Por Michele Pacheco
Vicente de Paula Oliveira, o Vicentão, está licenciado por 15 dias.
Ele saiu de licença médica depois que o Jornal Tribuna de Minas publicou várias reportagens denunciando a ligação do vereador com a Koji Empreedimentos e Construção Ltda.
A empresa ganhou 13 licitações em Juiz de Fora para executar obras em torno de R$ 3 milhões. Segundo o jornal, até o telefone da koji estava no nome do vereador, o que levantou a suspeita de que ele era o dono da empresa ou, pelo menos, sócio.
Vicentão nega tudo, mas tratou de sair logo de cena.
Mas, ele vai ter que explicar o aumento do patrimônio dele.
E, segundo a Tribuna de Minas de amanhã, até os famosos caixões doados pelo vereador estão sob suspeita.
Os outros vereadores se reuniram e decidiram ouvir primeiro o colega de plenário antes de decidir que medidas tomar.
O presidente em exercício, Francisco Canalli, disse que a Câmara tem duas opções caso as explicações não sejam suficientes.
Uma opção é que um dos vereadores peça a formação de uma CPI para apurar o caso.
A investigação seria feita e evoluiria até uma comissão processante que avaliaria o pedido de cassação.
A outra opção é que um pedido de investigação seja feito por alguém de fora da Câmara.
Aí, seria montada a Comissão de Ética que avaliaria das denúncias e as provas e emitiria um parecer para ser votado no plenário.
De qualquer forma, o clima é de desconforto na Câmara Municipal de Juiz de Fora.
Depois da CPI que apurou denúncias de enriquecimento ilícito e corrupção contra o ex-prefeito Alberto Bejani, uma nova investigação, agora contra um membro do legislativo, pode ser difícil de engolir para o eleitor. Ainda mais em plena campanha política!
Os vereadores esperam que o público procure se informar das ações de cada um e evite julgar e condenar todos juntos.
Como adiantamos aqui no Notícias Fora do Ar, além das denúncias divulgadas pela Tribuna de Minas, o Vicentão ainda não se explicou à Polícia Federal sobre o envolvimento dele em esquemas de corrupção que seriam organizados pelo ex-prefeito.
Vicente de Paula Oliveira é esperado na próxima segunda-feira para depor à Polícia Federal em Belo Horizonte.
Para os colegas de plenário, ele disse que não poderia prestar esclarecimentos hoje, pois estava de cama.
Mesmo assim, foi visto entrando na Polícia Federal de Juiz de Fora nessa quarta-feira pela manhã.
Com certeza ele já deve ter sido informado de que, se não depor como esperado, os policiais podem ouvir o depoimento na casa dele.
Quem somos
- Michele Pacheco e Robson Rocha
- JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
- Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Itamar Franco fala do passado e avalia papel das universidades na política
Por Michele Pacheco
Na sala do Consu, Conselho Superior da Universidade Federal de Juiz de Fora, dentro do prédio do Museu de Arte Moderna Murilo Mendes.
Este foi o local escolhido para que Itamar Franco respondesse a inúmeras perguntas.
A entrevista fez parte do projeto "Diálogos Abertos", da UFJF.
Os depoimentos, as histórias, tudo está sendo gravado e vai ser arquivado como vídeo, livro e o que mais for possível.
Temos que preservar a riqueza de conhecimento dessas pessoas que fizeram e fazem diferença" explicou José Alberto Pinho Neves, Pró-reitor de Cultura.
Tranqüilo e bem-humorado, Itamar Franco foi entrevistado por pessoas ligadas a diversas áreas sociais.
As perguntas abordaram vários assuntos, entre eles política, saneamento básico e educação.
Formado em engenharia, ele começou a carreira política como vereador de Juiz de Fora, foi prefeito do município, senador e Presidente da República. O último cargo político que ocupou foi o de governador de Minas Gerais.
Eles recebiam votos pelo que planejavam e realizavam.
Hoje, os candidatos estão entregues aos 'marketeiros' que mudam o visual, fazem maquiagem, cabelo, escolhem a melhor roupa... Parece que a propaganda política é uma novela, com atores muito bem vestidos e fala decorada" comentou Itamar Franco comparando os políticos do passado com os de hoje.
