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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

sexta-feira, 14 de março de 2008

Chuva e frente fria - vigília em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

É muito estranho! A gente acompanha os casos, fica na expectativa de novidades, passa pelo local para ver se algo mudou, pensa em quem está vivendo o drama... Estava conversando com o Robson sobre isso hoje. O desmoronamento de um muro no bairro Santa Tereza, em Juiz de Fora, parecia apenas mais um estrago das chuvas fortes que vieram com a última frente fria. Só que acabou se revelando uma tragédia iminente.

Cerca de 20 casas estão interditadas e podem desabar a qualquer momento. A Defesa Civil faz o que pode, tirou as famílias do local, a prefeitura está pagando hotel para todo mundo, geólogos de São Paulo vieram avaliar o caso em busca de soluções... Mas, para os moradores a espera é dolorosa. Tem gente que mora naquelas casas há quase 40 anos e nunca imaginou que um dia fosse ver o lar doce lar todo rachado e ameaçando cair. São construções boas, com alicerce e estrutura bem feita. Nada disso adiantou diante da força da natureza.

O barranco está "empurrando" as moradias. A cada dia, mais casas ficam na linha de risco. Hoje, voltamos ao local para saber como está a situação, já que não pára de chover há dois dias em Juiz de Fora. Vimos famílias assustadas, recolhendo às pressas o que dava para salvar. Conversamos com o Seu Natal Vieira, um ferroviário aposentado que gastou cada centavo que juntou na vida construindo a casa confortável para a mulher e os filhos. Desde a última sexta-feira, ele era visto na varanda da residência, olhando triste para o desespero dos vizinhos que corriam de um lado para o outro salvando móveis e eletro-domésticos. Ele não imaginava que se tornaria mais uma vítima.

A encosta está cedendo e o barranco nos fundos de uma construção apresenta uma área grande de deslizamento. Como jornalistas, a gente está sempre em busca da notícia. Chega, pergunta ao pessoal da Defesa Civil se a situação piorou, procura um ângulo que ninguém tenha descoberto, pensa numa passagem diferente para a matéria, busca sonoras interessantes que tragam novidades. Mas, de repente a gente pára e olha em volta. É uma sensação muito estranha. É como ser espectador de um filme. O fato acontece bem diante dos nossos olhos e, ao mesmo tempo, longe da nossa vida. Hoje, vendo o olhar triste e melancólico do Seu Natal, quase pude enxergar as memórias que iam passando pela cabeça dele. Os momentos de alegria, os encontros familiares, cada tijolo e saco de cimento que foi colocado na casa, cada melhoria feita, o sonho realizado. E tudo isso, ameaçado por um barranco.

Aos poucos, o jornalista dá lugar ao ser humano. A cadela de olhar perdido, que não sabe para onde ir depois que o dono saiu apressado para um hotel e não pôde levá-la com ele, deixa de ser apenas um detalhe na reportagem. Sempre que lembrarmos dessa cobertura, a imagem do bichinho apavorado virá à memória. A gente se coloca no lugar dos moradores e isso dói. Não consigo me imaginar saindo correndo do apartamento que comprei com tanto sacrifício com apoio dos meus pais e que o Robson decorou com tanto carinho e trabalho duro. Mulher é um bicho esquisito, se apega a cada coisinha! Cada objeto é parte da família, todo enfeite tem uma história... que acaba sendo abreviada por um fato inesperado.

Numa hora de desespero, a gente não tem poder para acabar com o sofrimento alheio, mas pode ajudar. Usar um tratamento educado; esperar até que as pessoas terminem de fazer o que é urgente e possam gravar entrevista; respeitar o desejo de alguns de ficar quieto no canto sem falar nada; evitar atrapalhar no meio da correria; dizer um "boa sorte" ou "muito obrigada". Tenho fé na equipe que está acompanhando o caso e torço para que, muito em breve, a gente possa voltar lá e ver tudo resolvido. Que possa tomar um cafezinho nas xícaras de porcelana que a mulher do Seu Natal guarda com carinho. Que nesse dia, a ameaça de desmoronamento seja apenas mais uma história para contar.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Hermano me fez a notícia da semana

Por Robson Rocha

Tem dias que parecem tranqüilos e depois...
Hoje foi um dia desses.

