Quem somos

Minha foto
JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Eleições 2008 Confusão em Barroso

Por Michele Pacheco

A situação dos moradores de Barroso, no Campo das Vertentes, é complicada.
A cidade mineira tem pouco mais de 20 mil habitantes.
Nas eleições municipais deste ano, três candidatos disputaram os votos dos 15831 eleitores.
O povo saiu de casa no domingo, cumpriu o dever cívico e esperou ansioso o resultado.
Foi aí que veio a bomba!
A candidata do PP, Eika Oka de Melo, foi a mais votada, conseguindo 6491 votos.
O problema é que ela ganhou, mas não levou.

Segundo o Tribunal Regional Eleitoral, o atual prefeito, Arnaud Baldonero Napoleão, foi reeleito com 5792 votos.
O percentual da outra candidata não foi computado para ela, sendo incluído nos votos nulos.
O motivo?
A candidatura da Eika foi impugnada logo no início do período eleitoral.

Ela foi prefeita de 2001 a 2004, mas o Tribunal de Contas de Minas Gerais rejeitou a prestação de contas desse mandato e a Câmara Municipal de Barroso acatou a rejeição.
Eika recorreu ao TRE, em Belo Horizonte, e perdeu.
Os advogados aconselharam recurso no Tribunal Superior Eleitoral.
Enquanto o processo corre no TSE, ela teve o direito de disputar a eleição.

O problema é que para o TRE continua valendo a impugnação e os votos da candidata foram considerados nulos.
Fomos à cidade cobrir o assunto e conversamos com os dois candidatos.
Arnaud alega que o impasse político é prejudicial ao município, uma vez que está criando tensão e aumentando inimizades.
Eika alega que as contas dela não foram aprovadas porque uma assessora usou códigos errados ao lançar despesas com a saúde e isso foi apontado como irregularidade.
Ela diz que não teria disputado a eleição se não houvesse uma forma legal de ser candidata.

A juíza Valéria Possa Dornellas confirmou que os votos não foram computados para a candidata do PP por conta da pendência das contas rejeitadas.
Ela explica que a lei permite que candidatos nessa situação disputem eleições, desde que estejam aguardando julgamento no TSE. Foi o que aconteceu em Ijuí-RS e em Recife-PE.
Não há previsão para que o recurso seja julgado.
O mais difícil numa reportagem com essa é agradar a todos.

A gente chegou à cidade e logo virou atração.
O povo correu para a praça em frente ao Palácio dos Três Poderes e ficou vigiando cada movimento nosso.
Pela pauta, deveríamos ir primeiro à prefeitura entrevistar o prefeito, em seguida ir à casa da Eika e, por fim, à juíza.
Não fomos nós, da TV, que escolhemos os horários e sim os entrevistados.

Mas, vá explicar isso aos cabos eleitorais de plantão!
Duas pessoas vieram de cara amarrada perguntar se a gente só ia mostrar o lado do prefeito. Como era cedo e nossa paciência ainda estava em dia, respondi educadamente que ouviríamos todos os lados. Gravamos com o prefeito e fomos para a casa da candidata do PP.

No caminho, pedimos informação sobre o endereço e ouvimos mais comentários.
Dessa vez, queriam saber se nós não gostaríamos de falar primeiro com o prefeito.
Mais uma resposta educada!
A situação foi se repetindo a cada passo.
Como disse o Robson, parecia que estávamos numa jaula, pois todo mundo parava para nos olhar, apontando e comentando.

No início da tarde, paramos mais uma vez na praça para esperar a chegada da juíza. Os grupinhos entraram em ação. Com o nível de paciência chegando num ponto perigoso, muito próximo de uma explosão temperamental, arreganhei os dentes tentando fazer o rosnado parecer um sorriso e expliquei pela enésima vez que não estávamos lá para tomar partido de ninguém, apenas para mostrar os fatos.

Acabamos de gravar com a juíza e fomos fazer entrevistas com moradores. Demos sorte.
A primeira foi neutra, disse que não entendia nada do que estava acontecendo.
A segunda entrevista foi com um partidário da Eika, que estava furioso alegando que o voto do povo estava sendo desrespeitado. Por fim, ouvimos um partidário do Arnaud que disse que a candidata tinha sido irresponsável ao disputar uma eleição sabendo que estava impugnada e que isso ainda pode acabar em morte por lá.
Satisfeitos com as entrevistas, fomos fazer os teasers para o jornal. Advinhem?!

