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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Exploração do trabalho infantil em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Sempre fui sensível a matérias que envolvem crianças.
Agora que estou grávida, a situação é pior.
Nesse fim de semana, estávamos fazendo uma matéria no centro de Juiz de Fora e paramos o carro atrás do Cine Teatro Central.
Quando voltamos da entrevista, eu e o Robson reconhecemos uma menina que foi flagrada por ele vendendo bala debaixo de chuva no Natal.
Adivinhem o que ela estava fazendo?!

Quatro mulheres estavam sentadas na sombra, atrás do teatro, rindo e se divertindo.
Quando nos aproximamos do carro, elas tinham acabado de receber dinheiro de um grupo de 10 crianças e estavam repondo balas e chicletes nas caixas que meninos e meninas vendiam debaixo de um sol de mais de 30 graus.
O Robson resolveu registrar mais uma vez o flagrante.

Ao ver que estavam sendo gravadas,
duas mulheres foram saindo de perto.
Outras duas ficaram para trás xingando e fazendo gestos obscenos.
Fiquei de longe vendo o barraco no meio da rua.
Uma loira era a mais agressiva.
Surpreendentemente,
ela é a mesma mulher que o Robson flagrou no Natal, fazendo lanche numa galeria enquanto recebia o lucro do trabalho infantil.
Duas meninas molhadas de chuva iam de um lado para o outro vendendo balas e davam o dinheiro para a dita cuja escorada na galeria.

Dessa vez, não aguentei ficar só vendo.
Peguei o microfone e fui até as duas adultas perguntar o que levava uma pessoa a explorar o trabalho de uma criança.
A loira desbocada desfiou mais um rosário de palavrões de fazer inveja ao mais aguerrido integrante de torcida organizada e foi saindo.
Perguntei por que ela colocava as crianças para trabalhar e pedir esmolas debaixo do sol forte.
Ela respondeu que não tinha nada para falar sobre isso.
Perguntei se ela achava justo e, pasmem, ela ficou quieta.

Fui até a outra mulher e perguntei a mesma coisa.
Ela ficou agressiva e perguntou se eu arranjaria um emprego para ela.
Perguntei se o desemprego dela justificava colocar as crianças para trabalhar num calor daqueles.
Ela perguntou gritando se caso elas não trabalhassem eu iria sustentá-las.
Eu quis saber se ela já tinha pedido ajuda a alguma autoridade e a resposta foi que já, mas que ninguém fez nada.
Por fim, a mulher se justificou dizendo que para criticar tem muita gente, mas para ajudar são poucos.

Não deixa de ser verdade.
Mas, não justifica explorar o trabalho infantil.
Quando eu voltava para o carro, a loira me parou no caminho e mandou que eu cuidasse da minha vida em vez de ficar atrapalhando a delas.
Aí, não deu para aguentar.
Pensei que podia ser a minha filha caindo nas mãos daquelas mulheres.
Odeio barraco, mas não resisti a discutir com ela.
Resumindo, perguntei por que então ela não trabalhava em vez de passar o dia sentada na sombra, às gargalhadas, explorando crianças.
Nem preciso dizer que a resposta veio em forma de guinchos estridentes e furiosos.

As duas deixaram o local iradas.
Na esquina, as crianças quase foram atropeladas.
Vários comerciantes e pedestres que acompanharam toda a cena me pararam para contar que a presença do grupo é frequente nas ruas do centro.
As crianças passam horas vendendo balas e mendigando enquanto as adultas vigiam de longe.
Alguns foram mais longe e contaram casos em que os meninos e as meninas entram nas lojas para oferecer os produtos e acabam furtando algum objeto do comércio ou dos consumidores.
Até os catadores de papel têm sido vítima deles.

Aí, eu me pergunto. 
Cadê as autoridades?
Na primeira denúncia, em dezembro, o Jornal da Alterosa ouviu o Conselho Tutelar.
Os conselheiros receberam uma cópia das imagens e se comprometeram em investigar o caso e cobrar providências.
Lembrem que na época eram duas mulheres com três crianças.
Agora, são quatro mulheres com 10 crianças.
No ritmo em que as soluções estão sendo procuradas, muito em breve o grupo vai ser ainda maior.
Será que esses menores de 14 anos estão indo à escola e tendo cumpridos os direitos garantidos pelo ECA?
Será que sobra tempo para isso?

