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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

domingo, 4 de janeiro de 2009

Perigo nas estradas de Minas - Volta para casa com chuva e acidentes

Por Michele Pacheco

Acabou-se o que era doce! Fim de feriado, hora de voltar para casa.
Quem deixou para o último instante, se arrependeu.
Com chuva e trânsito intenso, as rodovias em Minas Gerais ficaram ainda mais perigosas.
Fomos para a BR 040 acompanhar o movimento e encontramos a estrada cheia.

Depois do sossego do feriado prolongado, os motoristas precisaram de paciência e bom-humor para enfrentar os engarrafamentos nos pedágios da rodovia que liga o Rio de Janeiro a Belo Horizonte.
No posto de Simão Pereira, as filas chegavam a um quilômetro em cada sentido.
A fila longa andava lentamente.

Um teste de resistência para quem estava louco para descansar um pouquinho antes de retomar a rotina.
Eu olhava de longe e ficava imaginando a situação de muitos daqueles motoristas.
Com a família inteira dentro do carro, cansado de dirigir debaixo de chuva, com as crianças reclamando de fome, de sede e de vontade de ir ao banheiro.
Parar no posto do pedágio significava ter que deixar toda aquela fila passar.

Tem gente que não suporta se ver cheio de carros pela frente e parece querer a estrada liberada.
Mas, num dia como hoje, nem adianta pensar assim.
Em momento algum do domingo na estrada, os viajantes se sentiram sozinhos.
Havia carros de toda parte de Minas e de outros estados.

A Polícia Rodoviária Federal calcula que 90% dos motoristas que viajaram no Natal deixaram para voltar para casa depois do feriadão de Reveillon.
Resultado: congestionamento no último dia.
Para ajudar, a chuva começou fina e constante e acabou virando temporal em alguns trechos da BR 040.
Eu só pensava: o que estamos fazendo aqui?
Posso afirmar com certeza que se não fosse pelo trabalho, o último local onde gostaria de estar é na estrada.

Com tempo ruim e motoristas apressadinhos querendo levar vantagem em cima dos outros, é um risco muito grande viajar nessa época.
Nem na fila do pedágio o povo toma jeito.
Veja esse carro.
Ele ia de uma fila para a outra.
Uma andava mais rápido e lá ia ele trançando entre os outros carros.
Dá nos nervos!

Depois de registrar o movimento no pedágio, seguimos para a delegacia da Polícia Rodoviária Federal.
Estávamos a 90km por hora.
E esse carro nos ultrapassou a toda.
O motorista seguiu viagem fazendo ultrapassagens perigosas e colocando em risco a vida de quem estava no veículo e nos outros carros.
Será que o preço a pagar vale a pena pelo risco assumido?

A rodovia estava com visibilidade prejudicada em vários pontos.
Além da chuva, uma névoa densa entre Matias Barbosa e Juiz de Fora, deixou a tarde com cara de noite.
Às quatro da tarde, o céu estava escuro e os faróis eram necessários.
Mesmo assim, ainda tinha gente se arriscando com direção perigosa.

A polícia pede tanto.
A imprensa mostra tantas matérias de mortes nas estradas.
E nem assim o recado é captado por alguns imprudentes.
O perigo é real e está por toda parte. Foi o que descobriu com um susto uma família de Juiz de Fora.

O casal e a filha viajavam de volta para casa depois de curtir o feriadão em Cabo Frio.
Quase chegando em casa, o motorista perdeu o controle da direção numa reta e o Kadett com placa de Contagem capotou e ficou preso num barranco.
Quando chegamos, o pessoal da Concer, concessionária responsável pela manutenção do trecho privatizado da BR 040, já estava removendo o carro.

Os guinchos, as ambulâncias e os carros de patrulhamento estavam em alerta o domingo inteiro.
Os funcionários dos guinchos tinham que agir rápido, para evitar que veículos com defeito ou batidos causassem mais transtornos na rodovia.
Os profissionais são eficientes e em poucos minutos colocam os veículos no caminhão e levam para local seguro.

Para a família, ficou a sensação de medo e a incredulidade.
Tão perto de casa e um susto desses.
Alguns parentes estavam na estrada recolhendo objetos pessoais e acompanhando a remoção do veículo.
Eles não gravaram entrevista, mas contaram que a família viajou em dois carros com familiares.
Em Três Rios, um dos veículos seguiu para Paraíba do Sul, onde mora o irmão da mulher acidentada.

