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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

O maníaco da garrafa

Por Robson Rocha

Estávamos de férias, logo que chegamos de viagem recebemos uma ligação.
Nessa ligação nos foi afirmado que alguém havia encontrado uma camisinha dentro de uma garrafa de coca-cola.
Ficamos desconfiados e pedimos ao nosso amigo Marco Montesi, da rádio Top, para levantar mais informações sobre o caso. Ele nos passou toda a situação e nos mandou algumas fotos que realmente mostravam algo de estranho dentro da garrafa.
Marcamos em principio para irmos à cidade de Santos Dumont, na Zona da Mata, na segunda-feira, mas não deu e acabamos indo na quarta-feira.
Com tudo que a Michele havia apurado a história que tínhamos era:
Uma mulher da cidade de Ewbanck da Câmara, tinha vindo à Juiz de Fora e comprado um fardo de refrigerantes de 500ml, aquele pacote com seis garrafas, para seu filho levar junto com o lanche para a escola.

Chegamos a Santos Dumont. O Montesi nos aguardava para nos levar até o escritório de um advogado onde a mulher nos aguardava para gravar entrevista.
Quando vimos a garrafa, a primeira coisa que conferimos era se não havia sido aberta. Não somos peritos, mas parecia não haver nenhum indicio de que a garrafa tivesse sido aberta e perguntamos porque ela não tinha observado o problema no momento da compra. Ela nos explicou que o fardo vem todo cheio de figuras e não dá pra ver o conteúdo das garrafas e que também ninguém imagina uma coisa como aquela.

A cena da camisinha dentro da garrafa é nojenta, isso para não ser vulgar. É de embrulhar o estomago. Isso sem pensar na possibilidade do preservativo estar usado.
O Montesi já havia ligado para a Coca-Cola que, segundo ele, cogitou a possibilidade de um acordo. Mas o advogado parece não estar muito a fim de um acordo, pois ele acha que isso é um absurdo, que o caso tem que ser apurado e os culpados punidos.

Algumas perguntas que ficaram no ar:
1- Como aquilo foi para ali?
2- Havia esperma nela?
Como jornalistas não podemos julgar. Pois o problema pode ter acontecido durante o processo de produção ou depois com alguém de má fé colocando.
Se foi um erro ou se é uma farsa o melhor é aguardar o resultado de possíveis investigações, para depois a gente poder afirmar alguma coisa.

Mas até lá, lógico sempre surgem as piadinhas. Fora as que eu tive que ouvir porque sou viciado em coca-cola. O pessoal que trabalha no escritório levantou a possibilidade de alguém ter mantido uma relação sexual com a garrafa e que pelo menos estaria seguindo as orientações do ministério da saúde e fazendo sexo seguro.
E que agora teríamos que aguardar e ver se durante o processo descobrem quem seria “O TARADO PELA COCA-COLA” ou “O MANÍACO DA GARRAFA”.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Quilombo urbano

Por RobsonRocha

Hoje estávamos indo gravar uma matéria sobre vendas de ovos de páscoa quando essa imagem nos chamou a atenção no centro da cidade.
Paramos no sinal, observamos, registramos e não falamos nada. Também falar o quê?
Mas nos levou a pensar. O que fazemos para mudar essa realidade?

Hoje, são inúmeras pessoas que estão jogadas pelas ruas de Juiz de Fora. Mas nos acostumamos, não é? Não nos abala ver pessoas catando coisas no lixo, no nosso lixo. Só incomoda se sujar a calçada.
Mas não pensamos quem são, como estão, onde moram. Não nos interessa, interessa?
Mas nós somos obrigados a ir onde essas pessoas moram. Isso porque alguém ligou dizendo que falta água ou esgoto por exemplo.

Fazemos a matéria e não voltamos, não cobramos. E quem assiste também não faz nada para mudar.
Deixe-os em seus “quilombos” distantes de nós.
No fundo é isso, eles vêm, limpam nossa sujeira e voltam para seus barracos. Quando o têm.

Sinto saudade do jornalismo mais crítico e mais prestador de serviço. É muito bom você voltar em uma casa em que a família não tinha energia elétrica e ver que a matéria mudou a vida daquela pequena comunidade e você encontra a casa iluminada. O orgulho que dá não tem preço.