Fomos seguidos de perto por vários grupos. Eu lá, plantada no meio da praça, parecendo uma linha divisória entre exércitos prestes a entrar em conflito. Ainda bem que consigo me concentrar em locais agitados. Mas, a gravação estava uma coisa de doido! Lá ia eu no texto “os moradores de Barroso estão confusos...” e de repente alguém completava por perto “tem que falar que a culpa é da candidata. Ela está errada’, eu seguia com o texto “a candidata ganhou, mas não levou.

Ela tem uma pendência...” e alguém gentilmente acrescentava “ Ué, a Eika não foi eleita, não? Mas, ela foi a mais votada”.
Com tantos repórteres no mesmo lugar, custamos para terminar o trabalho.
Quando acabamos, o suspiro de alívio foi brutalmente cortado por um morador mais afoito que chegou perto e disparou “você tem que gravar com aquele pessoal lá. Eles querem falar a verdade sobre essa sujeira que fizeram com a Eika”. Lembra do meu nível de paciência? Estava apitando ensurdecedoramente no vermelho. Mesmo assim, juntei o que sobrou da boa educação que meus pais me deram e respondi que já tinha encerrado as entrevistas com um neutro, um partidário do prefeito e um partidário da Eika.

Faltavam poucos passos para chegar ao carro. Comecei a me sentir numa corrida de obstáculos. Os grupos se reuniam em pontos estratégicos. Era impossível chegar ao carro sem contratempos. Olhei para o Robson e ele estava meio esverdeado. O pobrezinho passou mal a noite toda e não estava legal. Imaginem, que ele não tinha forças nem para xingar os mais grosseiros! Como uma boa esposa, fui na frente atraindo a atenção, enquanto ele passava despercebido. Não deu outra! Fui parada por mais um simpático aglomerado de moradores. “Se você gravou com o pessoal da Eika tem que gravar com a gente também! Não está certo eles ficarem reclamando agora. Lei é lei” falou alguém muito seguro da própria opinião.

Numa hora dessas, passa tudo pela cabeça de um repórter. Coitado do sujeito, ele está defendendo a opinião dele! É brincadeira eu tentar fazer meu trabalho com o máximo de isenção e seriedade e ter que agüentar isso! Será que essa gente não tem o que fazer em casa ou no trabalho?! Será que hoje é feriado municipal para infernizar equipes de reportagem tentando trabalhar?! Mas, no meio de tudo prevaleceu a boa educação e expliquei de novo que já tinha concluído as entrevistas e não iria tomar partido de ninguém.

O mais irônico nisso tudo é que, ao ser isento e profissional, o jornalista nunca consegue agradar a todos.
Prova disso são os e-mails que estou recebendo, criticando o "desrespeito que meu texto mostra com o povo trabalhador de Barroso".
Primeiro, adoro a cidade e já fiz muitas matérias boas por lá.
Segundo, tenho o maior respeito pelo povo trabalhador que, com certeza, não tem tempo para ficar à toa na praça vigiando a vida dos outros.
Curiosidade é algo muito natural e saudável e ocorre não só nas cidades pequenas, mas nas grandes também.

Não é preconceito, só que o que vimos em Barroso foi até engraçado. Algumas pessoas estavam dispostas a vigiar os passos de uma equipe de reportagem para garantir que os repórteres falassem o que elas queriam.
Um homem que não citei no texto, nos parou na praça defendendo a candidata e, não satisfeito, nos seguiu até a casa da Eika pra ter certeza de que íamos lá.
E a política está sendo usada como desculpa para acirrar picuinhas antigas entre alguns moradores. O mais curioso, é que os candidatos, que tinham tudo para tentar influenciar a equipe, se limitaram a contar suas versões do fato.

