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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Câmara Municipal e a poluição visual

Por Robson Rocha

A poluição visual em Juiz de Fora é grande e várias foram as tentativas de diminuir esse problema.
As placas são enormes e muitas vezes não nos deixam ver a beleza da cidade.
Pra gente que trabalha com imagens é complicado.
No jornalismo, temos que evitar a todo custo mostrar placas comerciais.

O que na realidade é propaganda de graça. Pra não mostrar as placas, apelamos para a profundidade de campo para manter as propagandas desfocadas no vídeo para que o telespectador não reconheça a marca que aparece na imagem, mudamos ângulos, etc.

Mas, em alguns casos se torna impossível evitá-las.
Gravar passagens, por exemplo, no calçadão da rua Halfeld é um desafio.
Só explicando: passagem é a hora em que o repórter aparece no vídeo no meio da matéria (no início, chamamos abertura, e no fim, encerramento). São letreiros, placas não só no alto, mas também nas portas das lojas, o pessoal que carrega placas, e até orelhões que não pode aparecer ao lado do repórter.
É difícil escondê-las.

Certa vez, marcaram a gravação com um coral, na porta do prédio antigo da prefeitura de Juiz de Fora, onde hoje funciona a Funalfa, órgão municipal ligado à cultura. Quando a matéria foi ao ar, a Cristiane Armond, que na época era repórter da TV Alterosa, me perguntou porque deixei vazar a marca de um magazine nas imagens.
Vazou porque é um outdoor imenso e toda vez que fazia uma imagem aberta para localizar que eles estavam na esquina mais movimentada de Juiz de Fora o nome aparecia.

O Decreto nº 8.637/2005, de 24-08-2005, dispõe sobre a instalação de engenhos de divulgação de publicidade e toldos em imóveis tombados, que no artigo 22 e 24 diz o seguinte:

Art. 22 - É vedada a instalação de painéis, tabuletas ou outdoors no entorno de imóveis tombados que interfiram, impeçam ou reduzam a sua visibilidade.

Art. 24 - O descumprimento dos arts. 20, 21, 22 e 23 implica ao infrator a penalidade estabelecida no art. 18 do Decreto-lei n.º 25, de 30 de novembro de 1937, e do art.47, da Lei n.º 10.777, de 15 de julho de 2004.

Aí, fico meio sem entender quando passo na Avenida Rio Branco e vejo um outdoor enorme bem na fachada do prédio onde funcionava a Prefeitura de Juiz de Fora e hoje funciona a Funalfa.
O prédio, construído em 1918, projetado pelo arquiteto Rafael Arcuri e tombado pelo Patrimônio Histórico, tem um estilo eclético.
Eclético, mas não combina com aquela coisa laranjada.

O outdoor é uma propaganda de empresas que participam da reforma no prédio da Câmara Municipal, também histórico.
A reforma do prédio da Câmara Municipal é muito bem vinda, mas fica no mínimo estranho, o Poder Legislativo, que faz e deveria fiscalizar as leis, não respeitá-las.
E, ainda mais colocando aquele obelisco de mau gosto ao lado de uma das construções mais bonitas de Juiz de Fora.

Aumento no preço do pão

Por Michele Pacheco

Só de pensar nele me dá água na boca!
Quentinho, crocante e cheiroso, o pãozinho é um tentação pela manhã. Quem resiste a passar uma camada de manteiga e vê-la derretendo?
Pois é, o pão faz parte do cardápio de praticamente todos os países.
Segundo a ABIP, Associação Brasileira das Indústrias de Panificação, no Brasil, 55% da venda de trigo se destinam ao fabrico do pão.

A indústria da panificação está entre os seis maiores setores da economia nacional, sendo responsável por 2% do Produto Interno Bruto Nacional (PIB). Dados do Sindipan mostram que "a mão de obra direta empregada pelo setor no país é ao redor de 600 mil trabalhadores diretos e mais de 1,5 milhão indiretos. Os empregos diretos no setor produtivo atingem 210 mil. Além de cerca de 100 mil pequenos empresários e uma quantidade não dimensionada de familiares dos mesmos no universo de mais de 52 mil empresas."

Mesmo assim, a ABIP afirma que o brasileiro come pouco pão. "A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda 60 kg/per capita/ano. Estamos atrás de vários países sul-americanos e europeus.
Este é um dos motivos por que vamos desenvolver ações em prol do incremento do consumo", afirma Alexandre Pereira, presidente da ABIP.
O país ocupa o décimo nono lugar no ranking mundial, tendo consumido em 2007 29kg/per capita.