Hoje não voltamos para ver se alguma coisa mudou, fazemos “nossa parte” e vamos embora.
E por não fazermos nada, vão aumentar a cada dia as cenas de pessoas vagando pela cidade e, literalmente, sem ter para onde ir.

Essa imagem é de uma matéria gravada no inicio da invasão no bairro Milho Branco em Juiz de Fora. Será que a realidade dessa família mudou?

Jornalismo na TVE Juiz de Fora

Por Robson Rocha

Quando voltamos de férias tivemos a grata surpresa da volta da equipe de esportes na Rádio Globo Juiz de Fora e ontem tivemos outra.
Estávamos no Estádio Sales Oliveira aguardando o treino do Tupi quando surgiu ao longe uma equipe de televisão, só dava pra perceber isso devido à câmera no ombro do cinegrafista.
Quando chegaram mais perto, vimos que era o pessoal da TVE de Juiz de Fora. Ficamos felizes, pois há muito tempo a TV Educativa de Juiz de Fora estava sem equipe de reportagem.
Foi bom também para bater um papo com o Aníbal Pinto e o cinegrafista que eu nunca lembro o nome.
Todos nós torcemos para que isso seja só o início e logo a TVE Juiz de Fora tenha novamente um departamento de jornalismo e volte com um telejornal local.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Tupi FC - líder isolado do Campeonato Mineiro

Por Michele Pacheco

Voltamos ao trabalho depois de adoráveis férias. Ai, ai!

De cara, um dia chatinho. A pauta que estava prevista sobre o destombamento de igrejas caiu. Isso mesmo, destombamento.
A Igreja Católica está movendo um processo para que as prefeituras de Juiz de Fora e de outras cidades da região cancelem o tombamento de algumas igrejas pelo Patrimônio Histórico. Eles alegam que um imóvel tombado não recebe recursos do poder público para ser mantido e que as obras necessárias (e pagas pelos fiéis) não podem ser feitas sem autorização do poder municipal e um processo burocrático de avaliação. Foi marcada para hoje uma reunião entre representantes da Igreja e a Comissão que avalia bens tombados em Juiz de Fora. Estava tudo pronto para cobrirmos o fato, quando veio a notícia de que o acesso à imprensa tinha sido vetado. Fazer o quê, não é? A pauta substituta - comemoração em cursinhos de aprovados no vestibular 2008 e o no PISM 3 da UFJF - também caiu, pois a festa dos estudantes foi na parte da manhã e nós entramos no serviço às 13h.

Resultado: ficamos só com a matéria da reapresentação do Tupi. A imprensa da cidade sempre dá destaque ao time, mas o Robson comentou uma coisa hoje que é verdade. A equipe é líder da competição, está à frente de Atlético Mineiro e Cruzeiro (tem jogos a menos) e não tem o reconhecimento merecido. A imprensa, de um modo geral, ainda se prende aos times grandes, desmerecendo as equipes do interior que lutam para se organizar e ter uma boa colocação.

O galo carijó venceu as quatro partidas que disputou pelo Campeonato Mineiro 2008 e é o líder isolado. O time de Juiz de Fora venceu o Ipatinga na casa do adversário, no último sábado. Os jogadores se reapresentaram hoje e esta era a nossa pauta. Os atletas chegaram por volta de 16h, se reuniram com o técnico Moacir Júnior e depois foram para uma academia cuidar da forma física.

Ficamos no campo do Tupi esperando o retorno da equipe para o treino.
Jornalistas parados no mesmo lugar, sem nada para fazer não poderia dar em outra coisa: risos e mais risos. Para passar o tempo, cada um contou alguma peripécia ou piada. Os grupos se juntavam nos cantos e os profissionais foram se misturando e passando adiante o motivo de cada gargalhada.

O tempo fechou e o pessoal da imagem correu para proteger os equipamentos. O Olavo Prazeres, da Tribuna de Minas, aproveitou para vigiar o céu e tentar flagrar um dos muitos raios que apareciam. Por fim, todo mundo parou com máquinas voltadas para as nuvens e disputando para ver quem conseguiria registrar primeiro um raio. Parece loucura, mas passamos uns bons minutos nessa brincadeira.

