Parece loucura!

Uma mulher idosa juntando lixo dentro de casa, em meio a ratos, baratas e insetos.
Ela acha tudo normal e fica revoltada quando a gente aparece por lá para mostrar o absurdo.
Os vizinhos convivem diariamente com uma montanha de detritos acumulados na calçada, o mau-cheiro insuportável e o risco de doenças.
A TV Alterosa já acompanhou diversas operações de limpeza na casa que fica no bairro Santa Cândida, zona leste de Juiz de Fora.

Assim que chegamos, no início da manhã, a pá estava entrando em ação.
Quando ela levantou a primeira leva de lixo da calçada, subiu uma nuvem de gás proveniente da decomposição do material orgânico que estava lá.
Nem preciso descrever o cheiro de azedo misturado com podre para que imaginem o que foi cobrir essa matéria.

A equipe passa o resto do expediente fedendo a lixo e coberta de uma poeira cheia de bactérias.
Mas, faz parte da profissão.
Por falar em poeira, o vento se encarregou de espalhar as partículas por todo lado, impedindo que qualquer um escapasse delas.

As imagens mostradas pelo Jornal da Alterosa surpreendem e chocam.
Numa das salas ficou impossível entrar, porque o lixo cobriu móveis e cada espaço vago.
Na outra, sacolas plásticas e restos de materiais foram empilhados numa escultura bizarra, que pode desabar a qualquer momento.
Mas, o pior é na cozinha.

Vasilhames e panelas são colocados junto aos sacos de lixo.
A pia está coberta de comida estragada, panelas sujas e detritos.
Pelo chão, as sacolas inteiras ou rasgadas dividem espaço com roedores e baratas.
Difícil entender o que é mantimento e o que é lixo.

De três em três meses as equipes de limpeza são mobilizadas e vão ao local acabar com o lixão doméstico.
Mas, a cada retirada parece que o desafio dela é juntar uma quantidade ainda maior.

A ação irresponsável da idosa coloca o bairro inteiro em perigo de contrair Leptospirose e dengue.
Mesmo assim, as autoridades de saúde nunca resolveram a questão.

Os funcionários do Demlurb já não aguentam mais se arriscar na limpeza da casa.
Há possibilidades da família da aposentada ser responsabilizada por não tomar nenhum atitude para impedir aquela coleção grotesca.
Conversei com duas filhas.

A outra, apontada por familiares como responsável pela mãe, não quis gravar e disse que a família já tentou de tudo para ela parar com a coleta de lixo, mas a idosa se recusa a cooperar.
Uma nora que mora na parte de cima da casa e também junta lixo com o marido disse que não sabem mais o que fazer.
Parentes afirmaram que a mulher recebe pensão e não precisa do dinheiro do lixo.
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