Um dado interessante, segundo a FIEC, Federação das Indústrias do Estado do Ceará, é que a " distribuição geográfica das padarias no Brasil é maior na Região Sudeste, onde estão 43% dos estabelecimentos.
Vinte e quatro por cento ficam na Região Nordeste; 22% na Região Sul; 7% na Região Centro-Oeste e 4% na Região Norte.
Do total de 52.286 padarias espalhadas pelo Brasil afora, São Paulo tem o maior número – 10.560 pontos –, o equivalente a 20,2% do total. O Ceará é o 14º estado com maior número de panificadoras – 1.128 –, correspondendo a 2,16% do total."

Os panificadores brasileiros passam por um momento complicado. A Argentina produziu 40% menos trigo que o esperado. Com isso, reduziu a exportação e aumentou o preço do produto. Só nos três primeiros meses deste ano, o trigo quase dobrou de preço. O resultado já é sentido no bolso do consumidor. Fizemos uma reportagem sobre o assunto e ouvimos um aposentado que reclamou que já está pesando no bolso. Uma dona de casa mostrou otimismo e disse que acredita que os donos de padaria vão dar um jeito de não prejudicar os compradores. Um dono de padaria disse que o aumento do preço do pão é inevitável. Ele está comprando a farinha de trigo mais cara e conta que em janeiro vendia o quilo do pão por R$ 6,28. Em abril, o valor já era de R$ 6,98.

Os historiadores lembram que o pão faz parte da cultura de vários povos e pode ter sido um dos primeiros alimentos criados pelo homem.
Não há registros precisos da origem dele, mas acredita-se que o pão tenha surgido há 12 mil anos, junto com o cultivo do trigo na região da Mesopotâmia, hoje Iraque.
No Brasil, o consumo de pão só se popularizou no início do século XIX, com a vinda dos imigrantes italianos.

Independemente do tipo, do sabor e do modo de preparar, o bom e velho pãozinho tem lugar de honra na nossa mesa. Eu e o Robson somos apaixonados por ele! Sempre que dá, a gente pede um delicioso pão de sal com queijo minas na chapa.
Os funcionários de algumas padarias já nos conhecem e, basta nos ver chegando, que vão logo acendendo a chapa. Ai, me deu fome! Ainda bem que acabei de comprar um estoque de pãezinhos.
Com o frio que está fazendo aqui em Juiz de Fora, nada melhor que um bom chocolate quente com pão, saboreado na frente da TV, dividindo a coberta com meu marido querido!

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Carrapatos e protestos

Por Robson Rocha

Nessa quarta-feira, começamos o dia de gravações com uma matéria para a semana que vem.
Fiz minhas imagens e tive que ficar esperando, pois a Michele estava fazendo a matéria para a tv e para o Guia de Negócios, do Jornal Estado de Minas.
Depois de mais de duas horas, minha região glútea já estava quadrada!
Na Avenida Independência, uma cena do velho oeste.
Em pleno centro de Juiz de Fora, um cavalo amarrado a uma árvore

Dali, seguimos para o bairro Monte Castelo, onde o pessoal do Departamento de Vigilância Epidemiológica da prefeitura estaria aplicando carrapaticida em cavalos, mulas e afins usados por carroceiros.
O trabalho faz parte do combate à febre maculosa, que é transmitida pelo carrapato.

Muitos dos casos registrados em Juiz de Fora são de pessoas que tiveram contato com eqüinos ou moravam perto de onde havia carroças de tração animal.
Por isso, no ano passado, foi feito um cadastro dos carroceiros em Juiz de Fora.

Entre cadastradas e não cadastradas, estima-se que circulem pelas ruas de Juiz de Fora mais de 90 carroças.
A aplicação havia começado na Benjamim Constant, perto da linha férrea no centro da cidade, onde fica o maior ponto de carroceiros de Juiz de Fora.

