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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Itamar Franco fala do passado e avalia papel das universidades na política

Por Michele Pacheco

Na sala do Consu, Conselho Superior da Universidade Federal de Juiz de Fora, dentro do prédio do Museu de Arte Moderna Murilo Mendes.
Este foi o local escolhido para que Itamar Franco respondesse a inúmeras perguntas.
A entrevista fez parte do projeto "Diálogos Abertos", da UFJF.

"O objetivo é reunir o maior número possível de informações sobre personalidades de Juiz de Fora.
Os depoimentos, as histórias, tudo está sendo gravado e vai ser arquivado como vídeo, livro e o que mais for possível.
Temos que preservar a riqueza de conhecimento dessas pessoas que fizeram e fazem diferença" explicou José Alberto Pinho Neves, Pró-reitor de Cultura.

Tranqüilo e bem-humorado, Itamar Franco foi entrevistado por pessoas ligadas a diversas áreas sociais.
As perguntas abordaram vários assuntos, entre eles política, saneamento básico e educação.
Formado em engenharia, ele começou a carreira política como vereador de Juiz de Fora, foi prefeito do município, senador e Presidente da República. O último cargo político que ocupou foi o de governador de Minas Gerais.

"Os políticos antigamente encaravam os eleitores e apresentavam as propostas.
Eles recebiam votos pelo que planejavam e realizavam.
Hoje, os candidatos estão entregues aos 'marketeiros' que mudam o visual, fazem maquiagem, cabelo, escolhem a melhor roupa... Parece que a propaganda política é uma novela, com atores muito bem vestidos e fala decorada" comentou Itamar Franco comparando os políticos do passado com os de hoje.

O ex-presidente falou também do papel das universidades na formação de novos políticos. Ele perguntou aos presentes por que as faculdades visam apenas o mercado de trabalho, deixando a desejar na formação social, filosófica e política dos alunos. "Os estudantes se formam pensando em números, em estatísticas e com pouco ou nenhum conhecimento da realidade brasileira. Como podem então mudar alguma coisa no país?" criticou Itamar Franco.

Sobre as denúncias de corrupção que surgem por toda parte, ele disse que isso é um mal grave, pois afasta os jovens do interesse pela política.
Assim, os eleitores de hoje e do futuro encaram o voto como uma obrigação e não como um direito precioso.
"Recebi no meu escritório três universitários.
Notei que eles me olhavam inseguros e incomodados.
Perguntei o que era e eles disseram que achavam que todo político é corrupto.
Isso mostra a descrença que contagia os jovens eleitores.
É lamentável." desabafou.

150% de aumento para vereadores gera polêmica em Minas

Por Michele Pacheco

O caso foi na Câmara Municipal de Matias Barbosa, Zona da Mata Mineira.
O município tem em torno de 13 mil habitantes e 9 vereadores.
Nas ruas, todo mundo comenta o reajuste e as opiniões se dividem.
Tem aqueles que consideram o salário atual muito baixo e acham que o aumento pode evitar que os vereadores caiam em tentação de aceitar subornos.

Outros, acreditam que o aumento é injusto, pois os servidores públicos municipais tiveram nos últimos quatro anos reajustes acumulados de 57,58%.
A Mesa Diretora apresentou a proposta de reajuste de 150% e ela foi aprovada por 6 votos a 2, já que o presidente da Câmara só vota em caso de empate.

Quem votou a favor, como o vereador José Custódio Nunes (que não é candidato à reeleição) justifica a escolha alegando que o salário de R$ 801,80 é injusto e um dos menores da região.
Com o aumento, os vereadores vão receber, a partir de 2009, R$2.004,50.
"É uma questão de justiça.
Aqui se faz muita coisa importante e é preciso valorizar os vereadores.
Não votei a favor pensando em benefício próprio, até porque não sou candidato, mas pensando em melhorar as condições dos que vão ocupar as cadeiras na próxima legislatura" explicou José Custódio.

Quem votou contra, como a vereadora Engrácia Aparecida dos Santos, alega que o reajuste de 150% é imoral.
"Fizemos uma análise e concluímos que um aumento de até 70% seria viável e correto.
Esse índice de reajuste é uma ofensa aos trabalhadores que só tiveram 57,58% de aumento." defendeu a vereadora candidata à reeleição.

