Quem somos

Minha foto
JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

terça-feira, 17 de março de 2009

Pulando a roleta

Por Michele Pacheco

Hoje, a polícia militar foi chamada para atender a uma ocorrência envolvendo uma passageira de um coletivo que tinha tentado andar sem pagar.
Os policiais foram ao local onde estava o ônibus e encontraram uma boa confusão.
O motorista e o cobrador contaram que a mulher tinha tentado sair pela porta de trás, para não pagar a passagem.
Vale lembrar que, em Juiz de Fora, os passageiros entram pela porta traseira, passam a roleta e saem pela porta da frente.

Depois dos relatos dos funcionários da empresa de ônibus, os policiais foram conversar com a tal mulher, já imaginando uma jovem encrenqueira.
Quando viu que não conseguiria sair pela porta de trás, ela ainda tentou pular a roleta para não pagar passagem, caiu e aí foi detida pelo motorista e pelo cobrador.
Imagine a surpresa dos policiais ao avistar a suspeita.
Ela tem 53 anos!
E energia de sobra, já que conseguiu pular a roleta!
Depois de muita conversa, um representante da empresa ficou com pena da mulher por saber da condição financeira dela e permitiu que ela fosse embora, sem registro de queixa.

sexta-feira, 13 de março de 2009

PM ocupa a Vila Olavo Costa em Juiz de Fora

Por Robson Rocha

Sexta-feira foi mais um dia que tivemos que sair da cama cedo. Isso para acompanhar mais uma mega-operação da Polícia Militar de Juiz de Fora.
Seis horas nós já estávamos no alto da Vila Olavo Costa, na região sudeste da cidade.
Bairro, que segundo a PM, está se tornando uma área critica em Juiz de Fora e dominada pelas gangues.
Mas, chegamos e tivemos que voltar.
Porque na pressa de sair esquecemos a chave da caixa dos microfones. Descemos o morro e voltamos rapidamente.

As informações de nossas fontes eram de apreensão de armas e drogas.
Porém, nos deparamos com várias viaturas da PM e dos bombeiros paradas próximas ao Guaruá.
Paramos para ver o que era e os policiais nos disseram que três homens estavam na rua acima e quando viram as viaturas chegando se embrenharam no matagal e não viram que era um barranco de mais de trinta metros.

Dois homens caíram no quintal de uma casa assustando as moradoras e um cão Rottweiler, que com o susto, fugiu.
Grande cão de guarda!
Os dois homens ficaram feridos e aguardando o resgate no local.
O outro homem foi detido, mas os PM’s desconfiavam que havia mais dois homens escondidos no matagal.

Fomos para a rua acima que estava fechada pelas viaturas e pelo povo que parou pra ver o que estava acontecendo.
Os bombeiros colocaram cordas e os policias desceram no meio do mato atrás dos supostos fujões.
O helicóptero sobrevoava o lugar para ajudar na localização e movimentando a vegetação, mas no final não encontraram ninguém.

Mas, aí nos contaram o que aconteceu.
Os três homens estavam queimando um cigarrinho do capeta.
Quando viram aquele monte de policiais vindo na direção deles, não pensaram duas vezes, fugiram.
Porém, não conheciam o local e fugiram para o lado errado.

Depois os bombeiros resgataram os dois homens.
Eles tiveram escoriações pelo corpo, mas nenhuma fratura.
O resgate foi feito em cadeiras.
Pois, a maca não tinha como chegar ao local.
O mais engraçado é que o primeiro rapaz resgatado ainda estava doidão e parecia não entender nada do que estava acontecendo.
Quando chegou na viatura e foi colocado na maca, o cara se ajeitou e dormiu.

O segundo resgatado já estava mais lúcido, mas bem arranhado do tombo. Andando com dificuldade e apoiado por bombeiros e policiais ele chegou até a viatura do resgate.
Os dois foram levados para o HPS, Hospital de Pronto-Socorro e não foram presos, pois nada foi encontrado com eles.

A PM ocupou o bairro com cerca de 250 policiais e 60 viaturas.
Um helicóptero sobrevoava a área.
Os PM’s se espalharam pelas ruas e vielas.
E, nós descemos direto para um bar na entrada do bairro.
Lá foram apreendidos um revolver, uma espingarda e munições.
Subimos até o local onde havia a apreensão de vinte pedras de crack, quarenta buchas de maconha, uma balança de precisão e um cachimbo.

