Quem somos

Minha foto
JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Dos Jogos Universitários à Festa Country

Por Robson Rocha

Uma quarta-feira com cara de sexta-feira.
Quarta em que o pessoal que participa dos Jogos Universitários Mineiros já começou sofrendo.
Sofrendo com o frio da noite, pois segundo os participantes, as tendas não protegiam do vento e da umidade.
Pela foto, tirada por volta de oito da manhã, ainda estava bem frio. Dá pra imaginar como esses universitários passaram a noite.

Segundo alunos que vieram da Uni-BH, de Belo Horizonte, os organizadores afirmaram que haveria uma Vila Olímpica, mas quando chegaram ao local, eram tendas sem a mínima condição de receber alguém. Pois além de tudo, os banheiros químicos estavam sem condições de uso e, ainda segundo os alunos, quem quisesse tomar banho, tinha que andar cerca de 3 quilômetros.

Um professor que não quis gravar entrevista para a matéria da tv, mas conversou em off, disse que, além dos patrocínios, os organizadores recebem verba do COB, Comitê Olímpico Brasileiro. Isso, sem esquecer que cada atleta pagou 50 reais pela inscrição, gerando uma arrecadação de 100 mil reais.
Os organizadores não apareceram no campus para gravar entrevista e o pessoal da UFJF, que apenas cedeu a área para que fosse usada, ficou no meio do fogo cruzado.

Sem ter culpa do que estava acontecendo, a universidade estava tentado ajudar e nos deu apoio durante a gravação da matéria. Um assessor ligou para o organizador e passou o telefone para a Michele. O presidente da FUME, Federação Universitária Mineira de Esporte, e ele explicou que não poderia gravar entrevista, porque estava correndo de um lado para outro para resolver problemas de algumas modalidades esportivas e do alojamento dos atletas.

Dentro das tendas, colchonetes foram espalhados sobre um piso de madeirite, uma espécie de resto de madeira prensada. Segundo os estudantes, o alojamento deixava passar muita friagem.
O pessoal de Montes Claros reclamou que no “dormitório” destinado à delegação deles além de entrar fio e vento havia várias goteiras, que molhavam piso, colchões e bagagem.
Teve muita gente que não conseguiu dormir e dá pra imaginar como um atleta que não dormiu disputa uma prova!

A Michele e eu gravamos outras matérias.
Mas, nessa quarta-feira com cara de sexta-feira, não trabalharíamos na Festa Country e aproveitamos para ir pra lá, aproveitar.
A Michele foi convidada para ir e eu fui como acompanhante. Boa, né?
Até o Otávio Fagundes estranhou, quando nos viu à paisana, sem equipamentos.
Pois ele sempre nos convida, mas nunca conseguimos ir, a não ser trabalhando.
Agradecemos a ele pelo convite e fomos, quer dizer, fui tampar na canequinha. A Michele não bebe e eu tenho que beber por ela. Brincadeira!

Encontramos com alunos do CES que estavam fazendo cobertura da festa.
O Jorge Júnior saiu na foto com a gente.
Alias, o blog deles é muito bacana e quem quiser acompanhar o que acontece na Festa Country é só acessar Jornalismo no Ar (www.radiocesjf.blogspot.com), tem um link na coluna ao lado que também leva até lá.

Depois, o Marcelo Detoni, Secretário de Agropecuária e Abastecimento, nos convidou para o camarote dele e ficamos lá batendo papo e assistindo aos shows. Mais uma vez, agradecemos ao carinho das pessoas que conhecemos profissionalmente e nos tratam como amigos. Depois de encontrar um monte de conhecidos pelo corredor, voltamos ao camarote da Privilège, onde encontramos o Gleizer Naves, Diretor Regional da TV Alterosa, e alguns colegas da emissora.

Ficamos mais um pouco por lá, comentando sobre o quanto o Parque de Exposições de Juiz de Fora estava lotado. Era o primeiro dia do evento, uma quarta-feira véspera de feriado e, mesmo assim, o lugar lotou. Muito legal. Reconhecimento merecido ao pessoal da Front Produções que organiza o evento. A gente que acompanha o trabalho desses profissionais sabe o quanto eles suam a camisa. Parabéns especial ao Otávio, à Simone, ao Betão e ao Zanini.

