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Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Histórias de carnaval - Folia no Rio de Janeiro

Por Robson Rocha

Eu sempre gostei de carnaval, mas depois que comecei a trabalhar não consegui mais participar. Quer dizer, não pulo mais carnaval. Agora trabalho.
Lógico que me divirto trabalhando, mas existem situações que são complicadas.
Em 2006, fomos mandados para o Rio de Janeiro para fazer gravações nos barracões e nos ensaios de duas escolas de samba que estavam homenageando cidades mineiras.
Começamos gravando na União da Ilha que homenageava São João Del Rei. No barracão fizemos imagens do que era permitido, tudo muito organizado. Foi quando nos ligaram para ir à Cidade do Samba gravar os trabalhos da Beija-Flor que estava homenageando em seu enredo Poços de Caldas.
Se o tratamento na União da Ilha foi dez, na Beija-Flor não foi diferente. Fomos recebidos com um carinho enorme.
À noite fomos para a quadra da União da Ilha gravar os ensaios. Era ensaio mesmo!

Voltamos ao Rio semanas depois para os desfiles, aí começaram os problemas. Nosso motorista parou próximo à Central do Brasil, porque o pessoal da TV tinha esquecido de nos credenciar. É mole?! Tivemos que caminhar um pouco até a concentração, onde estava um grupo de pessoas de São João Del Rei. Sem credenciamento, entramos na galega, fizemos algumas imagens e, claro, fomos colocados pra fora. Tínhamos que ir ao camarote da União da Ilha e, como o carro não poderia ir, tivemos que caminhar. Com um pequeno detalhe, o camarote era um dos últimos do lado contrário ao que estávamos. Moral da história, andamos muito!
No camarote, tratamento vip. Gravamos o que faltava para fechar o material e fomos para o hotel.

Subimos fomos para os quartos e me assentei na janela para fumar um cigarrinho. Quando olhei para o lado onde o prédio fazia um “L”, me senti em uma aula de Kama-Sutra. Em vários apartamentos “o pau estava comendo”. Na realidade o hotel era um motel. Liguei para a Michele pra contar e tomei uma chamada, é mole? Passei boa parte da noite observando, digamos, “técnicas” novas.

No dia seguinte, outra novela, iríamos gravar no camarote da Brahma. Pra isso tínhamos primeiro que ir para a Marina da Glória. Nosso motorista se perdeu umas dez vezes e não ouvia nossas dicas. Cansei de ver a mesma paisagem e “gentilmente” mandei que seguisse outro caminho. Enfim chegamos e pegamos uma van para o sambódromo.

Gravamos com vários atletas, artistas, etc. Tivemos a oportunidade de conhecer o Luiz Gonzaga Mineiro, chefe do jornalismo do SBT na época. Ele é um cara extremamente simples. Pudemos bater um longo papo e, o principal, ouvir para aprender. Até quando começou a transmissão e ele assumiu a coordenação.

O momento mais “quente” foi a chegada do Maradona. Tinha mais segurança que jornalista. Levando em consideração a estatura do hermano e que não havia nenhum segurança baixinho, tive que aproveitar dos meus um metro e noventa para garantir imagens do cara. Ainda mais que Maradona não queria dar nenhuma entrevista. Mas empurra daqui, empurra dali a imagens estavam garantidas.

Saí e ficou um batalhão de fotógrafos, cinegrafistas e repórteres tentando alguma coisa. Fora a imagem, o que todos nós conseguimos foram algumas cotoveladas e empurrões dos seguranças.
E foi assim a noite toda. A cada van que parava, saíamos todos correndo para gravar com alguma personalidade que chegava.

Na volta tive o prazer de conhecer Fernanda Torres. Simpaticíssima, ela perguntou se podia se assentar ao meu lado e fomos batendo papo até a Marina da Glória. Ela fez várias perguntas sobre Minas e estava preocupada, pois não lembrava onde o marido havia parado o carro. Michele e eu ajudamos a procurar o carro que foi logo encontrado por um dos manobristas. Pegamos nosso carro e voltamos para Juiz de Fora.

Depois que tudo passa, ficamos com as lembranças e boas histórias.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Banda Daki 2008 - Irreverência no carnaval de Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Estou na TV Alterosa há 10 anos e sempre cobri carnaval. Fazer matéria da Banda Daki no sábado de folia virou tradição. O Bloco é um dos maiores de Minas Gerais e neste ano reuniu em torno de 40 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. Eu e o Robson estávamos lá, claro. Mas, com uma diferença. Pela primeira vez desde que entrei na emissora estamos de férias no carnaval.