Ele foi chamado de volta e ficou assustado ao saber que o cunhado e a sobrinha tinham sido levados por uma ambulância da Concer para o Hospital de Pronto Socorro de Juiz de Fora.
Mas, a irmã dele acreditava que não era nada muito grave.
Ela também teve arranhões pelo corpo, mas estava bem.

O dia foi um suplício para o Robson. Ele está se recuperando de uma gripe forte e ficou o tempo todo na chuva.
Parava o carro em local seguro, descia, montava o tripé e registrava algumas imagens de trechos estratégicos.
As rajadas de vento impediam que ele fizesse todas as imagens com a câmera no ombro.
Bastava fechar o zoom, para se ter a noção de que um terremoto estava em andamento.
Assim, só o tripé salva!

O complicado era encontrar pontos seguros para fazer as imagens, sem ficar na mira dos motoristas mais apressados.
Era preciso pensar também que a névoa e a chuva tornavam a visibilidade comprometida e os motoristas poderiam não enxergar o carro da TV.
Alguns trechos renderiam boas imagens, mas a segurança era mais importante e não dava para parar.

Na delegacia da Polícia Rodoviária Federal, encontramos um caminhão dos bombeiros de Juiz de Fora fazendo ponto base.
Ficando lá, a guarnição poderia se deslocar com mais rapidez para o local de um possível acidente mais grave.
Se fossem esperar ser acionados para sair do 4o Batalhão de Bombeiros Militar, no centro da cidade, levariam pelo menos uns quarenta minutos para chegar à estrada.
Quando chove, o trânsito na cidade fica lento e complicado.

A Polícia Rodoviária Federal trabalha em esquema de rodízio de plantão.
E todos estão trabalhando muito nessa passagem de ano.
Da meia-noite do dia 31 de dezembro até às cinco da tarde desse domingo, foram 19 acidentes com 21 feridos e 1 morto.
O caso mais grave foi o acidente entre um ônibus da viação Transur e uma caminhonete Pajero.
A motorista do carro, Valéria Delmonte morreu presa às ferragens.

A imagem do carro era inacreditável. Mesmo sendo um veículo resistente, com airbag e reforçado, o utilitário ficou destruído.
Os bombeiros ficaram das oito da noite até a meia-noite desse sábado serrando a lataria, usando pé-de-cabra, para abrir espaço para o trabalho, e cabos de aço e correntes para desamassar a frente do veículo.

Depois que postamos o texto nessa madrugada sobre o acidente, recebemos o e-mail de um motorista que estava 50 metros atrás do Pajero na hora do acidente e ajudou no socorro.
Não vamos citar o nome dele, apesar de ter nos deixado contatos para mais informações.
Agradecemos muito a colaboração desse motorista.

Talvez ele posse esclarecer o que as autoridades tentam entender: o que a motorista estava fazendo na contra-mão, num trecho largo da estrada, com duas pistas em cada sentido, apesar de não ser duplicado.

Segue o e-mail na íntegra:

"Michele/Robson, boa noite.

Vi sua reportagem sobre o acidente ocorrido neste sábado na rodovia 040 e gostaria de comentar com você o ocorrido. Presenciei o momento do acidente a 50 mts de distância.

Segue abaixo um breve resumo:

***Resumo

A Motorista Valéria estava em alta velocidade e tentou me ultrapassar por diversas vezes (sentido RJ/BH) mas como se tratava do posto policial a mesma reduziu a velocidade. Após o posto da PRF dei passagem à motorista e nos mantivemos próximos. Aproximadamente 500 mts após a PRF o veículo utilitário se deslocou para a pista oposta e veio a colidir frontalmente ao onibus que se despencou barranco abaixo. Não houve frenagem da Pajero, somente o desvio do ônibus. Após este evento, o veículo esportivo começou a pegar fogo e utilizamos nossos extintores para evitar o pior.

***Resumo

Se necessitar de qualquer outra informação estou a disposição."

Só a Valéria poderia esclarecer porque foi vista em alta velocidade, à noite, numa estrada molhada e perigosa.
Mas, o relato do motorista que viu o acidente deve nos servir de alerta.

Quantas vezes encontramos motivos para exagerar na velocidade?