Quanto à equipe da República, responsável pela parte de assessoria de imprensa e da organização dos bastidores do espetáculo, fica até difícil falar alguma coisa.
O pessoal dá uma lição de profissionalismo.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Caramujo africano

Por Robson Rocha

Hoje fomos caçar caramujo africano em Araci, distrito de São João Nepomuceno.
Na estrada, passamos pelo Aeroporto Regional da Zona da Mata.
O local está abandonado.
Somente alguns operários faziam uma obra na via de entrada, onde parece que caiu uma pequena barreira e está sendo construído um muro de arrimo.

Parece que o sonho de alguns políticos da região vai se transformar, se nada for feito, em um grande elefante branco cravado entre as cidades de Goianá e Rio Novo.
Na última vez em que estivemos lá, pessoal e equipamentos estavam sendo retirados e a Zona da Mata ia continuar contando com suas precárias rodovias para escoar sua produção.
Alguns funcionários foram mantidos, mas o aeroporto continua parado.

Passamos em São João Nepomuceno para encontrar a equipe da prefeitura que ia nos acompanhar.
Na estrada, uma placa chamou a atenção.
Ela indicava a entrada para Roça Grande.
Era o nosso caminho.
Seguimos por alguns quilômetros e chegamos.

É um distrito simpático, e logo na entrada existe uma grande chaminé, em um local que parece uma olaria.
Paramos para pegar uma agente de saúde que iria acompanhar o pessoal no trabalho de captura de caramujos africanos.
Esses caramujos são aqueles que foram trazidos para o Brasil por criadores na década de 80, para substituir o escargot na culinária. Mas, o brasileiro não é muito chegado em escargot e os bichos foram abandonados, virarando praga no país. Isso, pois aqui não existe um predador natural dele.

Mas, uma outra coisa nos chamou a atenção em Roça Grande.
Em uma esquina havia uma casa com um cartaz colado na parede.
O cartaz chama a população para fazer exames de vista dia 30 de maio e informa que o preço é de vinte reais.

Em letras garrafais estava escrito “Médico OCULISTA de Belo Horizonte”.
No cartaz não existe o nome do “oculista”.
Mas, só pela propaganda eu não iria à consulta.
Prefiro procurar um OFTALMOLOGISTA.

Dali, pegamos uns 12 quilômetros de estrada de chão até chegar em Araci, um pequeno distrito de São João Nepomuceno.
Lá, já havia uma equipe do tiro de guerra pronta para começar o trabalho.
Segundo o Diretor da Policlínica Microrregional, Sebatião Barbosa, responsável pelo trabalho, eles já haviam jogado cal e feito um combate inicial.

Mesmo assim, muitos caramujos, muitos mesmo, foram recolhidos e enterrados com cal durante a nossa reportagem.
Antes, eles usavam sal para matar os moluscos.
Mas, isso prejudica o meio ambiente, tornando o solo improdutivo.
Então, eles usam cal virgem.

Os moradores acharam o trabalho muito bom, pois estavam preocupados com as crianças que estavam tendo contato direto com o bicho.
A Sueli Aparecida Pereira tem três filhos e contou que o caçula está sempre tentando pegar os caramujos.
Além disso, as crianças brincam por onde o molusco passou, levam a mão à boca...
Gravamos com o Sebatião e ele afirmou que o trabalho vai continuar.

Estava gravando quando vi um caminhãozinho diferente.
Caminhãozinho movido a leite?!
O dono adaptou o latão de leite!
Para ser mais exato, ele fez uma gambiarra e colocou o latão amarrado e apoiado próximo ao motor. Só não achamos o dono pra ver se funciona e aproveitar para dar uma voltinha.

Mas, falando em leite.
A Michele e eu viemos comentando no caminho, como as coisas na roça são diferentes.
Até hoje, os produtores deixam seus latões de leite na beira da estrada para serem recolhidos pelo “caminhão de leite” e ninguém mexe nos latões.
Se fizéssemos isso na cidade, ficaríamos sem o leite e sem o latão.