No Monte Castelo, os animais custaram para ser levados e ficamos mais uma vez aguardando. Eu morrendo de frio, pois o tempo estava quente e fui trabalhar com uma camisa fininha. Mas, o clima mudou. O vento frio doía e eu já imaginava o resfriado que pegaria.
Depois de um tempo, três animais foram levados. Mas, sem os donos, ninguém tinha coragem de pegá-los.
Fiz algumas imagens, gravamos entrevista e passagem.
E por fim, um garoto laçou o primeiro animal e foi aplicado o carrapaticida.
Logo depois, chegou um carroceiro e o estado, digamos etílico, dele não era bom.
Ele estava completamente embriagado e, segundo o veterinário, esse é um dos maiores problemas desses trabalhadores. A grande maioria sofre de alcoolismo.
Depois de aplicações em alguns animais fomos embora. No carro, senti alguma coisa me andando. Quando paramos no sinal, levantei a perna da calça e encontrei um carrapato estrela, de primeira grandeza.
O tirei da minha perna e a Michele deu fim nele pra mim.

Segui pra TV e deixei a Michele fechando o texto do Guia, que tinha que ser enviado para Belo Horizonte, e fui gravar a manifestação “Fora Bejani” na porta da Câmara Municipal.
Cheguei lá e me lembrei que segundo o Luiz Carlos Duarte, repórter fotográfico do Jornal Panorama, as quartas-feiras, desde o mês de abril, viraram sinônimo de reunião da imprensa de Juiz de Fora.

E lá estavam três repórteres fotográficos trocando figurinhas. Fernando Priamo, da Tribuna de Minas, Luiz Carlos Duarte, do Jornal Panorama e Carlos Mendonça do jornal O Tempo.
Depois de fazer imagens, ficamos aguardando o que os manifestantes iriam fazer. Segundo a Polícia Militar eram cerca de 80 manifestantes, que dessa vez não saíram em passeata.

Sindicalistas e representantes estudantis protestaram com faixas e fizeram discursos em frente à escadaria da Câmara.
Quando a manifestação acabou, alguns vereadores começaram a deixar a sede do legislativo municipal.

Depois que sai do trabalho, fui a um boteco tomar uma cerveja e encontrei uma fonte que me contou uma coisa, no mínimo, interessante.
Ela me disse que no dia da prisão do prefeito de Juiz de Fora, o combustível das viaturas teria sido pago pela Prefeitura de Juiz de Fora. De lá pra cá, as viaturas só participaram de uma operação, pois a Prefeitura não estaria mais abastecendo os carros da Polícia Federal.
Será?

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Câncer em MInas

Do Portal Minas

Por ser o câncer uma doença que mata sete milhões de pessoas no mundo e, atualmente, a segunda causa de mortalidade no Estado, foi lançado nesta sexta-feira (25) o 6º Informativo da Vigilância do Câncer de Minas Gerais, publicado pelo Programa de Avaliação e Vigilância do Câncer e seus fatores de risco da Superintendência de Epidemiologia da subsecretaria de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES). O objetivo do Informativo é apresentar os tipos de câncer por municípios, com prioridade de investigação, para auxiliar no planejamento de ações de prevenção e controle. O estudo avaliou a mortalidade por câncer dos 853 municípios mineiros.

Segundo a coordenadora do programa de Avaliação e Vigilância do Câncer da SES, Berenice Navarro Antoniazzi, das análises realizadas foram encontrados 122 municípios com resultados alterados para algum tipo de câncer, categorizados como de alta ou altíssima prioridade de investigação. “Através dos resultados é possível que cada município investigue o câncer para validar a doença, voltando o olhar para a análise”, destacou.

As análises foram classificadas por quatro categorias: baixa, média, alta, altíssima, onde essas duas últimas foram selecionadas para identificar os municípios de alta ou altíssima prioridade de investigação futura.

“O Informativo apresenta a avaliação do câncer nos municípios visando atender à demanda crescente que chega à SES-MG, proveniente de populares, gestores, instituições, profissionais de saúde e outros sobre a situação do câncer em suas cidades”, enfatizou o superintendente de Epidemiologia, Aníbal Arantes Júnior.
Estiveram presentes no evento o coordenador estadual do programa de Controle de Câncer de Colo Uterino e de Mama, Sérgio Bicalho, o representante da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Sebastião Cabral Filho, e o representante da gerência de Redes Assistenciais de Alta Complexidade, Luis Adelmo Lodi.

6º Informativo
Para a elaboração do 6º Informativo da Vigilância do Câncer, baseados no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) de 2001 a 2005, foram definidos os 12 tipos de câncer específico e todas as neoplasias mais freqüentes da doença.
São eles:
esôfago; estômago; próstata; mama feminina; colo uterino; boca; leucemias; tecido linfático; traquéia, brônquios e pulmão; cólon, reto e ânus; meninges e encéfalos; fígado e vias biliares intrahepáticas e todas as neoplasias.