Preocupações familiares, desejo de chegar logo em casa, emergências em família ou no trabalho. Nós, jornalistas, somos peritos em esquecer a prudência e pisar um pouco mais para chegar a tempo de colocar uma reportagem no jornal do dia.
Confesso que ver tantos acidentes num mesmo período me deixou sem a menor vontade de correr mais riscos do que o necessário.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Acidentes em Minas - 70 feridos e 3 mortos em 17 horas

Por Michele Pacheco

Não me lembro de já ter feito um plantão de fim de ano tão marcado por sangue!
Hoje, fui a Muriaé registrar o acidente entre um ônibus e um caminhão.
O Robson está gripado desde que passou 16 horas trabalhando direto na última segunda-feira, enxarcado, enlameado e esfomeado.
Coitadinho, hoje ele nem conseguiu levantar da cama!
Viajei com o Gilberto Girardi, que já foi nosso colega de TV Alterosa.

O acidente foi por volta das 3h da madrugada. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o ônibus da Viação Entram saiu de Seabra, na Bahia, com destino a São Paulo.
O motorista perdeu o controle da direção depois de uma curva em Muriaé e bateu de frente num caminhão que vinha no sentido contrário.
Pelas fotos, dá para notar a destruição.
A força da batida foi tão grande que o caminhoneiro, de 49 anos, e a mulher dele, de 50, foram arremessados pelo párabrisa e morreram na hora.

Os dois veículos ficaram pendurados num barranco.
O resgate dos feridos foi complicado.
Estava escuro e chovendo.
Havia muitas crianças chorando e assustadas.
Os feridos foram levados para a Casa de Saúde e o hospital São Paulo.

O enfermeiro que acompanha os pacientes disse que a empresa só ficou sabendo que havia mais gente no coletivo do que constava na lista oficial ao chegar ao hospital.
Lá, foram atendidos 46 feridos, 10 em estado grave.
O número de passageiros que a empresa tinha era de 33.
A conclusão a que se chegou foi de que havia 22 crianças com menos de 6 anos.
Como elas não pagam passagem, não entram na lista.

Os feridos mais leves foram medicados nos dois hospitais e tiveram alta pela manhã.
Na hora do almoço, um ônibus enviado pela empresa levou todo mundo de volta para casa.
Restaram internados 9 feridos graves, entre eles, duas crianças.
Todos permanecem no Hospital São Paulo.
Entre os casos mais preocupantes estão fraturas expostas e lesões na coluna.
Não há previsão de alta para esses pacientes.

Os corpos do motorista e da mulher dele foram enterrados no meio da tarde. Enquanto cobríamos esse caso, fomos informados de outro acidente a 3 km de Muriaé.
Uma carreta de São Lourenço do Oeste-SC, carregada de uva, seguia de Petrolina-PE para São Paulo e tombou na BR-116, região do Bela Vista. O motorista teve ferimentos leves nas mãos, foi medicado e voltou ao local do acidente. Houve danos na cabine.
A carga não se espalhou na pista porque estava numa carroceria fechada, tipo container.

Voltamos a Juiz de Fora, gerei o material para Belo Horizonte e voltei para casa.
Achei que iria poder cuidar do meu adoentado marido, mas a noite estava mais sangrenta do que eu podia imaginar.
A Polícia Rodoviária Federal ligou para a TV, informando que um acidente grave tinha ocorrido na BR 040, entre Juiz de Fora e Ewbank da Câmara.

O Gilberto foi chamado de volta e fomos para a estrada.
A cena era assustadora.
Várias ambulâncias dos bombeiros foram enviadas para a rodovia.
No escuro, a gente via de longe as luzes piscando.
Não deu para ver o ônibus.
Ele caiu numa ribanceira de 20 metros de altura, em meio a bambus e árvores.

A doméstica Ilda Maria de Andrade seguia nos bancos da frente do ônibus da Transur que vinha de Barroso para Juiz de Fora.
Ela contou que conversava com outros passageiros, quando notaram os faróis altos de um carro vindo na contra-mão.
Ilda sentiu o impacto e diz que só notou os bambus passando rápido.
Houve gritos e algumas pessoas tentaram sair logo do ônibus.

No ônibus estavam 31 passageiros, o motorista e o cobrador.
Nove pessoas ficaram feridas.
Três em estado mais grave, entre elas o motorista.
Os bombeiros levaram duas horas para retirar todas as vítimas da ribanceira.
No escuro e com a vegetação molhada e escorregadia, o trabalho foi lento e perigoso.
O Tenente Douglas Freitas estava no comando da operação.

A caminhonete Pagero, com placa de Juiz de Fora, virou um amontoado de ferragens.
A frente foi destruída e retorcida até a parte traseira.
A motorista Valéria Delmonte, de 46 anos, estava sozinha e morreu presa às ferragens. O airbag não foi suficiente para proteger a mulher da violência do impacto de frente com o ônibus.