Sete pessoas indiciadas pela morte do prefeito de São Francisco do Glória

Do Interligado

Nove meses após o assassinato do então prefeito de São Francisco do Glória, Gilberto Silva e Souza, enquanto passava um final de semana com a família em Piúma – ES, o delegado Milton Sabino, da Polícia Civil do Espírito Santo, concluiu o inquérito e o enviou a Justiça.
No inquérito em que sete pessoas estão indiciadas, cinco são apontadas como mandantes do crime e as outras duas como intermediárias.
Segundo ainda o Delegado, seis dos indiciados são moradores de São Francisco e um mora em Muriaé.

Dos nomes que causaram mais surpresas a todos estão o do atual Prefeito Luciano Dias Paes Neto, que era vice na ocasião do crime e foi reeleito no último domingo (5).
O atual Presidente da Câmara Municipal do Município, Geraldo Laviola, vereador mais votado no último pleito e o Chefe de Gabinete Sebastião carvalho de Lazaroni.

O vereador e o chefe de gabinete negaram qualquer envolvimento com o fato e estão à inteira disposição da justiça.
E o Prefeito, Luciano está em Belo Horizonte, mais informou que assim que retornar a São Francisco, também se apresentará a justiça, já que nada tem com o crime e quer sim a apuração da verdade dos fatos.
Agora o inquérito está nas mãos da Justiça, para ouvir os indiciados, já que o suspeito de executar o Prefeito já está preso e chegar aos verdadeiros mandantes do crime, que chocou não só São Francisco, como as demais cidades da região.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Acidente mata menino de 8 anos em Juiz de Fora

Por Robson Rocha

Ficamos felizes de ter mostrado na semana de trânsito, o trabalho que os bombeiros e a polícia militar fizeram de orientação, principalmente a prevenção de acidentes.
Os bombeiros militares apresentaram um teatrinho para as crianças sobre as regras de trânsito.
É até engraçado ver que dentro das fardas não existem militares sisudos, mas sim, pessoas que colocam a alma no que fazem e que conseguem ser divertidas na hora de passar as informações para as crianças.

Elas acompanham atentas as mensagens que são passadas pelos personagens.
As crianças se espalharam pelo chão da praça, no bairro Grama, querendo participar e respondendo corretamente a todas as perguntas feitas pelo Tenente Leonardo Nunes, que ali se transforma no Tenente Batatinha.
Juntamente com o mascote dos bombeiros, ele diverte e orienta as crianças.

Depois eles demonstraram o que pode acontecer em um acidente de trânsito, onde um carro pode facilmente pegar fogo.
As crianças e adultos se sentem atraídas e observam atentamente o trabalho dos bombeiros.
Mas, a mensagem para todos é o que pode acontecer quando alguém não segue as regras de um trânsito seguro.

Para salvar as vidas, os bombeiros se superam e fazem tudo que é humanamente possível para que as vítimas de um acidente não morram.
Tentam consertar um erro que foi cometido pelos motoristas, motociclistas ou pedestres e que, em grande parte das vezes, tem como vitima as crianças.
O triste é que muitas vezes, apesar de todo o esforço, os bombeiros não podem fazer nada.

Infelizmente, foi o que aconteceu hoje no bairro Bairú, zona leste de Juiz de Fora.
Fomos deslocados para lá, pois havia acontecido um acidente grave com vitimas.
Chegando ao local, o número de curiosos era grande.
Segundo testemunhas, a motorista de um Fiat Doblô não respeitou a sinalização. Ela não parou num cruzamento e atingiu um Pálio que seguia na mão correta e capotou com o impacto.
Um menino de 8 anos estava no banco traseiro e foi arremessado, ficando com metade do corpo para fora da janela, prensado pelo veículo e as pernas presas dentro do carro.
A polícia suspeita que a criança estava sem cinto de segurança.

Dois erros bobos e simples, mas como explicar a uma mãe que, devido a essas imprudências, o filho dela estava morto.
Ela chegou ao local e entrou em desespero.
Não havia como se manter frio diante da cena e do sofrimento daquela mãe.
A menos de 10 metros dela, estava o corpo do filho de oito anos, coberto por um pano.

Uma tragédia que poderia ter sido evitada com as orientações passadas no teatrinho dos bombeiros às crianças.
Pois, se o menino estivesse com o cinto, não teria sido arremessado para fora do carro.
E, se a sinalização tivesse sido respeitada, o acidente provavelmente não teria acontecido.
A cena que vi da mãe, o olhar de pavor dela não vai sair da minha cabeça tão cedo.

