Quem somos

Minha foto
JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

sábado, 27 de setembro de 2008

Debate na TVE Juiz de Fora

Neste domingo, os candidatos à Prefeitura de Juiz de Fora vão debater suas idéias e projetos na TVE e na Rádio Globo.
O Sistema Regional de Comunicação abre espaço para a democracia e oferece ao eleitor a oportunidade de escolher melhor o candidato ideal para nossa cidade.
Neste domingo, dia 28 de setembro, 21horas.
TVE JUIZ DE FORA – CANAL 12
RÁDIO GLOBO – AM 910 KHz
Apresentação Ricardo Wagner.

Travesti é violentamente assassinado em Muriaé

Por Silvan Alves
www.silvanalves.blogspot.com
Washington de Jesus Pereira, 21anos, travesti, foi assassinado no final da noite de ontem, na região da Rodoviária.
A Polícia Militar foi acionada por volta das 23h50 e compareceu a rua Mário Inácio Carneiro, bairro Boa Vista, proximidades do viaduto da rodoviária.

No local, militares e Corpo de Bombeiros depararam com o corpo de Washington, mais conhecido como "Larissa" já sem vida.
A perícia técnica foi acionada e constatou que a vítima havia levado cinco tiros (barriga, braço, ombro, queixo e um na cabeça).

Em contato com duas testemunhas, também travestis, elas relataram a polícia que "Larissa" foi asassinada por dois homens que estavam em uma moto pequena, os quais chegaram já disparando contra a vítima e em seguida fugiram.
O caso agora será investigado pela Delegacia de Homicídios da 38ª DRPC de Muriaé.
Segundo informações, Washington tinha passagem pela polícia.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Quadrilha de assaltantes presa em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

A Polícia Civil de Juiz de Fora deu mais uma prova de seriedade nas investigações.
Os delegados de Furtos e Roubos, Rodolfo Rolli e Camarota, investigavam uma série de roubos a bancos na cidade e encontraram pistas de uma quadrilha que estaria agindo na cidade. O esquema deles era chegar nos locais escolhidos, usar um revólver para render os funcionários e clientes e anunciar o assalto, levando todo o dinheiro que estivesse nos caixas. Violentos, eles ameaçavam as vítimas de morte o tempo todo.

Segundo o delegado Rolli, em menos de um mês foram 5 roubos registrados. Três em Bancos Populares dos bairros Bandeirantes, Jardim Glória e Manoel Honório, 2 em caixas de “Pague-rápido” e um num retífica da cidade.
Numa operação que envolveu os dois delegados e 30 agentes da polícia civil, dois homens foram presos e um adolescente apreendido.
Eles estavam escondidos numa casa no alto do bairro Santo Antônio.
Os policiais ficaram surpresos com a engenhosidade dos suspeitos.
Eles mantinham a casa trancada pelo lado de fora e usavam uma espécie de alçapão num quarto dos fundos para entrar e sair. Assim, quem passasse por lá acharia que a casa estava vazia.

Vários aparelhos eletro-eletrônicos, capacetes e outros objetos foram apreendidos.
Hebert Clayton Barbosa, um pedreiro de 22 anos, negou ter participado dos assaltos e falou pouco na delegacia. O companheiro dele, Aurélio de Jesus Magalhães, de 20 anos, foi preso com nome falso. Ele se apresentou aos policiais como sendo Luiz Fernando Barbosa. Ele também negou ter roubado os locais citados.
A Polícia Civil ainda procura outros integrantes da quadrilha que teriam fugido e estariam escondendo o dinheiro roubado.
A suspeita é de que o grupo estaria praticando os roubos para juntar dinheiro para investir no tráfico de drogas.

Mas, o que deixou todo mundo assustado nessa ocorrência, foi a frieza do adolescente de 17 anos. Enquanto gravávamos entrevista com os outros dois suspeitos, ele gritou para ele ficarem quietos, disse que o revólver calibre 38 era dele e deu um depoimento de arrepiar. Algumas frases não dá para esquecer tão cedo!
“O revólver é meu. Eu comprei para dar tiro nos outros. Eu quero matar uns caras lá do (bairro) Santo Antônio que estão querendo me pegar”. “Eu dou tiro mesmo! Quero matar muita gente”. “Eu não roubei nada. Não sou ladrão. Eu só vendo droga e dou tiro por aí”.