Triste foi agüentar os olhares assustados de quem me via abraçada a uma figura estranha com peruca black power. Só depois de uma olhada atenta é que o pessoal reconhecia o Robson! Fomos nos divertir com a Paula, filha dele, e matar as saudades dos amigos que estavam trabalhando. Aproveitamos para tirar fotos e guardar de recordação.

A turma da TV Panorama estava a postos com a cobertura ao vivo. No alto do carro, estava o cinegrafista Moysés Vale, repondo as energias num dia de sol intenso. O Oswaldo Neiva ficou com a câmera de baixo e estava trabalhando com a Carla Arantes, repórter, e o Ulisses (Chaveirinho), auxiliar. Bem-humorada, a equipe posou para nossa câmera no melhor estilo folião.

Pela TV Alterosa, encontramos o Mário César. Ele é auxiliar de cinegrafista do programa Fatos em Foco e está em todos os eventos que cobrimos. É uma peça rara! Com disposição e competência de sobra, ele parece advinhar o que os repórteres cinematográficos querem. É muito legal trabalhar com o Mário. Como o Robson está sempre tirando fotos dele, algumas vezes em situação cômica, nosso auxiliar tentou fugir da lente, mas sem sucesso. Pelo menos dessa vez saiu bem na foto!

O jornal Tribuna de Minas colocou todo mundo para trabalhar. Os fotógrafos se dividiam em pontos estratégicos para registrar cada detalhe do bloco. O calor estava tão intenso que a gente tinha a sensação de que iria derreter. Imagine o pessoal da fotografia, com coletes e equipamento. Flagramos os fotógrafos Olavo Prazeres e Diogo Kling aproveitando alguns segundos de descanso na sombra antes de retomar a maratona que é seguir a Banda.

Esse tipo de evento é legal para encontrar aquelas pessoas que só vemos durante as reportagens. O Oswaldo Braga Júnior, presidente do MGM, Movimento Gay de Minas, seguiu a tradição de ir à campo distribuir preservativos, dentro da campanha de prevenção à Aids.
Encontramos também um amigo querido, o Luiz Carlos Lyra. Ele foi nosso companheiro na TV Alterosa e hoje está na TV Panorama. Foi bom para colocar a conversa em dia.

A Banda Daki surgiu com um grupo de amigos que se vestia de mulher e ia para as ruas. A idéia pegou, o bloco cresceu e apareceu. Hoje, atrai participantes de todo o estado. O José Carlos Passos, o Zé Kodak, é o General da Banda Daki e comanda a festa desde o início. É uma figura que admiramos muito. Determinado, ele já enfrentou muitas dificuldades, mas nunca desistiu de lutar para manter vivo o bloco.

Se o Zé é a alma da Banda, a irreverência é o combustível que move milhares de foliões por quase oito horas desde a concentração até a dispersão. Adultos e crianças se divertem com as figuras engraçadas. Tem persongens da TV, homens vestidos de mulher e fantasias criativas. O evento é democrático. Foliões de todas as idades, sexo e condição financeira se unem para curtir o carnaval. O Rei Momo e a Rainha participam da festa. Até Isabellita dos Patins veio do Rio de Janeiro para desfilar.

A Banda faz parte do Patrimônio Cultural de Juiz de Fora. Título merecido! Parabéns mais uma vez ao Zé Kodak.

E quem está sempre prestigiando o bloco é o pessoal do Free Folia. A equipe trabalha com vontade para registrar os melhores momentos do carnaval de Juiz de Fora.
Quem quiser conferir fotos de todos os eventos deste ano, é só acessar o site
www.freefolia.com.br

Do rádio em Carangola para o mundo

Por Robson Rocha

Foi muito bacana encontrar nas férias, em Campos, um amigão, Ronan Júnior. Nós o conhecemos quando, certa vez, fomos convidados pelo Marcel Ângelo, jornalista amigo nosso, para participar de algumas palestras na Faminas, em Muriaé.

Durante um bate-papo entre profissionais de jornalismo e alunos do curso de jornalismo, comecei a prestar atenção no camarada que estava conduzindo o debate. Era o Ronan. Ele tinha todo o domínio da situação, segurança nas perguntas e achei estranho. Não é normal um formando ter uma segurança que muitas vezes profissionais experientes não têm.
Quando acabou o bate-papo, eu o procurei e perguntei qual a experiência dele e há quanto tempo já havia se formado. Ele respondeu que estava se formando naquele ano.
Poucas vezes, em vinte anos de profissão, indiquei alguém para trabalhar em tv.