Os bombeiros trabalharam por quase duas horas usando o desencarcerador, equipamento com motor, usado para serrar a lataria e permitir a retirada de corpos e vítimas.
A Pagero é tão resistente que eles custaram para conseguir abrir uma brecha entre as ferragens para liberar o corpo.
Um pé-de-cabra foi usado de um lado, enquanto do outro os bombeiros trabalhavam serrando.

Por fim, foi necessário amarrar a frente com um cabo de aço e a traseira com uma corrente, ligando as pontas ao caminhão-tanque e a um carro de salvamento.
Eles puxaram em sentidos contrários.
Ainda assim, foi difícil conseguir espaço para liberar o corpo das ferragens.

Quando conseguiram um espaço suficiente, os bombeiros se dividiram.
Alguns ficaram em cima da lataria retorcida e outros ao lado.
Foi preciso um esforço grande para retirar o corpo da vítima e encaminhá-lo ao Instituto Médico Legal de Juiz de Fora.
Os feridos socorridos pelos bombeiros e pelo SAMU foram levados para o Hospital de Pronto Socorro.
Mas, segundo o Tenente Freitas, muita gente foi socorrida por motoristas que passavam pelo local na hora do acidente.

O Policial Rodoviário Federal, José Adriani, disse que a combinação de tempo ruim com imprudência tem sido mais uma vez a grande vilã nas estradas nos feriados de fim de ano.
Pouco antes do acidente entre a Pagero e o ônibus, ele tinha atendido outra batida a poucos quilômetros de distância.
Duas pessoas ficaram feridas.
A suspeita era de excesso de velocidade.

Ônibus e caminhão batem de frente na BR116 em Muriaé

Por Robson Rocha

Mais um acidente grave na madrugada de hoje na BR-116, desta vez no Km 709, em Muriaé.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal um ônibus da empresa Entran, placa CBR8347, de São Paulo e um caminhão de Muriaé, placa GVJ4358, bateram de frente, por volta de 3h e15 da madrugada de hoje.
Pelas primeiras informações, o ônibus teria saído de Seabra, no interior da Bahia tendo como destino a cidade de São Paulo.
Com o impacto, o ônibus foi jogado para fora da pista junto com o caminhão. Os 56 passageiros e o motorista ficaram feridos.

Já os ocupantes do caminhão, Antônio José da Cunha, 50 anos e sua esposa Rosa Maria Alves Cunha, 49 anos morreram.
Eles foram arremessados para fora do caminhão.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, a gravidade do acidente foi maior, pois nenhum dos passageiros do ônibus e nem os ocupantes do caminhão estariam usando o cinto de segurança.

Os 57 feridos foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros de Muriaé e levados para o Hospital São Paulo e Casa de Saúde Santa Lúcia.
Entre os 56 passageiros, havia 22 crianças.
A maioria dos feridos já foram liberados, mas 10 continuam internados em estado grave no hospital São Paulo.
Os veículos foram levados para o pátio da Polícia Rodoviária Federal em Muriaé (Tel: (32) 191) .

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Prefeito toma posse em Juiz de Fora e começa trabalho

Por Michele Pacheco

Ano novo, governo novo. 2009 começou com a posse do prefeito, do vice-prefeito e dos vereadores na maioria das cidades brasileiras.
Em Juiz de Fora, a solenidade de posse foi ontem no Cine Teatro Central.
Ele ficou lotado de autoridades, curiosos e parentes dos empossados.
O evento começou com os 19 vereadores eleitos para o mandato 2009/2012 entregando as declarações de bens e elegendo a nova Mesa Diretora. Bruno Siqueira, do PMDB, apresentou chapa única e foi eleito presidente na gestão 2009/2010 por 16 votos a 3.
A bancada do PT votou contra.

Depois de escolhido o novo presidente, ele comandou a sessão de posse do prefeito e do vice.
O prefeito Custódio Mattos (PSDB) e o vice Eduardo de Freitas entregaram as declarações de bens, leram o Termo de Posse e assinaram o livro de posse.
Custódio fez discurso prometendo seriedade no governo e empenho para recuperar o crescimento de Juiz de Fora e apagar as más recordações das denúncias de corrupção contra o ex-prefeito Alberto Bejani.