Mas, essa mãe não vai esquecer nunca a cena do carro tombado e do filho morto.
Enquanto tiver vida, o coração dela vai sofrer. Foi impossível ver aquela imagem e não se colocar no lugar da mulher caída no chão, em estado de choque chamando pelo menino que tinha acabado de sair de casa e que nunca mais vai voltar.

Por mais que a gente acompanhe situações trágicas, foi um momento difícil para todo mundo que acompanhava a ocorrência. Jornalistas e policiais com os olhos molhados tentavam esconder as lágrimas e recuperar o controle para fazer aquilo que todo mundo espera: agir com segurança e profissionalismo nas piores horas.
O que me deixa deprimido é saber que não é a primeira e nem vai ser a última vez que tenho que registrar cenas desse tipo.

Por que será que nós adultos demoramos tanto para aprender as lições tão simples que as crianças aprendem brincando, com um simples teatrinho de fantoches?

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Estragos do final de semana

Por Robson Rocha

Hoje, começamos o dia gravando na região do bairro Retiro, em Juiz de Fora, onde a chuva de domingo causou estrago.
Logo na entrada do bairro, uma árvore caiu em cima de uma casa.
O tronco atingiu a cozinha e por sorte, ninguém se machucou.
Mas, as paredes dos quartos ficaram com muitas rachaduras.
A do quarto de casal estava de pé, apoiada em um guarda-roupas.

Na cozinha, o telhado foi completamente destruído e as paredes caíram, sobrando pouca coisa.
A geladeira foi atingida em cheio pela árvore e ficou totalmente destruída.
Pelo chão e na mesa, alimentos se misturavam a cacos de telha e pedaços de tijolos.
A família estava assustada e a Defesa Civil orientou que as pessoas saíssem da casa.

Rodando pelo bairro, várias moradias ficaram destelhadas e, no final da rua Irmã Emerenciana, os moradores estavam assustados.
Isso, porque uma árvore caiu fechando a passagem na rua e derrubando a fiação da rede elétrica, que ficou interrompida de sete da noite de ontem até hoje pela manhã, quando foi restabelecida. Com isso, o risco de acidente com as crianças no local era grande.

Depois que passamos pelo local, uma equipe da Defesa Civil isolou a área.
Segundo o balanço, 72 duas casas foram atingidas pelo temporal nos bairros Retiro, Floresta, Jardim Esperança e Alto Santo Antônio.
Saímos do bairro e fomos direto para a coletiva do candidato Tarcísio Delgado.

Chegamos com um atraso de quarenta minutos e cheios de barro.
Chegamos ao bureau do candidato onde a sala já estava cheia de políticos e jornalistas.
Tarcísio disse que está se aposentando da política e que o apoio no segundo turno vai depender do que os partidos que o apoiaram decidirem.
O Deputado Federal Julio, filho de Tarcísio, é o herdeiro político da família Delgado.

Os votos que Tarcísio conseguiu podem fazer a diferença no segundo turno.
Ele elogiou os dois candidatos, mas afirmou que eles estão mal acompanhados e criticou os debates que foram realizados.
Além disso, disse que ele e Custódio têm experiência e que isso em vez de ser um ponto positivo, foi transformado em uma coisa negativa.
Ele ainda criticou fortemente Omar Peres por criar fatos e informações e usar isso nos debates.

Tivemos que interromper a coletiva para gravar um flash com Tarcísio para o Jornal da Alterosa.
Na entrevista, a Michele perguntou sobre o apoio, levando em consideração que ele conhece bem os dois candidatos. Custódio e Margarida já trabalharam em administrações de Tarcísio.
Ele respondeu resumindo o que já havia dito.

Saímos rapidamente, direto para a TV onde entrevistaríamos ao vivo no Jornal da Alterosa, os dois candidatos que disputam o segundo turno das eleições em Juiz de Fora.
Tudo montado, e o primeiro a ser entrevistado foi Custódio Mattos do PSDB.
Ele fez uma avaliação da campanha e disse o que vai ser feito no segundo turno.
Falou também da busca de apoio dos candidatos a prefeito que foram derrotados e da importância do apoio do governador Aécio Neves.