Mas enxerguei nele o que sinto falta em muitos profissionais: carisma.

Além disso, o cara tinha uma dicção legal e eu cismei que ele tinha jeito para a tv. Isso tirando alguns brincos estranhos que o rapaz usava e fazendo sua barba.
Pedi a ele que nos mandasse um dvd com alguma matéria feita na faculdade.
Ele nos mandou o material e era muito bom. Entreguei o material para nossa editora. Ela gostou e ele foi contratado para fazer férias da repórter Cristiane Armond, hoje Editora-chefe do RJTV 2ª edição da Inter TV (Região dos Lagos, Região Serrana e norte fluminense). Pena que não havia vaga para repórter na TV Alterosa naquela época.

Depois de cobrir férias, ele conheceu o Boris Casói numa entrevista em Muriaé, foi para a TVJB e logo depois para o SBT-Rio. Foi muito legal e prazeroso assistir matérias e entradas ao vivo nos jornais de rede do SBT e assinando como Ronan Tardin.
Depois, ele foi contratado pela Inter TV para ser repórter em Campos, Norte fluminense.
Acredite o cara tem até fã clube.

Agora que contei parte da história dele, vou voltar ao início.
Ronan, Michele e eu batemos um longo papo, lógico, sobre televisão. Ele estava se recuperando de uma pequena cirurgia na boca (pequena,apesar do tamanho da boca).
Não nos assustamos, pois em um mês em Juiz de Fora ele teve alguns contratempos. O mais engraçado foi quando teve uma virose. Encontramos com ele na tv e notamos que estava um tanto pálido. Dissemos para procurar um médico e não o vimos mais.
Quando eram umas seis e meia da tarde estávamos terminando de gravar uma matéria de um homicídio em um morro em Juiz de Fora, quando o celular da Michele tocou.
Ela atendeu e logo arregalou os olhos. Acabei de guardar o equipamento e perguntei o que tinha acontecido. Ela me disse que era o Ronan, que estava mal e precisava ir a um hospital, mas não sabia andar direito na cidade. Como o sujeito não tinha plano de saúde(e para quem cobre férias a TV não faz plano de saúde), a Michele indicou o HPS(sacanagem com o menino). Lá pelas sete da noite ligamos pra ele, adivinhe onde ele estava? Na fila de espera do SUS. Não falei que era sacanagem!
Fomos rápido para o Hospital de Pronto Socorro. Tivemos que resgatá-lo. Chegando, olhamos a recepção lotada e cadê o Ronan? Não achamos, mas de repente surge uma figura que parecia um zumbi no meio do salão. Não era nenhum personagem do clip do Michael Jackson. Era Ronan Junior ou o que a virose deixou dele. Perguntamos por que não se identificou como jornalista da TV. Ele disse que tinha ficado sem graça e ficou na fila. E que fila! A Michele conversou e conseguiu que ele fosse atendido. Sabe qual foi a medicação? Não sabe? Aspirina e cama! Tanto tempo de espera para ouvir isso.

Durante nossa conversa regada a cachorro-quente e muito catchup, ele nos mostrou várias fotos que registram momentos legais da carreira dele. Foi muito engraçado ver fotos do Ronan com colete à prova de balas.
Também é muito legal ver que continua com sede de aprender e não esconde suas dificuldades ou deficiências.

Isso vai levar esse camarada que trabalhava em uma pequena rádio em Carangola, no interior de Minas, ao primeiro time do jornalismo nacional.
E conversando com o pessoal da Inter TV, foi muito bacana saber também o respeito profissional que ele está conquistando.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Trânsito perigoso - Flagrantes de imprudência

Por Michele Pacheco

Férias! Pé na estrada! Decidimos ir para a casa que a mãe do Robson tem na praia de Sossego, no norte do RJ. Mas, jornalista não sossega...

Passamos primeiro pela Região Serrana. Em Nova Friburgo, numa serra cheia de curvas perigosas, notamos um homem em pé na carroceria de uma caminhonete segurando uma geladeira. Impossível não imaginar o estrago que aconteceria se ele se desequilibrasse numa virada mais brusca!

