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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Comissão de Direitos Humanos visita Centro Sócio-educativo de Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

A instabilidade no (CSE) Centro Sócio-educativo de Juiz de Fora ganhou destaque na mídia.
Hoje pela manhã, o Deputado Estadual João Leite, membro da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, esteve no local. Ele chegou pouco depois de representantes da Corregedoria da Secretaria Estadual de Desfesa Social.
O deputado estava acompanhado do vereador reeleito, Rodrigo Mattos (PSDB).

A visita durou quase duas horas.
Do lado de fora, esperamos a saída das autoridades.
Além da nossa equipe, estavam lá o Olavo Prazeres e a Lidiane, do jornal Tribuna de Minas, e o João Schubert e o Marcos, do jornal JF Hoje.
O plantão na porta foi marcado por boa conversa e muitas histórias.

Sem muito o que fazer até a saída do deputado, aproveitamos para fotografar o grupo.
Como o Robson sempre diz, a vida de jornalista é muito estranha. Passamos horas sem fazer nada, à espera de entrevistados e do desenrolar dos fatos.
De repente, a gente tem que correr, fica agitado, faz entrevistas e imagens, disputa o melhor ângulo, as melhores informações. Quando acaba, fica a sensação de dever cumprido.

O Robson e o Schubert aproveitaram para trocar de papéis.
O nosso amigo repórter fotográfico aproveitou o tempo de espera para aprender alguns detalhes básicos de cinegrafia. Já o Robson, realizou o desejo de ter nas mãos uma câmera fotográfica de alta qualidade. O Olavo Prazeres não perdeu a chance de registrar a cena curiosa. Claro que os dois chegaram rápido à conclusão de que a troca de funções só valeu mesmo para posar para a foto.

Por falar em pose, o flagrante do Schubert mostra a dura vida dos cães que vivem na porta do CSE. Esta cadela simpática já tinha nos feito companhia na noite da última sexta-feira, durante os dois primeiros motins da semana. Ela é super carente, vive se esfregando em que aparece por lá e tem um apetite voraz.
O Robson deu alguns biscoitos para ela e ganhou o coração da pobrezinha.
Hoje, ela lembrou dele e fez festa. Uma graça!

Na saída, o deputado João Leite contou que a situação no centro é complicada, que há muitas celas danificadas e que os adolescentes reclamam de maus-tratos e violação dos Direitos Humanos. Ele encontrou pelo menos quatro internos com curativos. Eles contaram que foram agredidos durante os três motins que realizaram em menos de uma semana. O deputado comentou ainda que, pela lista de internos, há muitos garotos de cidades distantes, como Manhuaçu e Santa Rita do Sapucai. Por conta da distânica, eles estão ficando sem visitas de parentes.

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa vai apurar as denúncias e acompanhar as investigações. Perguntei se os deputados também vão acompanhar a situação dos agentes. Afinal, eles foram acuados e agredidos nos motins da sexta-feira e, na última terça-feira, um dos funcionários do CSE foi feito refém durante o terceiro motim em menos de uma semana. Trabalhar em situação de risco, sem conseguir controlar a fúria dos adolescentes é complicado. João Leite contou que todos os agentes e a direção estão afastados. "Eles tiveram contato com muita violência e temos que apurar se estão em condições de voltar ao trabalho " disse o deputado.

"A situação é complicada. Os adolescentes reclamam de agressões e abuso de poder por parte dos agentes. Isso tem que ser apurado com rigor.
A corregedoria está ouvindo os funcionários e vai investigar a atuação daqueles que foram citados pelos adolescentes " esclareceu João Leite.
O deputado defende o remanejamento dos internos para Centros Sócioeducativos próximos às cidades de origem deles.
"Temos 62 centros em Minas e é preciso manter esses adolescentes perto da família. Sem o contato familiar, a recuperação deles é muito mais difícil" avaliou o deputado.
Ao todo, 15 celas foram destruídas no CSE de Juiz de Fora. O centro tem capacidade para 50 internos e estava com quase esse número.
Seis acautelados foram transferidos, pois já completaram 18 anos.