A equipe do Tupi chegou e o profissionalismo voltou à tona. A chuva aumentou. O Robson estava com a capa de chuva na câmera e ficou sossegado. O Olavo estava com uma sombrinha acoplada à câmera e também se movimentou sem problemas. Registramos o treino físico, nos despedimos de todos e seguimos para o carro.

No caminho, escondidinho num canto coberto, estava nosso amigo Marco Aurélio, da Rádio Globo de Juiz de Fora. Protegido da chuva, ele fazia animado as participações no programa Globo Esportivo. Entre as informações, lembrava que o Tupi vai treinar forte durante toda esta semana para enfrentar o Ituiutaba no próximo sábado no Estádio Municipal de Juiz de Fora.

Vi no quadro de previsão de pautas, que vamos cobrir mais treinos do carijó nesta semana. Mal vejo a hora de colocar as histórias em dia e ouvir mais piadas.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Jornalismo em HD(Alta Definição) continua sendo: luz, câmera e ação!

Por Robson Rocha

Quando entrei em tv ninguém falava em tv digital. Imaginar gravar uma matéria em um cartão e enviar por pacotes de dados pelo correio eletrônico, seria motivo de riso, e provavelmente alguém faria uma piadinha do tipo: vai pelo correio Americano? E o pacote é pra presente?
Mas, estamos passando por uma revolução tecnológica e que muitas pessoas do meio não estão percebendo. Hoje, as imagens podem ser feitas e enviadas via celular. Podem ser feitas por uma câmera, descarregadas em um notebook e enviadas via e-mail.
Muita gente vê uma câmera de tv de hoje e não imagina como era complicado há vinte anos.

Quando comecei na televisão, em 1988 as câmeras tinham 3 tubos(RGB), que transformavam a intensidade de luz em corrente elétrica. E era muito engraçado, pois era comum as câmeras marcarem o tubo. O que era isso? O tubo marcava quando o cinegrafista enquadrava um ponto de luz muito forte, que gerava uma corrente elétrica muito alta e que literalmente queimava aquele ponto do tubo onde a imagem havia sido projetada.
A primeira câmera de externa com a qual tive contato foi com uma Sony DXC 1800. Como dá pra ver na foto, era uma câmera, digamos, esquisita. Ela apenas captava as imagens, o sinal gerado era levado para o VT por um cabo tipo ccq. O operador de vt é que fazia a monitoração de áudio e vídeo. O cinegrafista se preocupava apenas com a imagem. Só por curiosidade a resolução dela era de 300 linhas.
Trabalhei também com Ykegami HL-35 e Ykegami HL-77.

Depois chegaram em Juiz de Fora as BVP’s 110, que na emissora eram conhecidas como ferrinho de passar. Elas eram muito leves e com o zoom fechado era muito difícil manter a imagem estável. Todas elas da mesma forma que a DXC 1800 captavam as imagens e geravam o sinal para ser gravado no vt.
Em comum essas câmeras tinham uma coisa: necessidade de luz. Spot’s com lâmpadas de menos de 1000w não serviam. Com a HL 77 para uma área de 100 metros quadrados no mínimo usávamos 4000w. Usar lâmpadas de 100w como usamos hoje, não serviria para absolutamente nada!

Quando chegaram as câmeras DXC-537, com 3ccd’s, foi o paraíso, pois elas não precisavam de tanta luz. E aí começaram a aparecer problemas nas imagens, porque imagem é luz. A câmera precisa de luz, pois ela sozinha não corrige as imperfeições das iluminações de onde as matérias são gravadas.

Hoje, com a chegada de equipamentos HD, os cinegrafistas estão se esquecendo novamente da luz e que a câmera sozinha não faz nada.
E a câmera de alta definição é cruel com o cinegrafista, pois mostra o que o equipamento SD(standard) não mostrava.
E provavelmente vai expor muito os erros de operação.

A mudança no padrão de imagens de 4x3 para 16x9 vai refletir nas regras de enquadramentos e talvez o ponto de ouro mude dos 2/3 e volte para 5/8, quem sabe? Mas para saber isso, todos nós vamos ter que aguardar que os diretores de cada emissora definam a nova "linguagem" visual de cada empresa. E aí, devem ser promovidos cursos para, além disso, mostrar o que muda na iluminação, profundidade de campo, definição de imagem, etc. E novos manuais para cinegrafistas devem ser lançados.