Estudos apontam os 122 municípios onde as prioridades de investigação alta e altíssima apareceram mais vezes. Do conjunto avaliado, esses municípios apresentaram resultados alterados, ou seja, com mortalidade maior do que a esperada para algum tipo de câncer. A metodologia permitiu encontrar resultados alterados em pequenos municípios, como Acaiaca, Araguari, Conselheiro Lafaiete e São Lourenço cada uma com um registro. “O objetivo é alcançarmos os pequenos municípios, onde encontramos resultados acima do esperado. A partir daí, se tornam municípios para investigação, onde trabalhos de prevenção serão iniciados”, falou Antoniazzi.As cidades que apresentaram maior número de registros alterados foram Montes Claros, Belo Horizonte e Juiz de Fora, ou seja, vários cânceres apresentam uma mortalidade acima do esperado.

A mortalidade por câncer no Brasil é de 80,04 por 100 mil habitantes.
Em Minas, o índice é de 81,89 óbitos. O dado específico por cidade não foi divulgado porque, segundo a secretaria, varia muito de acordo com as características regionais.
O câncer de pulmão é o mais comum entre os casos registrados em Minas. Depois aparece o câncer de estômago, esôfago, próstata, colo, reto e mama. Entre a população mineira, o câncer é a segunda causa de mortalidade, sendo responsável por 14% dos casos.
Em Montes Claros, há alta incidência de câncer de esôfago, o que pode ter relação com o alto consumo de cachaça.
Fonte: Secretaria de Estado de Governo

terça-feira, 29 de abril de 2008

Ferrovias de Minas - Nos trilhos do abandono

Por Robson Rocha

Falando em ferrovia, nossa região convive com o abandono da história ferroviária.
Quando viajamos pela região é possível ver restos do que já foi uma linha férrea.
O trem colaborou para o desenvolvimento da Zona da Mata Mineira.
Aos poucos, ele foi perdendo espaço, os grandes produtores de café e cana faliram e o transporte ferroviário perdeu força.
No mapa as estradas de ferro que existiam em 1961.

No passado, as ferrovias foram um reflexo de um período de desenvolvimento da região.
Um dos registros mais tristes do abandono no presente está em Além Paraíba.
A estação em si e o local onde funcionavam os armazéns estão preservados,
mas os dois prédios mais bonitos estão desabando aos poucos.
E quando cair, com certeza, vai enterrar a história de um dos períodos de maior desenvolvimento de Além Paraíba.
Neles funcionavam hotel e restaurante.

Esta estação chamada de Estação de Porto Novo do Cunha e depois de Estação de Porto Novo, foi inaugurada em 1871 pela Estrada de Ferro Dom Pedro II. Depois, a Leopoldina Railway assumiu a estação.
Em 1957, a Leopoldina foi incorporada à Rede Ferroviária Federal.
Em 1996, a concessionária FCA assumiu a linha, após privatização. Em agosto de 1999, a FCA passou a ter a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) como a líder do grupo de controle da Ferrovia Centro-Atlântica, fortalecendo o processo de gestão e recuperação da empresa.

Mas, não do patrimônio abandonado em Além Paraíba.
No fundo é uma pena que a empresa não tente recuperar aquele patrimônio. Como em Juiz de Fora, onde a MRS, que também tem a Vale como acionista, apenas usa nosso solo, sem dar muito em troca, segundo o Promotor de Meio Ambiente e Urbanismo Júlio César da Silva.
Hoje, os trens a diesel passam dentro da cidade de Além Paraíba e muito próximos às casas.

Segundo o site http://www.estacoesferroviarias.com.br/ a rotunda, local de manonobra dos antigos trens, desabou em março deste ano.
Quem sabe uma hora a Vale se sensibiliza com o abandono de uma das mais bonitas estações ferroviárias do Brasil e, com a força que tem também na política, consiga recursos para recuperar esse patrimônio, enquanto é tempo.
Se isso acontecer, vou querer estar lá e ter o prazer de gravar imagens bonitas, onde até hoje só consegui mostrar a falta de respeito com a nossa história, a história do desenvolvimento de Minas Gerais.

Vandalismo no Cemitério Municipal

Por Michele Pacheco

Descanse em paz! Enquanto os vândalos permitirem!