Voltando a Juiz de Fora, fomos almoçar e esperar a hora de gravar a entrevista com o prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani, que vai ao ar no Jornal da Alterosa desta quarta-feira (21) e desta quinta-feira (22).
Só no início da noite chegamos em casa para um bom e merecido descanso.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Inquérito Epidemiológico e CPI

Por Robson Rocha

Depois de um plantão de fim de semana, chegou a segunda-feira. Mas pra mim, quando o celular tocou às 6 da matina, ainda era domingo. Apertei um botão qualquer no aparelho e virei pro canto.
A ficha só caiu, quando o desesperado disparou o alarme embaixo do meu travesseiro.
Levantei e cheguei na janela. Essa imagem é de uma segunda-feira em que você tem que levantar da cama cedo?
Não! É uma imagem que induz o indivíduo a ficar quieto na cama e dormir até que o sol rompa a serração, aí sim, dá pra acordar.
Mas, como não havia jeito, a única solução foi encarar o furadinho pra tomar um bom banho e acordar.

A primeira pauta tinha um nome assustador. “Departamento de Saúde Bucal realiza Inquérito Epidemiológico” e o local era em uma creche. Meu pensamento foi: coitadinhas das crianças. E, como eu falo demais, falei isso pra Michele.
Ela me olhou com um olhar mortal e perguntou:
- Você leu a pauta toda?
Eu não precisei nem responder, né? A minha cara já tinha me condenado.
Li e vi que não havia nada de assustador.
Na realidade, é um trabalho para avaliar a saúde da boca das crianças de Juiz de Fora.
Chegando na creche dava dó. Só de olhar pra eles dava pra notar: a carinha de segunda-feira.

É sacanagem, se eu, um marmanjo com 3.9, só queria a minha cama, imagine essas crianças.
Mas, como criança é criança, bastou acender a luz pra gravar a criançada escovando os dentes e todos se animaram.
Aí, levaram a gurizada para uma área onde havia sol. Ali, foi feito o trabalho em si.. Durante o levantamento, quinze profissionais avaliam os dentinhos e o estado geral da boca das crianças de três faixas etárias. Entre um ano e meio e três anos; com cinco anos e com 12 anos.
Segundo o Índice de Cariados Perdidos e Obturados por Dente, outro nomezinho danado, que abreviando vira CPOD, o número vem caindo em crianças de 12 anos.

Em 1998 eram em media 2,14 dentes cariados e em 2005 caiu para 1,75 por criança.
Mas, quem chamou a atenção foi a Ana Clara.
Ela fez o exame e ficou ajudando, mostrando para as outras crianças como tinham que fazer.

Dali, voltamos para a TV, onde a Michele fechou um texto sobre o caso Tamyres.
Uma garota que morreu há um ano, quando caiu de um brinquedo de Queda Livre na Festa Country.

Depois, fomos para a Câmara Municipal, onde vendedor e comprador da fazenda que pertenceu ao prefeito de Juiz de Fora foram ouvidos pela CPI.
Acompanhamos o depoimento de Márcio Francisco de Oliveira que confirmou a venda de terras para Bejani em 2007.
Ele disse que teria procurado o prefeito para vender 11 alqueires de terra por 60 mil para poder comprar duas kitnetes, em Juiz de Fora, para os filhos.
Os vereadores insistiram em algumas perguntas, mas Márcio mostrou documentos e disse que existe no local de 150 a 200 mil reais em eucalipto e,ao que parece, não acrescentou muita coisa.

Isauro Callais, presidente da CPI, afirmou que não interessa a eles cassar ou não o mandato do prefeito de Juiz de Fora, e sim, esclarecer e trazer a verdade à população.
Ele disse também, que Bruno Siqueira, relator da CPI, está em Brasília, tentando conseguir alguns documentos com a Polícia Federal.

Enquanto isso, não se esqueça, que além de ser uma segunda-feira, já eram mais de 11 horas da manhã.
A galera da primeira fila era composta apenas por repórteres femininas que parece que não sentem fome.
E seguiam prestando atenção e anotando.