Sei que a questão é social e que muitas pessoas estão desempregadas.
Mas, não acho que isso seja razão para explorar uma criança.
Se falta emprego, acho que o trabalho só depende da boa vontade de quem precisa.
Afinal, se todo catador de papel pensasse como essas duas mulheres,
eles não estariam enfrentando sol e chuva para revirar lixo em busca de sustento.
E os vendedores ambulantes?
Quantas pessoas ganham um troco vendendo doces e outras coisas nos sinais.
Por que aquelas quatro não tentaram esse caminho?

O Jornal da Alterosa exibiu hoje a reportagem e voltou ao Conselho Tutelar.
O responsável explicou que o caso foi apurado e um pedido foi enviado ao Ministério Público para que tome as providências necessárias.
Quanto às responsabilidades do Conselho, a explicação foi que o poder de atuação dele vai só até certo ponto e que agora as providências dependem do MP.
Agora, só falta ouvir a Juiza da Infância e da Juventude.
A TV Alterosa passou o dia tentando, mas não conseguiu ser recebida até agora.
Tomara que amanhã seja outra história. 
Pelo bem daquelas crianças.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Carnaval antecipado em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

A folia vai começar com uma semana de antecedência em Juiz de Fora.
Hoje, a prefeitura anunciou que do dia 24 ao dia 27 de fevereiro a cidade vai curtir o "Corredor da Folia".
As apresentações são no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM), na Praça da Estação, na Praça Antônio Carlos, no Clube Bom Pastor, em cinemas, bares e ruas da cidade.
Entre as atrações já confirmadas estão Arlindo Cruz, Monobloco, Orquestra Voadora e Cordão do Bola Preta.

A idéia é atender à demanda descoberta numa pesquisa feita em 2009.
O resultado apontou a necessidade de criação de formas alternativas de carnaval e de atividades para os jovens.
A prefeitura espera atrair o público que tradicionalmente viaja na semana do carnaval.
Com as atrações antecipadas, o município deve agradar aos foliões locais e aos turistas.

Quanto ao desfile das escolas de samba,
15 agremiações vão cruzar a passarela do samba, na Avenida Brasil. Seis no Grupo A, cinco no Grupo B e quatro no Grupo C.
Os afoxés Niza Nganga Ngungo e Filhos de Oyá e as escolas mirins Semente de Bambas e Império da Torre, que estreia este ano, também se apresentam em desfiles não competitivos.
As estruturas começam a ser montadas no próximo dia 10.

A estrutura básica da Passarela do Samba será mantida,
com 400 metros de extensão e nove de largura na pista de desfiles.
No entanto, visando maior conforto e segurança do público, foram adotadas algumas intervenções.
A novidade é que não haverá postes de energia e colunas de som em frente às arquibancadas.
Neste setor, todo o sistema elétrico será subterrâneo.

Os ingressos vão ter os mesmos preços do ano passado e devem começar a ser vendidos no próximo dia 21, num estande no Parque Halfeld.
Os ingressos para arquibancadas (com validade para um dia) serão vendidos a R$ 5,00.
Já as mesas com quatro lugares (válidas para os três dias de desfile) custarão R$ 250,00, enquanto os camarotes, comcapacidade para oito pessoas (válidos para os três dias) terão preço de R$ 700,00.
Já a venda de convites para mesas e camarotes, começa na mesma data, porém, será realizada na sede da Funalfa (Avenida Rio Branco 2.234).

Carne clandestina apreendida em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Quem dera a gente pudesse se alimentar com tranquilidade,
sem receber a todo momento notícias de que produtos impróprios para o consumo são vendidos livremente no comércio.
Em Juiz de Fora, os fiscais da Secretaria de Atividades Urbanas fizeram um bom trabalho hoje.
Eles apreenderam 700kg de carne clandestina em um açougue no centro de Juiz de Fora. 
95%  da carne eram de porco e estavam prontos para a venda.