Enquanto isso, o Grupamento Tático de Ações Especiais, GATE, subia o morro fazendo um “pente fino” nos becos e escadões.
Bem treinados e bem armados, eles atuaram nas áreas mais criticas.
São aqueles lugares mais quentes do bairro, onde geralmente funcionam as bocas.
Eles vistoriaram algumas casas.

Uma delas é uma verdadeira fortaleza e toda monitorada por câmeras camufladas.
Uma delas foi colocada na calha do telhado e a gente nem percebe.
Pois parece apenas um buraquinho na calha.

A operação continuava e o comando era feito do alto do morro.
Local de onde, segundo os policiais, traficantes observam a movimentação no morro.
Dali os comandantes acompanhavam as viaturas em deslocamento pelo bairro e os pontos críticos do bairro.

A Capitão Kátia conversou com a galera da imprensa e explicou o motivo da operação.
O serviço de inteligência da PM fez um levantamento e investigou gangues que estão levando insegurança à comunidade.
A preocupação é que as tentativas de homicídio, disparos de arma de fogo em via pública e ameaças estão ficando mais frequentes.

Gravamos com o comandante do 2º Batalhão, tenente-coronel Hernandes José de Morais.
Ele afirmou que a ocupação é por tempo indeterminado.
Além de uma base móvel instalada no bairro, ele garantiu que foram designadas várias viaturas para dar segurança aos moradores da Vila Olavo Costa dia e noite.
Os policiais também tinham vinte mandados de busca e apreensão para cumprir.

Aí, fomos sobrevoar o bairro e gravar imagens aéreas da região.
Nem sempre a gente tem a oportunidade de fazer imagens aéreas da cidade, por isso aproveitamos e gravamos tudo que der.
A equipe do Pégasus 10 é muito boa.
Eles já sabem o que fazer para garantir que cinegrafistas e fotógrafos consigam boas imagens.
Aí, fica fácil pra gente trabalhar.

Quando estamos lá no alto, é que temos idéia da quantidade de becos, vielas e escadões que existem no bairro.
Do helicóptero da pra ver todas as movimentações que estão acontecendo.
Isso, sem esquecer que é muito gostoso voar.
Quando o helicóptero vai descer, a vontade é de pedir pra voar novamente. Mas, não dá.

No final da operação, nove pessoas tinham sido presas pela Polícia Militar.
Três tinham mandado de prisão e seis foram presas em flagrante.
Eles foram conduzidos para a delegacia em Santa Teresinha.

Uma coisa engraçada na operação foi a reação das pessoas.
Algumas reclamam dizendo que a polícia não pode subir o morro.
Uma disse que as crianças estavam com medo de ir à aula por causa da PM.
Outras, sem querer aparecer, diziam que era muito bom a polícia ter ocupado o bairro.
Pois, os marginais estavam mandando na Vila Olavo Costa.
Já outros, levavam a vida normalmente em meio as viaturas, como se nada estivesse acontecendo.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Polícia Militar ocupa bairro em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Hoje, acordamos por volta de cinco da manhã com um telefonema de uma fonte avisando que a polícia militar estava fazendo uma operação contra drogas e armas no bairro Milho Branco, zona norte de Juiz de Fora.
O local tem dado trabalho às autoridades nos últimos seis meses.
A informação foi reforçada por uma mensagem enviada por uma estudante de comunicação do CES, Centro de Ensino Superior.
Agradeci a gentileza e a noção jornalística dela.

Logo na chegada, encontramos várias equipes abordando todos os que chegavam ou saíam do bairro.
Eles conferiam documentos e revistavam os veículos.
O objetivo era procurar armas ou drogas escondidas.
Várias ocorrências envolvendo adolescentes e jovens armados têm sido registradas por lá.

Depois de fazer imagens da blitz, fomos a uma rua na parte alta do bairro.
Havia vários carros da PM no local.
Cumprindo mandado de busca e apreensão, os policiais prenderam um homem que estava com uma pistola semiautomática e um frasco com muita munição nos calibres 380 e 38.