Já a turma da imagem ali, formada só por marmanjos, estava morrendo de fome.
É só olhar para o Carlos Mendonça, do O Tempo. A cara de segunda-feira dele, era a mesma de cinegrafistas e fotógrafos e o pensamento único: Comida.
Mas, a Michele e eu só conseguimos rangar depois das duas e meia da tarde, quando terminamos uma pauta de reclamação de bairro.

domingo, 18 de maio de 2008

Copa Alterosa - Quartas-de-final

Por Robson Rocha

Pela primeira vez, a Michele e eu fomos escalados para cobrir um jogo da Copa Alterosa de Futebol Regional. A missão: registrar o jogo entre Ribeiro Junqueira (Leopoldina) e XV de Novembro (Rio Novo), em Leopoldina.
Chegando lá, a primeira surpresa. Casa cheia. Arquibancada e alambrados tomados pelos torcedores do Ribeiro Junqueira e uma pequena torcida do XV de Novembro.
Os torcedores aproveitaram a bela manhã de domingo para levar a família ao campo e torcer.

A partida das quartas de final movimentou realmente a cidade de Leopoldina.
Vou ter que me corrigir. Movimentou a região. Isso, devido a outra coisa bacana.
O apoio das emissoras de rádio da Zona da Mata e do Campo das Vertentes.
Nesse jogo em Leopoldina, duas emissoras estavam transmitindo, a rádio 104 FM e a rádio Jornal de Leopoldina.
As duas emissoras estavam com equipes completas no estádio.
As cabines foram pequenas para os locutores e comentaristas, mas em campo os repórteres trabalharam tranqüilos.

Aproveitamos para fazer algumas entrevistas antes do jogo.Inclusive com um candidato à artilharia da copa, o Serginho.
Ele marcou 5 gols na primeira fase da competição e ficou empatado com o Anderson Veio, do XV de Novembro, e o Luis Mário, do Recreio (Recreio).
Antes de chegar à cabine, o Jairo Fernandes, da rádio Jornal já pegou a Michele pra uma entrevista e perguntou o que ela achava do torneio e do jogo.

Jogo que começou quente.
Fiquei surpreso de novo, dessa vez com a qualidade do jogo.
Uma partida muito boa e gostosa de gravar.
Muitos desses jogadores têm futuro no futebol.
Na cabine, a gente estava bem próximo da torcida, tão próximo que tinha torcedores do meu lado na cabine.

Resolvi sair um pouco para a arquibancada, para fazer imagens da torcida. Desci e valeu a pena. Isso, porque Keita abriu o marcador para o Ribeiro Junqueira. A jogada começou com o Felipe, que driblou com habilidade vários adversários e fez um cruzamento preciso para o Keita.
Gravei o gol e foi só virar a câmera e registrar a festa na arquibancada. E que festa!
Subi e, logo depois, Rildo empatou para o XV de Novembro.
A torcida de Leopoldina ficou em silêncio e a pequena, pequena mesmo, torcida de Rio Novo comemorou.
Daí pra frente, o jogo mudou e o time de Leopoldina sentiu o gol.
A equipe de Rio Novo se soltou nos contra-ataques e aproveitou as jogadas em velocidade.
Final de primeiro tempo e 1 a 1.

Começa o segundo tempo e o time de Rio Novo dá as cartas.
O locutor da rádio Jornal, na cabine ao lado da nossa, se desesperou com o excesso de erros do Ribeiro Junqueira, que ainda desperdiçava as poucas chances que tinha.
O técnico de Leopoldina fez várias alterações, mas o time não reagia.

Já no lado do XV, tudo dava certo e até as substituições. Anderson “Véio” estava no banco e o técnico resolveu colocá-lo em campo, afinal ele era vice-artilheiro da copa Alterosa, com cinco gols.
ERA vice-artilheiro, pois entrou em campo e logo depois, aos 38 minutos do segundo tempo, desempatou o jogo e assumiu a artilharia ao lado de Helal, do Operário de Muriaé, e de Adão e Victor, do Recreio, com 6 gols.

