.
Com a agilidade e competência de sempre, os bombeiros foram eficientes.
A vítima foi levada pelo Resgate ao Hospital de Pronto Socorro de Juiz de Fora, o maior da Zona da Mata Mineira e referência no atendimento a acidentados.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Golpe "Boa noite, Cinderela"

Por Michele Pacheco

O delegado Rodolfo Rolli, da 7a Delegacia Distrital de Polícia Civil, esteve no Rio de Janeiro durante todo o dia.
Ele foi até a casa onde mora o homem preso ontem por aplicar o golpe do "Boa noite, Cinderela" em Juiz de Fora.
Desde janeiro, a polícia investigava denúncias de vítimas que marcaram encontro com o suspeito e foram dopadas.

O homem, de 40 anos, é do Paraná e estava morando no Rio.
Ele tem um mandado de prisão em aberto em Brasília e responde a inquéritos em Santa Catarina.
Bem vestido, o sujeito foi preso com vários objetos roubados das vítimas, cartões de crédito e de débito.
O material era recolhido enquanto as pessoas dopadas estavam perdendo a consciência, depois de ingerir sem saber remédios para dormir.

Ele estava comprando um secador de cabelos numa loja de departamentos no centro de Juiz de Fora, quando foi reconhecido por um vendedor.
Isso foi possível, graças às fotos distribuídas pelo delegado no comércio local.
Elas foram feitas a partir de imagens de circuitos internos de agências bancárias, onde o suspeito sacou dinheiro usando cartões bancários das vítimas.
A Polícia Civil foi avisada pelo vendedor e prendeu o suspeito em flagrante.

Ele falou pouco na delegacia e negou os crimes.
No hotel em que estava hospedado, os policiais prenderam a mulher dele.
Ela tem 25 anos e estava muito assustada, negando ter conhecimento das ações do marido.
A jovem nos contou que está casada há 2 meses e que o marido dizia que viajava a trabalho e era funcionário de uma empresa estrangeira de comércio.
Na bolsa dela, os policiais encontraram relógios roubados e vários remédios usados para dopar as vítimas.

"Eu viajava com ele e guardava as coisas que ele pedia na minha bolsa.
Até a carteira dele eu levava.
Os relógios, ele disse que tinha comprado barato.
Os remédios, alegava que tinha dificuldades para dormir e vivia nervoso" explicou a mulher chorando.
Ela foi ouvida e liberada.
Hoje, foi ao Rio de Janeiro com o delegado e abriu a casa para a polícia.
Os policiais civis apreenderam documentos e vários objetos que teriam sido comprados com cartões das vítimas.

Rodolfo Rolli calcula que o suspeito tenha dado um prejuízo em torno de 250 mil reais.
Só de uma vítima, foram gastos 14 mil reais.
Há vários relatos de dívidas e cobranças em nome de quem caiu no golpe.
Até agora, apenas seis pessoas prestaram queixa.
"Muitos ficam envergonhados e não tem coragem de admitir que foram vítimas do golpe.
Esperamos que a prisão dele faça com que outras vítimas denunciem" explicou o delegado.

Um funcionário público de Juiz de Fora, de 34 anos, foi a última vítima do suspeito.
O juizforano organiza festas e tem uma comunidade no orkut, usada para divulgar e combinar os eventos.
O suspeito entrou nessa comunidade, ficou sabendo de uma festa no dia das Mães e inventou uma história sobre ser aniversário dele e ter que passar a data sozinho.
A vítima convidou o suposto amigo virtual para a festa e uma bebida na casa dele antes de irem ao local do evento.O homem chegou, conversou bastante e pediu uma bebida.
A vítima se distraiu colocando uma música e, quando voltou, notou que a cerveja estava com um gosto estranho.
Tarde demais!