A Câmara também aprovou aumentos de 50% nos salários do prefeito e do vice e de 30% no pagamento dos secretários municipais. A cidade tem 12 secretários.
Esses reajustes vão gerar um impacto no orçamento de R$ 132 mil por ano.
O prefeito vai receber por mês no próximo mandato R$8.709,04 e o vice R$2.343,36. Já os secretários vão ganhar R$ 2.786,89.
Com os nove vereadores, a prefeitura repassa hoje à Câmara Municipal R$ 116 mil por ano do orçamento.
O impacto do reajuste será de R$11.500 por mês.

O prefeito de Matias Barbosa, Joaquim Nascimento, é contrário ao índice elevado de reajuste. Para ele, um aumento na faixa dos 50% seria mais correto, pois se manteria no mesmo patamar de todos os outros funcionários públicos do município.
"Como explicar a um pai de família que ele não merece o mesmo índice de reajuste?
Como mostrar a ele que o trabalho que faz não merece o mesmo reconhecimento dado aos vereadores?
Acho imoral um aumento como esse" explicou o prefeito, que não é candidato à reeleição.

Lei de Tolerância Zero - Polícia Militar prende mais um em Minas

Por Michele Pacheco

A prisão foi feita pelos policiais militares da 13a Cia. Independente de Meio Ambiente e Trânsito.
Eles foram acionados depois que um pedreiro de 50 anos perdeu o controle da direção da Variant que dirigia na MGT 482 e bateu num ônibus.
O motorista do coletivo contou aos policiais que teve que seguir o condutor do carro, pois ele fugiu depois da batida. O pedreiro de Conselheiro Lafaiete estava sem carteira de habilitação e bêbado.
Os policiais militares constataram que ele estava com sinais de ter ingerido bebida alcoólica, hálito etílico, andar cambaleante e olhos vermelhos.
Baseados na Lei de Tolerância Zero, os policiais da 13a Cia. prenderam o pedreiro em flagrante. Ele foi levado a um hospital, onde foi atendido pelo médico de plantão, que atestou que o pedreiro estava embriagado.

Vicentão deve depor na Polícia Federal em Belo Horizonte

Por Robson Rocha

Como colocamos no blog dia 19 de junho, a Operação Pasárgada poderia chegar à Câmara Municipal de Juiz de Fora.
Pois, segundo algumas fontes, no dia 12 de junho, durante a operação De Volta para Pasárgada, agendas teriam sido apreendidas pela polícia federal na sede da Astransp. Nelas haveria anotações de nomes de vereadores e valores pagos aos representantes do legislativo juizforano. Isso para a liberação do aumento das tarifas dos ônibus urbanos.

Os boatos também surgiram e a Tribuna de Minas noticiou outras denúncias, dessa vez, contra o presidente da câmara municipal de Juiz de Fora, Vicente de Paula Oliveira.
Vicentão foi convidado a prestar esclarecimentos sobre sua relação com a Koji Empreendimentos e Constru­tora Ltda., empresa que movimentou mais de R$ 3 milhões em obras para a Prefeitura.
Aí, segundo a Tribuna de Minas, Vicentão saiu de licença médica.

Em off, Vicentão teria dito a um repórter que a Câmara tem telhado de vidro e que poucos vereadores não estariam cometendo algum tipo de irregularidade.
Isso se encaixa perfeitamente nas informações de fontes na PF, que disseram que na lista da Astransp, apenas três nomes de vereadores não apareceram.

Para complicar ainda mais a situação política da cidade, recebemos a informação de que Vicentão deve depor nessa segunda-feira na Polícia Federal em Belo Horizonte.
Também deve depor no mesmo dia, a ex-primeira dama do município Vanessa Loçasso Bejani e na terça-feira quem vai depor é o ex-secretário de Agropecuária e Abastecimento Marcelo Detoni.
A dúvida que fica é: será que a PF está investigando mais políticos de Juiz de Fora?

O conteúdo dos documentos apreendidos e dessa tal agenda vai ser divulgado pela Polícia Federal ou pela Justiça antes ou depois das eleições?
Se for depois, será que a justiça vai punir os candidatos eleitos que tiverem envolvimento nas denúncias?
E o povo vai ver o voto de confiança que deu a algum político ir por água abaixo, sem a oportunidade de votar em algum nome que não esteja nas listas de investigados por corrupção?

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Tupi 1 x 1 Ituiutaba – Série C do Brasileirão

Por Michele Pacheco

Numa noite fria, poucos torcedores foram prestigiar o Tupi no primeiro jogo em casa pela competição.
O público pagante foi de 780 pessoas.
Em campo, o galo carijó buscou a primeira vitória na Série C do Campeonato Brasileiro.
O time estreou com derrota para o Noroeste.