Fiquei tão chocada com a felicidade dele em chegar diante da câmera e dizer tudo aquilo que não resisti e perguntei se ele não se achava muito jovem para tanta violência. Ele disse que não, que já era velho. Perguntei então se, dando tanto tiro por aí, ele não tinha medo de morrer.
A resposta foi ainda mais surpreendente. Ele disse com a maior calma que sabe que vai morrer logo. Os policiais civis acreditam que o garoto seja um dos líderes do bando e o mais violento de todos.
Lembrei de uma conversa com alguns policiais militares há algum tempo. Eles disseram que nas gangues conta pontos cada vez que um integrante é preso, aparece na TV, atira em policial, etc. Quem tem mais pontos ganha status no grupo e fica com a “melhores” garotas.

Diante de um depoimento chocante como o do adolescente apreendido em Juiz de Fora, dá para desconfiar de que essa prática continua valendo.Imagino os pais de uma criatura dessas. Enquanto muitos se preocupam, vendo os filhos passarem de crianças a adolescentes, outros nem sabem se vão ser pais por muito tempo. A violência é retribuída com violência. Esse garoto, que se sente tão poderoso, ameaçando os policiais civis na hora da operação e alardeando que mata, vai precisar mesmo de muita coragem. A cada ameaça que faz, desperta o ódio das vítimas e o desprezo da sociedade em que vive. O que fazer com um adolescente desses? Será que há recuperação para alguém que sente tanto prazer com a violência?

Criança ao volante

Por Michele Pacheco

Quando tanto se fala de perigos no trânsito, algumas cenas ainda nos surpreendem.
No bairro Bom Jardim, zona sudeste de Juiz de Fora, os pais de um menino de três anos levaram um susto e tanto.
A criança ficou dentro do Fiat Uno, enquanto os pais faziam compras num mercadinho.
A rua é íngreme e foi uma gritaria e tanto quando algumas pessoas viram o veículo descendo a toda em direção ao córrego que passa na rua transversal.

O carro cruzou a pista da rua xxx, subiu na calçada e caiu no córrego.
Equipes dos bombeiros e do SAMU foram chamadas e socorreram a criança, que ficou assustada e com arranhões.
A preocupação, segundo moradores, era de que o menino tivesse bebido muita água do córrego do Yung, que passa por vários bairros e é poluído.

A criança foi medicada no Hospital de Pronto Socorro e liberada.
Mas, fica o alerta para o perigo de deixar uma criança sozinha dentro de um carro. Se o menino ligou o veículo ou se o Fiat Uno estava desengrenado, ninguém sabe ao certo.
Em casos de dúvida, é melhor prevenir.
As crianças são imprevisíveis e um diversão inocente pode acabar mal.

Nove vítimas do capotamento de ônibus continuam internadas

Do Interligado
www.interligadonline.com

Nove das 44 pessoas que foram levadas para o HSP na tarde de domingo (21), continuam internadas, pois passaram por cirurgias ainda nessa madrugada.
Elas estavam no onibus que sofreu acidente por volta de 15:50min. na Serra de Pirapanema, quando o veículo da viação Vip Tour, perdeu o controle e tombou em uma curva, deixando duas vítimas fatais, José Carlos Antonio Santos, 27 anos e Raquel Alquimin Nascimento, 16 anos no local.

O acidente aconteceu depois que foi escutado um estouro no motor e o motorista disse que perdeu totalmente os freios do veículo, andando ainda uns 600 metros e perdendo o controle na curva.
Logo após, militares do Copo de Bombeiros, PM, ambulâncias de Muriaé, Ervália, Rosário da Limeira e várias cidades e distritos da região estiveram no local, para ajudar no resgate das vítimas.

No Hospital São Paulo 9 médicos foram chamados com urgência além de uma equipe de enfermeiros para ajudar no atendimento.
Na Casa de Saúde também foi realizado um trabalho extra para o socorro das vítimas.