É um absurdo que nem o "descanso eterno" seja respeitado. Treze túmulos do Cemitério Municipal de Juiz de Fora foram alvo de vandalismo no último domingo.
Segundo o Diretor de Controle Funerário, Getúlio Ademar Nogueira Pavão, na madrugada de domingo os vigias receberam uma ligação de moradores vizinhos alertando que nove pessoas vestidas de preto estavam andando entre as sepulturas na parte mais alta do cemitério. Segundo o diretor, três jovens foram abordados e a polícia militar foi chamada. Depois do registro da ocorrência de invasão, os suspeitos foram soltos por não haver provas de delitos contra eles. Só no dia seguinte é que foram notados os estragos. A Polícia Militar investiga a denúncia de que um grupo de góticos teria feito a depredação.

Fomos ao cemitério registrar o caso e ficamos surpresos com a ação dos vândalos. Túmulos foram quebrados e abertos, lápides foram arrancadas e destruídas, e muitas cruzes foram jogadas no chão. Em meio ao mato que esconde alguns túmulos na parte mais alta, perto do IML, Instituto Médico Legal, os criminosos encontraram proteção contra os olhos dos quatro vigias que trabalham no turno da noite. A suspeita é de que eles tenham entrado no cemitério pulando o muro de um terreno baldio.
O Municipal tem 86 mil m2 e 19 mil sepulturas.

Difícil é entender o que se passa numa mente doentia que acha graça em destruir o que as famílias construíram com sacrifício, num momento de dor e perda de alguém querido. Como será que essas pessoas se sentiriam se encontrassem o túmulo dos pais delas naquele estado de destruição? Será que gostariam de ver os restos mortais de algum familiar desrespeitado por irresponsáveis? Violação de túmulo é crime! Pelo menos, até agora, não foi notada a ausência de ossadas nas sepulturas depredadas.

O pior, é que os suspeitos detidos no domingo usavam roupas pretas e se denominavam góticos (sub-cultura que surgiu na Europa e nos Estados Unidos nos anos 70 e chegou ao Brasil na década de 80 - tem fixação pela morte e vê os cemitérios como se fossem museus e locais de contemplação), denegrindo a imagem de um movimento que sempre foi ligado às artes e à cultura. Os primeiros góticos eram considerados excluídos da sociedade. Para eles, os cemitérios eram um lugar de admiração. O que não se encaixa ao que foi feito em Juiz de Fora. Se o grupo responsável pelo vandalismo se considera gótico, deveria se informar melhor sobre essa sub-cultura e o que ela defende.

Esses vândalos não são góticos, são criminosos!

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Perigos no trânsito

Por Robson Rocha

O assunto do dia foi o trânsito.
Começamos gravando com o promotor de Meio Ambiente e Urbanismo, Julio César da Silva. Na semana passada, ele nos deu uma entrevista exclusiva sobre os problemas com as passagens de nível em Juiz de Fora. A matéria foi ao ar hoje no Jornal da Alterosa Edição Regional e fomos juntos com companheiros de outros veículos de comunicação para cobrir a reunião do promotor com o Presidente da MRS, Júlio Fontana.

Mas, ele não apareceu e mandou um representante. Júlio César da Silva não aceitou recebê-lo, já que esse representante não tem poder legal para assinar um acordo com o Ministério Público (objetivo da reunião) e afirmou que agora vai entrar com uma medida cautelar na justiça pedindo embargo de bens da empresa.
A medida é para garantir pagamento em caso de condenação futura.
Do jeito que estão, as passagens de nível só ajudam a deixar o trânsito mais confuso em Juiz de Fora.
O número de trens que passam pela cidade tem aumentado, o volume de veículos e pessoas na cidade também.
Resultado: caos à vista!

E, falando em trânsito, terminamos o dia com um acidente entre duas motos na rua Engenheiro Gentil Forn, no Morro do Imperador.
Não deu pra entender muito bem o que aconteceu, pois as motos caíram bem distantes uma da outra.
A polícia não tinha informações sobre as vítimas, pois quando os policiais chegaram ao local, as duas viaturas de resgate, uma dos bombeiros e outra do Samu, já estavam saindo com os feridos.

Nesse mês, foram vários acidentes com motos em Juiz de Fora.
Só no dia 15, passei por dois casos com moto em menos de 2 horas.
O primeiro foi pela manhã. Fui levar minha filha ao colégio e quando voltava pela avenida Independência, lá estava uma moto caída. Não deu pra parar e perguntar o que houve. Mas a avenida ainda estava vazia e mesmo assim parece que os dois veículos queriam ocupar o mesmo lugar no espaço.

