Por Michele Pacheco
Ainda não foi desta vez!
O Aeroporto Regional da Zona da Mata parece sofrer de alguma maldição.
Quando parece que finalmente vai ser inaugurado, surge mais algum imprevisto.
Ele começou a ser construído em 2001, no governo Itamar Franco.
O governador anunciou a obra como um grande passo para atrair negócios para a região.
Dez anos depois, ele ainda não funciona.
Em abril deste ano, a Multiterminais Alfandegados do Brasil assumiu a administração do terminal em Goianá.
A estrutura é muito boa.
Tem lanchonete, opções de transporte, estacionamento para 160 veículos, esquema de segurança de aeroportos internacionais e ônibus de graça fazendo conexão entre a rodoviária de Juiz de Fora e o aeroporto.
Até agora, apenas a Azul Linhas Aéreas tem autorização para operar no Regional.
Os vôos de ida e volta para Campinas vão ser diários.
Hoje, seria o primeiro vôo comercial a partir de Goianá.
Os passageiros e empresários da região estavam comemorando as novas oportunidades de negócios, mas ficaram decepcionados.
O vôo foi cancelado.
Primeiro, veio o aviso de atraso.
Depois a confirmação do cancelamento.
Os passageiros contaram que uma funcionária da empresa revelou na sala de espera para embarque que o piloto tinha se confundido e ido para o aeroporto da Serrinha, em Juiz de Fora.
Como o tempo estava ruim e não tinha teto para pouso, ele arremeteu e foi para o Rio de Janeiro.
Essa informação não foi confirmada pela empresa, que alegou falta de condições de pouso em Goianá.
Assim que foi informado o cancelamento, os funcionários fecharam as portas da sala de controle deles e não passaram mais nada à imprensa.
Claro que os passageiros se revoltaram.
Uma mulher grávida estava passando mal.
Ela contou que realizava negócios em Minas, quando começou a sentir dores.
Queria voltar para o estado de São Paulo, mas foi pega de surpresa com o cancelamento.
Ela e outras pessoas indignadas reclamaram de falta de organização por parte da empresa.
A grávida teve que gastar 4 mil reais para fretar uma avião e seguir para casa.
O administrador do terminal negou qualquer problema para pousos e mostrou que aviões de porte pequeno usaram a pista durante o dia.
Houve tumulto e os passageiros tiveram duas escolhas.
Alguns trocaram a passagem para amanhã.
Outros foram de ônibus para o Rio de Janeiro pegar o vôo para Campinas.
Eles iriam passar primeiro em Juiz de Fora, para trocar de veículo.
O que significava uma viagem de 3 horas e 40 minutos até o aeroporto Tom Jobim.
E os grandes eventos ainda nem chegaram ao Brasil!