A primeira pauta era sobre os novos pecados. Matéria em que eu precisava apenas fazer povo-fala, imagens e sonora com Monsenhor Falabela, pois o restante seria do arquivo. Melzinho na chupeta! Mas aí a coisa começou a mudar, por volta de 8 e meia, ligaram avisando de uma ameaça de bomba na Faculdade de Odontologia, no campus da UFJF. Corremos pra lá, mas não havia nada no local. Meu dia de sorte!
Seguimos com nosso cronograma e fomos pegar as ocorrências da PM. Não havia nenhum destaque. Oh, sorte!

Então fomos para a próxima pauta que era a assembléia dos rodoviários. Eles estão em negociação e não aceitaram a proposta patronal. Eles querem 9,7% de reajuste e os empresários ofereceram 4,6%.
Quando chegamos, disse à Michele: não disse que hoje é meu dia de sorte!?
Isso, porque consegui uma vaga na porta de onde seria a assembléia. Em geral ficamos dando voltas até conseguir uma vaga.

Mas, acho que falei cedo demais. A reunião aconteceu no terraço, no terceiro andar.
Tive que subir uma escadaria com a câmera no ombro, que me fez sentir um pagador de promessas.
Na área não corria ar e era coberta com telhas de zinco. O calor era alguma coisa infernal e pra piorar a situação aquele monte de homens reunidos.
Lembrei dos pecados capitais, da bomba na UFJF, que sou um cara de sorte e a coisa ia melhorar.
O pessoal do sindicato afirmou: a reunião é rápida!
E eu acreditei: é minha sorte falando mais alto!
De repente, os caras começaram a discutir e mais um pouquinho o pau ia comer. Tive que sair para o outro lado, o único vazio, mas justamente onde o sol batia.
Com o calor, o sol e discussões por tantos motivos, que eu já não sabia o que eu estava fazendo ali. Gravamos as entrevistas e fomos para emissora onde teria entradas ao vivo com o grupo argentino de tango que apresenta hoje no Cine Teatro Central o espetáculo “Uma noite em Buenos Aires”.

Ao vivo, tranqüilo, nada de esforço, nem calor. Tudo rolou na mais perfeita ordem. Porém, na hora de ir embora, um dos hermanos se despediu de mim com um beijo no rosto.
Não tenho nenhum tipo de preconceito quanto a isso, sei que é tradição em todos os países de colonização espanhola, mas a galera da técnica não perdoou e caí na boca do povo da TV.

No restante da semana vou pagar meus pecados, pois pra galera foi uma bomba e não vai haver negociação e o hermano me fez a notícia da semana na tv. Oh, sorte!?

