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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Exército Brasileiro treina jornalistas

Por Michele Pacheco

O Exército está realizando em Juiz de Fora o curso de Correspondente de Assuntos Militares.
O objetivo é preparar alunos e profissionais de jornalismo para coberturas de ações das Forças Armadas.
Ao mesmo tempo, os alunos da Escola de Comando do Estado Maior são preparados para o contato com a imprensa.
As atividades começaram na última terça-feira e terminam na quarta que vem.

Fomos cobrir o curso e encontramos estudantes e jornalistas formados atentos a tudo o que era ensinado.
Além de conhecer a rotina militar, as formações da tropa, as diferentes ações praticadas, etc, os participantes tiveram instruções teóricas sobre regras de sobrevivência e formas seguras de acompanhar o trabalho militar.
Entre as atividades de hoje, os destaques foram escalada e rapel.
O pessoal nem piscava diante das orientações dos instrutores.

A jornalista Andréia Lua, assessora de imprensa da Câmara Municipal de Juiz de Fora, estava lá. Ansiosa para cumprir as determinações práticas, ela ainda deu uma paradinha para gravar entrevista.
Disse que estava adorando o curso e que é muito importante, tanto para quem já está na profissão quanto para os estudantes, saber melhor o que acontece no exército, como os militares agem e o significado de cada ação.

Nosso colega do jornal Estado de Minas, Ricardo Beghini, tinha dupla função: estava participando do curso e aproveitando para fazer uma matéria especial sobre o assunto.
O Robson ficou debochando e incitando o grupo a ceder a vez no rapel, para que o Beghini fosse o primeiro a descer.
Mas, ele se revelou um grande estrategista.
Antes que alguém levasse à sério as provocações do Robson, o Beghini tratou de ser cavalheiro e ceder a vez às mulheres do grupo.
Além disso, se ofereceu para tirar fotos de todos os alunos que fossem descer.

Para muitos, um curso como este pode parecer pura diversão, uma atividade curiosa e diferente.
Mas, para quem lida direto com o perigo em guerras ou missões de paz da ONU, a convivência pacífica e o entendimento entre militares e jornalistas pode garantir o bom resultado do trabalho.

O Major César Augusto Gerken comandou tropas brasileiras à serviço das Nações Unidas no Haiti.
Perguntei de que forma o trabalho dos correspondentes ajuda ou atrapalha as tropas.
Ele explicou que a divulgação das missões de paz é importante para mostrar ao mundo as dificuldades enfrentadas pelas tropas e pelos habitantes das áreas em conflito.

Mas, uma informação divulgada de forma errada pode acabar com anos de trabalho sério e estratégias de paz.
"Um jornalista deve estar preparado para avaliar o que vir e buscar a informação correta.
No Haiti, um policial estava prestes a ser assassinado por rebeldes, quando nosso grupo passava por perto.
Demos o alerta para espantar os agressores e respondemos aos tiros que eles deram.
Durante o tumulto, o policial levantou a moto e deixou o local, agradecendo com um gesto.

No meio de uma confusão como essa, será que os jornalistas sabem identificar quem atirou primeiro?" explicou o major.
Se um jornalista acompanhasse a cena e não tivesse noção de que a Força de Paz respondeu ao fogo, poderia publicar uma história errada e criar um incidente internacional de grandes proporções.

O Tenente Coronel Piraju Borowski, oficial instrutor da Escola de Comando do Estado Maior, estava satisfeito com o resultado do curso. Para ele, já passou da hora de acabar com o mal-estar entre militares e jornalistas, uma herança do Golpe de 64.
A desconfiança mútua pode ser perigosa e atrapalhar uma missão importante.
"Os jornalistas devem entender que a informação oficial vai sempre ser passada pelo Exército, assim como dados das missões que possam ser divulgados e não atrapalhem o desenrolar do trabalho das tropas. Ao mesmo tempo, os militares têm que treinar o contato com os jornalistas e a forma correta de passar as informações." disse o tenente coronel em entrevista.

As atividades são realizadas no QG da 4a Brigada de Infantaria Motorizada, no 10o Batalhão de Infantaria e num hotel da cidade.
Na próxima terça-feira vai ser feita uma palestra importante: "Amazônia - ameaças e desafios", com o Coronel Speck, especialista no assunto. O evento é aberto ao público, mas vai ter número de vagas reduzido. A palestra vai ser às seis e meia da tarde, no QG da 4a Brigada.

Parabéns ao Exército Brasileiro pela iniciativa.
Tomara que ela dê frutos e se repita por todo o país.

2 comentários:

Unknown disse...

É muito gratificante ter nosso trabalho divulgado desta forma. As atividades da tarde de hoje (03/07) no Hotel Ritz, tambem foram bastante proveitosas para os universitarios, jornalistas e - claro - meus alunos da Escola de Comando e Estado-Maior do Exercito (ECEME).
Montanha!
Ten Cel Borowski

Anônimo disse...

É muito gratificante ter nosso trabalho divulgado desta forma. As atividades da tarde de hoje (03/07) no Hotel Ritz, tambem foram bastante proveitosas para os universitarios, jornalistas e - claro - meus alunos da Escola de Comando e Estado-Maior do Exercito (ECEME).
Montanha!
Ten Cel Borowski