Quando entrei em tv ninguém falava em tv digital. Imaginar gravar uma matéria em um cartão e enviar por pacotes de dados pelo correio eletrônico, seria motivo de riso, e provavelmente alguém faria uma piadinha do tipo: vai pelo correio Americano? E o pacote é pra presente?

Muita gente vê uma câmera de tv de hoje e não imagina como era complicado há vinte anos.
Quando comecei na televisão, em 1988 as câmeras tinham 3 tubos(RGB), que transformavam a intensidade de luz em corrente elétrica. E era muito engraçado, pois era comum as câmeras marcarem o tubo. O que era isso? O tubo marcava quando o cinegrafista enquadrava um ponto de luz muito forte, que gerava uma corrente elétrica muito alta e que literalmente queimava aquele ponto do tubo onde a imagem havia sido projetada.

Trabalhei também com Ykegami HL-35 e Ykegami HL-77.
Depois chegaram em Juiz de Fora as BVP’s 110,

Em comum essas câmeras tinham uma coisa: necessidade de luz. Spot’s com lâmpadas de menos de 1000w não serviam. Com a HL 77 para uma área de 100 metros quadrados no mínimo usávamos 4000w. Usar lâmpadas de 100w como usamos hoje, não serviria para absolutamente nada!

Hoje, com a chegada de equipamentos HD, os cinegrafistas estão se esquecendo novamente da luz e que a câmera sozinha não faz nada.
E a câmera de alta definição é cruel com o cinegrafista, pois mostra o que o equipamento SD(standard) não mostrava.
E provavelmente vai expor muito os erros de operação.
A mudança no padrão de imagens de 4x3 para 16x9 vai refletir nas regras de enquadramentos e

O que todo cinegrafista tem que ter em mente é que da câmera de tubo, passando pelos CCD’s,
aos CMOS’s o principio básico da câmera continua o mesmo:
A luz entra pela lente, passa pelos prismas e chega ao target(tubo, CCD ou CMOS).

Então temos que saber mais e não esquecer o básico, a luz.
E para ter imagem em televisão é preciso como diz o diretor:
Luz, câmera e ação.