O que todo cinegrafista tem que ter em mente é que da câmera de tubo, passando pelos CCD’s,
aos CMOS’s o principio básico da câmera continua o mesmo:
A luz entra pela lente, passa pelos prismas e chega ao target(tubo, CCD ou CMOS).
O processamento dessa luz e do sinal é que muda.
Então temos que saber mais e não esquecer o básico, a luz.
E para ter imagem em televisão é preciso como diz o diretor:
Luz, câmera e ação.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Férias - Tudo que é bom dura pouco

Por Robson Rocha

Férias, que palavrinha maravilhosa. É linda, pequenininha e engraçadinha. Quem não enche a boca pra dizer: ESTOU SAINDO DE FÉRIAS!
Mas, como diz o ditado: alegria de pobre dura pouco e as minhas férias estão acabando.

Bem, mas só pra me consolar, aproveitei as férias e, em alguns momentos, como gente grande.
Início das férias em Teresópolis foi ótimo. Lá pude frequentar o clube Comary. Isso, graças ao senhor Hélio Pacheco, meu querido sogrão. O único defeito dele é ser flamenguista. Mas tudo bem, todo mundo tem algum defeito mesmo. Voltando ao clube, fiquei assentado bem confortável, observando a seleção feminina que treinava em um dos campos ao lado.
Fiquei pensando... quem te viu e quem te vê, heim Robson. Só vinha na Comary pra trabalhar. Sempre alguém te dizendo o que pode e o que não pode e agora nessa mordomia, sem câmera, sem correr atrás de jogadores e técnicos.
Foram dias maravilhosos!

Mas aí, vem o porém... Tínhamos que ir embora. Fomos pra Sossego, no norte do estado do Rio. Que tranqüilidade! Deu pouco sol. Mas, mesmo sem sol... Férias é bom demais. Só de não ter hora pra nada, oh felicidade. E deu até, como diz minha filha, pra pagar alguns micos. Como tirar fotos sem medo de parecer ridículo. Mas depois de umas cervejas, tudo é festa!

Em Marataizes, sol, muito sol, e cerveja gelada! Oh, festa! Assentar na barraquinha, beliscar um camarãozinho... Depois, escolher se você quer tomar um banho de mar ou um banho na lagoa. Na foto, dá até pra ver a cara de tristeza da Paula e da Michele. E olha que a Michele não é chegada em Praia.

Por fim, fomos pra Arraial do Cabo. Que beleza! Ficamos na pousada Timoneiro. Que mordomia... Ficar relaxando na beira da piscina sem preocupação, depois dar uma volta em Cabo Frio... Deu tempo até pra fazer uma visitinha à Cristiane Armond e ao Erlon Montesuma, da Inter TV. Depois praia , sol novamente e gente bonita. Claro que tive que me comportar, afinal sou um homem casado.

Já estava até me acostumando com essa vida tranqüila e onde o stress nem passava perto. Aí, pra terminar a viagem por cima da carne seca, comi sushi de caviar de salmão, é mole?
Mas como disse no início, alegria de pobre...
Agora, começo a pensar na minha bóia de segunda-feira. O que quer dizer: voltar a comer aquela comida bem amassada em um marmitex.
Pela expressão do meu amigo Tiago, dá pra imaginar, né?

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O Santo Milagroso

Por Robson Rocha

O bom de trabalhar em televisão, são as histórias que vivenciamos. Um certo dia no meu inicio de carreira estava no estúdio quando o Moacir Lourenço, diretor de imagens do departamento comercial chegou e me avisou que haveria uma produção em meia-hora e que precisava de uma iluminação muito boa com o fundo neutro. No estúdio da TV Globo Juiz de Fora não havia iluminador, era o câmera de estúdio que montava a luz.
Montei a luz usando como modelo o Eugênio, operador de vídeo, pois quando o camarada que iria gravar o comercial chegasse era só afinar a luz.