O ex-presidente falou também do papel das universidades na formação de novos políticos. Ele perguntou aos presentes por que as faculdades visam apenas o mercado de trabalho, deixando a desejar na formação social, filosófica e política dos alunos. "Os estudantes se formam pensando em números, em estatísticas e com pouco ou nenhum conhecimento da realidade brasileira. Como podem então mudar alguma coisa no país?" criticou Itamar Franco.
Sobre as denúncias de corrupção que surgem por toda parte, ele disse que isso é um mal grave, pois afasta os jovens do interesse pela política.
Assim, os eleitores de hoje e do futuro encaram o voto como uma obrigação e não como um direito precioso.
Notei que eles me olhavam inseguros e incomodados.
Perguntei o que era e eles disseram que achavam que todo político é corrupto.
Isso mostra a descrença que contagia os jovens eleitores.
É lamentável." desabafou.
150% de aumento para vereadores gera polêmica em Minas
Por Michele Pacheco
O município tem em torno de 13 mil habitantes e 9 vereadores.
Nas ruas, todo mundo comenta o reajuste e as opiniões se dividem.
Tem aqueles que consideram o salário atual muito baixo e acham que o aumento pode evitar que os vereadores caiam em tentação de aceitar subornos.
Outros, acreditam que o aumento é injusto, pois os servidores públicos municipais tiveram nos últimos quatro anos reajustes acumulados de 57,58%.
A Mesa Diretora apresentou a proposta de reajuste de 150% e ela foi aprovada por 6 votos a 2, já que o presidente da Câmara só vota em caso de empate.
Quem votou a favor, como o vereador José Custódio Nunes (que não é candidato à reeleição) justifica a escolha alegando que o salário de R$ 801,80 é injusto e um dos menores da região.
Com o aumento, os vereadores vão receber, a partir de 2009, R$2.004,50.
"É uma questão de justiça.
Aqui se faz muita coisa importante e é preciso valorizar os vereadores.
Não votei a favor pensando em benefício próprio, até porque não sou candidato, mas pensando em melhorar as condições dos que vão ocupar as cadeiras na próxima legislatura" explicou José Custódio.
Quem votou contra, como a vereadora Engrácia Aparecida dos Santos, alega que o reajuste de 150% é imoral.
"Fizemos uma análise e concluímos que um aumento de até 70% seria viável e correto.
Esse índice de reajuste é uma ofensa aos trabalhadores que só tiveram 57,58% de aumento." defendeu a vereadora candidata à reeleição.
A Câmara também aprovou aumentos de 50% nos salários do prefeito e do vice e de 30% no pagamento dos secretários municipais. A cidade tem 12 secretários.
Esses reajustes vão gerar um impacto no orçamento de R$ 132 mil por ano.
O prefeito vai receber por mês no próximo mandato R$8.709,04 e o vice R$2.343,36. Já os secretários vão ganhar R$ 2.786,89.
Com os nove vereadores, a prefeitura repassa hoje à Câmara Municipal R$ 116 mil por ano do orçamento.
O impacto do reajuste será de R$11.500 por mês.
O prefeito de Matias Barbosa, Joaquim Nascimento, é contrário ao índice elevado de reajuste. Para ele, um aumento na faixa dos 50% seria mais correto, pois se manteria no mesmo patamar de todos os outros funcionários públicos do município.
"Como explicar a um pai de família que ele não merece o mesmo índice de reajuste?
Como mostrar a ele que o trabalho que faz não merece o mesmo reconhecimento dado aos vereadores?
Acho imoral um aumento como esse" explicou o prefeito, que não é candidato à reeleição.
Lei de Tolerância Zero - Polícia Militar prende mais um em Minas
Por Michele Pacheco
A prisão foi feita pelos policiais militares da 13a Cia. Independente de Meio Ambiente e Trânsito.
Eles foram acionados depois que um pedreiro de 50 anos perdeu o controle da direção da Variant que dirigia na MGT 482 e bateu num ônibus.
O motorista do coletivo contou aos policiais que teve que seguir o condutor do carro, pois ele fugiu depois da batida. O pedreiro de Conselheiro Lafaiete estava sem carteira de habilitação e bêbado.
Os policiais militares constataram que ele estava com sinais de ter ingerido bebida alcoólica, hálito etílico, andar cambaleante e olhos vermelhos.
Baseados na Lei de Tolerância Zero, os policiais da 13a Cia. prenderam o pedreiro em flagrante. Ele foi levado a um hospital, onde foi atendido pelo médico de plantão, que atestou que o pedreiro estava embriagado.