Depois, foi a vez da Margarida Salomão, do PT.
Ela estava acompanhada do Márcio Guerra.
A candidata que teve o melhor desempenho no primeiro turno, conquistando 40,83% dos votos, disse que vai manter as estratégias adotadas até agora. Ela acredita que está conseguindo mostrar aos eleitores que entende os principais problemas do município.
Margarida também falou da busca de apoio dos outros candidatos e comentou o apoio do presidente Lula.

Eleições 2008 - 1º turno

Por Robson Rocha

O dia ontem foi longo, a cobertura da TV Alterosa das eleições foi dividida para três equipes e sobrou pra gente o primeiro horário.
Começamos às 7 da manhã. Tínhamos uma matéria e vários flashes para gravar.
Mas, começamos o dia fazendo imagens e entrevistas com eleitores no colégio Fernando Lobo, bairro São Mateus.
Chegamos, o portão ainda estava fechado e uma senhora de 75 anos aguardava.
Gravamos um flash e depois continuamos acompanhando a idosa até o momento do voto.

Dali, fomos para a igreja do bairro Bom Pastor, onde o candidato Custódio Mattos, votaria às 9 da manhã.
Ele atrasou bastante, chegou acompanhado da mulher, dos filhos e dos netos.
O candidato ficou na fila e logo depois votou.
Ele foi rápido e na saída, cercado pela imprensa, gravou entrevista.
Custódio falou sobre as perspectivas para o segundo turno.

Terminada a entrevista, seguimos para o clube Bom Pastor, onde dois candidatos votariam.
Ali mais um tempo de espera.
O calor era muito grande e todo mundo procurava uma sombrinha para ficar.
Os repórteres fotográficos da Tribuna de Minas e do Panorama, Fernando Priamo e João Schubert, ganharam a companhia do Wallace Matos e sua inseparável garrafinha de água.

Mas, depois da espera, chegou o candidato Tarcísio Delgado, que estava com a mulher.
Entrou e teve que procurar onde iria votar.
Um dos mesários sinalizou e Tarcísio foi até a mesa, cumprimentou os mesários e depois foi à cabine votar.
Na saída também gravou entrevista.

Daí, foi aguardar Omar Peres, que também votaria no clube Bom Pastor.
Ele chegou e fez a volta olímpica no salão do clube, cumprimentando todos os mesários e presidentes de seção um a um.
Depois foi à cabine, votou e logo depois também deu entrevista avaliando a eleição.

Gravamos flashes e fomos até onde votaria o prefeito, José Eduardo Araújo, mas atrasamos. Depois, seguimos para o Fórum, onde pessoas detidas por cometer crime eleitoral eram levadas e ouvidas por uma equipe de juízes e promotores.
Mas, no geral, foi uma eleição muito tranqüila em Juiz de Fora, sem muito tumulto.
A PM registrou durante todo o domingo 34 ocorrências. Das 17 denúncias de irregularidades eleitorais, apenas quatro se confirmaram.

Com isso, a previsão de trabalho da TV foi mantida.
Os outros candidatos foram gravados pelas duas outras equipes da TV Alterosa.
À tarde, fomos fazer a chegada dos disquetes das urnas e a apuração dos votos, que foi feita rapidamente.
1º turno cumprido, agora é aguardar o segundo turno e ver quem vai administrar Juiz de Fora a partir de janeiro.Nós, galera da imprensa, temos outro encontro marcado com certeza.

Chova ou faça sol, estaremos a postos em busca dos melhores ângulos e das novidades.

domingo, 5 de outubro de 2008

Eleições 2008 - Resultado em Juiz de Fora e região

Por Michele Pacheco

Em Juiz de Fora, 6 candidatos a prefeito e cerca de 400 a vereador disputaram os votos de 368.011 eleitores.
O município tem 5 zonas eleitorais e 1063 seções.
A votação terminou sem problemas às 17h e o primeiro mesário a entregar disquete para apurar chegou às 17h20 no posto de recebimento montado no Restaurante Universitário.
Cinco mil pessoas entre funcionários da Justiça Eleitoral, mesários e motoristas trabalharam para garantir o sucesso da eleição.
Às 20h40 desse domingo, os eleitores já sabiam o resultado do primeiro turno.