O Tupi começou melhor a partida, com força no ataque pra driblar a defesa do Ituiutaba, conhecida pela marcação forte.
Os jogadores carijós deram pouco espaço para o adversário e imprimiram um ritmo rápido no início do primeiro tempo.
O gol saiu aos 20 minutos. Lucas arrancou pela direita e chutou.
Leandro Lopes, goleiro do Boa, defendeu e soltou a bola nos pés de Marquinhos Alagoano, que não perdoou e mandou no fundo da rede.
Depois, foi comemorar com o banco de reservas.

O susto fez o Ituiutaba acordar.
Enquanto o Tupi relaxava com o resultado, o Boa aumentava a pressão.
A troca de passes começou pela direita.
A bola sobrou para Moreno chutar forte e colocado, no canto direito do goleiro Marcelo Cruz. Moreno correu para o técnico Nei da Mata e comemorou muito.
Afinal, empate na casa do adversário tem gosto de vitória na competição.

O segundo tempo teve lances polêmicos.
Os jogadores do Tupi pediram pênalti num lance que o juiz considerou normal.
Pela reclamação, ele ainda deu cartão amarelo a um jogador carijó.

Da cabine, nós acompanhávamos tudo.
Do alto bem que pareceu pênalti!
Duro foi ver tanta jogada importante ser criada e desperdiçada.
Mais uma vez o galo de Juiz de Fora foi fraco nas finalizações.
Aos 42 minutos, o Ituiutaba balançou a rede.
Mas, antes que o time comemorasse, o bandeirinha avisou que houve impedimento.
Logo depois, foi a vez do Índio aproveitar a bola disputada na área, chutar para a rede e sair correndo pra comemorar.
O que ele não viu é que a bola não entrou.
Foi por pouco.
Puro capricho da sorte. Ou do azar!

Depois da partida, o técnico do Tupi, Toninho Moura, avaliou o desempenho do time.
Ele considerou a equipe melhor no segundo tempo, com a entrada de Henrique, Índio e Roniclei. Mas, avisou que ainda não sabe se vai mudar a escalação para o próximo jogo.
“Temos que levar em conta o desgaste de um jogo difícil como esse. Alguns jogadores saíram reclamando e o departamento médico tem que avaliar cada caso. Achei o time mais organizado no segundo tempo. O empate em casa não foi fatal. Os outros times da chave também empataram. O que tem mais pontos está com 4. O Tupi tem 1 ponto. Nada está definido ainda.” comentou o treinador carijó.

Já o técnico do Ituiutaba, Nei da Mata, avaliou que o empate na casa do adversário tem um gosto de vitória.
Ele gostou da atuação da equipe e disse que é importante conquistar pontos em todas as partidas.
O resultado mantém o tabu: o Tupi não vence o Boa desde 2001!
O próximo desafio do Tupi na competição é contra o Mirassol (SP) no domingo que vem, no Estádio Municipal de Juiz de Fora, às 11 da manhã.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Caindo de quatro diante do Tupi

Por Robson Rocha

O último treino do Tupi para o jogo contra o Ituiutaba, foi no estádio Municipal e fomos gravar. Afinal de contas, temos que apoiar o time da cidade.
O time perdeu o primeiro jogo, contra o Noroeste, e amanhã tem que ganhar.
Chegamos pouco antes do time e o técnico Toninho Moura, sempre simpático brincou com a galera da imprensa e foi para o campo.

O time correu bastante, mas parece que ainda falta um matador, aquele cara que sabe fazer gols. Enquanto eu fiquei isolado gravando imagens do treino, a galera se reuniu no banco de reservas. Na realidade, eram vários “técnicos” avaliando o trabalho do Toninho.
Mas, nessa foto, dá para reparar uma coisa. Não tem nada a ver com futebol.
Porém, ainda bem que a Michele é repórter, imagine se ela é uma fotografa?
Ia sair em todas as fotos!

Mas, voltando ao treino.
Tentei durante todo o primeiro tempo do coletivo gravar um golzinho, mas nada de gol.
Coloquei a câmera no tripé pra ter mais estabilidade (mentira, foi pra descansar o ombro!) e nada de gol.
O time até que chegava, mas não acertava o alvo.