O sujeito que ia gravar chegou, era o José Luiz Ribeiro, do Grupo Divulgação. Muito gentil, como sempre, nos cumprimentou e foi para o camarim se preparar.
Aí chegou um companheiro da tv, que vou preservar o nome, e começamos a bater um papo. Pouco depois, o José Luiz saiu do camarim e já se posicionou. Subi na escada e comecei a afinar a luz. O José Luiz estava com uma batina preta estilo mil novecentos e preto e branco, um chapéu grande e preto e um guarda-chuva enorme que forçou a refazer parte da iluminação.

Nisso, meu amigo não identificado voltou ao estúdio e ao ver aquele “padre” não resistiu e perguntou:
- O senhor vai fazer comercial do quê?
O José Luiz com todo bom humor que Deus lhe deu, não perdeu a deixa e disparou:
- Vou fazer um comercial da quermesse da igreja.
Meu amigo secreto:
- É mesmo? De qual bairro?
E o José Luiz firme:
- Da paróquia lá do Retiro.

Nessa hora eu já estava quase caindo da escada, me contorcendo para não dar uma gargalhada e atrapalhar o bate papo.
Não me lembro quanto tempo demorou até que o José Luiz contasse a verdade. Que era uma gravação de um vt chamando o público para a peça “O Santo Milagroso”.
Meu amigo secreto ficou roxo, mas não deu o braço a torcer que tinha “comido corda”. Mas tudo bem, pois depois daquela interpretação virei fã de carteirinha do José Luiz Ribeiro.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

As pequenas coisas da vida - Conhecer o mar

Por Michele Pacheco

Tenho 34 anos e a vida inteira fui à praia com meus pais. Acho bonito o cenário, gosto do vento típico do litoral e do barulho das ondas. Mas, nessas férias tive a oportunidade de redescobrir a magia do mar.
Seria apenas mais uma ida a Sossego, no litoral norte do Rio de Janeiro, para aproveitar a casa de praia da Therezinha, mãe do Robson. Quando a chuva deu uma trégua, fomos à la playa! Para nós, tudo na mesma, água escura, areia também, água de coco doce e gelada. Foi quando começamos a observar o Mariano, "namorido" da minha sogra com olhar jornalístico. Ele nunca tinha visto o mar e estava deslumbrado como uma criança. Personagem ideal para uma linda matéria de comportamento.

Passamos a curtir o período no litoral de outra forma. Vendo nossas lembranças de infância ganhando forma num homem de 73 anos, pai e avô. Os olhos do Mariano brilhavam de um jeito diferente ao olhar a praia. Ele chegava, enchia o peito do ar marinho, olhava o horizonte e sorria como criança. Depois de caminhar pela areia, era hora de entrar na água. Dava gosto de ver. Ia com calma, respeitando as ondas e se acostumando com o vai-vem delas. Ficava só no raso, mas era suficiente. Deitava, nadava, pegava jacaré. A cada "braçada", olhava para a Therezinha e sorria como um menino orgulhoso. Ir embora era sempre motivo de tristeza. Ele sempre queria dar mais uma caminhada, entrar mais um pouquinho na água...

Um dia, fomos à Lagoa do Siri, em Marataizes, no Espírito Santo. Foi uma hora de viagem mais ou menos. Pelo caminho, as criações de gado e as plantações de cana e de abacaxi surpreenderam o Mariano. Ele fez todo tipo de pergunta. Queria saber sempre mais. Só ficou mudo ao passarmos por uma ponte precária no caminho.

A paisagem da Lagoa do Siri deixou o Mariano encantado. Ele e a Therezinha não pararam um minuto sequer. Deixaram as coisas na mesa que escolhemos e foram caminhar pela praia. O lugar é mesmo lindo. Uma faixa de areia separa o mar da lagoa. Enquanto algumas pessoas preferem ficar na praia, outras se espalham pelas inúmeras mesas colocadas na margem da lagoa. Os restaurantes garantem atendimento o tempo todo.

Estávamos ficando preocupados com a demora, quando eles voltaram sorridentes. O Mariano tinha adorado a praia, mas teve trabalho para entrar na água, pois o mar é mais forte lá. A solução foi curtir a água calma e na temperatura ideal da lagoa. E ele aproveitou! A animação do nosso amigo era páreo duro para a das crianças que nadavam ao redor.