Chovia muito quando passamos pela BR 101. O Robson preferiu ir devagar, já que o trânsito era intenso, o risco de acidentes era grande e nós não estávamos com pressa. Para espantar o tédio, passamos a comentar as imprudências cometidas pelos motoristas e a tirar fotos das irregularidades. Entre Casimiro de Abreu e Macaé foi um festival de absurdos. Ultrapassagens em faixa contínua, num trecho de pista estreita e tráfego movimentado nos dois sentidos. A cada manobra errada, a gente prendia a respiração. Junto com os sustos, veio a revolta. Afinal, de que adianta gastar saliva em dezenas de matérias sobre perigo no trânsito, passar orientações, alertar para o índice crescente de acidentes nas rodovias, mostrar os estragos causados... Todo motorista sabe o que pode ou não fazer. Mas, na prática, nossas estradas parecem pista de corrida de assassinos e suicidas. Não me levem a mal, mas sempre que faço matérias sobre mortes no tráfego, eu lamento que as vítimas não sejam apenas os irresponsáveis que encaram os veículos como armas e se sentem intocáveis. Infelizmente, o que vejo com freqüência são pessoas inocentes, famílias inteiras destruídas pela imprudência de alguns. Basta ligar a TV para saber notícias de pessoas embriagadas que causaram batidas. Quando a gente faz uma reportagem sobre acidentes e ouve os motoristas, todos são unânimes em culpar a situação das rodovias. Como se explicam então os flagrantes que pegamos numa estrada com asfalto bom e em condições satisfatórias? O que o motoqueiro pensou ao ultrapassar a fila de veículos pelo acostamento? E se um ciclista estivesse no canto? Ou pedestres nos trechos em que a BR 101 passa por perímetro urbano?

E os maus exemplos não estão apenas nas estradas. Depois de uma viagem tensa, enfim achamos que seria só relaxar em Sossego. Mas, nosso faro jornalístico não sabe mesmo o que são férias! Parados numa lanchonete tomando água de coco, de frente para o mar, começamos a observar a quantidade grande de motos no lugar. Ficamos atentos a isso a partir desse dia, o que rendeu mais flagrantes. Tudo bem que as praias em São Francisco do Itabapoana são tranqüilas. O Robson costuma brincar que Sossego é uma roça com praia, já que existem muitas áreas desocupadas e o gado passeia livre pelas ruas. Mas, isso não é justificativa para que quase todos os motoqueiros andem sem capacete. Conseguimos fotografar vários casos. E, eles não se contentam em se arriscar sozinhos. O mais comum é ver duas ou três pessoas nas motos, incluindo crianças.

Depois de uma passada por Arraial do Cabo, decidimos voltar para casa antes do carnaval, para evitar riscos maiores nas estradas. Os pedágios da Via Lagos e da Br 040 (Rio-Juiz de Fora) estavam com retensões e o trânsito ia lento. Estávamos parados num deles, quando ouvimos uma freada. Um motorista não reduziu a velocidade e quase bateu em outro que não se decidia onde queira ficar e estava mudando toda hora de fila. Não foi surpresa encontrar pelo caminho acidentes de todo tipo. Não havia chuva e as estradas por onde passamos eram ótimas. Descartando essas duas causas comuns de batidas, sobrou a imprudência. Essa, é democrática! Acontece em qualquer nível social, qualquer região do país e qualquer rodovia, sem preconceito de idade, raça e sexo! O que mais podemos fazer ou dizer para que os motoristas entendam de uma vez que não são donos das estradas e que vidas são destruídas de forma brutal todos os dias para que alguns se divirtam em alta velocidade e num festival de imprudência?

Rádio Globo Juiz de Fora e o Tupi no Campeonato Mineiro de 2008

Por Ricardo Wagner

Apostando mais uma vez no futebol local e na valorização de nossa cidade, a Rádio Globo Juiz de Fora AM 910, transmite os jogos do Tupi no Campeonato Mineiro de 2008.
O Futebol Show da Globo traz uma equipe com profissionais experientes e com o compromisso de levar até o ouvinte a informação com credibilidade, ética e respeito.
Aliás, esta é a diretriz da emissora que tem no comando a professora Flávia Aragão. Para viabilizar o projeto do Futebol Show 2008, foi fundamental a parceria com instituições, empresas e agências de comunicação da cidade.

