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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Fuga e perseguição em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Depois de semanas cansativas de trabalho,
finalmente encontramos um tempo para ir com o pessoal da TV ao Bar do Bigode, ponto tradicional de petiscos de Juiz de Fora.
Estávamos diante de um apetitoso prato de ponta de torresmo, quando uma fonte me ligou para avisar que presos que estavam internados no Hospital de Pronto Socorro tinham fugido.
Comemos o que deu e corremos.
Por sorte, o bar fica a um quarteirão do HPS e a dois da nossa casa.

Como trabalhamos com o nosso microfone sem fio,
eu segui para perto dos policiais e o Robson foi até nosso apartamento pegar a nossa câmera.
A história contada pelos policiais militares foi de que 4 dos 17 presos que estavam internados com escolta renderam dois agentes penitenciários.
Eles roubaram dois revólveres dos agentes que foram feitos reféns.

Com armas na cabeça, eles foram levados pelos presos até a porta da frente do hospital.
Os detentos fugiram em duas direções.
Um deles correu para uma universidade que fica numa rua sem saída no quarteirão seguinte.
Ele foi visto pela última vez no pátio, subiu um matagal e teve acesso ao bairro vizinho, onde pegou um táxi para a zona norte da cidade, onde mora a família dele.

O taxista contou que o rapaz estava descalço, disse que tinha sido assaltado e que a mãe pagaria a corrida quando chegassem no bairro Benfica.
No meio do caminho, o motorista recebeu a ligação de outro taxista dizendo que ouviu na rede de rádio que foragidos estavam sendo procurados.
O sujeito levou tanto susto que repetiu a notícia em voz alta.
Ao perceber que tinha sido descoberto, o preso apontou o revólver e mandou seguir até o bairro Santa Cruz, onde desceu do carro.

Os outros três passaram num estacionamento, 
tentaram roubar um carro, não conseguiram e fugiram com 35 reais que estavam no bolso do manobrista.
Eles correram e pularam o muro de um terreno baldio, do outro lado da Avenida Rio Branco.
Começou a perseguição policial.
A PM enviou várias equipes para as buscas, mas o matagal escuro complicava a situação.

Os policiais entraram no mato e cercaram todas as saídas por trás dos edifícios.
O terreno desnivelado, o mato alto e a falta de iluminação tornaram o trabalho perigoso.
Os agentes penitenciários também foram para o local e se prepararam para ajudar na perseguição.
Os canis do Ceresp e da PM foram chamados para dar apoio.

Os cães foram passados com cuidado e dificuldade 
por cima do muro do terreno.
Em poucos minutos no matagal veio a notícia de que dois fugitivos tinham sido encontrados.
PMs e agentes trabalharam em conjunto e conseguiram um resultado rápido e eficiente.
Os caras estavam escondidos num telheiro atrás de uma casa abandonada.

O que chamou a atenção foi que os dois estavam nus.
Na ânsia de despistar os cães, eles tiraram o uniforme de presidiário. Jogaram a roupa no sentido contrário e correram para o telheiro.
Os animais acharam o rastro, mas não conseguiram seguir em frente, porque havia um muro no caminho.
Os agentes e os PMS pularam, renderam os foragidos e tiraram os dois do terreno.

A comemoração durou pouco.
A correria de agentes e policiais indicou que o terceiro foragido tinha sido achado.
Ele estava entre a casa abandonada e um colégio.
O detento foi recapturado e retirado do terreno por dentro do curso.
Aliás, os alunos levaram o maior susto.
Assim que os policiais chegaram, eles evacuaram as salas e os corredores, com medo de que os fugitivos fizessem alguém de refém.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Polícia Militar estoura laboratório de drogas em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Os policiais da 70a Companhia de Polícia Militar de Juiz de Fora
receberam várias denúncias de que numa casa na rua Goiás, no bairro São Bernardo, zona leste da cidade, funcionava um laboratório de refino de drogas.
O serviço de inteligência ficou à postos hoje à tarde e flagrou uma mulher suspeita de tráfico saindo da casa.
Ela foi abordada pelos PMs e os levou para dentro da residência.