Voltamos para Sossego, onde ficamos duas semanas na companhia deles. A cada dia de praia, mais uma lição de vida. Quantas vezes perdemos tempo deixando de fazer alguma coisa, com medo de parecer ridículo? Quantas vezes recusamos o chamado de uma criança para brincar, alegando que somos grandes demais para aquilo? Pois o Mariano nos provou que não existe idade para descobrir coisas novas. Que é preciso olhar com mais atenção ao redor e encarar os fatos rotineiros com outros olhos.

Afinal, as pequenas coisas da vida são as melhores!

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Estúdio é fogo!

Por Michele Pacheco

Eu tenho trauma de estúdio! E tenho motivos para isso! Todo mundo acha engraçado ver aqueles vídeos em que spots caem nos apresentadores e coisas estranhas acontecem. Eu também achava, até me tornar vítima de "acidentes" no estúdio.
Sou do tipo que gosta de aprender e quer saber todas as funções ligadas ao jornalismo. Aprender a ancorar o jornal era um desafio. Sou da equipe de rua, amo o trabalho de externa e gostaria de manter contato com ele para o resto da vida. Mas, eu tinha que ir para a bancada e provar a mim mesma que faria direito. Lá fui! Uma, duas, várias vezes. Estava começando a superar a sensação de passarinho engaiolado, num local fechado e com ar condicionado ou muito frio ou muito quente (nunca na temperatura ideal!). Foi, quando aconteceu.

Nossa Editora Responsável estava de licença maternidade e o editor assumiu o lugar dela. O Stanley Teixeira fechava o jornal e ficou responsável por cortar o Jornal da Alterosa aos sábados. Lá fui eu para o estúdio, apresentei tudo e me despedi. Sabe aquele finalzinho de jornal, com a ficha e o apresentador tirando o microfone, etc... Pois foi aí que começou o problema. O Robson estava de férias e o Maurício Mazzei estava no lugar dele na rua comigo e no estúdio passando o TP. Eu encerrei, tirei o microfone, coloquei na bancada e fui conversando com o Mazzei até minha imagem sair do vídeo. Assim que a tela ficou preta, indicativo de que o sinal tinha passado para o controle de Belo Horizonte, eu tirei o ponto eletrônico e me virei na cadeira para amarrar o fio. Foi quando o Mazzei começou a rir e disse "olha lá, é você de novo". Senti um frio na barriga. Claro que tinha acontecido algo errado! Sentei direito, fiz cara de quem estava disfarçando, como se tudo estivesse previsto, abaixei um pouco a cabeça e mexendo pouco a boca, pedi baixinho para ele desligar as luzes para que eu pudesse sair do estúdio. Quem disse que meu querido amigo me ouvia? Também, com tantas gargalhadas! E ficamos alguns minutos naquele sofrimento. Minha imagem sumia, eu levantava para sair, ela voltava, eu sentava, ela sumia, eu levantava... Lá pelas tantas eu já estava vendo a hora em que iria levantar e, em vez de deixar o estúdio, eu iriar voar no pescoço do Mazzei. Ele riu tanto que já estava ficando roxo.

Quando enfim entendeu o que eu queria que fizesse e apagou as luzes, pude finalmente escapar do meu calvário! Entrei na cabine de exibição pronta para esquartejar quem tinha me deixado naquele mico e a história que ouvi foi hilariante! O botão da mesa de corte escapuliu e caiu no chão no fim do jornal, impedindo que mudassem a imagem que estava no vídeo, cortando para o sinal de Belo Horizonte. Imagine o nosso editor com quase dois metros de altura e calçando 46 bico largo andando de um lado para o outro atrás de um botãozinho, com o pessoal de BH gritando pelo intercom cobrando solução! Cada vez que ele chegava perto, chutava o pobrezinho para mais longe. Quando enfim conseguiu resgatar o fugitivo, eu já tinha conseguido sair do estúdio.
Fiquei com medo de passar até perto do estúdio. Entrava passando por trás das câmeras, para não correr o risco de alguém ligar e eu ir para o ar. Quando estava começando a me curar do trauma, veio outra bomba.

Mais um fim de semana, mais uma vez eu apresentando e o Mazzei no TP, mais uma vez o Stanley no corte. Receita perigosa! Mas, tínhamos que arriscar.