A equipe de esportes conta com a narração de Ivan Costa, um dos melhores e mais experientes locutores-esportivos do Brasil. Ricardo Wagner vai “ancorar” as transmissões e comandar o Futebol Show que tem ainda o irreverente Fernando Luiz, e os jovens Márcio Santos e Marco Aurélio, novo reforço dos “trepidantes”.
As “Feras do Rádio” prometem muita emoção e estarão com o Tupi onde o Tupi estiver. Vale a pena ficar ligado.

Ao longo das jornadas esportivas serão muitas promoções, sorteios de camisas do Galo carijó, brindes dos parceiros e atrações surpresas. Mas é bom lembrar, a Rádio Globo Juiz de Fora também acompanhará o Campeonato Carioca, seus principais jogos e clássicos.

Outra novidade é a estréia do programa Globo Esportivo local, de segunda a sexta, das 17:30 às 18 horas, com notícias do futebol e do esporte em nossa cidade e região.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Correr do tiro ou em direção ao tiro - dúvida exclusiva de repórter

Por Marcelo Lima
Repórter da Rádio Solar

Esta semana tive a agradabilíssima surpresa de encontrar nos corredores da 7ª DRPC, uma companheira diária de pautas que após ter sido promovida passou a gozar do conforto da redação do jornal Tribuna de Minas, abandonando de vez os colegas de “porta de cadeia”.
Reencontrá-la é a certeza de reviver histórias Fora do Ar das mais engraçadas.

Famosa por seu jeito distraído, o que não a impede de ser uma excelente repórter, essa amiga que por timidez vou poupá-la da identificação, protagonizou uma das passagens mais engraçadas da minha curta carreira profissional.

Certa vez, formavam uma roda no corredor da Sétima Delegacia, eu, ela e um delegado, quando um tiro foi disparado dentro de uma das salas. Em poucos segundos, dezenas de policiais com armas em punho corriam na nossa direção. Sem saber se procurava de onde havia partido o tiro ou se abrigava de possíveis novos disparos, essa colega permaneceu estática com o bloco de anotações na mão.

Como avaliei que não havia muito tempo para pensar, puxei-a em direção ao estacionamento, onde descolei um esconderijo à altura do utilizado por Bin Laden (seja lá onde for que ele se localize); um espaço entre o abandonado rabecão da Polícia Civil e uma reforçada coluna de concreto, onde só cabia um repórter de aproximadamente 2 metros de altura e sua diminuta colega de profissão. Por ali ficamos até que a poeira baixou e conseguimos apurar o que havia acontecido.

Em outra ocasião, o Secretário de Defesa Social do estado aterrissou no pátio da 7ªDRPC no indefectível helicóptero “Carcará” da Polícia Civil.
Jornalistas fizeram montanhas de perguntas, o Secretário respondeu e voltou apressado para a aeronave. Eu e minha distraída amiga trocávamos informações em meio ao barulho ensurdecedor que o aparelho fazia ao decolar, quando ela dispara reclamando do barulho do helicóptero:- Puxa, esqueci de perguntar isso, preciso voltar e apurar com o Secretário! Infelizmente não foi possível porque o helicóptero já sobrevoava a delegacia em direção a Belo Horizonte, sem que minha colega percebesse que levava o Secretário que ela havia visto embarcar. Enfim, costumo brincar com ela: Se uma Kombi rosa guiada pela Isabelita dos Patins passar com as meninas Super Poderosas de carona pela avenida Rio Branco, domingo de manhã, ainda assim há risco dela não ver porque estava distraída.

Seja bem vinda de volta, amiga.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Humberto Mauro – A história do pai do cinema nacional virando lixo

Por Robson Rocha

Em abril de 1997 fui a Volta Grande e Cataguases gravar matérias sobre os cem anos de Humberto Mauro. O cineasta mineiro que sonhou em transformar sua terra natal em uma Hollywood brasileira. Pra isso ele construiu ao lado de sua casa, em Volta Grande, o Estúdio Rancho Alegre.
Asssiti a alguns filmes dele e fiquei impressionado com os enquadramentos (fotografia). Ele conseguia ângulos maravilhosos e dá a sensação que ele gostava de arriscar, de fazer coisas diferentes do padrão da época.

Conheci a família de Humberto Mauro na casa dele, na cidade de Volta Grande. Na residência existem algumas peças que ele inventou, como o lustre da sala. Ele criou um mecanismo para que o lustre tenha uma altura variavel. No estúdio apenas um galpão e pequenas salas vazias, que no passado eram camarins, cabines de gravação, etc.O estado dos imóveis naquela época já não era bom e os filhos lutavam para manter o patrimônio do pai, a casa e os estúdios Rancho Alegre.