Margarida Salomão, do PT,
teve 114.612 votos, o equivalente a 40,82% do total.
Ela já foi Reitora da Universidade Federal de Juiz de Fora e estreou na disputa de uma eleição municipal.

Custódio Mattos, do PSDB,
teve 79.254 votos, o equivalente a 28, 23% do total.
Ele já foi prefeito por um mandato em Juiz de Fora.

Tarcísio Delgado, do PMDB,
teve 58.259 votos, o equivalente a 20,75% do total.
Ele já foi prefeito por três mandatos em Juiz de Fora.

Omar Peres, do PV,
conseguiu 17.538 votos, o equivalente a 6,25%.
Estreante na disputa política pela prefeitura, mas já foi candidato ao Senado na última eleição.


Rafael Pimenta, do PCB,
teve 5.829 votos, 2,07% do total.
Advogado, nunca tinha participado de uma disputa política.


Vitor Pontes, do PSTU,
conquistou 5.291 votos, o equivalente a 1,88% do total.
Estudante universitário, tem se destacado no Movimento Estudantil e também estreou na disputa para prefeito.

Quanto aos vereadores, segue a lista dos 19 mais votados:

1- Bruno Siqueira
2 - Isauro Calais
3 - Rodrigo Mattos
4 - Castelar
5 - João do Joaninho
6 - Dr. José Laerte
7 - Pastor Carlos
8 - Romilton Faria
9 - Juraci Scheffer
10 - Vanderlei Tomaz
11 - Flávio Checker
12 - Vicentão
13 - Tico Tico
14 - Chico Evangelista
15 - Leonardo Bello
16 - Cido
17 - Betão
18 - José Emanuel
19 - Cidão dos Esportes

Mas, calculado o coeficiente eleitoral, os que conquistaram uma vaga na Câmara Municipal para a legislatura 2009/2012 foram:

Coligação PSDB-DEM-PRB
Rodrigo Mattos - 3659 votos (reeleito)
João do Joaninho - 3547 votos (reeleito)
Dr. José Laerte - 3365 votos
Pastor Carlos - 3346 votos (reeleito)

Coligação Construindo o Futuro
Dr. Fiorilo - 2017 votos
Ana do Padre Frederico - 1792 votos

Coligação PTC-PPS
Dr. Luiz Carlos - 2195 votos
Dr. josé Tarcísio - 2134 votos

Coligação PMN-PSDC
Isauro Calais - 4076 votos (reeleito)

Frente Social Progressista
Tico Tico - 2788 votos
Chico Evangelista - 2729 votos

PMDB
Bruno Siqueira - 6483 votos (reeleito)
Júlio Gasparete - 2400 votos
José Sóter Figueiroa - 2382 votos (reeleito)

Coligação Sempre Juiz de Fora
José Emanuel - 2535 (reeleito)
Noraldino Jr. - 2473

Coligação Unidos para Mudar
Castelar - 3560 votos
Flávio Checker - 3006 votos (reeleito)
Betão - 2566 votos

Com esse resultado, 8 vereadores foram reeleitos e 11 são novidade.
Alguns já ocuparam uma cadeira no Legislativo antes.

Em Chácara, o prefeito Hitler Vagner Cândido de Oliveira, do PR, foi reeleito.

Em Coronel Pacheco também houve reeleição e Edelson Sebastião Meireles derrotou os adversários e vai cumprir mais 4 anos de mandato.

Em Belmiro Braga, Paulo Fernando venceu com 49,18% dos votos. Gabriel Monteiro de Barros teve 41,82% dos votos e José Geraldo Cardoso ficou com 9%.

sábado, 4 de outubro de 2008

Eleições blá blá blá

Por Robson Rocha

O período de eleições chegou e vamos eleger o prefeito de Juiz de Fora.
Junto com ele, vamos eleger o legislativo municipal, ou seja, 19 vereadores.
Por falar em vereadores, tirando o processo contra o ex-prefeito Carlos Alberto Bejani e o caso Vicentão, alguém se lembra de alguma coisa importante que a última legislatura fez em Juiz de Fora?
Alguma lei marcante, que mudou a vida da população?
Não vale paternalismo, pois isso a gente cansou de ver.