Tristeza da torcida do Ribeiro Junqueira, que via que a situação estava crítica e ouvia no radinho que o tempo estava acabando.
O time bem que tentava, mas o nervosismo já tinha tomado conta da equipe.
O torcedor estava triste, mas sabe que o time está se preparando para disputar a segundona do Campeonato Mineiro. E, que o time não fez feio na Copa Alterosa e no próximo domingo tem a chance de reverter o resultado, em Rio Novo.
Já o XV de Novembro de Rio Novo, voltou pra casa mais próximo das semi-finais.

Mas, independente do resultado, a torcida merece os parabéns. Durante toda a partida, o comportamento dos torcedores foi nota 10. Casa cheia e nenhuma confusão.
Até o árbitro da partida elogiou o comportamento das torcidas e dos times.
Acho que o Anderson Senra(LFJF), que é nosso amigo há muito tempo, falou isso porque ele apitou bem a partida e graças a isso não ouviu nenhum “daqueles elogios”.

Só pra encerrar, os times visitantes se deram bem nesse final de semana e voltam pra casa com uma chance maior de ir para as semi-finais.
Veja abaixo os resultados:

Em Leopoldina EC RIBEIRO JUNQUEIRA 1 x 2 XV de NOVEMBRO
Em Juiz de Fora NAGOYA FC 0 x 4 RECREIO EC
Em Barbacena OLYMPIC CLUB 1 x 2 OPERÁRIO FC
Em Mercês JUVENTUDE BEIRA RIO 0 x 2 SOCIAL FC

Todos os visitantes venceram e jogam pelo empate em casa. Mas, a Copa ainda não está acabada para os times que perderam. Eles terão de vencer duas vezes para chegar à semifinal: ganhar no tempo normal por qualquer placar e nos pênaltis.
Não existe desempate por saldo de gols e sim por pontos.
Segundo a Liga de Futebol de Juiz de Fora, a fórmula foi sugerida e aprovada pela maioria absoluta dos times participantes, durante o congresso técnico.

Agora é esperar o próximo final de semana.
Aqui, no Notícias Fora do Ar, daremos informações durante toda a semana na coluna ao lado, logo abaixo do link da Copa Alterosa de Futebol Regional.

Violência em Muriaé

Por Silvan Alves
www.silvanalves.blogspot.com

A Polícia Militar compareceu no bairro Santa Terezinha no início da madrugada desse domingo (00h25), onde registrou uma tentativa de homicídio contra L.S.S, um menor de 13 anos.
No Hospital São Paulo em contato com parentes, a PM foi informada que o menor foi atingido na rua Ubá com Juiz de Fora e os pais acreditam que ele foi vítima de bala perdida.
A Polícia Militar foi informada também pelo médico plantonista, que o menor foi ferido nas costas, na coluna servical e que corre o risco de ficar paraplégico.
Em patrulhamento pelo bairro Santa Terezinha os militares tiveram dificuldades para obter mais informações. Mas ficaram sabendo através de moradores de outra rua que foram cinco tiros disparados e alguém falava que o menor havia sido atingindo.

Na tarde da última sexta-feira, Paulo Ricardo Alves de Souza, 18 anos, morador do bairro São Cristóvão, foi morto com cinco tiros em Muriaé.
De acordo com o registro da Polícia Militar, o crime aconteceu por volta das 13h40, quando a vítima estava na casa do cunhado, na rua Aymorés no bairro São Cristovão.
O cunhado é o principal acusado e está sendo procurado pela polícia em toda a cidade.
Este foi o 7º assassinato do ano em Muriaé.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Teatro Mágico - turnê pelo Brasil

Por Michele Pacheco

Conhecemos hoje um pessoal que esbanja simpatia e criatividade.
São os integrantes do grupo Teatro Mágico, de São Paulo.
Eles fizeram uma apresentação no campus da Universidade Federal de Juiz de Fora.
O espetáculo "Entrada para raros" foi eleito em 2007 o melhor show do ano, por um concurso feito pela Folha de São Paulo.
Os artistas já apareceram nas principais redes de televisão do Brasil.