Lá, eles encontraram material usado para refinar pasta base e produzir cocaína e crack.
O namorado da mulher chegou durante a prisão e confessou que a droga era dele.
Depois de conversar com os policiais, ele acabou admitindo que o casal funcionava como guarda-roupa, que na gíria policial significa a pessoa paga por traficantes para guardar entorpecentes.

O casal foi preso em flagrante.
Os policiais apreenderam vários produtos químicos usados no refino, entre eles cloridrato de xilocaína, sal amargoa e éter sulfúrico.
Foram apreendidos também crack em pedras grandes, cocaína pronta para a venda e cocaína faltando uma etapa no refino.
Foi tudo encominhado para a delegacia de Polícia Civil.

A partir das informações passadas pelo casal, os policiais foram a uma casa nos fundos de um beco no bairro São Sebastião, também na zona leste da cidade.
No local, eles prenderam a mulher apontada pelos dos suspeitos como chefe do tráfico.
O marido dela está preso em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte, por tráfico de drogas.
A polícia investiga se ele tinha participação na quadrilha.

É muito bom ver a polícia militar se mobilizando e reativando o serviço de inteligência.
Algumas das melhores matérias que já fizemos foram a partir de grandes operações da PM.
Temos esperanças de que os comandantes retomem o policiamento mais ostensivo, sem prejudicar o trabalho preventivo.
Ver a euforia nos rostos dos policiais que conseguiram hoje uma vitória contra o tráfico de drogas valeu o dia.
Parabéns às equipes da 70a Cia.

Acidente com carreta na BR 040

Por Michele Pacheco

A pista da BR 040, no sentido Rio-Belo Horizonte,
ficou parcialmente interditada durante a manhã e a tarde de hoje.
Um carreta de Santa Catarina tombou na estrada numa curva de Matias Barbosa.
O motorista contou à Polícia Rodoviária Federal que perdeu o controle da direção e não conseguiu impedir o acidente.

 A carga de chapas de madeira caiu da carroceria e ficou espalhada pelo barranco na margem da estrada e pelo acostamento.
O motorista não ficou ferido, mas o carona bateu no vidro e se machucou.
Segundo funcionários da Concer, Concessionária responsável pelo trecho privatizado da BR 040, o homem teve cortes pelo corpo, foi atendido num hospital de Matias Barbosa e liberado.

Quando a carreta tombou, não estava chovendo.
Mas, logo depois a chuva começou em vários pontos da BR 040 e de outras rodovias da região.
A Polícia Rodoviária Federal alerta os motoristas que forem viajar nos próximos dias pela Zona da Mata para terem cuidado com o tempo ruim.
Segundo o Quinto Distrito de Meteorologia, o temporal de hoje foi provocado pela chegada de uma frente fria na região sudeste.

Chuva derruba árvores e causa prejuízos em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

O temporal chegou de surpresa na hora do almoço.
Foram 40 minutos de chuva intensa e ventos fortes.
Na área central, oito sinais de trânsito deram defeito e complicaram o trânsito.
Os motoristas que passavam pelas avenidas Rio Branco e Independência precisaram de paciência no horário de pico.
A Cemig registrou 23 descargas elétricas no município e rajadas de vento de 80km/h.

No bairro Monte Castelo, zona norte, um coqueiro foi arrancado pela raiz e voou para cima de uma casa.
O telhado ficou inclinado e a cobertura da varanda cedeu com o peso.
Uma equipe da Defesa Civil vistoriou o local e interditou a casa.
Os bombeiros foram chamados e explicaram que a retirada seria complicada.
Se eles subissem na casa para serrar o coqueiro, poderiam derrubar toda a estrutura.

Enquanto estávamos lá a solução apresentada foi chamar um guincho grande para içar o tronco.
Mas, no fim da tarde os bombeiros tiveram que resolver tudo com a motoserra mesmo.
Maria de Fátima estava muito assustada.
Ela mora há 22 anos na casa e estava almoçando com a família quando o telhado foi atingido.
Por sorte ninguém ficou ferido.