Mas, olhando pra frente, a situação não deve mudar muito depois das eleições.
Vendo o horário eleitoral, a gente nota que a grande maioria dos candidatos parece não saber a função de um vereador.
E, se esquece que um vereador sozinho não é capaz de fazer nada.
Para conseguir aprovar algum projeto, ele depende de apoio.
Alias, se aplicarmos aos candidatos ao legislativo uma prova sobre a história do nosso município, será que vão saber alguma coisa?
Grande parte não vai saber nem cantar o hino de Juiz de Fora!

Será que eles saberiam quem foi José Ribeiro de Rezende?
Será, que se a gente dissesse Barão de Juiz de Fora ajudaria?
Acho que não.
Ele foi o primeiro administrador juizforano e era líder dos poderes Executivo e Legislativo.
Era como se, hoje, o presidente da Câmara administrasse Juiz de Fora.
Quando ele assumiu o poder em 1853 não havia a figura do prefeito e o Barão de Juiz de Fora foi Presidente da Câmara e Agente Executivo.

Os presidentes da câmara administraram Juiz de Fora até 1930.
Até então, foram 25 administrações, sendo que José Procópio Teixeira administrou a Câmara e o município por três vezes consecutivas.

Será que algum candidato sabe o nome do primeiro prefeito de Juiz de Fora?

Pedro Marques de Almeida foi eleito em 1930.
Isso graças à Revolução Gaúcha, que pregava a escolha de um prefeito independente da Câmara Municipal.
Pedro administrou a cidade por três anos.
De 1930 até hoje, foram 28 administrações, sendo que foram 21 pessoas diferentes.

Mas, como cobrar isso dos candidatos?
Fazendo matéria sobre prefeitos de Juiz de Fora, tivemos que ir até a Funalfa para gravar as fotos.
Como eles não tinham as fotos dos prefeitos de Juiz de Fora digitalizadas, tive que gravar as penduradas na parede.
Pois me disseram que só existem as que estão lá, na galeria dos prefeitos no antigo prédio da prefeitura.

Além de faltar fotos de vários administradores antigos, dos mais recentes só existem fotos até a administração de Custódio de Mattos.
As três seguintes não estão lá.
Além disso, o estado das fotos não é dos melhores.
A foto de Eduardo Menezes, prefeito entre 1936 e 1937 está corroída e até parte do rosto dele já sumiu.

Durante a realização da matéria, gravamos com o historiador Almir de Oliveira e ele nos deu uma aula sobre a política em Juiz de Fora.
Aí, dá pra entender a Juiz de Fora de hoje.
Segundo ele apenas dois prefeitos mais antigos se destacaram a ponto de ainda serem lembrados.
José Procópio Teixeira e Menelick de Carvalho.

E nos últimos 50 anos, para o historiador, o destaque é Francisco Antônio de Mello Reis.
Do restante, alguns foram bons administradores, mas na maioria foram mais políticos que administradores.

Segundo Almir, de 1930 até hoje, muitos falastrões passaram pela cadeira de prefeito, mas o pior estrago foi feito na segunda administração do prefeito Carlos Alberto Bejani, onde denúncias de corrupção expuseram de forma muito ruim a cidade.

Avaliando que a próxima Câmara Municipal tenha um comportamento parecido com a que está lá e vendo os candidatos à prefeitura nos programas eleitorais e nos debates, não é muito animador.
A maioria só tem palavras e a cidade precisa de ação. Ação que depende de verbas.
E, com certeza, nem todo mundo sabe de onde vai sair.

Falando em Debate, na TVE ainda houve um debate de idéias, apesar de alguns candidatos não conseguirem responder a algumas perguntas, literalmente saindo pela tangente.
Mas, o que aconteceu no Debate da TV Panorama?
Nada de propostas, só alianças se delineando.
Segundo o que o historiador disse, Mello Reis foi o último empreendedor e a certeza que fica é de que, ao que parece, pode continuar sendo pelos próximos quatro anos.