As 35 pessoas que foram liberadas pelos médicos estão em hoteis da cidade, já que durante a madrugada um representante da empresa Vip Tour chegou á Muriaé para alojar as vítimas e resolver toda a situação.

domingo, 21 de setembro de 2008

Ônibus capota em Muriaé e mata duas pessoas

Do Interligado
www.interligadonline.com

Na tarde de domingo (21), por volta de 15h50minmin. um grave acidente com um ônibus na descida da Serra de Pirapanema deixou a maioria dos 46 passageiros com ferimentos leves e dois faleceram no local.
O ônibus vinha de Viçosa e estava indo para Guarapari-ES, quando segundo informações dos militares do Corpo de Bombeiros que atenderam a ocorrência, o motorista perdeu o controle do veículo em uma das curvas e acabou saindo da pista e tombando.
Os feridos foram socorridos ao Hospital São Paulo onde ficaram em observação, mais os ferimentos foram leves.


Por Silvan Aves
http://www.silvanalves.blogspot.com/

Um acidente no final da tarde de hoje envolvendo um ônibus deixou dois mortos e dezenas de feridos.
O acidente aconteceu na Serra de Pirapanema quando o ônibus de evangélicos da Assembléia de Deus, estava vindo de Viçosa-MG, onde os fiéis participaram de um Congresso Jovem desde a manhã de ontem, com destino a Guarapari-ES.

Segundo testemunhas que viajavam no ônibus elas chegaram a sentir um cheiro de borracha queimada e em seguida um estalo, sinal de que o veículo estava perdendo os freios.
Segundo as testemunhas, o motorista jogou o ônibus posteriormente para o lado direito da pista para evitar o abismo, e mesmo assim o veículo capotou na pista e desceu por um barranco.

No ônibus estavam 44 passageiros, sendo dois deles, José Carlos Antônio dos Santos, 23 anos e Rachel Eliakin Santos, 15 anos, que morreram no local.
Dezenas de feridos foram levados para o Hospital São Paulo que convocou dezenas de profissionais para atender a todos com rapidez e segurança.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Estado de emergência em Carandaí

Por Michele Pacheco

A prefeitura decretou Estado de Emergência em Carandaí.
A iniciativa serve para agilizar o envio de recursos dos governos estadual e federal.
Com o pedido aceito, a reconstrução do município vai ser mais rápida.
Desde o temporal de granizo da última segunda-feira, as cenas de destruição surpreendem quem chega na cidade.

Segundo o Ten. Cel. Alexandre Lucas, Secretário Executivo de Defesa Civil de Minas Gerais, ele está no órgão há 5 anos e nunca ouviu falar do estado ter registrado outro temporal de granizo tão violento quanto esse.
Um balanço parcial foi feito e a estimativa é de que pelo menos 40 mil telhas sejam necessárias para reparar as áreas mais prejudicadas no município de 24 mil habitantes.

Vi as reportagens das emissoras que estiveram no local e enxerguei os estragos com olhos de telespectadora.
Mas, quando fui para Carandaí, minha visão mudou.
Primeiro, enxerguei com olhos de jornalista avaliando qual o melhor lugar para filmar, o que o pessoal ainda não havia mostrado, quais as novidades...

Depois, conversando e vendo de perto o desespero das vítimas, comecei a enxergar tudo aquilo como ser humano.
São tantos olhares vazios de esperança, tantos relatos do desespero de quem viu tudo o que tinha ser devastado por pedras de granizo!
Isso dói fundo na alma da gente.
Puxa, eu estava lá trabalhando e sabia que ia voltar para casa, onde uma cama confortável e um cobertor quentinho me esperavam.
Aquelas 150 famílias desabrigadas e 3000 pessoas desalojadas não sabem o que é isso desde a última segunda-feira.

Nos abrigos improvisados, colchões e cobertores estão espalhados pelo chão. Sem saber o que o futuro reserva, os adultos mostram conformismo, desespero ou irritação.
Com facilidade de se adaptar a mudanças, as crianças encaram os desafios com mais facilidade.
Sem poder ir à aula, pois as escolas foram destelhadas, elas dividem nos abrigos os poucos brinquedos doados.