O "boa noite, Cinderela" é um golpe antigo.
Os relatos são muitos: gente que comeu algo com sedativo, aceitou bebida de estranhos e até chupou bala com calmante.
O suspeito incrementou o golpe, ao usar uma dose de remédio que deixava a vítima desorientada o bastante para ele descobrir dados importantes.
Agora, o golpista está na cadeia e pode pegar de 4 a 10 anos de prisão por roubo e de 1 a 5 anos por estelionato.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Coragem na luta contra o crack

Por Michele Pacheco

No último ano, fizemos uma grande quantidade de matérias sobre o consumo sem controle do crack e o quanto essa droga desestrutura as relações familiares.
Em geral, somos procurados por pais e amigos de dependentes que já não sabem o que fazer para afastar as pessoas queridas do vício.
Os depoimentos são chocantes e emocionantes.
Tem gente que apela e passa a amarrar, acorrentar e trancafiar o dependente em casa, para evitar que ele pratique crimes para conseguir dinheiro e comprar mais droga.
(Texto 626 - Crack a droga da morte)

Numa série de reportagens que fizemos em 2009, aprendemos muito sobre o efeito nocivo do crack no organismo.
Basta usar duas vezes para que a pessoa se vicie.
O efeito dura em média cinco minutos.
Isso, porque o crack tem substâncias que agem diretamente nas células nervosas, ocupando parte da estrutura celular e agindo no cérebro.

Sabendo de tudo isso, fica mais fácil entender porque os dependentes são tão resistentes em abandonar o vício.
Por ser uma dependência química, ela é mais difícil de ser abandonada e exige um tratamento rigoroso e muita força de vontade.
Como a que teve um jovem de 19 anos que procurou a mim e ao Robson na TV Alterosa na semana passada.
Eu estava gravando uma entrevista e pediram que ele me aguardasse uns minutos.

Quando comecei a conversar com ele, notei que o jovem estava com as mãos muito frias, suava muito e parecia nervoso.
Ele me contou indignado que estava tentando ajuda para se internar numa clínica, mas não estava conseguindo.
Foi duas vezes a médicos do SUS e eles o encaminharam ao CAPS Álcool e Drogas.
Esse é o procedimento correto, mas não servia para ele.
"Eu sei que não vou me recuperar se ficar na rua, eu já tentei e não resisto ao crack" repetia o rapaz o tempo todo.

Não era neurose ou histeria, não.
Ele tinha motivos de sobra para ter essa certeza.
Desde que a mãe morreu, há 5 anos, ele passou a viver na rua, sem qualquer condição de se sentir um cidadão, e conheceu o crack.
A droga se tornou uma companheira inseparável.
Nos últimos meses, ele dormia nos fundos da Catedral Metropolitana, passando despercebido a fiéis e pedestres que andavam pela rua Santo Antônio.

O desespero do vício o levou a praticar pequenos furtos em lojas e mercados.
Ele roubava qualquer coisa para trocar por droga.
Para ajudar o rapaz, acabei de conversar com ele e liguei para o vereador Noraldino Júnior, presidente da Comissão Parlamentar de Combate e Prevenção às Drogas, da Câmara Municipal de Juiz de Fora.
Ele explicou que estava numa audiência complicada e pediu que fossemos com o rapaz até a Câmara na manhã seguinte.

Assim que ouviu a história, o vereador acionou uma rede de voluntários que se prontificou a ajudar.
Em poucos minutos, o Danilo, ex-jogador de futebol que faz um trabalho social com jovens, conseguiu uma vaga numa clínica longe de Juiz de Fora.
O problema era que o jovem não tinha dinheiro para pagar o tratamento e a internação, com custo de um salário mínimo por mês.
O obstáculo foi removido pelo presidente da Comissão, que assumiu os gastos.

Quando tudo parecia resolvido, veio mais uma surpresa.
O jovem precisava de documentos para viajar e só tinha uma certidão de nascimento velha e toda rasgada.
A equipe que decidiu ajudá-lo providenciou a papelada para retirar a carteira de identidade.
Ao ter que preencher os documentos, o rapaz revelou envergonhado que não sabia ler nem escrever.
Com ajuda do irmão, ele preencheu os papéis e foi embora, ansioso pelo dia seguinte, quando daria um passo importante rumo a um futuro melhor.