Os fiscais não encontraram qualquer documento que comprovasse origem e inspeção sanitária.
Foi uma denúncia anônima que levou a equipe ao açougue, onde havia várias irregularidades.
A mercadoria apreendida foi levada para o aterro sanitário.
O açougue foi autuado e o proprietário está sujeito a uma multa de até R$ 1.200,00.
Um processo administrativo vai ser aberto na Secretaria de Saúde.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Mineiros na praia

Por Michele Pacheco

Os amigos já nos chamaram de doidos, de masoquistas e nos acusaram de só pensar em trabalho.
Isso tudo só porque aproveitamos as viagens de férias para produzir, gravar e editar uma série especial para o Jornal da Alterosa.
Oras, as férias não servem para o trabalhador se divertir?
Então! A gente se diverte trabalhando.
Por isso, levamos nosso equipamento na bagagem.

Na primeira semana de descanso fomos para uma pousada deliciosa em Arraial do Cabo.
Da sacada do nosso quarto, toda noite, o Robson conferia as novidades na internet e o roteiro preliminar que fizemos para a série.
O esqueleto das matérias estava nas nossas cabeças e tentamos trabalhar em cima da idéia original.
Para isso, só precisamos driblar minha enteada, minha irmã e minha mãe.
Elas fizeram o sacrifício de ficar curtindo a piscina do hotel enquanto fomos à luta, ou melhor à praia.

Depois de passar a manhã aproveitando a Prainha em Arraial do Cabo, almoçamos e preparamos nosso equipamento.
O primeiro alvo foi Cabo Frio, um pedacinho de Minas no Rio de Janeiro.
Foi moleza!
De cara encontramos bons personagens, boas histórias e muito mineiro.
Famílias inteiras saíram de todo canto do estado para curtir as praias da Região dos Lagos.

No dia seguinte, enquanto a gente se divertia na Prainha, o Robson aproveitou para registrar belíssimas imagens do local, da natureza preservada e dos banhistas.
Como a idéia era fazer uma matéria sobre mineiros que vão curtir férias na praia e outra sobre quem vai para o litoral ganhar dinheiro, ele garantiu um material muito bom de turistas e de vendedores na areia.
Decidimos então fazer uma terceira matéria com o material que sobraria, uma espécie de chamada para a série.

O pessoal não entendia nada.
Com nossa câmera devidamente protegida com capa de chuva na praia (para evitar a maresia!), meu marido desfilou de um lado para o outro, bem à vontade, arrastando o tripé para fazer imagens do alto do morro.
Lógico que isso foi debaixo de um sol escaldante e ele nem notou.
Um jeito diferente de se bronzear e se divertir fazendo o que gosta.
Ah, e descobrimos que "papagaios de pirata" e malas existem em todo lugar.


Para completar a primeira viagem, fomos a Búzios.
Paula e minha irmã, Gabriele, aproveitaram para descansar e badalar, enquanto eu ia de artesão em artesão procurando mineiros e o Robson registrava o movimento na Praia dos Ossos e nos mirantes que rodeiam a cidade.
O resultado foram imagens lindas da beleza natural de um dos locais mais procurados pelos turistas que vão ao estado do Rio.

Depois de cinco dias passeando, voltamos para Juiz de Fora,
revisamos o material gravado, selecionamos o que era melhor e fechei os textos, deixando margens para modificações na parte que seria gravada no litoral norte do Rio e no Espírito Santo.
Mais uma vez, Robson aproveitou viagem em família para incrementar nossa série.
Com oito meses de gravidez, evitei viajar uma distância tão grande e fiquei para trás com a Olívia.
Robson e Paula foram para Sossego, uma das praias de São Francisco do Itabapoana, onde minha sogra tem uma casa.

Enquanto fazia companhia para ela, Robson registrou a tranquilidade de famílias nas praias pouco badaladas e conseguiu ótimas entrevistas.
Ele superou o roteiro que tínhamos combinado e trouxe um material fantástico.
Tem até uma mineira que é conhecida como Rainha da Pizza!
Além de Sossego e Santa Clara, também em São Francisco, ele esticou até o Espírito Santo.
Em Marataíses, na Lagoa do Siri, encontrou mineiros se divertindo e trabalhando.

As entrevistas ficaram engraçadas e muito legais.
Já em Guarapari, o tempo fechado estragou o plano de fazer mais imagens.
Nada que tirasse o ânimo do Robson, que chegava em casa, baixava o material do dia no notebook que foi preparado para isso e depois descarregava tudo em um HD externo.
Por telefone, ele ia me contando as peripécias e o resultado do trabalho por lá.