No bairro Alto dos Passos, região central, uma árvore foi derrubada pelo vento forte a chuva.
Galhos e tronco atingiram um Fiat Elba que estava estacionado.
A traseira do veículo ficou amassada.
O dono contou que tinha medo de estacionar naquele ponto da rua Padre João Emílio.
Como hoje não havia outra vaga, ele arriscou e se arrependeu.

Rodrigo reclamou que os moradores já tinham pedido à prefeitura inúmeras vezes para cortar a árvore que estava com a raiz podre e não foram atendidos.
Aliás, uma reclamação que ouvimos em todos os lugares por onde passamos.
O pessoal está revoltado com o descaso que alegam que o poder público tem tido com a cidade.
Quem pede ajuda, não é atendido.
Quem cansa de esperar e decide cortar a árvore por conta própria, vai preso, como aconteceu na região sul da cidade há alguns meses.

No bairro Vale do Ipê, também na área central, uma árvore de um terreno baldio caiu em cima da rede elétrica.
O peso do tronco quebrou dois postes e deixou um terceiro inclinado.
Equipes da Cemig e da prefeitura trabalharam a tarde toda para liberar os trechos interditados aos veículos.
Os moradores ficaram sem energia elétrica entre o meio dia e final da tarde.

sábado, 2 de outubro de 2010

Temporal causa prejuízos em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Foi um temporal e tanto!
Começou por volta de sete da noite dessa sexta-feira.
Menos de meia hora de ventos fortes e granizo, mas tempo suficiente para deixar Juiz de Fora mergulhada num caos. 
Ruas que acabaram de ser reformadas, justamente contra inundações, ficaram alagadas.
Telespectadores da TV Alterosa registraram o aguaceiro e as inundações na área central.
O Leandro Constantino fez imagens no largo do Riachuelo.

Coberturas metálicas foram arrancadas, caixas d'água saíram voando e o segundo andar de uma casa desabou no Bairro Jardim Casablanca. 
Seis pessoas moram na casa e ninguém ficou ferido. 
Só os bombeiros registraram 30 chamados.  
Vários bairros ficaram sem energia elétrica até hoje à tarde. 
Os bombeiros fazem alguns alertas sobre cuidados necessários no período chuvoso.
Vale dar uma olhada!

Dicas do 4o Batalhão de Bombeiros Militares:

Proteja-se da ventania
Um dos grandes problemas trazidos pelas chuvas são os ventos fortes. 
Telhas mal fixadas, árvores e postes podem cair por causa da ventania típica dessa época. 
Procure locais cobertos e seguros.

Dirigindo na chuva
Todo motorista sabe que, em asfalto molhado, aumentam os riscos de acidentes. 
Durante e logo após a chuva, a via fica escorregadia. 
Para evitar transtornos, reduza a velocidade, ande devagar em curvas e jamais pise no freio bruscamente.

Águas Pluviais
Para o bom escoamento das águas provenientes das chuvas é importante vistoriar os tubos das redes domiciliares e colaborar para a manutenção dos pontos de captação como: boca-de-lobo, redes, galerias e canais de água pluvial. 
Não jogue lixo ou entulho nessas vias, evitando assim o acúmulo de água e possíveis enchentes.

Obras e Edificações
Infiltrações, fissuras, rachaduras...com o início das chuvas logo aparecem as goteiras. 
Além de incomodar, esses problemas podem comprometer a estrutura das construções, trazendo riscos aos moradores. 
A revisão periódica de lajes, telhados e paredes evita que os danos ocorram.

Esgotos
Durante todo ano, as tubulações e caixas de esgotos domiciliares devem estar limpas. 
Assim, quando chega o período chuvoso, o esgoto não causa problemas. 
Além disso, a rede de esgoto não pode ser sobrecarregada com as águas provenientes da chuva.

Acampamentos
Chuva e vento forte podem acabar transformando a brincadeira em um problema. 
Para que isso não aconteça, é essencial prestar atenção às condições do tempo antes de decidir acampar.