Mulheres da TV Alterosa Juiz de Fora

Por Michelle Ribeiro

Oi gente,
Aproveitando que sábado dia 08/03 foi o Nosso Dia (rsrs)
O DIA DAS MULHERES, resolvi escrever sobre as mulheres da Tv Alterosa Juiz de Fora.
Ao todo, são 13 mulheres que trabalham aqui... Somos divididas em: Recepção, Auxiliar de Limpeza, Comunicação, Jornalismo, Administração, Comercial e Secretária.
Somos a parte que embeleza a Tv, cada uma com seu charme, com seu sorriso, com seu modo de falar, com seu modo de pensar, com suas atitudes, e com suas qualidades.
Somos colegas, companheiras, confidentes e até mãe e irmã “emprestadas”.
Mas, esse mix de mulheres juntas tem seus defeitos também, né?! Não posso ficar só nos gabando! Por trabalharmos todas quase praticamente no mesmo horário imaginem 13 de TPM ao mesmo tempo... cada uma querendo falar mais que a outra, uma mais nervosa, a outra mais emotiva, a fulana mais brava e a ciclana mais agitada. Nesses dias nem adianta falar que estamos erradas, querer ter uma conversa séria e nada de blá blá blá na nossa orelha. Queremos na maioria das vezes ficar sozinhas, falar pouco, pensar na vida, e até chorar (isso faz bem e é uma maneira de colocarmos o que está nos incomodando para fora) e ter um colo amigo para desabafar nossos problemas.
Podemos ter defeitos e qualidades, mas imaginem a Tv sem a gente. Sem o nosso toque feminino, acho que aqui seria muito sem graça.
Se não fossemos nós mulheres o mundo não estaria evoluindo com nosso trabalho, dedicação, empenho, e com nosso charme, né!
Vou ficando por aqui.... (antes que me cortem a cabeça rsrsrs)

Abraços
Michelle Ribeiro

terça-feira, 11 de março de 2008

Risco de desabamentos em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Quem chega ao bairro Santa Tereza, zona sul de Juiz de Fora, encontra os moradores sentados em bancos, ou mesmo na calçada, olhando desolados para as casas que foram interditadas pela Defesa Civil e podem desmoronar a qualquer momento. Os engenheiros fazem plantão direto no local, avaliando os riscos e garantindo que os moradores não entrem nos imóveis interditados. O motivo que levou o barranco a ceder, ameaçando as casas da rua de cima da encosta e empurrando as construções da rua de baixo, está sendo apurado. Ontem, equipes da Cesama, empresa responsável pelas redes de água e esgoto da cidade, fizeram vários buracos, procurando vazamentos nas manilhas. Mas, nenhum indício foi encontrado.

O mistério começa a ser desvendado. Dois geólogos vieram de São Paulo para investigar as causas do movimento de terra no barranco. Há rachaduras por toda parte e a encosta ameaça desabar. Os geólogos pesquisaram os mapas geomorfológicos da cidade e foram ao local. Eles entraram nas casas interditadas e conversaram com os moradores.
Segundo o Sub-secretário de Defesa Civil, Sérgio Rocha, a análise vai ser lenta e o laudo deve sair em trinta dias. A prefeitura de Juiz de Fora deve decretar situação de risco, o que significa que os moradores ficam impedidos de ter acesso aos imóveis em qualquer hora do dia, por uma questão de segurança. Quem desrespeitar a ordem pode ser preso.

Na parte de baixo do barranco, a calçada que estava levantando subiu mais um centímetro e meio de ontem para hoje. A sensação que dá é de que ela foi empurrada para a frente. Várias casas atingidas ficaram "empenadas". As portas das garagens não abrem. Os pisos e as paredes estão com rachaduras. Até as fachadas de alguns imóveis apresentam fendas.

Esta marca branca na escada é feita de gesso e serve para avaliar se as rachaduras estão aumento. Praticamente todas as que foram colocadas apresentaram alargamento. Isso indica que o movimento de terra continua, mesmo que de forma mais lenta do que no fim de semana. Também há água minando em vários trechos da rua de baixo.

Os engenheiros da Defesa Civil ficaram surpresos ao vistoriar uma casa em construção que fica fora da área interditada. O dono fez um corte reto no barranco dos fundos, o que é irregular. No paredão formado pela terra cortada, há uma rachadura grande. O imóvel também foi incluído na zona de isolamento.

Conversamos com os moradores e a maioria não sabe o que vai fazer, já que os imóveis são deles, e não alugados. O Mauro Carneiro é pintor e contou que estava na oficina com a cadela de estimação quando ouviu uns estalos e viu as rachaduras se espalhando pelas paredes. Ele correu e, desde então, não pôde mais voltar ao local. Hoje, enquanto nos preparávamos para gravar entrevista, ele nos levou até a porta da oficina para mostrar onde estava no momento dos estalos. Levamos um susto, quando parte do reboco das paredes caiu, fazendo estrondo. Numa hora dessas, qualquer estalinho é suficiente para causar pânico nos moradores. Eles avisam que vão continuar a vigília até que se decida se as casas vão ser condenadas ou liberadas.