Ser repórter cinematográfico é mais do que um cargo com nome pomposo.
É saber dar conta de todas as etapas da matéria.
Quando ele voltou, sentamos de novo e revisamos tudo que foi gravado.
Os textos foram mudados para adequar as novidades que ele trouxe.
As três matérias ganharam a forma final e o Robson completou a edição.

A série foi produzida em esquema de correspondente no exterior.
Sem excesso de imagens, buscando mais qualidade do que quantidade, com objetividade nas entrevistas e passagens ou planos planejados de acordo com o perfil de cada material.
O tempo todo levando em conta que eu não estaria presente no restante das gravações e nem teríamos como voltar aos locais para refazer nada.

Deu certo e o Robson está preparando um texto sobre a parte técnica desse trabalho que com certeza vai agradar aos profissionais e estudantes de jornalismo que visitam nosso blog.
Aguardem!
Tudo que fizemos foi devidamente registrado com fotos, que vamos guardar com muito carinho.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Troca de comando no 4ºBBM em Juiz de Fora

Por Assessoria de Comunicação Social do 4ºBBM 

Foi realizada na manhã do dia 27 de janeiro de 2011, 
na sede do quartel do Corpo de Bombeiros em Juiz de Fora, a solenidade de passagem do comando do 4º Batalhão de Bombeiros Militar. 
Foi designado para comandar a Unidade o Tenente Coronel Anderson Luiz Esteves Gomes. 
O Tenente Coronel Rodney de Magalhães comandava o Batalhão desde 03 de janeiro de 2007. 
Agora ele desenvolverá atividades no Centro Integrado de Informações de Defesa Social (CINDS).

 Várias autoridades estiveram presentes na solenidade, entre elas, o Secretário de Estado de Defesa Social, Lafayette Andrada; o Comandante Geral do CBMMG, Coronel BM Sílvio Antônio de Oliveira Melo, o Comandante Operacional de Bombeiros, Coronel Edson Hilário da Silva, o Chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Dr. Jairo Léllis Filho; o Prefeito Municipal de Juiz de Fora, Sr. Custódio Mattos e o Comandante da 4ª Brigada de Infantaria Motorizada, General de Brigada Walmir Almada Schneider Filho.

O novo comandante do 4º BBM é natural de Juiz de Fora. 
No Corpo de Bombeiros exerceu várias funções, sendo sua última, como Assessor Técnico do CBMMG no Sistema Integrado de Defesa Social SIDS, em Belo Horizonte.

O 4º BBM articula-se na região da Zona da Mata e Vertentes,
abrangendo um total de 145 municípios de médio e grande porte, com elevada concentração industrial, além de cidades históricas e uma população aproximada de 2.300.000 habitantes. 
Além do atendimento diário das ocorrências de busca/salvamento, prevenção/combate a incêndio, resgate de acidentados e ações de defesa civil, o 4º BBM destaca-se no desenvolvimento de projetos sociais de grande relevância para a comunidade: 
“Bombeiro Amigo do Peito”, “Bombeiro Mirim”, “Golfinho” e Teatro de Bonecos da Turma do Foguinho.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Perigo em Juiz de Fora - Buracos por toda parte

Por Robson Rocha
 
Está difícil andar de carro em Juiz de Fora.
A cidade está toda esburacada.
Até em vias que foram reformadas, como a Olegário Maciel, já surgem buracos.
Outras como a Barão de Cataguases, que teve a rede de águas pluviais recuperada, já têm vazamento e provavelmente vão aparecer buracos.
Nesse final de ano entendi um pouco porque tantas pessoas ligam pra TV reclamando de como os buracos são tampados.

No mês de novembro, na rua Rei Alberto, ao lado da TV, surgiu um buraco.
Possivelmente originado de um vazamento.
Os moradores cansaram de reclamar, até mesmo na TV, pois o buraco estava bem em frente à entrada da garagem de um prédio.
Mesmo sendo um edifício de classe média alta, nada do buraco ser tampado.

Na segunda quinzena do mês de dezembro, finalmente a prefeitura mandou uma equipe para tampar o buraco. 
Mas aí a grande surpresa!
O vazamento não foi arrumado, simplesmente tamparam o buraco com pó de pedra.
Parece brincadeira, mas é sério!
Não demorou e a água começou a brotar.