Eles misturam sons, indo do violino à percussão, e estilos, unindo elementos desde o circo até o teatro. A idéia de formar o grupo partiu do Fernando Anitelli. Em 2003, ele gravou o primeiro álbum "O Teatro Mágico: entrada para raros". No trabalho, o compositor faz uma mistura ousada de sons. Com base nessas músicas, Aniteli começou a idealizar as apresentações ao vivo, sonhando com um "sarau amplificado". Aos poucos, a idéia foi ganhando adeptos e o grupo começou a se formar. "O Teatro Mágico começou a ser composto em 2003 e ainda não está fechado. " explica o idealizador e acrescenta "Eu freqüentava muitos saraus e isso serviu de inspiração para o meu trabalho"

Com criatividade, o grupo mistura elementos eruditos e populares, prendendo a atenção do público. Vestidos com trajes coloridos e maquiados com cores fortes e brilhos, os atores-cantores-palhaços mostram uma versatilidade incrível. Eles improvisam no meio do espetáculo, levando o público a imaginar que faz parte do show. O tempo passa voando e fica a vontade de ouvir e ver mais. Parabéns pelo trabalho!

Dia Nacional de Luta Antimanicomial

Por Michele Pacheco

Hoje é uma data especial no Brasil. O Dia Nacional de Luta Antimanicomial aborda um tema polêmico. Muitas pessoas são contrárias à desospitalização de pacientes psiquiátricos, alegando que eles sobrecarregam os familiares e não têm o mesmo tratamento em casa.
De outro lado, existem aqueles que defendem os direitos humanos e lutam pela qualidade de vida de quem tem problemas mentais. Estivemos no mês passado em Barbacena, durante o Festival da Loucura, e fomos até o Hospital Psiquiátrico da Fhemig, que funciona nos fundos do Museu da Loucura.

Lá, estão muitas histórias de sobreviventes. Pessoas inocentes, sem noção do que fizeram para merecer toda a crueldade com que foram tratados no passado, nos porões da loucura.
As fotos do museu são uma mostra pequena dos horrores que aconteciam nos galpões do Hospital Colônia.
Hoje, a situação é outra. Os internos que sobreviveram vivem em casas com toda infraestrutura e apoio de uma equipe multi-disciplinar com psiquiátras, assistentes sociais, fisioterapeutas, enfermeiros e muitos outros profissionais.

Para comemorar o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, o Centro de Referência em Saúde Mental da Secretaria de Saúde, Saneamento e Desenvolvimento Ambiental de Juiz de Fora promoveu uma exposição em frente ao Cine Teatro Central, no coração da cidade. Nas barracas, foram expostos quadros, esculturas roupas e outros produtos feitos pelos freqüentadores dos CAPs, Centros de Atenção Psicossocial, e pelo Centro de Convivência Recriar. Esses projetos têm o objetivo da inclusão social. Lá, as pessoas com problemas psicológicos ou psiquiátricos encontram espaço para música, artesanato, aulas de informática e muitas outras atividades.

O resultado foi conferido pela população nos estandes montados no centro de Juiz de Fora. Além da exposição, o público conferiu apresentações musicais. Nós acompanhamos o grupo musical Recriarte. Ele tem 20 integrantes e um repertório de música popular brasileira. Todo mundo que acompanha o trabalho se surpreende com a disposição do pessoal para aprender.
A Vera Arantes Valle de Moura estava na primeira fila, vendo satisfeita a filha Paula cantar e tocar instrumentos musicais.

A Vera nos contou que o trabalho de inclusão social é muito importante e se reflete até no comportamento dos participantes e na convivência deles em sociedade e em família.
Como ela, outros pais mostravam orgulho do esforço dos filhos no palco.
A música animou outros integrantes do projeto que, apesar de não terem subido ao palco, deram um show à parte.
Eles se uniram aos voluntários com os quais trabalham e entraram na dança. Um exemplo de que todos eles são capazes de se divertir sem problemas, desde que tenham o apoio necessário.

Enquanto registrávamos a apresentação, encontramos duas estudantes da Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora. É muito bom o contato com quem está começando na profissão. As dúvidas, as incertezas, o modo de encarar o jornalismo são detalhes que eu e o Robson sempre observamos nos nossos encontros com estudantes de comunicação. As meninas se esforçaram para fazer o melhor e, apesar de alguns contra-tempos, se saíram muito bem.

