Por Michele Pacheco
Os amigos já nos chamaram de doidos, de masoquistas e nos acusaram de só pensar em trabalho.
Isso tudo só porque aproveitamos as viagens de férias para produzir, gravar e editar uma série especial para o Jornal da Alterosa.
Oras, as férias não servem para o trabalhador se divertir?
Então! A gente se diverte trabalhando.
Por isso, levamos nosso equipamento na bagagem.
Na primeira semana de descanso fomos para uma pousada deliciosa em Arraial do Cabo.
Da sacada do nosso quarto, toda noite, o Robson conferia as novidades na internet e o roteiro preliminar que fizemos para a série.
O esqueleto das matérias estava nas nossas cabeças e tentamos trabalhar em cima da idéia original.
Para isso, só precisamos driblar minha enteada, minha irmã e minha mãe.
Elas fizeram o sacrifício de ficar curtindo a piscina do hotel enquanto fomos à luta, ou melhor à praia.
Depois de passar a manhã aproveitando a Prainha em Arraial do Cabo, almoçamos e preparamos nosso equipamento.
O primeiro alvo foi Cabo Frio, um pedacinho de Minas no Rio de Janeiro.
Foi moleza!
De cara encontramos bons personagens, boas histórias e muito mineiro.
Famílias inteiras saíram de todo canto do estado para curtir as praias da Região dos Lagos.
No dia seguinte, enquanto a gente se divertia na Prainha, o Robson aproveitou para registrar belíssimas imagens do local, da natureza preservada e dos banhistas.
Como a idéia era fazer uma matéria sobre mineiros que vão curtir férias na praia e outra sobre quem vai para o litoral ganhar dinheiro, ele garantiu um material muito bom de turistas e de vendedores na areia.
Decidimos então fazer uma terceira matéria com o material que sobraria, uma espécie de chamada para a série.
O pessoal não entendia nada.
Com nossa câmera devidamente protegida com capa de chuva na praia (para evitar a maresia!), meu marido desfilou de um lado para o outro, bem à vontade, arrastando o tripé para fazer imagens do alto do morro.
Lógico que isso foi debaixo de um sol escaldante e ele nem notou.
Um jeito diferente de se bronzear e se divertir fazendo o que gosta.
Ah, e descobrimos que "papagaios de pirata" e malas existem em todo lugar.
Para completar a primeira viagem, fomos a Búzios.
Paula e minha irmã, Gabriele, aproveitaram para descansar e badalar, enquanto eu ia de artesão em artesão procurando mineiros e o Robson registrava o movimento na Praia dos Ossos e nos mirantes que rodeiam a cidade.
O resultado foram imagens lindas da beleza natural de um dos locais mais procurados pelos turistas que vão ao estado do Rio.
Depois de cinco dias passeando, voltamos para Juiz de Fora,
revisamos o material gravado, selecionamos o que era melhor e fechei os textos, deixando margens para modificações na parte que seria gravada no litoral norte do Rio e no Espírito Santo.
Mais uma vez, Robson aproveitou viagem em família para incrementar nossa série.
Com oito meses de gravidez, evitei viajar uma distância tão grande e fiquei para trás com a Olívia.
Robson e Paula foram para Sossego, uma das praias de São Francisco do Itabapoana, onde minha sogra tem uma casa.
Enquanto fazia companhia para ela, Robson registrou a tranquilidade de famílias nas praias pouco badaladas e conseguiu ótimas entrevistas.
Ele superou o roteiro que tínhamos combinado e trouxe um material fantástico.
Tem até uma mineira que é conhecida como Rainha da Pizza!
Além de Sossego e Santa Clara, também em São Francisco, ele esticou até o Espírito Santo.
Em Marataíses, na Lagoa do Siri, encontrou mineiros se divertindo e trabalhando.
As entrevistas ficaram engraçadas e muito legais.
Já em Guarapari, o tempo fechado estragou o plano de fazer mais imagens.
Nada que tirasse o ânimo do Robson, que chegava em casa, baixava o material do dia no notebook que foi preparado para isso e depois descarregava tudo em um HD externo.
Por telefone, ele ia me contando as peripécias e o resultado do trabalho por lá.
Ser repórter cinematográfico é mais do que um cargo com nome pomposo.
É saber dar conta de todas as etapas da matéria.
Quando ele voltou, sentamos de novo e revisamos tudo que foi gravado.
Os textos foram mudados para adequar as novidades que ele trouxe.
As três matérias ganharam a forma final e o Robson completou a edição.
A série foi produzida em esquema de correspondente no exterior.
Sem excesso de imagens, buscando mais qualidade do que quantidade, com objetividade nas entrevistas e passagens ou planos planejados de acordo com o perfil de cada material.
O tempo todo levando em conta que eu não estaria presente no restante das gravações e nem teríamos como voltar aos locais para refazer nada.
Deu certo e o Robson está preparando um texto sobre a parte técnica desse trabalho que com certeza vai agradar aos profissionais e estudantes de jornalismo que visitam nosso blog.
Aguardem!
Tudo que fizemos foi devidamente registrado com fotos, que vamos guardar com muito carinho.