O serviço porco não demorou a fazer uma vítima.
O irmão de um funcionário da TV.
No momento em que saia da frente da emissora, a roda dianteira do carro caiu dentro do buraco.
Chovia bastante e tivemos muito trabalho para tirar o veículo do buraco.
O motorista não quis acionar a PM para fazer ocorrência.

Andar de carro pelas ruas de Juiz de Fora dá medo.
Durante o dia ainda é possível ver a buracada.
Mas, basta escurecer para o perigo aumentar.
Eu mesmo cai em um buraco indo para o Linhares e vou ter que levar meu carro para alinhar e balancear.
Espero que o dinheiro do IPTU dê para recuperar o queijo suíço em que se transformaram as ruas de Juiz de Fora.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Chuva causa 11 mortes em Minas

Por Michele Pacheco

Os estragos causados pelas chuvas das últimas semanas já causaram 11 mortes em Minas.
Oito delas foram na Zona da Mata.
Hoje, fomos a Barbacena acompanhar o drama de uma família.
A aposentada Efigênia Rosália Antero, de 80 anos, ficou soterrada, foi socorrida com vida, mas morreu no hospital.

Segundo os vizinhos, dona Efigênia estava na casa da filha dela, de 53 anos, junto com dois bisnetos.
Os quatro estavam numa cozinha improvisada embaixo de um muro de arrimo, na lateral da casa que está em reforma.
Começou o temporal e o muro desabou arrastando lama e concreto.
A família ficou soterrada.

Um vizinho ouviu o estrondo e correu para ajudar.
Luiz Carlos Nogueira contou que se viu diante de desespero, sangue e sofrimento.
Ele gritou por socorro e outros moradores ajudaram a retirar bisavó, avó e netos dos escombros.
Dona Efigênia estava sem as pernas, segundo o Luiz Carlos.
O desabamento foi às seis da tarde e ela morreu duas horas depois.

Maria Cleuza da Costa, de 53, o neto Mateus Natan da Costa, de 2, e a irmã dele, Noêmia da Costa, de 3 anos, estão internados na Santa Casa de Misericórdia de Barbacena.
A família foi informada de que a avó passaria por uma cirurgia na bacia hoje.
O menino passa bem e a garotinha está internada no CTI em estado grave, mas estável.

Efigênia foi velada e enterrada hoje na cidade.
Familiares e amigos reclamaram que já tinham pedido providências para a rua onde houve o deslizamento, no bairro Fátima.
Eles disseram que há seis anos o mesmo barranco desabou e o muro foi construído.
Segundo um engenheiro da Defesa Civil, o problema foi causado por erro na construção.
Já a família alega que a rua não tem boca de lobo e toda a enxurrada desce pelo lado esquerdo, onde fica a casa. Isso, sem falar que os ônibus passam pelo local bem rente ao trecho que desmoronou.

Uma reunião de emergência foi feita na prefeitura para avaliar estratégias.
A equipe que lida com as medidas que vão ser adotadas pede a todos os moradores que colaborem, interrompendo as construções em andamento até que o período de chuvas passe.
Segundo as autoridades, em 48 horas, choveu cerca de 300mm, 20% do previsto para todo o mês de dezembro em Barbacena, e a previsão é de mais temporais até o Reveillon.

Ontem, fomos a Cataguases.
Durante a noite de segunda-feira, um temporal atingiu a cidade.
Segundo o prefeito, Willian Lobo de Almeida, em menos de uma hora foram 106mm de chuva, considerado o recorde de toda a história da cidade.
Os estragos foram registrados em vários bairros.

O caso mais grave foi no bairro Leonardo.
A enxurrada de lama invadiu uma casa.
Como os moradores estavam viajando, três parentes que moram perto decidiram tirar os móveis para evitar prejuízos.
Quando acabavam o trabalho, o barranco deslizou e destruiu a casa.
Os três ficaram presos.
O homem saiu sozinho, a mulher dele foi salva pelos bombeiros, mas a irmã dela, de 31 anos, morreu soterrada.

Em Juiz de Fora, um menino de 4 anos morreu soterrado, também na segunda-feira à noite.
Durante um temporal, a casa dele foi invadida por lama e vegetação quando o barranco dos fundos desabou. Outras pessoas da família estavam no local.
Ao todo, foram 4 soterrados.
Apenas o Fabrício ficou mais tempo debaixo da terra.
Depois de 50 minutos, ele foi encontrado ainda com vida, mas morreu no hospital.