Assim que a solenidade acabou, fomos todos para a prefeitura para registrar a passagem de cargo.
O ex-prefeito José Eduardo Araújo esperou no saguão pelo sucessor.
Eles se cumprimentaram e foram para o nono andar, onde fica o gabinete.
O batalhão de fotógrafos e cinegrafistas foi junto.

Na sala de reuniões lotada, o difícil foi encontrar espaço para trabalhar, sem incomodar as autoridades que tentavam assistir à passagem de governo.
Agachados, sentados, ajoelhados.
Era cômica a cena de um monte de homens grandes tentando passar despercebidos.
Claro que foi impossível.
O João Schubert, do Jornal JF Hoje, fez o trabalho dele com a competência de sempre e ainda encontrou tempo para registrar os colegas no aperto.

Claro que o Robson não deixou por menos e aproveitou a concentração do Schubert para devolver a gentileza.
Imagine a dificuldade para se trabalhar nessa posição!
Bastava o pessoal levantar um pouco a cabeça ou o equipamento para alguém reclamar e pedir licença para ver a passagem de cargo.

Entre uma foto e outra, o Schubert e o pessoal da imagem se apoiavam como dava para descansar.
A posição ingrata e desconfortável foi mantida por um bom tempo.
Entre discursos, troca de elogios e promessas para o futuro, os dois prefeitos lembraram da união importante da equipe de transição.

O ex-prefeito José Eduardo Araújo fez um balanço dos 199 dias no poder.
Ele assumiu a prefeitura depois da renúncia de Alberto Bejani, preso duas vezes no primeiro semestre pela Polícia Federal por suspeita de uso indevido de verba pública e corrupção. José Eduardo falou das dificuldades financeiras que encontrou à frente da administração municipal, mostrou o relatório de contas que entregou ao novo prefeito e explicou as medidas tomadas nos últimos dias de governo.

Hoje, toda a imprensa da cidade tinha a mesma pauta: o primeiro dia do prefeito.
A informação de uma visita ao Hospital de Pronto Socorro vazou e levou equipes de todas as empresas de comunicação à porta do HPS.
Mesmo pego de surpresa pelo grupo, o prefeito manteve a classe e a educação que são características dele.
Foram permitidas algumas imagens da entrada e depois fomos convidados a esperar do lado de fora.

O HPS é o maior hospital de Urgência e Emergência da Zona da Mata, atendendo a 200 municípios.
Por mês, a média é de 14 mil atendimentos e 400 internações.
O Hospital é referência em traumatologia e a maioria das vítimas de acidente é levada para lá. Enquanto esperávamos o fim da reunião entre o prefeito, o vice e autoridades da saúde, fizemos o que mais gostamos: colocamos a conversa em dia com os colegas jornalistas.

Falamos do trabalho de cada um no fim de ano, dos plantões cansativos por conta das chuvas em Minas, etc.
As coberturas desse tipo têm essa vantagem, encontrar os amigos e matar as saudades daqueles que vemos pouco.
Algumas vezes, passamos meses sem coincidir pauta com o restante da imprensa.
Ainda bem que uma vez por mês a gente se reune em um boteco para matar a saudade.

Depois da reunião, o prefeito voltou acompanhado do vice e da Secretária de Saúde, Eunice Caldas Dantas.
Eles conversaram conosco e explicaram a primeira análise feita dos problemas do HPS.
Custódio Mattos disse que a prioridade é contratar mais médicos, para que o plantão noturno tenha sempre um cirurgião.

Ele recebeu um relatório das dificuldades que os funcionários e administradores têm enfrentado.
Disse que medidas já estão sendo tomadas para melhorar o atendimento e as condições de trabalho.
Como três médicos se demitiram há pouco tempo, novas contratações são necessárias.

A Secretária de Saúde disse que tem muitos desafios pela frente.
Ela mostrou otimismo ao falar que a secretaria que recebeu envolve constantes decisões emergenciais e polêmicas, que se refletem diretamente nos usuários.
Mas, Eunice está segura de que a equipe do novo governo vai trabalhar unida para sanar as dificuldades.

A boa notícia para o funcionalismo público é que o prefeito espera pagar o mais rápido possível os salários de alguns servidores que não foram pagos no mês de dezembro.
Custódio Mattos disse que já está em negociações com um banco que deve assumir as contas da prefeitura para agilizar a liberação dos recursos e garantir o fim da ansiedade dos pais de família que tiveram um fim de ano sem dinheiro. A data do pagamento seria definida numa das muitas reuniões de hoje.