Quem somos

Minha foto
JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

domingo, 26 de julho de 2009

Maus-tratos em Juiz de Fora - o outro lado da história

No dia 30 de junho desta ano, postamos um texto que citava um caso de suspeita de maus tratos no bairro São Judas Tadeu.
Hoje, uma das filhas da médica que foi denunciada pelo Conselho Tutelar como responsável pelos maus-tratos contra filhos adotivos nos enviou um texto que postamos abaixo.
______________________________________

Por M.A.

A respeito do comentário feito por vocês no blog Notícias Fora do Ar (30-06-09 Notícias dessa terça):
Já pensaram na possibilidade da menina estar assustada e com medo por nunca antes ter sido retirada de perto de seus familiares e por isso precisar de tempo para se adaptar a nova situação?
Quanto aos vômitos, os adolescentes têm compulsão alimentar o que faz com que nunca se sintam saciados, por isso, quando estão muito "cheios", por comerem demais costumam vomitar ou regurgitar e se ninguém estiver cuidando, comem o próprio vômito, inclusive dividindo-o entre eles.
Roubam comida se tiverem oportunidade e também a ração dos cachorros.
Um deles, quando indagado porque conta para as pessoas que come ração porque a mamãe manda e não porque rouba, respondeu: "Não conto porque as pessoas vão achar que eu sou bandido".
Acredito que dizem que minha minha mãe manda comer o próprio vômito, porque se disserem que comem escondido por vontade própria, vão achar que eles são...
Acredito que vocês entendam que é um assusto muito delicado para ser discutido em público, já que a privacidade dos adolescentes deve ser preservada em primeiro lugar, mas ao mesmo tempo, tentando desmanchar a idéia totalmente errada que vocês estão formando de nossa família, é que estou esclarecendo este detalhe do quadro dos adolescentes.
O mais interessante ainda é que, apesar do sensacionalismo da imprensa na época, os maus tratos não foram confirmados por nenhum relatório das autoridades, muito pelo contrário, temos cópias de relatórios feitos pelo Conselho Tutelar que considerando o tempo de acompanhamento da família em diversas visitas familiares, sempre apresentou parecer favorável, inclusive enfatizando laços de afetividade bastante evidentes entre mãe e filhos. Por que agora tudo se repete?

Sabemos que o Conselho Tutelar somente está legalmente autorizado a aplicar medida protetiva de abrigo quando constatado situações extremas e emergenciais.
Um banho de mangueira dado por volta das 10h da manhã, um almoço de domingo que ainda não havia sido dado às 14h é situação de risco para os adolescentes?
Será que o Conselho Tutelar não confia na justiça que até então não conseguiu provar, em cinco anos, nenhuma das acusações por eles recebidas anonimamente?
Será que o Conselho Tutelar não acredita nos seus próprios boletins entregues à justiça após meses de acompanhamento de nossa família?
Concluímos que o Conselho Tutelar apenas acredita em relatos de vizinhas maldosas e apenas baseadas nestes relatos, retira de seu lar adolescentes portadores de deficiência (com 15 e 18 anos) sem condições de sobrevivência por seus próprios meios.