Vicentão deve depor na Polícia Federal em Belo Horizonte
Por Robson Rocha
Como colocamos no blog dia 19 de junho, a Operação Pasárgada poderia chegar à Câmara Municipal de Juiz de Fora.
Pois, segundo algumas fontes, no dia 12 de junho, durante a operação De Volta para Pasárgada, agendas teriam sido apreendidas pela polícia federal na sede da Astransp. Nelas haveria anotações de nomes de vereadores e valores pagos aos representantes do legislativo juizforano. Isso para a liberação do aumento das tarifas dos ônibus urbanos.
Os boatos também surgiram e a Tribuna de Minas noticiou outras denúncias, dessa vez, contra o presidente da câmara municipal de Juiz de Fora, Vicente de Paula Oliveira.
Vicentão foi convidado a prestar esclarecimentos sobre sua relação com a Koji Empreendimentos e Construtora Ltda., empresa que movimentou mais de R$ 3 milhões em obras para a Prefeitura.
Aí, segundo a Tribuna de Minas, Vicentão saiu de licença médica.
Em off, Vicentão teria dito a um repórter que a Câmara tem telhado de vidro e que poucos vereadores não estariam cometendo algum tipo de irregularidade.
Isso se encaixa perfeitamente nas informações de fontes na PF, que disseram que na lista da Astransp, apenas três nomes de vereadores não apareceram.
Para complicar ainda mais a situação política da cidade, recebemos a informação de que Vicentão deve depor nessa segunda-feira na Polícia Federal em Belo Horizonte.
Também deve depor no mesmo dia, a ex-primeira dama do município Vanessa Loçasso Bejani e na terça-feira quem vai depor é o ex-secretário de Agropecuária e Abastecimento Marcelo Detoni.
A dúvida que fica é: será que a PF está investigando mais políticos de Juiz de Fora?
O conteúdo dos documentos apreendidos e dessa tal agenda vai ser divulgado pela Polícia Federal ou pela Justiça antes ou depois das eleições?
Se for depois, será que a justiça vai punir os candidatos eleitos que tiverem envolvimento nas denúncias?
E o povo vai ver o voto de confiança que deu a algum político ir por água abaixo, sem a oportunidade de votar em algum nome que não esteja nas listas de investigados por corrupção?
Como colocamos no blog dia 19 de junho, a Operação Pasárgada poderia chegar à Câmara Municipal de Juiz de Fora.
Pois, segundo algumas fontes, no dia 12 de junho, durante a operação De Volta para Pasárgada, agendas teriam sido apreendidas pela polícia federal na sede da Astransp. Nelas haveria anotações de nomes de vereadores e valores pagos aos representantes do legislativo juizforano. Isso para a liberação do aumento das tarifas dos ônibus urbanos.
Os boatos também surgiram e a Tribuna de Minas noticiou outras denúncias, dessa vez, contra o presidente da câmara municipal de Juiz de Fora, Vicente de Paula Oliveira.
Vicentão foi convidado a prestar esclarecimentos sobre sua relação com a Koji Empreendimentos e Construtora Ltda., empresa que movimentou mais de R$ 3 milhões em obras para a Prefeitura.
Aí, segundo a Tribuna de Minas, Vicentão saiu de licença médica.
Em off, Vicentão teria dito a um repórter que a Câmara tem telhado de vidro e que poucos vereadores não estariam cometendo algum tipo de irregularidade.
Isso se encaixa perfeitamente nas informações de fontes na PF, que disseram que na lista da Astransp, apenas três nomes de vereadores não apareceram.
Para complicar ainda mais a situação política da cidade, recebemos a informação de que Vicentão deve depor nessa segunda-feira na Polícia Federal em Belo Horizonte.
Também deve depor no mesmo dia, a ex-primeira dama do município Vanessa Loçasso Bejani e na terça-feira quem vai depor é o ex-secretário de Agropecuária e Abastecimento Marcelo Detoni.
A dúvida que fica é: será que a PF está investigando mais políticos de Juiz de Fora?
O conteúdo dos documentos apreendidos e dessa tal agenda vai ser divulgado pela Polícia Federal ou pela Justiça antes ou depois das eleições?
Se for depois, será que a justiça vai punir os candidatos eleitos que tiverem envolvimento nas denúncias?
E o povo vai ver o voto de confiança que deu a algum político ir por água abaixo, sem a oportunidade de votar em algum nome que não esteja nas listas de investigados por corrupção?
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