O Renato, assessor de imprensa do Tupi, não quis participar, mas a galera no banco de reservas estava apostando de tudo.
A primeira disputa foi tentar acertar o público pagante amanhã no jogo.
Isso, levando em consideração que o jogo é às oito e meia da noite, vai estar frio pra caramba (segundo a meteorologia) e o Flamengo jogo às nove e meia.
A segunda disputa foi o placar do jogo.
Como somos democráticos, mas não somos bobos... Teve todo tipo de resultado.
Deixe esse assunto pra lá e vamos voltar ao treino.

O Luiz Carlos Duarte, o Prainha, tentou de tudo para conseguir uma boa imagem do time do Tupi.
Afinal de contas ele estava tentando a foto da capa de amanhã do Panorama.
Diga-se de passagem, a Michele até se redimiu da primeira foto e fotografou o Prainha tentando um bom registro depois de trocar de lente várias vezes.

Mas, ele conseguiu registrar uma coisa muito estranha.
Seria um caçador de formigas?
Uma pessoa caída no gramado do estádio Mário Helênio?
Ela teria se sentido mal ou, quem sabe, teria tropeçado?
Porém, cair nessa posição, digamos, napoleônica? Mas, é difícil de explicar.
Eh, vamos dizer que o Luiz registrou alguém que talvez estivesse caindo de quatro diante Tupi.

Nada disso. Era o repórter fotográfico da Tribuna de Minas, Diogo Kling, tentando um ângulo diferente. Será?
Está certo, é tudo pela profissão, mas evite fazer isso na nossa frente, podemos ter pesadelos à noite. Rsss...
Ainda mais, como nosso sócio Prainha à caça de fotos para o blog!
Mas, assim como o Diogo, amanhã o Tupi vai se levantar da derrota para o Noroeste e vencer o Ituiutaba e voltar a brigar na série C do Campeonato Brasileiro.

Acidente fatal em São João del Rei

Por Michele Pacheco

O acidente foi por volta de uma hora da manhã dessa segunda-feira, na MGT 383, entre Lagoa Dourada e São João del Rei. Um professor de 43 anos contou aos policiais da 13a Cia. Independente de Meio Ambiente e Trânsito da Polícia Militar que seguia de Lagoa Dourada para São João del Rei dirigindo um Renaut Scenic, quando viu uma moto seguindo desgovernada no sentido oposto.

O motorista contou ainda que não conseguiu evitar a batida.
Dione Átila da Silva, de 26 anos, conduzia a motocicleta e morreu no local.
Segundo um passageiro da moto, o motociclista perdeu o controle da direção do veículo ao derrapar em óleo na pista, seguiu desgovernado na contra-mão e bateu de frente no carro.

Nesse caso, segundo os policiais militares rodoviários, a causa do acidente parece ter sido mesmo óleo na pista.
Mas, a maioria dos acidentes registrados na região foi causada por algum tipo de imprudência.
Seja por excesso de velocidade, condutores inabilitados ou motoristas com nível elevado de álcool no sangue que perdem a capacidade de raciocínio e ficam com os reflexos lentos, não conseguindo evitar acidentes.

Para mudar a situação, a 13a Cia. Ind. de Meio Ambiente e Trânsito intensificou as operações preventivas.
Acompanhamos uma delas, no último fim de semana.
Eles estavam de olho nos motoristas que misturam álcool e direção.
A Operação Grau Zero vai acontecer sempre aos fins de semana, feriados e vésperas de feriados.
O objetivo é colocar em prática a Lei de Tolerância Zero.

Analisando os dados apresentados pela PM, fica claro que houve um aumento significativo das operações de caráter preventivo e repressivo em junho/2008, reduzindo em 24% o índice de acidentes em relação a junho 2007. A utilização do radar nas operações de controle de velocidade ajudou a coibir os excessos praticados pelos condutores.
O Major Cláudio Trevisani, comandante da 13a Cia. estava satisfeito com o resultado do trabalho desenvolvido e está otimista quanto a resultados ainda melhores. A estratégia é distribuir melhor os policiais nas áreas de cobertura da companhia e intensificar o controle nos locais de maior risco.

Segundo a assessoria de imprensa da 13a Cia., os resultados positivos são explicados pela "ocupação desses segmentos críticos, orientada pelo Comando da Unidade, mormente nos dias e horários de maior incidência de registros de acidentes, com certeza também contribuiu para esta redução.O efetivo lançado através de remanejamentos inteligentes nas frações, também aumentou propiciando a ocupação de diversos pontos de risco de acidente, no mesmo tempo e em dias e horários de maior fluxo.Outro fator preponderante foi o aumento do número de veículos fiscalizados e autuados, coibindo ações abusivas dos usuários, além de demonstrar claramente a eficácia e o compromisso com o resultado que aflorou no seio da tropa."