Raios
Na época chuvosa, ocorrem muitas descargas elétricas. 
Além de danificar equipamentos domésticos, os raios representam sérios perigos para as pessoas. 
Se estiver na rua durante as tempestades, mantenha-se longe das árvores isoladas, não ande em grupo e não permaneça dentro d’água. 
Em casa, permaneça distante de portas e janelas, não utilize aparelhos eletrodomésticos e evite usar o telefone.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Operação Cartel tem repercussão em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

A equipe do Grupo Tático Operacional de Tóxicos da Polícia Civil
de Juiz de Fora deu outro golpe duro no cartel das drogas da cidade.
Há duas semanas, os policiais prenderam dois homens na Operação Cartel.

Um deles é apontado como líder e chegava do Paraguai com quase 10kg de pasta base de cocaína, quando foi preso pelas polícias Civil e Rodoviária Federal no pedágio de Simão Pereira, na BR 040.
A droga estava escondida no tanque de combustíveis.

O outro, apontado como gerente do cartel, foi preso quando esperava a entrega do entorpecente na zona leste de Juiz de Fora.
As escutas telefônicas mostraram aos policiais como o cartel funcionava.
Os integrantes pagavam com antecedência e tinham desconto, o líder ia pessoalmente ao Paraguai buscar a pasta base e o gerente distribuía o material entre os traficantes que ele mesmo mobilizava para o cartel.

O grampo autorizado pela justiça revelou muito mais.
Numa das gravações, o gerente conversa com um suspeito de tráfico, que diz que vai ligar de novo para que o gerente tire 1 kg de "chá".
O sujeito não entende e o traficante repete que é o tablete verde grande, que está na lata.
Os policiais seguiram a pista e chegaram a uma granja no bairro Granjas Bethel.

Como dizia a escuta, a droga estava dentro de uma lata enterrada no alto de um barranco.
O acesso ao local era complicado e um pitbull ficava bem na entrada da casa.
A lata foi enterrada e coberta com terra e vegetação.
Dentro dela estava quase um quilo de cocaína e crack refinados.
O material seria entregue aos traficantes que dividiriam o crack em pedras e a cocaína em papelotes para a venda.

O vigia de 59 anos que é o dono da granja admitiu que guardava a droga para o gerente do cartel.
Ele negou receber algo em troca e disse que o sujeito era namorado da filha dele e que foi um favor.
O homem negou saber que dentro da lata havia droga.
Os policiais também apreenderam um revólver calibre 38 com munição.
A polícia civil investiga se a arma é a mesma citada pelo gerente nas gravações.
Ele conta ao líder do cartel que ficou até a madrugada na porta da casa de um desafeto, armado com dois revólveres 38 e pronto para matar o sujeito.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Escutas telefônicas apontam cartel da droga em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

As escutas telefônicas autorizadas pela justiça e feitas pela Polícia Civil de Juiz de Fora revelaram que traficantes adotaram estratégias de mercado para lidar com o crime.
Depois da prisão de três homens na semana passada, ligados a duas quadrilhas distintas, os policiais atrapalharam a jogada criminosa.
Dois dos suspeitos foram apontados como coordenadores do novo esquema de tráfico.

Um deles foi preso pelas policiais federal e civil no pedágio da BR 040, em Simão Pereira, com quase 10kg de pasta base no tanque do carro.
Era a comprovação do que os levantamentos do Grupo Tático Operacional de Tóxicos apontava: mudança no jeito de traficar.
Tradicionalmente, os chefes de tráfico assumiam uma área da cidade, providenciavam a droga e forneciam para os outros integrantes da quadrilha que cuidavam da rede ramificada de pontos de venda.

Com as operações das Polícias Civil e Federal nos últimos anos, a maioria dos líderes foi para trás das grades.
Os criminosos que restaram decidiram inovar.
Um deles montou um esquema de cartel.
Como líder do grupo, ia pessoalmente ao Paraguai buscar a pasta base com um contato que só ele conhecia.

Assim, eliminava intermediários, mulas e fretes, conseguindo preços bem melhores pelo material.
Pagando menos, ele revendia por valores mais baixos do que os cobrados em outros esquemas e garantia aos aliados a chance de mais lucro e preços melhores do que os concorrentes.

Claro que a propaganda é a alma do negócio e a cada vez que a transação dava certo, mais quadrilhas queriam participar.
Ele chegou a fazer duas viagens no mês passado.
Um gerente ficava encarregado de aliciar traficantes para o cartel.
Eles tinham a opção de pagar a droga antes da entrega, à vista com desconto, ou quando recebessem o material, pagando mais caro depois da entrega.