Vendo o Antônio Olavo Cerezo, do jornal Tribuna de Minas, empoleirado num canteiro da rua Halfeld para fazer uma foto, eu me lembrei daquele ditado que diz que "de médico e louco, todo mundo tem um pouco".
A gente faz tantas loucuras para garantir os melhores ângulos, a informação completa, que nem pára para imaginar o que os outros vão pensar.
A imagem diz tudo: apesar da idade, o Cerezo ainda é tão doido pela profissão, que nem se importa de pagar uns micos de vez em quando!

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Carangola

Por Robson Rocha

Chegamos em Carangola, quinta-feira à tarde para despachar as fitas com os materiais de Espera Feliz; que foram ar no Jornal da Alterosa de sexta-feira (9).
A única forma de mandar o material para Juiz de Fora é via ônibus.
Por isso, a primeira parada em Carangola foi na estação rodoviária. Enquanto a Michele acabava de escrever o texto da matéria sobre café orgânico de Espera Feliz, fiquei observando o prédio do terminal rodoviário.

Ele, na realidade, é o prédio da antiga estação de passageiros da ferrovia que passava por Carangola.
A linha que ligava a estação de Recreio a Santa Luzia (Carangola) teve a sua concessão e construção a cargo da Companhia Alto Muriaé, estabelecida em 1880.

Em 2 de maio de 1883, a empresa foi incorporada pela Estrada de Ferro Leopoldina.
A estação de Santa Luzia foi inaugurada em 1887.
Mais tarde, a cidade e a estação ganharam o nome do rio que corta o município, o Carangola.
Em 23 de julho de 1975, a RFFSA fechou a linha entre Carangola e Manhuaçu.

Esta passou a ser ponta de linha, até 17 de novembro de 1977, quando o trecho até Porciúncula também foi suprimido, fechando de vez a estação.
Mais tarde, a estação de passageiros foi adaptada para ser o terminal rodoviário de Carangola.
E onde também funcionam outros órgãos, entre eles a sede da Polícia Rodoviária Estadual.

Mas, depois de deixarmos a fita lá, fomos para a prefeitura de Carangola, onde o prefeito Fernando Costa nos aguardava para uma entrevista.
Apesar de se tratar de dois temas delicados, ele e sua equipe foram muito simpáticos.
É muito legal, quando as pessoas entendem que não vamos a um local gravar para detonar alguém, mas sim para mostrar um problema e o que está sendo feito para corrigi-lo, ou possíveis soluções que possam ser tomadas.
Havia também lá alguns jornalistas da cidade.
O pessoal do Jornal Gazeta Regional até nos mandou algumas fotos.

Saímos da prefeitura e fomos a um dos locais onde existe, talvez, o maior problema de Carangola, o bairro Panorama.
Em 2005, grande parte do bairro foi afetada por uma movimentação do solo, que derrubou duas casas e fez com que a defesa civil condenasse outra dezena de moradias.

O local parece um bairro fantasma. São casas abandonadas, sem portas ou janelas.
Em muitos pontos, o mato tomou conta dos escombros das casas que desabaram e das ruas.
Primeiro, eu fui sozinho para gravar imagens e, andando pelas ruas e entrando dentro das casas, a sensação foi muito estranha. Não dá pra explicar muito bem, mas é uma sensação de que alguma força má está te observando.

Desci e fui aonde a Michele estava com um grupo de moradores, que iria gravar entrevista.
As histórias são tristes, mas uma me chamou a atenção.
A Luzia Valente, que morava em uma das casas que ainda está de pé.
Durante uma vida inteira, ela trabalhou como lavadeira e ajudou a construir uma casa, onde depois ajudou os filhos a construir na laje da casa.
Uma residência muito boa e que agora, com o marido doente, por mais que se esforce lavando roupa, não vai construir novamente.

Gravamos até seis e meia da tarde e fomos até o local onde a prefeitura cedeu terrenos às famílias prejudicas.
É no bairro Coroado.
Devido a vários problemas e à falta de infra-estrutura, os lotes ainda não foram entregues.
Já estava escuro e não gravamos lá.