Brincam um pouco e passam adiante, para outra criança.
Os voluntários não descansam.
Estão sempre em movimento, entregando donativos ou recebendo doações.
É na hora do desespero que a gente vê que a solidariedade é grande.
Muita gente está ajudando, mas ainda faltam cobertores, colchões, telhas e móveis para quem perdeu tudo.

Com os primeiros carregamentos de telhas chegando, os moradores começam a reconstruir o que o temporal destruiu.
Para isso, contam com ajuda de voluntários, autoridades e representantes dos Bombeiros, da Polícia Militar, da Defesa Civil, da Copasa e da Cemig.
Apesar da tempestade que prejudicou a Região Metropolitana, não voltou a chover forte em Carandaí, o que vai ajudar na recuperação da cidade.

Lá, vendo de perto, entendi que a situação das autoridades também não é fácil e as cobranças são muitas.
O pessoal da Defesa Civil saiu de Belo Horizonte para organizar os trabalhos no município.
Com os estragos na Região Metropolitana, eles se dividem para dar conta de tudo.
Os bombeiros não descansam.
Saíram de Juiz de Fora e de Barbacena sem previsão de volta para casa.

Ajudam no socorro, vão de casa em casa fazendo o levantamento dos prejuízos e ainda encontram energia para consolar quem se desespera.
Fazem tudo isso, de um jeito especial, sabendo entender os rompantes de raiva de alguns desabrigados em busca de solução.
Por tudo isso, dou os parabéns a todos os envolvidos na reconstrução de Carandaí.

Parabéns pela capacidade de se doar ao próximo nos momentos tão difíceis.
Mais do que cumprir um dever, eles estão dando um belo exemplo de cidadania e solidariedade.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Chuva de granizo causa estragos em Carandaí

Por Robson Rocha

Hoje, fomos até Carandaí fazer uma matéria sobre a chuva de granizo da última segunda-feira. Procuramos algo diferente para fazer, pois uma equipe esteve na cidade ontem.
Logo na saída de Juiz de Fora, ligamos para a cidade, para alguns conhecidos, a fim de saber a real situação e depois para ver se conseguíamos sobrevoar a cidade, pois o comandante dos bombeiros estava lá com o helicóptero.
O Ten. Cel. Rodney de Magalhães, comandante dos bombeiros em Juiz de Fora, tentou nos avisar para não demorarmos, pois seria possível o sobrevôo.

Porém, o tempo começou a fechar e eles tiveram que retornar a Belo Horizonte com a aeronave.
Chegamos na cidade e parece que Carandaí foi devastada por uma guerra, casas sem telhado, cacos de telha esparramados e pessoas com um ar assustado, de quem não entende o que aconteceu.
Mas, como o combinado, fomos direto para a Prefeitura. Chegando lá, a Michele foi procurar as autoridades, que estavam em reunião e não puderam atender a nossa equipe.

O Ten. Cel Rodney mostrou a gentileza de sempre e nos explicou o motivo da aeronave ter ido embora.
Ele nos mostrou várias fotos que tirou sobrevoando a cidade e nos cedeu algumas para colocar no blog.
É difícil imaginar como foi essa chuva que conseguiu tão rapidamente destruir parte da cidade.

Para os moradores, foram momentos de terror e segundo eles próprios parecia que o mundo estava acabando.
A cidade ficou sem energia elétrica e 40% do município estão sem abastecimento de água.
A tormenta não discriminou ninguém e atingiu áreas de classe média da cidade, destelhando várias casas.

Mas, foi na área mais carente que o estrago foi maior.
Casas sem laje, apenas com telhado e forro não resistiram.
Sobraram apenas as paredes de pé.
E aí, olhando essa senhora, o quê dizer?
O que consola é que ela tem fé e talvez as imagens na parede ajudem-na a superar o susto e as perdas.