Nas escutas telefônicas, o líder e o gerente aparecem negociando encomendas e falando de depósitos bancários para compra da droga. Os dois deixam claro que quem não fazia parte do esquema ficava na mira do cartel.
O gerente chega a dizer que ficou na porta da casa de um desafeto até 4h da manhã, armado, e que se o cara tivesse chegado em casa, teria sido morto.

Nem sempre as negociações eram tranquilas.
O gerente se exalta em vários momentos em que conversa com traficantes da cidade, combinando pagamentos e entrega.
A presença de quadrilhas de fora também não era bem vista.
Num trecho da gravação, o líder pergunta ao gerente se ele fechou negócio com o pessoal de Volta Redonda-RJ.
O rapaz responde que não, que só estava dando corda para ver quais eram as intenções do grupo que tentava entrar em Juiz de Fora.

Os dois responsáveis pelo cartel estão presos.
A ação deles repetia uma prática condenada no mercado financeiro, o cartel.
Um grupo de pessoas ou empresas se une para baixar preçoas, tabelar valores e criar vantagens entre eles que prejudiquem os concorrentes.
Era o que vinha ocorrendo em Juiz de Fora.

Quem fazia parte do esquema tinha mais lucro e podia cobrar mais barato, deixando em maus lençóis os demais traficantes que tinham esquemas próprios para conseguir droga.
Outro detalhe revelado pelas investigações é que Juiz de Fora deixou de ser rota do tráfico, recebendo maconha, cocaína e crack de outros pontos do país, e passou a ser um centro de refino e distribuição.

Mas, isso não significa que a cidade esteja produzindo em larga escala para vender a outros municípios do país.
A produção daqui era mantida na região.
A droga refinada em laboratórios clandestinos e improvisados é distribuída na cidade e em alguns municípios vizinhos.
Mal a pasta base chega, já é entregue aos traficantes que fizeram a encomenda, misturada e vendida.

A Polícia Rodoviária Federal também tem notado mudanças no tráfico. O Inspetor Wallace Wischansky contou que antes era comum apreender nas rodovias da região maconha e drogas refinadas.
Agora, quando surge uma denúncia, eles encontram quase sempre a pasta base, que depois de misturada dá origem ao crack e à cocaína.

Como o consumo de crack aumenta sem controle, muitos traficantes abrem mão da cocaína e refinam apenas as pedras.
Na operação da semana passada, a Polícia Civil apreendeu em torno de 20 kg de pasta base.
Além da droga do cartel, havia cerca de 10kg enterrados num sítio na cidade vizinha de Chácara.
O material era aguardado por um pedreiro que foi preso.
Ele admitiu que recebia uns mil e poucos reais para vigiar a droga, desenterrá-la e entregar a algum contato que o dono do entorpecente determinasse.

Mas, o esquema também foi interrompido.
O interessante é que o dono da droga está preso na Penitenciária Nelso Hungria, em Contagem.
Segundo os policiais do GTO de Tóxicos, ele comandava o tráfico de dentro da cela, usando um celular.
Assim, contactava o pedreiro e também os subordinados que eram responsáveis por entregar a droga em Chácara e por levá-la até os compradores.
O traficante foi preso em 2008 pela Polícia Federal num condomínio de luxo de Juiz de Fora, onde mantinha um laboratório de refino.

O delegado regional da Polícia Civil, Eduardo de Azevedo, explicou que a mudança de comportamento dos traficantes com relação ao tipo de droga comprado é um reflexo das ações policiais.
Eles vinham tendo muito prejuízo com as apreensões e decidiram aumentar as chances de lucro comprando a pasta base e fazendo a mistura.

Dependendo do tipo de droga esperado, um quilo chega a render até quatro quilos de cocaína mais "batizada".
Se os compradores forem mais exigentes, a mistura é em menor escala.