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Saúde sem recursos em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Foi realizada hoje uma Audiência Pública na Câmara Municipal de Juiz de Fora.
O tema foi a dificuldade de atendimento nas UBS, Unidades Básicas de Saúde, e a necessidade de colocar logo em funcionamento as duas Policlínicas recém-construídas.
Uma fica no bairro São Pedro e vai atender 30 mil moradores da região oeste, conhecida como Cidade Alta.

A outra é no bairro Santa Luzia e vai atender vários bairros da zona sul da cidade.
Os prédios estão prontos, mas não há um equipamento sequer dentro deles.
Enquanto esperam a inauguração, os moradores continuam tendo que procurar socorro no centro da cidade, gastando com transporte valores que poderiam fazer diferença na mesa da família.

Na audiência pública, o secretário de Saúde, Cláudio Reis, explicou que, originalmente, a proposta era oferecer atendimento 24h de urgência e emergência nas Policlínicas, desafogando a sobrecarga no HPS, Hospital de Pronto Socorro. Mas, segundo ele, com os problemas financeiros deixados pela administração anterior, não há recursos para arcar com as despesas para manter as unidades funcionando dia e noite.
As outras policlínicas que já existiam na cidade - uma na zona norte e outra na zona leste - também estão com horário limitado de atendimento, ficando abertas apenas até às dez da noite.

Muitos moradores e líderes comunitários se uniram às autoridades para discutir o problema. Eles reclamaram do atendimento precário nas UBS, contaram que algumas estão com a estrutura comprometida e que outras foram instaladas em locais de acesso difícil. Um vereador lembrou que a Unidade Básica de Saúde do bairro Progresso foi colocada no alto de uma ladeira, impedindo acesso de gestantes, obesos e idosos, fora os cadeirantes!
O Secretário de Saúde ouviu todas as reclamações e admitiu que a situação é complicada. Há muito a ser feito, mas poucos recursos.

Enquanto a justiça trabalha nos processos contra o ex-prefeito Alberto Bejani, apurando se as denúncias de corrupção, com desvio de verbas e enriquecimento ilícito, são verdadeiras, o município arca com o prejuízo.
Nessa confusão de culpados e inocentes, quem paga a conta é o povo.
A atual administração enfrenta um problema por dia, ao ser questionada sobre verbas que deveriam ter sido investidas e não foram, sobre como resolver problemas que estavam escondidos debaixo do tapete, etc.
Aos poucos, a gravidade da situação do município vem à tona, pegando de surpresa todo mundo e deixando no ar um mal-estar grande.
Fica difícil aceitar que um município em franco crescimento tenha que sofrer um baque tão forte.
Só nos resta torcer para que a situação se resolva logo e que Juiz de Fora não mergulhe numa desaceleração do crescimento e ponha em risco o bem-estar dos moradores.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

38º Batalhão PM realiza mega-operação em São João Del Rei

Por Robson Rocha

Nessa sexta-feira, fomos a São João Del Rei.
Em princípio, para gravar uma mega-operação da polícia militar.
Chegamos na cidade pouco antes das nove da manhã.
Seguimos direto para o 38º Batalhão de Polícia Militar, que era o local marcado para encontrar com o pessoal da PM e seguir para a operação.
Porém, achamos estranho, porque o pátio do Batalhão estava cheio de viaturas.
Logo, vimos o pessoal da TV Campos de Minas e da TV Panorama.

O tenente Luiz Eduardo nos recepcionou e nos encaminhou para a sala do Tenente Coronel Milton Costa, comandante do Batalhão.
Lá, percebemos que a operação já havia acabado, pelo menos a parte de cumprimento de mandados.
O trabalho tinha começado às cinco da manhã.
O simpático Tenente Coronel passou todos os dados, gravou entrevista e disse que a operação fazia parte das comemorações do aniversário do batalhão.

A operação contou com 194 policiais, 38 viaturas e até um helicóptero da PM de Belo Horizonte. Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em São João Del Rei, Tiradentes e Santa Cruz de Minas.
Uma pessoa foi detida e levada junto com o material apreendido para a delegacia de São João del Rei.
Os policiais disseram que o rapaz é conhecido por vender drogas na cidade.
Porém, o jovem nega qualquer envolvimento com os fatos.