Lá estava eu, sentada na bancada, esperando o jornal começar e com as pernas bambas. O Mazzei vira e me diz todo simpático "calma, você já passou pelo pior, o que mais pode acontecer?". Foi o suficiente para me subir um frio pela espinha. Começou o jornal, a primeira matéria entrou, li algumas notas e chamei a segunda matéria. De repente, buuum! Ouvi um estouro e vi uma chuva de fogo caindo em cima do monitor do TP e na camisa do Mazzei. Acreditem se quiserem, a lâmpada de um dos spots em vez de queimar, derreteu. Quente, o material derretido queimou o plástico do monitor e levantou fumaça. Assustado, o Mazzei começou a se estapear, levantou e foi para a frente da câmera. A matéria chegando ao fim, eu pedindo socorro pelo microfone (baixinho, com medo de vazar o áudio no ar e criar pânico) e o meu pobre colega com a roupa cheia de buraquinhos andando de um lado para o outro na frente da bancada. Socorro, não veio nenhum. Mas, logo ouvi a voz do Stanley "atenção, deixa no ar, você vai voltar agora". Virei para o Mazzei e falei "vamos voltar, vá se estapear atrás das câmeras". Busquei a expressão mais tranqüila que consegui e fui lendo os textos em meio à fumaça, como se nada tivesse acontecido. Nossa sorte foi que o jornal de sábado era menor e eu tinha lido várias vezes as laudas antes do jornal começar. Improvisei alguma coisa e saímos do estúdio assim que o jornal acabou. Entramos brancos e trêmulos na cabine e o pessoal nos recebeu dando os parabéns, dizendo que tinha sido o melhor jornal dos últimos dias. Quando nos viram quase desmaiando e contamos o que tinha acontecido, ninguém acreditou. Todos correram para o estúdio e viram as marcas de fogo no monitor e a camisa furada do Mazzei.

Desde então, estúdio para mim é fogo!

Jornalista dá banho

Por Robson Rocha

Na segunda-feira, dia 14 de janeiro, Aline Veroneze e eu estávamos atrasados para uma gravação na prefeitura de Juiz de Fora e a assessoria ligou para a Michele para confirmar se a TV Alterosa iria cobrir.
Chegamos correndo e subimos até a sala de entrevistas, ao lado do Gabinete do prefeito, onde já estavam todos a postos. Fotógrafos, cinegrafistas e repórteres aguardando a nossa chegada para começar a coletiva.

O prefeito Alberto Bejani e o secretário executivo do Ministério dos Esportes, Wadson Ribeiro conversaram com os jornalistas sobre a ordem de serviço para o início imediato das obras do Ginásio Poliesportivo de Juiz de Fora. E falaram também que a cidade vai receber uma fábrica do programa "Pintando a Cidadania", o que vai gerar 300 empregos para os jovens. E dez mil crianças serão beneficiadas com a prática esportiva através da parceria da Prefeitura com o Ministério dos Esportes no Programa Segundo Tempo.

Todos estes anúncios foram feitos durante entrevista coletiva, mas o melhor ainda estava por vir.
Eles assinaram os documentos e começaram a gravar separadamente para as tv’s. Minha companheira de equipe logo se prontificou a entrevistar o prefeito Alberto Bejani e depois o Wadson, que conheço desde que ele era garotinho, batendo pelada lá no bairro Linhares.

Mas voltando à entrevista, a Veroneze chamou o secretário. Começamos a gravação e ela foi colocar a bolsa em cima da mesa. Bolsa é modo de dizer, pois aquilo parece uma mala equipada para um mês de viagem. Mas vamos continuar chamando de bolsa. Nisso, notei os olhos do secretário se arregalando, ele deu um pulo para trás e começou a rir. Sem tirar o olho do view-finder, com o outro dei uma leve e rápida olhada para mesa e não é que a Aline com sua pequena bolsa fez um strike, derrubou todos os copos com água que estavam na mesa.

O nervoso da loura era tanto que ela ficou vermelha e não conseguia parar de rir.
Por sorte não molhou o Wadson. Mas os desenhos do ginásio e os documentos que estavam na mesa e tinham acabado de ser assinados...
Já tinha ouvido falar em lavagem de dinheiro, mas a Aline inventou a lavagem de documentos.