Em outra casa, na parte baixa do bairro, os policiais cumpriram outro mandado.
Mais um homem foi preso.
No local, foi encontrada uma mochila com restos de maconha.
A polícia suspeita que a bolsa tenha sido usada para transportar a droga até algum ponto de venda.

Foram apreendidos também armas brancas, celulares e um volume grande de dinheiro, em torno de dois mil e duzentos reais.
Havia ainda material para embalar a droga e um papelote de cocaína.
O preso e os produtos foram levados para a delegacia.

Os cães farejadores, do canil da polícia militar, foram usados na operação.
Eles ajudaram nas buscas feitas nos nove alvos selecionados pelas equipes do Serviço de Inteligência da PM.
E ajudaram os policiais a cumprir a missão rápido e de forma eficiente.

A ocupação do bairro Milho Branco foi feita em conjunto pelo 27º Batalhão de Polícia Militar e a 3ª Companhia de Missões Especiais.
Encontramos muitos conhecidos nos pontos pelos quais passamos.
Foi legal ver a animação do pessoal com o nosso retorno às matérias policiais.
Passamos muito tempo afastados da ação, mas não perdemos os contatos. Ainda bem!

Numa reportagem como essa, não dá para ficar atrapalhando o trabalho da polícia.
É claro que a gente precisa de informações.
Mas, elas podem ser conseguidas sem estresse.
Sem ficar importunando quem está num trabalho tenso e perigoso.
Com tantas armas no bairro, os policiais poderiam ser alvo de atiradores.

Nosso jeito de agir é ficar pouco tempo em cada ponto.
Registramos o que tem de informação e vamos a outro local.
Encontramos um amigo por lá.
O William Boy também madrugou para acompanhar e registrar o trabalho policial.
Ele estava com os comandantes da operação e atento a tudo.

Um helicóptero de Belo Horizonte foi enviado para dar apoio à operação.
Como o Milho Branco tem um trecho que surgiu de uma ocupação irregular, a parte alta dele parece um aglomerado de moradias sem organização.
Isso dificulta o trabalho da polícia quando tem que perseguir suspeitos.
Eles somem nas ruas parecidas e nos escadões.

Um dos integrantes da equipe de Belo Horizonte era o Capitão Chinelatto.
Ele já trabalhou em Juiz de Fora e conseguimos lembrar algumas histórias de quando fazíamos uma cobertura mais ampla dos factuais.
Como sempre, ele estava tranquilo e simpático com todos.

O Robson deu uma volta aérea e registrou a movimentação policial do alto.
Os policiais reservaram um vôo para a imprensa.
Claro que as imagens ficam ótimas.
De cima, dá uma noção melhor do aglomerado e do trabalho das equipes de terra.
Como não pude ir, já que o espaço era reservado ao pessoal de imagem, aproveitei para tirar algumas fotos.

Enquanto esperava o retorno do Robson, conversei com o grupo de policiais da cavalaria.
Eles participaram da operação e fizeram patrulhamento pelo bairro.
Claro que não perderam tempo e ficaram implicando comigo por ter mandado o Robson sozinho no helicóptero.
Acho interessante que, mesmo num trabalho perigoso, os policiais não percam o bom-humor.

A operação começou por volta de seis horas e terminou ao meio-dia.
Quando estávamos deixando o bairro para levar o material para a TV, notamos um grupo grande de policiais parados.
Perguntamos se havia algo interessante e eles contaram o susto que alguns policiais levaram.

Uma equipe do Gate, Grupo de Ações Táticas Especiais, estava fazendo abordagens à pé e fez sinal para que um homem numa moto parasse.
Em vez de reduzir a velocidade, o sujeito acelerou e quase atropelou um policial.
O grupo passou rápido a descrição da moto e do condutor pela rede de rádio e outras equipes seguiram em apoio.

A moto foi encontrada escondida numa garagem e o dono foi preso quando caminhava por uma rua próxima.
Ele foi reconhecido pelos policiais e preso em flagrante por direção perigosa.
Para piorar, a moto não tinha placa nem documentos.