Na delegacia, gravamos o material.
Foram apreendidos R$3.102 em espécie, MP4, MP5, 8 pares de tênis, 17 camisas oficiais de times variados, 2 pares de chinelos, 3 bicicletas, 2 seringas, 1 colchão inflável, 30g de maconha, 10 gramas de cocaína, entre outras coisas.
E, em Tiradentes, foi apreendida uma réplica de uma PT380, uma furadeira e uma makita.

Dali, fomos gravar as operações relâmpago.
Seguimos as viaturas pelas ruas da cidade, os policiais estavam fortemente armados.
Uma das operações foi a “corredor de segurança”, blitzem realizadas nas entradas da cidade.
Uma das operações aconteceu na porta de um motel. Um motorista saiu com seu carro, deu uma paradinha e pediu para eu não gravá-lo, senão ele caía no flagrante em casa.
Se era verdade eu não sei, mas que ele levou um susto com as câmeras e a polícia, ah, isso levou!

Um registro à parte é como a imprensa sofre feliz.
Além dos profissionais de TV, jornais e rádios de São João Del Rei, tínhamos a Michele e eu, o Bruno e o Manoelzinho que saímos cedaço de Juiz de Fora e, apesar da fome, dê uma olhada na nossa cara de felicidade na foto, que foi tirada às 11 da manhã.
Mas, a coisa estava tão feia, que o Bruno entrou em um boteco e a única coisa que encontrou para comer foi um pacote de “chulézinho”.

Mas, voltando à operação.
Fomos acompanhar batidas policiais nos bairros mais problemáticos.
Isso, com o apoio do helicóptero.
Foram várias abordagens e o que chamou a atenção, foi o número de jovens sem ocupação.
Em pleno meio-dia de uma sexta-feira, eram várias galeras reunidas em calçadas nos bairros.

Os policiais ainda fizeram varreduras nas áreas próximas às abordagens, uma vez que são pontos de venda de drogas e os traficantes escondem os entorpecentes no meio do mato, no meio do lixo, enterrados no chão e até em buracos em muros.
E, sem um cão farejador, o trabalho da PM se torna mais difícil.

Mas, segundo o comandante do 38º Batalhão, desde a implantação da unidade na cidade, a presença policial e o trabalho de inteligência reduziram drasticamente o índice de crimes violentos na região. Ele disse que a queda no número de homicídios e tentativa de homicídios foi de 71%.
Em 2005, foram 28 assassinatos em São João del Rei e esse número caiu para 3 no primeiro semestre de 2008.

Ainda segundo o Tenente Coronel Milton Costa, isso aconteceu pois foi realizado um diagnóstico da criminalidade que apontou a rivalidade entre grupos como um dos principais fatores.
A polícia não gosta do termo, mas são gangues.
Os policiais prenderam lideres das 13 gangues conhecidas na cidade e as mortes diminuíram em São João Del Rei e Santa Cruz de Minas.

Voltando ao nosso trabalho, fomos até um campo de futebol da cidade para ir de helicóptero fazer imagens da operação.
Imagens aéreas em helicóptero são sempre gostosas de fazer, só tem que ter sangue frio para ficar assentado para fora do aparelho.
Apesar de estar preso ao cinto de segurança e ter um cabo prendendo a câmera, quando ele vira, você fica de cara para o chão.

O difícil foi na hora de gravar a passagem da Michele, pois eu não tinha com virar o corpo para dentro do helicóptero.
Ajustei o foco, o diafragma e gravei deduzindo que estava certo, sem olhar no visor.
Até ai foi bem, mas na hora que derivei a câmera, não tinha mão para ajustar o diafragama e o vídeo estourou.
A Michele ainda registrou o vôo com nossa câmera.

Mas, uma coisa fundamental para fazer imagens aéreas é a competência do piloto.
O que nos levou é fera, sabe exatamente como posicionar a aeronave.
O cara tem a visão de um cinegrafista.
Isso, fora as manobras.
Em um determinado momento, ele simplesmente parou o helicóptero com uma estabilidade tão grande que deu para fechar o zoom todo nas viaturas em uma rua do bairro, praticamente sem balançar a imagem.

Voltamos para a terra nos despedimos de todos e fomos almoçar, porque àquela hora a fome era tanta que já tinha lombriga tentando o suicídio!
Mas, falando sério, esse tipo de trabalho é muito importante para aumentar a segurança na cidade.
Pra gente que é de fora e está acostumado em operações haver apreensões grandes, parece estranho a quantidade de material apreendido e apenas uma pessoa detida.
Mas, a gente acompanha há muito tempo a violência e só de ver a queda no índice de homicídios, dá pra ver que o trabalho está valendo a pena.