Falando no irmão, é importante contar que o rapaz tem um irmão mais velho do que ele e uma irmã de 17 anos.
Ele mantinha pouco contato com os dois, porque evitava ir às casas deles.
O motivo era a fissura que tinha quando não estava drogado e que o levava a roubar qualquer coisa que estivesse à mão para vender.
Achei incrível que, mesmo sob o domínio da droga, ele tenha conseguido manter uma dose de lucidez e o desejo de preservar quem ele ama.
Ao saber que o jovem estava disposto a largar a droga, o irmão dele deu apoio e levou o rapaz para dormir na casa dele até a hora do embarque.

No dia da partida, encontramos o rapaz com um sorriso enorme e os olhos brilhando.
Ele estava havia quase 48 horas sem crack, um recorde nesses cinco anos de vício.
Os efeitos eram evidentes nas mãos geladas e na ansiedade.
Mesmo assim, ele deu um exemplo de coragem contra o crack e seguiu em frente na determinação de mudar de vida.
Hoje, recebemos notícias de que o jovem está bem, passou por uma série de exames médicos e já começou o tratamento de desintoxicação.
Agora, é esperar os seis meses de internação acabarem para lutar por um curso profissionalizante e um emprego para ele.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Acidente grave na BR 267 em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Vendo a situação do carro, foi difícil acreditar que alguém saiu vivo dele.
Era por volta de nove da noite dessa quarta-feira, quando João de Oliveira, de 63 anos, voltava para casa, na zona norte de Juiz de Fora com a mulher.
Ele perdeu o controle da direção da Caravan numa curva perigosa e o veículo subiu no barranco que fica na margem da rodovia, sentido Lima Duarte-Juiz de Fora.

A violência da batida foi tão grande que o guard rail, proteção metálica na beira da pista, foi arrancado do suporte.
O metal virou uma espécie de lança, invadiu o carro pela frente, deslocou o motor do lugar, empurrou a barra de direção para o colo do motorista e saiu destruindo tudo na traseira do carro.
A barra passou bem no meio dos bancos.

No caminho, o ferro decepou a perna do motorista.
Segundo os policiais rodoviários federais, quando eles chegaram ao local o sangue esguichava da perna do comerciante, dono de um açougue no bairro Santa Cruz.
Os bombeiros prestaram socorro, pararam o sangramento e levaram a vítima para o hospital de Pronto Socorro de Juiz de Fora.

A informação passada pelo hospital no início da tarde foi de que o comerciante passou por cirurgia e estava na sala de urgência, respirando com ajuda de aparelhos.
O estado dele exige atenção.
Parece um milagre, mas a mulher do João, a Maria Aparecida de Sá, de 44 anos, estava no banco do carona e saiu ilesa.
Ela teve apenas arranhões, foi atendida no HPS e liberada.
O banco do passageiro era a única coisa inteira no carro.

Um vizinho do casal foi até o local para ver o estrago e comentou que o comerciante costuma dirigir depois de beber.
E esse não foi o primeiro acidente dele com a Caravan.
"Há pouco tempo, ele atropelou sete vacas de uma vez só.
Fez acordo com o dono e levou o carro para arrumar.
Tinha uma vaca morta em cima do teto do carro.
Ele bebe muito e não liga de sair dirigindo.
Todo mundo já falou para ele ter mais cuidado" contou o homem, lamentando o acidente.

A Polícia Rodoviária Federal encontrou indícios de que o motorista estava acima do limite de velocidade.
Na maioria dos trechos da BR 267, o limite é de 80 km/h.
O velocímetro do carro parou marcando 100 km/h.
O Inspetor Lima Correa observou que, por ser uma curva, o simples fato do acidente ter ocorrido já é um indicativo de velocidade incompatível.
Ele disse que só a perícia pode afirmar as causas exatas do acidente.