Médicos do Barulho II

Por Amauri Mendes

Seleção de novos atores em Belo Horizonte e Rio de Janeiro:
Olá! Quer fazer parte de nosso grupo? Venha, junte-se a nós para levar muita alegria às crianças hospitalizadas!
Temos muito trabalho pela frente e você, ator/atriz/palhaço que reside em Belo Horizonte e Rio deJaneiro, pode contribuir para o crescimento do nosso projeto.
Gostou da idéia?
Então fique atento, pois já estamos divulgando em nosso site as etapas paraseleção de novos integrantes dos Médicos do Barulho.
Seja um(a) candidato(a) acolocar nariz vermelho, roupas coloridas e fazer muita palhaçada. Mas lembre-se que um dos requisitos essenciais é saber transformar esta brincadeira em algo muito sério!
Visite o nosso site e saiba como participar: http://www.medicosdobarulho.com.br/

Belo Horizonte: Oficina no dia 16 de abril de 2008, quarta-feira.

Rio de Janeiro: Oficina no dia 13 de maio de 2008, terça-feira.

Envie o seu curriculum com foto para: medicosdobarulho@hotmail.com

Boa sorte!

Médicos do Barulho
OBS: Blog dos "Médicos do Barulho" - www.associacaodosmedicosdobarulho.blogspot.com

segunda-feira, 10 de março de 2008

Médicos do Barulho

Por Robson Rocha

Quem já teve algum parente ou já ficou internado em um hospital sabe como é difícil.
As horas não passam e o clima é pesado. Mas um grupo de pessoas tenta mudar essa realidade, eles são os “Médicos do Barulho”.

Gravei com eles pela primeira vez em 1996 e achei o trabalho espetacular! A gente via no rosto da criançada sorrisos e ouvia um som estranho ao ambiente hospitalar: as gargalhadas. E tudo isso parecia multiplicado nos rostos de pais e mães, transformado em felicidade.
Os Médicos do Barulho são especiais. Quem já viu a paciência que eles têm com as crianças e o tato pra lidar com situações em que elas estão em um estado grave, é de tirar o chapéu.
Não sei se eles são realmente artistas. Às vezes acho que são realmente médicos e que devolvem uma coisa fundamental, a vontade de sorrir. Mas, quem sabe eles não são médicos, e sim anjos. Anjos mensageiros da felicidade.

Você pode dizer: como você é puxa-saco!
Mas, de coração, tenho um respeito e uma admiração sem tamanho pelo trabalho feito por eles. Digo isso pois senti na pele a diferença que essa trupe faz.
Meu pai estava internado com câncer no cérebro, com mais cinco meses de vida. Eu passava todas as noites no hospital, eram doze horas de um inferno psicológico sem tamanho e um dia eles apareceram lá e fizeram meu pai sorrir. Notei como aquela noite foi diferente para cada paciente e principalmente para meu pai. Não dá para explicar a felicidade que eu senti vendo meu pai feliz.
Depois disso se eu achava legal gravar matérias com eles, hoje, não me importa quanto tempo vai durar a gravação, eu vou com tesão! E não consigo não me emocionar, ou não ficar com aquele nó na garganta, pois a cada sorriso de alguém que está internado, me lembro do sorriso de meu pai.

Nessa quarta-feira Michele e eu gravamos com esses palhaços na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. Não dá para descrever o que aconteceu. Para simplificar, parecia uma festa para aquelas crianças. De longe dava para ouvir as gargalhadas e foram juntando mais crianças e os pais. Não parecia um hospital e parecia que aquelas crianças não tinham motivo para estar internadas. As ataduras, faixas, soro, nada disso parecia fazer sentido. Os médicos de cara pintada curaram cada uma, mesmo que momentaneamente.