Todos os presos foram levados para a 7ª Delegacia Regional de Segurança Pública.
O objetivo principal da Polícia Militar não foi fazer grandes apreensões.
A idéia era procurar alguns suspeitos que já tinham sido denunciados e assustar os bandidos do local.
A população acompanhou tudo com curiosidade.
Algumas pessoas se aproximavam de nós e elogiavam a iniciativa das autoridades de inibir a criminalidade.

terça-feira, 10 de março de 2009

Estudante passa trote para a polícia e vai preso

Por Michele Pacheco

Hoje foi um dia de trabalho tranqüilo. Também, depois da correria de ontem que começou às três da madrugada, indo de uma garagem a outra das empresas de ônibus para acompanhar a greve dos rodoviários...
Levamos um susto quando saímos de casa cedo.
Vimos um ônibus da empresa Santa Luzia com sinais de fogo.
Pensamos logo que era resultado da greve, mas foi só um princípio de incêndio no veículo, controlado pelo motorista.

Começamos o dia com uma matéria policial.
Por volta de sete da manhã, um jovem de 18 anos ligou para a Polícia Militar e se apresentou como aluno de um colégio particular de Juiz de Fora.
Ele disse que assaltantes estavam na escola e tinham feito todo mundo de refém.

Várias equipes da 30ª Cia. PM e da 3ª Cia de Missões Especiais foram deslocadas para o colégio.
Ao chegar lá, os policiais descobriram que era mentira.
Mais um trote para a longa lista!

Um dos policiais não se conformou com a falta de respeito e de consideração com as pessoas que realmente poderiam estar em perigo e demorariam a ser atendidas, porque todo aquele contingente policial estava por conta de um trote.
Ele ligou para o número do celular registrado no Centro de Operações e pediu para falar com o aluno.

Acreditam que o rapaz saiu da sala para atender ao celular?
Foi preso na hora, colocado no camburão da Rotam e levado para a delegacia.
Trote tem punição legal, pois é comunicação falsa de crime.
Tomara que o susto desse jovem sirva de lição para outras pessoas que se divertem com esse tipo de brincadeira de mau gosto.
O estudante de 18 anos perdeu a manhã de aula e ficou até tarde na delegacia prestando esclarecimentos.

Terminamos uma matéria sobre insegurança de quem trabalha, mora ou estuda no bairro Estrela Sul, em Juiz de Fora.
Eles alegam que os horários de ônibus são insuficientes e que precisam usar outras linhas, de bairros vizinhos.
Com isso, descem longe e precisam usar trilhas no meio do mato para chegar ao destino.
O risco é grande e muitos relatos de assaltos são feitos.
Além da reportagem, fizemos uma entrevista ao vivo com o Capitão Almir Cassiano, comandante da 32ª Cia., que é responsável pelo policiamento no bairro.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Greve de ônibus pára Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

A previsão era de que a greve fosse deflagrada à meia-noite desse domingo.
Estávamos preparados para entrar no serviço e virar a madrugada, quando uma fonte ligou e nos disse que só haveria confusão a partir das quatro da manhã, quando os coletivos começam a rodar. Entramos às três e fomos a algumas garagens ver como estava a situação.
Na Viação Santa Luzia, no bairro Bandeirantes, zona nordeste da cidade, o clima era tenso.

Do lado de dentro estavam funcionários e o presidente do Sindicato dos Rodoviários elaborando uma escala de revezamento.
Na cidade existem 521 ônibus.
O objetivo era preparar um plano de saída de 30% da frota de cada empresa, como previsto na Lei de Greve. Do lado de fora, estavam trabalhadores revoltados por que queriam entrar e seguir com o trabalho.
No meio disso tudo, ainda havia o pessoal da Associação da categoria, “arquiinimiga” do sindicato.

Na Viação Goretti e Irmãos, no bairro Vitorino Braga, zona leste da cidade, a situação também estava tensa.
Os funcionários que estavam na empresa queriam sair para trabalhar e os representantes do sindicato se sentaram na entrada do portão da garagem para impedir a saída dos veículos.
Houve discussão e o clima esquentou.
A Polícia Militar acompanhou tudo para evitar violência.

Aos poucos, ao longo da madrugada, os coletivos foram saindo.
Quem precisava chegar cedo ao trabalho, se arriscou e seguiu caminhando na escuridão.
No bairro Linhares, era grande o movimento de pedestres em direção ao centro da cidade.
Com mochilas e bolsas, eles mal paravam para gravar entrevista, alegando que tinham um longo trajeto pela frente e não poderiam perder a hora.