Seguimos para o outro lado da cidade, para gravar com o promotor Marcos Arle, sobre outra matéria que estávamos fazendo.
Por volta de oito e meia da noite, fomos para o hotel descansar e jantar, afinal de contas, tínhamos levantado às cinco da madruga.
No dia seguinte cedinho, voltamos ao bairro Coroado.
Quando chegamos para gravar no loteamento, alguns funcionários trabalhavam, começando a fazer um calçamento em uma rua.
O material parece que foi colocado lá, no dia anterior.

Tomara que a obra não pare novamente.
De lá, fomos à praça Coronel Maximiano, no centro da cidade, gravar algumas entradas da Michele para o Jornal da Alterosa.
E, foi ali que terminamos a gravação do segundo problema.

O desabamento do prédio da prefeitura de Carangola.
O fato aconteceu no dia 23 de abril de 2007, uma segunda-feira, por volta de dez e meia da noite, durante uma forte chuva.
Hoje, o prédio está sendo reconstruído.

A fachada vai ser idêntica àquela que desabou.
Já o interior do imóvel, vai ser adaptado a padrões mais modernos de engenharia.
No local, havia vários homens trabalhando.
O prédio ainda está só no esqueleto, apesar da previsão de inauguração em agosto ou setembro deste ano.

Mas, isso não acaba com a polêmica.
O promotor da cidade está entrando com um processo, pois segundo ele, o prefeito já sabia do risco de queda do imóvel e não fez nada.
Ele disse ainda que, depois do desabamento, antes que uma perícia fosse feita, a prefeitura conseguiu uma liminar e colocou as máquinas no local para retirar os escombros.

Segundo registros, não é a primeira vez que um imóvel desaba neste mesmo terreno.
Há 92 anos, exatamente em 24 de junho de 1916, uma chuva forte fez com que a primeira construção desse terreno desabasse.
Na época, o local era sede de um grupo escolar.
O desabamento também aconteceu à noite por volta das 22h.

No lugar, foi construído o prédio que até 2007, abrigava a prefeitura de Carangola.
Segundo dados do patrimônio histórico, ele passou por algumas reformas, sendo uma restauração em 1923 e uma reforma do teto em 1969.
Pelo menos em nenhum dos dois desabamentos houve vítimas.

Espero voltar a Carangola e mostrar coisas boas, pois pra quem não conhece, a região é linda. Economicamente a agropecuária tem uma importância fundamental, especialmente nas produções de leite, café e nas lavouras de milho e feijão, de onde vem a maior parte dos recursos de ICMS do município.

Falando em café, ele foi introduzido na região em 1848, por Manoel Francisco Pinheiro e José Gonçalves de Araújo.
Já que entramos na história, uma coisa interessante é que a região de Carangola era habitada pelos índios Coroados e Puris que haviam sido expulsos do litoral pelos colonizadores.
As perseguições obrigaram esses índios a deixarem o litoral e a se embrenharem nas matas do rio Paraíba, e, à medida que o povoamento avançava, eles subiram gradativamente pelos afluentes e sub-afluentes como os rios Pomba, Muriaé e Carangola.
Para sobreviverem em um meio ambiente desconhecido, adotaram novas formas de vida.
Os cabelos, por exemplo, que eram longos quando viviam no litoral, foram cortados devido à floresta densa, surgindo, daí, as denominações dadas pelos exploradores portugueses de “Arrepiados” e “Coroados”.

A origem do nome Carangola é um enigma. As versões que procuram explicá-la são:

· cara-de-angola, forma de pintura facial dos índios coroados; cará-do-angola, uma espécie de capim; estes nomes teriam surgido depois que o colonizador branco começou a povoar as margens do rio no século XIX.

· Existem também as versões de origem indígena para o nome: “Diabo Velho dos Matos”, “Capim Redondo” e “Rio que Arranha”. Mas, há alguma possibilidade do termo ser de origem africana. A região que hoje constitui fronteira entre a Costa do Marfim e as Repúblicas de Mali e Alto Volta, no século XVII, tinha a denominação de “Caracoles”.

· Entre os crentes do Candomblé, existe uma entidade denominada “Exu-Carangola”.

A Lei n° 2.500, de 12 de Novembro de 1878, elevou a Vila à categoria de cidade, mas, apenas em 7 de Janeiro de 1882, foi oficialmente instalado o município.