Olhando o Dr Fuzil fazendo suas palhaçadas, me lembrei de quando ele se vestiu de Amauri Mendes e recebeu um prêmio representando todos os “doutores”. Ele se emocionou e chorou sozinho no cantinho do palco do teatro Central.
No dia, olhei pra ele e pensei: chorando por que, o palhaço? Não sei quantas pessoas em hospitais vocês já fizeram sorrir. Só sei que uma fui eu e só pelo pouquinho que vi, vocês merecem muito mais.

Desabamento misterioso em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

O jornalismo é uma profissão muitas vezes ingrata. O repórter de texto leva a fama quase sempre, mas quem carrega o lado mais pesado do piano é o repórter cinematográfico. O Robson é um ótimo exemplo! Ele escreve melhor do que muitos jornalistas que conheço e vive dando palpite nos textos. Algumas vezes, a gente rosna um para o outro até chegar a um acordo. E, quase sempre, ele é que está certo. Até porque, além da diferença de tamanho, o rosnado dele é mais forte!

Hoje, estávamos começando a fazer a nossa terceira pauta da manhã, quando fomos mandados para o bairro Santa Tereza, na zona sul de Juiz de Fora. A informação era de que um muro tinha desabado. No local, levamos o maior susto. Na rua que fica acima do barranco, onze casas estavam interditadas. Os moradores tiraram tudo o que foi possível e contaram com a solidariedade dos vizinhos para guardar móveis e eletrodomésticos.

Num sol escaldante, o Robson teve que parar o carro longe, pois a rua estava interrompida. Com a câmera no ombro, ele agilizou o serviço, correndo contra o tempo para levar o material ainda para o jornal. Entrou nas casas ameaçadas, seguiu os técnicos da Defesa Civil, filmou o barranco de cima, registrou o trabalho das equipes da prefeitura que vistoriavam as redes de água e esgoto à procura de vazamentos... Quando nos demos conta de que não dava para chegar na TV a tempo do jornal, paramos de correr e investimos num material mais completo para o jornal da noite.

Quando chegamos na rua de baixo, as imagens eram muito mais fortes. Uma casa teve o muro arrancado e ficou sem acesso. Outra, foi empurrada pelo deslocamento do barranco e a calçada parecia ter sido levantada e ter "andado" alguns centímetros! Mais nove moradias foram interditadas. Os moradores contaram que as rachaduras nas casas das duas ruas começaram depois dos temporais do fim de semana. O Robson achou tão forte a imagem, que me fez regravar a passagem. Ele reclamou que eu não tinha valorizado o suficiente o que estava vendo. Como já sei que meu querido repórter cinematográfico está certo em 90% dos casos, nem perdi tempo discutindo. Vesti de novo o blazer, que colou mais uma vez, já que eu estava me derretendo, e fui para a área interditada. Improvisei logo uma passagem com movimento, mostrando os escombros do muro, a calçada levantada e os caminhões de mudança. Aí, ele ficou satisfeito!

Quem acha que vida de repórter é fácil, deveria acompanhar as equipes num dia como hoje. Chegamos ao local por volta de quinze para o meio-dia, ficamos no sol quente junto com o Antônio Cerezo, do jornal Tribuna de Minas, até umas três da tarde, sem almoço e dependendo da gentileza do pessoal da Defesa Civil para nos servir água, já que não havia um bar sequer aberto por lá.

O prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani, e o Promotor de Urbanismo, Júlio César da Silva, estiveram no local avaliando a situação e conversando com os moradores. Eles confirmaram que a causa do deslizamento ainda não tinha sido descoberta e pediram aos moradores que evitassem ficar nas casas que podem desabar a qualquer momento. O prefeito avisou que um geólogo de São Paulo está a caminho da cidade para avaliar o que pode ser feito no bairro Santa Tereza. A possibilidade de demolir as casas rachadas foi levantada, mas isso só vai ser confirmado depois da avaliação técnica do geólogo. Por enquanto, o que se sabe é que a água infiltrou pelo barranco e causou um deslocamento. Agora, como a enxurrada conseguiu se infiltrar dessa forma...