Tive o prazer de conhecer o Zequinha Mauro, um senhor, que foi super-simpático com a gente e que tinha um bom gosto para escolher uma cachacinha.
Ele nos deu uma aula de cinema, sabia muito de como tirar boas imagens de coisas simples.
Mas ele estava muito preocupado com o estado da casa e dos estúdios. Apesar de toda festa pelos 100 anos do pai, nada estava sendo feito para recuperar o local onde boa parte dos filmes de Humberto Mauro foi produzida.
Zequinha morreu em dezembro de 2002 sem conseguir a recuperação.

Em 2004, voltamos em Volta Grande e o que encontramos foi um total abandono. O galpão onde eram feitas as filmagens totalmente depredado. Quando entramos onde era a sala de áudio, ficamos sem palavras. Simplesmente, tudo destruído. Vandalos entraram arrancaram tacos, fizeram fogueiras dentro da sala e danificaram até o teto.

Simplesmente, parte da história do cinema nacional está virando, ou melhor, virou lixo. Aí a gente nota que em um mundo capitalista não existe respeito pela história, é cada um olhando para o seu umbigo. Se não dá pra levar vantagem, deixe a história virar lixo.
Mas vendo a casa de Humberto Mauro e andando pelo quintal da casa, você começa a viajar no tempo e é impossível não admirar a determinação desse cara que é conhecido como o “Pai do cinema nacional”.

E me lembro do Zequinha contando como eram produzidos os filmes, naquele cantinho de Minas.
O ultimo filme de Humberto Mauro, “Canto da Saudade”, foi rodado no Rancho Alegre.

Existem projetos para recuperar o espaço, mas nenhuma verba é aprovada para que isso aconteça. O projeto foi arquivado pelo Ministério da Cultura em 2005. E a memória de Humberto Mauro vai morrendo aos poucos. Assim como aos poucos o estúdio está acabando. Se alguém quiser conferir, o endereço é:
www.cultura.gov.br/salic4/index.php?pronac=046658

Estivemos gravando em Volta Grande nessa terça-feira, 15 de janeiro e o que vimos mais uma vez foi um prédio abandonado e mais castigado pelo tempo. Mais uma vez tive a sensação de que o Rancho Alegre é um lixo para a história do cinema nacional, por isso tem que ficar “jogado em um canto”. Mas quem sabe alguém se interesse em “reciclar esse lixo que sobrou do cinema nacional?”


Dia 18 de janeiro começa a 11ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Será que alguém vai se lembrar de Humberto Mauro? Com certeza! Talvez até alguém do Ministério da Cultura faça um discurso elogiando o cineasta mineiro. Mas não vai dizer que o Rancho Alegre está caindo aos pedaços, junto com o passado do cinema nacional.

É difícil avaliar, existe dinheiro do Ministério da Cultura pra tanto lixo que é produzido no Brasil e não existe verba para recuperar um importante capítulo da história do cinema nacional.

Que pena!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Me empresta a sua dentadura?

Por Aline Veroneze
www.averoneze.blogspot.com

Olá pessoal, tenho que contar aqui uma história que o cinegrafista Robson Rocha já fez o favor de contar pra toda TV Alterosa e matar todo mundo de rir.

Fomos fazer uma matéria sobre um conjunto habitacional na região de São Pedro. Setenta famílias, desabrigadas pela chuva há 3 anos, receberam da prefeitura casas populares.

Primeiros dias do ano... Que planos tinha quem começava 2008 com a casa própria de presente?

A produção colocou na pauta o nome de uma moça. Bati na casa dela, demorou uns minutos para me atender... Disse que estava dormindo, com a casa desarrumada, que ninguém tinha avisado। Muito sem graça me falou que o marido não queria que ela gravasse, mas se prontificou a arrumar outra pesoa para falar comigo.Algum tempo depois ela me apresenta a mãe dela.

Eu pergunto se ela pode me mostrar a casa, falar do período em que a chuva derrubou sua moradia, dos últimos 3 anos sem lar e dos planos para o ano que começava...

Ela me respondeu:

- Só não reparar a casa está um pouco bagunçada.

- Claro que não! afirmei.

Ela completou:

- "Só espera um minutinho que eu vou tentar arrumar uma dentadura emprestada!"


Não vou comentar como foi a entrevista, nem como reagi à vizinha, do lado de fora, sem dentadura, esperando a sonora terminar para acabar de tomar o café da manhã...