Voltando às ruas, muita gente perdeu o seu sonho de consumo, que era de ter um carro.
O automóvel foi destruído.
Mas, olhando rapidamente a foto, não parece que esse carro foi metralhado?
Vidro estilhaçado, lataria danificada e nem os faróis escaparam.
Hoje, vários veículos rodavam sem vidros em Carandaí, muitos deles com plásticos protegendo para não entrar água.

Outra cena comum era as pessoas tentando separar o que sobrou de telhas entre os cacos deixados pelo granizo.
Pode parecer pouco, mas eles têm que aproveitar ao máximo o que sobrou, pois são pessoas carentes e não terão dinheiro para comprar tudo que perderam.
A prefeitura de Carandaí comprou 11 mil telhas, mas todos sabem que não é suficiente. Um levantamento parcial revelou a necessidade de pelo menos 40 mil telhas para cobrir todos os locais destelhados.

O que sobrou das telhas parece uma peneira.
Aí, olhando para baixo, você vê o guarda-roupas e pensa: será que ele vai resistir depois de tanta água caindo nele?
E a cama?
O colchão todo encharcado, roupas, documentos e pertences molhados.
A maioria das pessoas está só com a roupa do corpo e o pior que a cidade é muito fria.
É aí que entra a importância da solidariedade de quem envia donativos.

As pessoas tentam arrumar suas coisas.
Porém, elas estão sem energia elétrica e por isso também estão sem água.
Pois, sem a eletricidade, as bombas da Copasa estão paradas e a água não sai dos reservatórios.
Além disso, mesmo que a água chegasse às casas, ela não chegaria até as caixas e nem as torneiras, porque a chuva quebrou todos os canos.

Para minimizar o problema, a Copasa enviou caminhões pipa para levar água até as comunidades. Isso para que as pessoas tenham ao menos água para beber, fazer comida e tentar limpar suas casas.
A cidade está lotada de técnicos da Copasa, ao todo 18 de Carandaí e da região trabalham na recuperação da cidade. Conversei com alguns e eles estão sensibilizados com a situação da população, principalmente das pessoas mais carentes.
A Cemig também trabalha para normalizar a distribuição de energia elétrica.

O Ten. Cel Rodney e o Cabo Rangel nos levaram até o bairro Santa Cecília, uma das áreas mais carentes de Carandaí e uma das mais afetadas pelo temporal.
Ali, muita gente trabalhando. Enquanto funcionários e voluntários limpavam as ruas, homens do 4º Batalhão do Corpo de Bombeiros orientavam e cadastravam os moradores que tiveram imóveis danificados pela chuva.

Alguns moradores tentavam recuperar o telhado e outros já tinham coberto a casa com lonas plásticas.
Em outras, as pessoas refaziam a instalação hidráulica colocando novos canos até a caixa d’água ou remendando o que sobrou.
Ali os moradores nos explicaram como se protegeram do granizo.
Segundo eles, as casas são cobertas por telhas, mas os banheiros possuem laje para colocar a caixa d’água e foi para o banheiro que os moradores correram para se proteger.

Depois de gravar com moradores, fomos até um local onde são distribuídos cobertores, roupas, etc.
Tudo doado por pessoas que se sensibilizaram com o drama das famílias.
Vimos uma camionete parada e vários donativos sendo levados para dentro do centro comunitário.
A Michele conversou com uma garota que contou que elas trabalham em uma loja e decidiram arrecadar donativos para os desabrigados.
Elas não quiseram gravar entrevista, mas é isso que faz a diferença em uma hora como essa.
Não estavam fazendo aquilo para aparecer, elas fizeram de coração e isso te dá um nó na garganta.

Do lado de dentro, as pessoas se organizavam para pegar principalmente roupas para crianças e cobertores, pois como já disse, lá estava muito frio.
Mais uma vez, temos que dar parabéns aos voluntários, que trabalhavam sem parar, separando roupas por tamanho, colchões, alimentos e tudo tipo de donativo para facilitar e agilizar a entrega.

Dali fomos até o QG de entregas de donativos.
O local seria apenas para receber as doações, mas a coisa estava meio confusa por lá.
A Michele conversou com um coordenador que nos passou que receberam muitos alimentos e que agora estavam precisando de cobertores, colchões, móveis e telhas.
No local, também era grande o número de voluntários.