É em matérias como essa que sinto o maior orgulho do Robson. Ele não se contenta em ser um apertador de botões e fazer o que mandam. Ele está sempre ligado no que as pessoas estão falando e atento a todas as imagens importantes; sempre bem posicionado, mas sem prejudicar o trabalho dos bombeiros e da Defesa Civil. E ainda encontra tempo para contar piada, conversar com os moradores e dar palpites no meu texto. Por essas e outras, que digo que ele faz jus ao enorme título de REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO!

domingo, 9 de março de 2008

Campeonato Mineiro - Tupi 2 x 2 Social

Por Michele Pacheco

O Tupi enfrentou em casa o Social, de Coronel Fabriciano. O galo carijó começou a partida dando sufoco ao adversário do Vale do Aço. Bola na trave, bola rente ao travessão, cabeçada que não entrou por pouco... foi um festival de boas jogadas desperdiçadas. Mas, o Tupi desanimou e Gilvan não perdoou! Ele aproveitou a desatenção da defesa carijó, aos 46 minutos, e marcou, depois de uma cobrança de escanteio. No segundo tempo, Luciano empatou aos 14 minutos. O torcedor emendou um grito de alegria com outro, já que, menos de um minuto depois, Hugo aproveitou que o goleiro Ronaldo estava adiantado e chutou forte, marcando por cobertura. Mas, o Social estragou a festa carijó. Mais uma vez Gilvan! Ele entrou pela esquerda, trocou de perna, rolou a bola para esquerda, direita e esquerda de novo e mandou com vontade no fundo na rede. Fim de jogo, Tupi 2 x 2 Social.

Enquanto o torcedor acompanhava tudo isso, os jornalistas se desdobravam para escapar do temporal que começou no início da partida, deu uma trégua no primeiro tempo, voltou no início do segundo e ficou mais forte no fim do jogo. A gente se deu bem, já que estava só com uma equipe e teve que ficar na cabine. Mas, na saída ficamos presos na área das cabines, pois a tempestade piorou e nosso carro estava longe.

O Thiago, estagiário da técnica da TV Alterosa de Juiz de Fora estava conosco. Ele está aprendendo câmera e aproveitou o jogo para treinar. Fez todas as imagens da preliminar, entre dois times femininos para marcar o mês da mulher. Foi uma partida entre Benfica e Seleção Juizforna. O Benfica venceu por 3 a 2. O Thiago ficou cheio de pose para a foto!

Como já fazia tempo que eu não praticava alguma gafe, aproveitei para tirar o atraso! Detesto cobrir jogo ouvindo rádio. Em muitos casos, é difícil acreditar que o que está sendo narrado é o mesmo que estamos vendo! Mas, o Robson adora ouvir as transmissões da equipe do Ricardo Wagner e do Ivan Costa, da Rádio Globo, e acabei me acostumando a ouvir também. Para adiantar o meu serviço, evitando ter que ir às cabines de rádio confirmar nome de jogador que fez gol e o tempo da marcação, resolvi fazer o jogo de hoje ouvindo rádio.

O Robson ficou todo feliz, pegou o radinho que me deu de presente há algum tempo, colocou pilha e me entregou. Na hora da partida, eu estava sossegada ouvindo o Ivan, quando começou uma música religiosa. Achei estranho. Pouco depois, o Ricardo Wagner fez um comentário seguido pela lista de celebrações religiosas da semana. Arregalei os olhos! Aquilo não era normal! Passei para o Robson, ele ouviu a descrição de uma jogada e me chamou de doida, dizendo que não tinha nada de errado. Coloquei o fone no ouvido e... mais religião. Ficamos nessa: eu ouvia religião, passava para o Robson que ouvia futebol, e devolvia para eu ouvir religião! Até que as orações venceram e o futebol se foi de vez.