As investigações do Grupo Tático Operacional vão continuar.
Eles querem monitorar o comportamento das quadrilhas que tiveram os chefes presos e também descobrir quem eram os traficantes que compunham o cartel.
Mais uma vez, parabéns à Polícia Civil pelo trabalho ágil e competente.
Saudades do tempo em que além das polícias civil e federal, a PM também tinha um serviço de inteligência eficiente e nos garantia excelentes matérias de ação.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Morangos movimentam economia em Alfredo Vasconcelos

Por Michele Pacheco

Nesse fim de semana, turistas e moradores se deliciaram com a Festa do Morango, das Rosas e Flores de Alfredo Vasconcelos.
Para os produtores é uma oportunidade de se reunir e comemorar os bons resultados, além de oferecer ao público produtos à base da fruta.
Durante uma semana, 15 mulheres trabalharam sem parar numa cozinha improvisada no Parque de Exposições da cidade.

Elas colocaram à venda 500 litros de licor de morango, 500 vidros de geleia, 12 mil bombons, inúmeras tortas e deliciosos pavês.
Dá água na boca só de lembrar.
Além da culinária com morangos e dos shows, o evento representa uma parte importante da economia do município.

A produção de morangos faz girar em torno de 11 milhões de reais por ano em Alfredo Vasconcelos.
Mas, a expectativa é de aumento da produção e das vendas.
Para isso, 41 produtores se uniram e criaram a Cooperativa Rural de Alfredo Vasconcelos, a Cooprav.
A idéia é garantir mais força nas negociações de insumos e equipamentos e na venda do morango.

Acompanhamos o Marco Morais, responsável pela parte de assessoria da Cooprav, a uma fazenda.
Ele está engajado no projeto de melhoria de qualidade de vida dos produtores e também no incremento da produção e comercialização.
É legal ver a empolgação dele diante das possibilidades de ampliação de mercado e de negócios.
Boa sorte para todos, tomara que tanto esforço tenha recompensas logo.

Na fazenda do Altamiro, nós nos deliciamos primeiro vendo aquelas maravilhas da natureza.
Alfredo Vasconcelos é a única cidade brasileira a cultivar duas variedades chilenas de morangos.
A Camino Real gera frutos enormes e suculentos.
A San Andrea dá morangos um pouco menores, mas ainda assim bem superiores ao que encontramos comumente nos mercados, e bem mais doces.
O colorido das frutas alimenta os olhos e o sabor delas é inesquecível.
Sem falar que os pés produzem dois anos seguidos, ao contrário das variedades usadas antes.

O pior é a fama de comilona que eu estou ganhando.
Só porque estou grávida, todo mundo acha que vou sair atacando tudo de saboroso que colocam na minha frente.
E a nossa produtora, Flávia Crizanto, ainda foi me dedurar para o Marco dizendo que eu não posso ver uma fruta que começo a salivar.
Tudo bem que é verdade, mas a força de vontade foi maior e consegui controlar o ímpeto de mergulhar na plantação.
Juro que só comi umas ou duas frutinhas inocentes!

A história do Altamiro é interessante.
Ele abriu mão do cultivo tradicional e produz morangos semi-orgânicos.
No lugar dos agrotóxicos tão temidos pelos consumidores e tão necessários nas plantações de morangos, ele usa defensivos biológicos.
São produtos encontrados na própria natureza que garantem o equilíbrio ambiental e o combate das pragas sem prejudicar a saúde do trabalhador rural e dos consumidores.

Altamiro colhe 45 toneladas por ano.
Hoje, Alfredo Vasconcelos tem uma produção anual de 1800 toneladas e espera já para o ano que vem aumentar a quantidade produzida e comercializada.
A cidade tem a segunda maior produção de Minas Gerais, ficando atrás do sul do estado.
O que os agricultores fazem questão de esclarecer é que se for levada em conta a quantidade produzida por pé, o município do Campo das Vertentes é o vitorioso.

Os produtos à base de morango feitos na cidade têm mercado garantido.
Se as propostas do Marco derem certo, em breve o nome de Alfredo Vasconcelos vai ser ouvido com frequência nos meios acadêmicos e de negócios.
Pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa já mostraram interesse em acompanhar o processo da Cooprav e o desenvolvimento do grupo.
Isso é muito legal, porque o pessoal de Viçosa tem experiência, credibilidade e pode contribuir com excelentes sugestões.