Logo depois, me deparei com o segundo acidente. Dessa vez na avenida Rio Branco e mais uma vez a lei da física funcionou. Dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço e o estrago foi grande.
O curioso é que achei que o motoqueiro tivesse se ferrado na batida, mas que nada. Ele estava bem e falando ao celular.
Só posso dizer que o santo do cara é forte, porque bater na traseira de um Chevette, causar esse estrago e nem pegar carona no resgate!?

Em um outro acidente, na Praça Agassis, no bairro Mariano Procópio, o motoqueiro perdeu o braço na batida, não resistiu e morreu.
Nesse final de semana, mais dois acidentes envolvendo motos e fazendo vítimas fatais. Por volta das 3h30, na Avenida JK, próximo ao trevo de entrada ao Bairro Cidade do Sol, na Zona Norte, uma Caravan chocou-se contra um poste de iluminação, que caiu sobre uma moto. O motociclista morreu na hora.
Também na Avenida JK, um motoboy bateu contra a mureta de proteção do Viaduto Ramirez Gonzalez, no Cerâmica. Com o impacto uma jovem que estava no carona, foi arremessada de uma altura superior a três metros.

Mas, a Avenida Rio Branco é a recordista em atropelamentos na cidade.
Em nenhuma avenida ou rua de Juiz de Fora acontecem tantos acidentes envolvendo pedestres. E a gente sabe que na maioria das vezes existe um abuso por parte deles. Claro que existe imprudência de motoristas, mas basta olhar quanta gente não anda na calçada.
Vão dizer que não cabe todo mundo na calçada! Mas, e quando os carros não couberem na avenida, eles vão subir na calçada?!

Isso, sem nos esquecer dos ciclistas. Na Avenida Rio Branco isso é um perigo!
O espaço já é pequeno para dois carros e aí surgem bicicletas fazendo ultrapassagens pela direita e disputando espaço com veículos e motos. A grande maioria dos ciclistas não respeita lei nenhuma, muito menos sinal de trânsito e aí, fazer o quê? Eles não podem ser multados.
Até agora só motoristas e motociclistas podem ser punidos, mas parece que já passou da hora de fazer com que pedestres e ciclistas respeitem as leis de trânsito.
Uma vez que campanhas educativas não funcionam, é hora de pensar em uma outra solução.

MRS pode pagar pedágio em Juiz de Fora

Por Robson Rocha

Não é de hoje que a linha férrea que corta Juiz de Fora se torna um assunto polêmico.
Existe um projeto para um anel ferroviário para Juiz de Fora, com cerca de 50km.
Mas devido ao alto custo, R$300 milhões, o projeto não saiu do papel.

Em uma entrevista do presidente da MRS, Julio Fontana, ao Portal JFMG(http://www.portaljfmg.com.br/), perguntado se existia um projeto para tirar o trem da região central de Juiz de Fora, ele respondeu:
“Não. Já foi pensado, mas não pela MRS.

Existe um projeto para a retirada do trem, mas ele é do governo.
A malha pertence ao Estado, a MRS é uma concessionária.
Assim essa linha que passa na cidade é do governo federal, e não da MRS, qualquer modificação tem que ser iniciativa deles e não nossa.”

São mais de 13 passagens de nível na cidade, isso fora aberturas, às vezes
clandestinas, para a passagem apenas de pedestres.
Seis passagens de nível são mais críticas, principalmente a da rua Benjamim Constant, ligando a zona leste da cidade à região central. Ali, todos os dias pedestres e motoristas testam sua paciência. Quando a cancela fecha para a passagem do trem, o trânsito que já é caótico, simplesmente pára. E o reflexo chega até a Avenida Brasil. Muitas vezes viaturas do resgate e corpo de bombeiros também ficam retidas.
Após a passagem da composição, o trânsito demora a voltar ao normal.

O gerente de arrendamento e patrimônio da MRS, Sérgio Carrato,
disse à Comissão Especial da Câmara Municipal de Juiz de Fora, em 2006, que a empresa gera mil empregos diretos e mais mil indiretos na cidade. Com relação aos tributos pagos pela empresa, Carrato contou que são pagos por ano R$600 mil de INSS, R$ 60 milhões em ICMS e mais R$300 milhões em tributos federais, além dos R$ 600 mil pagos pelo aluguel da linha do trem.
A MRS arrendou a Rede Ferroviária Federal no trecho entre Rio de Janeiro e Belo Horizonte, atravessando 105 municípios.
Segundo a empresa, o ISS gerado para Juiz de Fora foi de R$1.023.056,85.