Achando que alguma rádio pirata tinha invadido a área, corri à cabine da Rádio Globo e avisei ao Ricardo. Ele achou estranho, pois estava ouvindo muito bem a transmissão.
Depois de alguns minutos, ele chegou na nossa cabine com um sorriso de deboche no rosto e me entregou um rádio maior e potente. Muito gentil, como sempre, ele me explicou que não havia nenhuma rádio pirata, mas que o aparelho que eu estava usando é que era muito ruim! Agradeci e olhei para o Robson, que fingiu que não ouviu. Afinal, foi ele que me deu o presente de grego que me fez pagar o primeiro mico do ano! Apesar disso, vou guardar meu radinho com carinho, como faço com todos os presentes que ele já me deu.

sábado, 8 de março de 2008

Michele Pacheco - Jornalista e etc.

Por Robson Rocha

Eu escrevi sobre a Michele, mas não mostrei os objetos. Então vou contar algumas historinhas.

Um dia chego em casa e a Michele pergunta se tenho cimento branco. Respondi que não e indaguei porque. Ela me levou até a sacada. Fui imaginando que os pisos haviam se soltado. Quando olhei para o chão havia algumas peças parecidas com bandejas e muitas, mas muitas pastilhas e pedaços de azulejos.
Depois de prontas, realmente as bandejas ficaram muito bonitas e muito úteis. Principalmente a redondinha, que é onde colocamos o tira-gosto na hora de tomar uma geladinha.

Falando em coisas esparramadas pelo chão, às vezes chego em casa e lá está a Michele assentada no tapete da sala cercada de alicates de todos os tipos, tesoura, pedras... É a pequena fábrica de bijuterias.
Ela faz tantas peças, que não tem como usar e nem onde guardar. Aí sai distribuindo. Minha mãe e a Paula, eu acho, perderam a conta de quantos colares e pulseiras já ganharam da Michele. As peças são muito bonitas, mas ainda bem que homem não usa esse tipo de artesanato, senão eu estava...

Eu queria ter a metade da paciência que ela tem para criar coisas. Ela tem uma régüinha onde ela faz cachecóis e blusas lindas, mas eu não coseguiria ficar assentado por horas passando aquela linha entre os preguinhos que estão fixados na régua.
Isso fora sabonetes, picles (que alias o Olavo e a Regina já viraram fregueses)...

Mas, o que me chama mesmo a atenção é a capacidade da Michele para a pintura. Isso era uma coisa que eu queria saber, contudo tem um problema, só consigo criar alguma coisa com régua “T” e esquadros.
Algumas pinturas impressionam, parecem fotografias, tamanha a riqueza de detalhes.
Não resisti e comecei a choradeira. Pedia todo dia para que ela pintasse um quadro meu. Ela não queria e dizia que não gostava de pintar pessoas conhecidas, pois não ficavam iguais e que ela não iria fazer. Mas como diz o ditado: “Quem não chora não mama”, ganhei pelo cansaço.
Porém, não sei se foi de sacanagem, ela pegou uma tela pequena, diferente das outras que são grandes, mas pensei: “tudo bem, pelo menos ela está pintando”.
Agora, cheguei à conclusão de que ela esta me dando um castigo. Primeiro, em vez de me colocar em um ambiente agreste, me colocou em meio a flores.
Segundo, não me deu um rosto ainda.
E, o pior, ela está me castigando há tanto tempo que agora ela vai ter que refazer parte da pintura, pois aquela barriguinha ali, faz tempo que cresceu.
Com isso tudo, só posso dizer uma coisa: CASEI E ME DEI FOI BEM!

quinta-feira, 6 de março de 2008

Dia Internacional da Mulher

Por Robson Rocha

Lembrando do dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, não poderia deixar de falar sobre elas. Pois, como diz a música do Ultrage à Rigor: eu não vivo sem mulher!