Quando o dia clareou, os pontos de ônibus estavam lotados por toda a cidade.
Com o número reduzido de veículos rodando, quem tinha sorte seguia espremido.
Quem não tinha, ficava no ponto por um bom tempo.
Aqueles que não podiam atrasar, se arriscavam a ir a pé.
Os pontos de táxi estavam vazios e os veículos rodaram sem parar desde a noite passada.
Com medo da greve, muitos moradores nem se arriscaram e preferiram gastar um pouco mais.

Por volta de dez e meia da manhã, fontes nos avisaram que os rodoviários iriam parar todos os ônibus na Avenida Rio Branco, em frente à sede do sindicato.
No local, encontramos vários sindicalizados e seguranças.
A PM também estava por perto.
Os policiais tiveram muito trabalho hoje.

A todo momento, chegavam chamadas das portas das garagens feitas por funcionários que se consideravam ameaçados ou que queriam trabalhar e não podiam.
Eu tive que voltar para a TV, pois hoje estreamos mudanças no Jornal da Alterosa e fizemos vivos com os dois repórteres.
O Robson voltou para o ponto previsto para os ônibus pararem e registrou o máximo que pôde de imagens do movimento.

Os rodoviários chegaram com os ônibus da Viação Tusmil, atravessaram os veículos nas pistas centrais da Avenida Rio Branco e fecharam o trânsito.
Eles colocaram faixas sobre a greve e distribuiram panfletos explicando à população a razão do protesto.
A categoria quer reajuste salarial de 11,86% e vários outros benefícios.
A Astransp já avisou que não tem condições de dar o aumento sem reajustar o valor das tarifas.

O Ministério Público acompanha a questão do transporte na cidade desde que um vídeo foi divulgado no ano passado, mostrando o então prefeito Alberto Bejani negociando propina com o dono de uma empresa de ônibus em troca de reajuste na tarifa.
Os promotores se dividem: um acredita que aumentar o valor das passagens seja uma questão a discutir e o outro é terminantemente contra.

Nós, da imprensa, fazemos o nosso papel e divulgamos ao máximo todos os lados da questão, para que os moradores possam entender melhor toda a situação complicada.
Afinal, no fim é o povo que sai prejudicado, de um jeito ou de outro.
O Robson encontrou na paralisação o Fernando Priamo, da Tribuna de Minas.
Ele estava atento aos detalhes.
Numa situação dessas, a gente nunca sabe de onde vem a confusão.

O triste é saber que mais do que os direitos trabalhistas e o reajuste salarial, a greve esconde uma briga antiga entre as facções dos rodoviários.
Em 98, havia um sindicato só.
Depois de uma briga e de troca de acusações, a categoria teve uma separação.
Até hoje, os grupos não se entendem.

O sindicato organizou a greve e a associação fez de tudo para acabar com ela.
O sindicato encerrou as negociações com a Associação das Empresas de Transporte Coletivo (Astransp) e a associação achou melhor seguir com as discussões e deixar a greve para último caso.

Quando saímos da TV os coletivos parados na Avenida Rio Branco.
Enquanto os passageiros se viravam à pé, os motoristas e cobradores descansavam nos canteiros centrais.
O boato de que os veículos poderiam ser apedrejados deixou todo mundo apreensivo.

Durante toda a tarde, nenhum ônibus conseguia circular pelo centro da cidade.
Como todas as linhas passam ou pela Rio Branco ou pela Getúlio Vargas, ao fechar o cruzamento das duas avenidas, os grevistas conseguiram parar o transporte coletivo em Juiz de Fora.
Claro que a população não gostou nem um pouco e as críticas à greve são ouvidas por toda parte.

A paralisação começou por volta de onze e meia da manhã e só terminou às oito da noite.
Depois de um reunião tensa e longa na prefeitura, o prefeito Custódio Mattos assinou um Termo de Compromisso com os grevistas e se propôs a mediar a negociação entre a categoria e os empresários do setor de transporte de passageiros.
Mesmo com o fim do protesto, os coletivos demoraram para voltar a rodar.
A greve foi interrompida até o próximo dia vinte.
Se até lá não houver reajuste salarial, os rodoviários podem interromper os serviços mais uma vez.