Sempre que acontece algum acidente o assunto volta a circular.
Dia 13 de dezembro de 2006, a polêmica voltou.

Segundo matéria do jornal Tribuna de Minas, a linha férrea em Juiz de Fora seria murada.
Abaixo, a matéria.

Dnit estuda fechar passagens de nível com viaduto

Os mais de 20 quilômetros de ferrovia que cortam o perímetro urbano de Juiz de Fora podem ser fechados por muros. O Ministério dos Transportes vai realizar um projeto para adequação da linha na cidade, como forma de minimizar os transtornos provocados pela crescente convivência da população com os trens. Na prática, isso significa que, ao invés da retirada dos trilhos, como foi solicitado pelo prefeito Alberto Bejani (PTB) ao Governo Federal, a via seria vedada. Desta forma, as travessias de pedestres e veículos, hoje feitas em passagens de nível, seriam realizadas em viadutos e passarelas, conforme informações do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit). A medida representaria uma alternativa mais barata que a transposição da ferrovia e também seria o meio mais rápido para reduzir os problemas provocados pela passagem de, pelo menos, 30 composições diárias, causando no total mais de cinco horas de retenções. As interrupções no trânsito, inclusive, devem se tornar ainda mais comuns, levando-se em consideração a previsão da MRS Logística, concessionária do trecho, de aumento de cerca de 75% no volume transportado até 2009. Com isso, o fluxo de veículos e transeuntes na cidade poderia sofrer até 52 paralisações a cada dia, saturando ainda mais o trânsito. O cenário previsto para o futuro pode se tornar pior, devido à tendência de crescimento da frota de automóveis em circulação no município, que atualmente ultrapassa 137 mil veículos. Um ponto negativo da medida, entretanto, é que Juiz de Fora passaria a ser cortada por um paredão de concreto. “O melhor para a cidade seria a retirada total da linha de dentro da área urbana, o que, infelizmente, nem sempre é viável”, afirma o diretor de Infra-estrutura Ferroviária do Dnit, Luiz Fernando Fonseca, que destaca ser evidente a necessidade de uma solução com maior rapidez possível. “Juiz de Fora está chegando ao ponto em que algo realmente precisa ser feito. Conhecemos o projeto de expansão da MRS Logística, que é bastante grande e prevê aumento considerável na passagem de trens pela região.”

Cada vez que acontece um acidente na área urbana da cidade, surgem inúmeros defensores da causa e são apresentados projetos de todos os tipos. As idéias brotam maravilhosamente, mas tão rápido quanto o acidente, elas são esquecidas e nada é feito. Claro que existem medidas paleativas, mas nada com resultados práticos, e a população continua sendo a grande prejudicada.

Nesta semana, mais uma vez a linha férrea que corta Juiz de Fora vai ser notícia.
Desta vez, quem levanta a polêmica é o promotor Júlio César da Silva.
Ele quer que a MRS pague pelo uso do solo na cidade.
Seria uma espécie de pedágio para os trens passarem por Juiz de Fora.
Pelo menos dessa vez, parece não ser um ato político, mas tenho certeza que o promotor vai encontrar muitas dificuldades pelo caminho.

A Rede Ferroviária Federal acabou com a mais perigosa passagem de nível de Juiz de Fora na década de 1980.
Ela ficava na Avenida Rio Branco, próximo ao campo do Sport.
Imagine a cidade hoje sem o Mergulhão, e como ficaria o trânsito da principal avenida quando fosse passar um trem.

Gravamos uma matéria na passagem de nível da
Benjamin Constant, na sexta-feira, e nos cinco minutos em que o trânsito ficou parado para a passagem do trem, o número de carros e pedestres que esperavam para passar era enorme.
Isso tudo com um outro detalhe: não há nenhum segurança no local apenas a cancela e as pessoas ficam muito próximas do trem que está passando.

Espero que o promotor consiga respostas e o melhor, ajude a pôr em prática soluções para os problemas da linha férrea em Juiz de Fora. Pois, por enquanto, os descarrilamentos ainda não aconteceram na área central de Juiz de Fora.

Se acontecer uma tragédia, de quem vai ser a responsabilidade?