Tenho que começar, é claro, pela minha mãe, Dona Therezinha, pois ela foi a primeira mulher na minha vida. Como mulher, uma batalhadora de temperamento forte. Quando casou com meu pai, eles tinham apenas uma casa e com seu trabalho ajudou a construir um pequeno patrimônio. Hoje, é voluntária em vários projetos e quando não está trabalhando... Ah, pode ter certeza de que está dançando. Ela é pé de valsa e adora dançar. A única coisa difícil é acompanhá-la nas compras, ela anda demais. E, como gosta de entrar em lojas. Como mãe, é simplesmente a melhor do mundo!

Na ordem cronológica, a segunda grande jovem mulher é minha filha, Paula. Aliás, não é simplesmente uma grande filha, é uma grande amiga. Que muitas vezes passa por situações em que, como ela mesma diria, a faço pagar muitos micos. Por isso não vou escrever demais sobre ela, senão é micão.
Mas é minha Princesa e meu orgulho!

Falando em orgulho: outro orgulho é a Michele.
Todo mundo conhece a repórter Michele Pacheco, mas poucas pessoas conhecem o outro lado dessa jornalista. Ela adora fazer artesanato, de cordões, pulseiras a cachecóis e blusas, de sabonetes a coisas pra decoração. E pinta muito bem. São vários quadros em estilos variados e muito bem feitos. Ela é uma mulher muito talentosa. Ela é tão boa na pintura que está conseguindo me transportar para um quadro. Na cozinha, quem me conhece deve imaginar que ela manda bem só olhando o quanto minha barriguinha evoluiu.

Amo demais essas três mulheres. Mas parando de jogar confete aqui, entre inúmeras mulheres batalhadoras que conhecemos nesses anos de trabalho, queria destacar duas. Isso sem desmerecer ninguém, mas elas fazem a diferença. E nem sempre aparecem ou têm o reconhecimento que mereciam.

Uma é a Maria Aparecida da Silva, a Cida da Sociedade Beneficente Mão Amiga. Essa mulher batalha muito! Começa por ter enfrentado de frente o preconceito. Não adianta a gente fingir que não, todos nós sabemos que ela tinha todos os atributos para ser discriminada: negra e pobre. Ela, além de superar essa barreira, faz um trabalho maravilhoso desde quando a Associação era no bairro Furtado de Meneses.
Ela vai às emissoras de rádio e tv em uma peregrinação, não para pedir dinheiro, mas para pedir ajuda divulgando as campanhas que faz. A Mão Amiga distribui nas comunidades carentes não só cestas básicas, mas material escolar, brinquedos, ovos de páscoa, fora outras atividades. Nesta semana estivemos lá na sede, ela e as voluntárias estavam produzindo ovos de chocolate para distribuir a 400 crianças nas áreas mais carentes. Fiquei feliz quando vi no mural que ela vai ser homenageada pela 4ª subseção da OAB. Parabéns ao Wagner Parrot pela iniciativa, pois essa mulher merece.

Outra mulher que aprendi a admirar e sou fã de carteirinha é a Maria de Lourdes Martins. Quando a conheci, ela trabalhava na “Casa Abrigo”, onde mulheres vitimas de violência sexual eram abrigadas e recebiam atenção.
Eu em principio fiquei assustado, porque ela defendia aquelas mulheres como se fossem filhas dela. E, principalmente, porque isso não é muito normal em serviços públicos. Mas, ela tem uma fibra, uma determinação, que realmente impressiona. E outra coisa bacana foi observar como ela era querida pelas mulheres e crianças que estavam na “Casa Abrigo”.
Agora ela está no Conselho Tutelar e continua firme na defesa de pessoas em alguma situação de risco.
É uma mulher de coragem, que defende suas idéias e com certeza foi um anjo na vida de muitas vitimas de violência.

Obrigado por vocês existirem!