Faltava gravar o abrigo onde as famílias estão.
Funcionários da prefeitura nos disseram que algumas famílias estavam na Igreja Prebisteriana, perto de onde estávamos.
No local, várias famílias estão morando temporariamente.
Encontramos a Maria Aparecida que está lá com os 4 filhos e o marido, que é doente.
Ela nos falou calmamente que perdeu tudo e tem que esperar e ver o que vai acontecer.

Antes de sair, tivemos que tirar uma foto com esse garoto.
Como ele nos viu tirando algumas fotos para o blog, ele pediu se podia tirar uma foto com a câmera e com o bombeiro, no caso o Rodney, e não desistiu enquanto não conseguiu.
Eu sai na foto pois alguém tinha que segurar o equipamento, senão o molequinho não ia agüentar.

Mas, voltando à tragédia, o hospital da cidade foi desativado. Os pacientes foram transferidos para hospitais de Conselheiro Lafaiete e Barbacena. Apenas atendimentos de urgência e emergência estão sendo feitos, mesmo assim, precariamente
Olhando de cima, ele ficou todo destelhado e na segunda-feira 200 feridos leves e 30 em situação pior foram encaminhados para lá.
O pronto-socorro ficou lotado e até o prefeito da cidade, que é médico, foi para lá atender pessoas machucadas.

Mas, se do lado de fora a imagem assusta, do lado de dentro parece um hospital fantasma ou um local atingido por um furacão.
Logo na entrada do pronto-socorro, a água brota da laje e os profissionais pouco podem fazer por pacientes que chegam procurando tratamento.

Só nessa quarta-feira, cinco pessoas foram levadas para lá com ferimentos depois de ter caído do telhado, tentando arrumar as casas.
Os médicos e as autoridades até pediram que ninguém tentasse ajeitar nada sozinho, mas o desespero...
Fomos entrando no hospital e encontramos os corredores escuros.

No prédio tem energia elétrica, mas não é possível acender as lâmpadas pois a água pinga das luminárias.
Qualquer lâmpada que seja acesa pode gerar um curto-circuito e provocar um incêndio.
Mas, andando pelos corredores é possível encontrar dezenas de baldes espalhados recolhendo água das goteiras.

Quase todas as salas e os quartos estão alagados.
Em um desses quartos estava uma paciente em estado grave, que teve que ser retirada às pressas e levada para outro hospital em Barbacena.
Isso, sem falar em equipamentos que foram danificados pela água e farão falta aos moradores da região.

O que sobrou, ou o que os funcionários conseguiram salvar, está amontoado em poucos quartos onde a água não entrou.
Os funcionários estão preocupados, sem saber se o hospital vai ser recuperado e quando.
Pois o hospital é de porte médio e atende a um grande numero de pessoas.

O prefeito Moacyr Tostes de Oliveira, que já conheço há uns 10 anos, conversou com nossa equipe no início da noite.
Ele explicou que decretou Estado de Emergência, para agilizar as providências de ajuda por parte dos governos estadual e federal.
O pedido já foi enviado e está sendo avaliado em Belo Horizonte.

O Ten. Cel. Alexandre Lucas, Secretário Executivo de Defesa Civil em Minas Gerais, explicou que representantes da Defesa Civil Nacional estão à caminho de Carandaí para acompanhar a situação de perto e tentar acelerar os processos burocráticos e o envio de relatórios para que os governos federal e estadual autorizem o saque do FGTS pelas famílias prejudicadas pelo maior temporal de granizo já registrado em Minas.

Voltamos para Juiz de Fora e deixamos o Ten Cel Rodney em uma reunião para definir como serão os trabalhos amanhã.
Eles vão definir principalmente, como será a entrega de telhas, pois o maior problema é a logística.
Com isso, não deu nem tempo de agradecer ao Rodney e ao Rangel que apesar de todo trabalho quem eles estão tendo em Carandaí, nos deram todo o apoio para que conseguíssemos gravar a matéria em vários pontos da cidade e franqueando nossa entrada nos locais.